Eden estava na Logística Anderson bem cedo na manhã de segunda-feira. As orientações para seu primeiro dia de trabalho estavam marcadas para às 10h, e, como de costume, ela chegou cedo.Agora que estava familiarizada com o lugar, adentrou o prédio quase ao som de valsa. Parou para conversar com os seguranças que guardavam a entrada.Jim e Ted foram muito amigáveis e, em dez minutos, trocaram nomes, apertaram as mãos e compartilharam o segredo bem guardado da empresa: toda a comida que Eden deveria evitar do cardápio da cantina. Era uma lista chocantemente longa, o que a deixou bastante desapontada. Ela tinha grandes expectativas para a cantina dos funcionários, em especial porque todas as refeições eram gratuitas."Existe alguma coisa que eles consigam cozinhar bem?", ela perguntou com uma risada, e o rosto enorme de Jim estremeceu de desgosto quando ele balançou a cabeça.Eden seguiu em frente quando dois candidatos a entrevistas, que estavam perdidos, interromperam o papo.Ela
Gibby estava esperando por na recepção quando eles chegaram ao escritório da cobertura.Liam desapareceu em algum lugar, e Eden ficou aliviada por ele não ser seu chefe. Por um segundo, estava começando a acreditar que ele era o 'Dragão' sobre o qual a Sra. Gibson a havia alertado.Gibby a conduziu por um labirinto de escritórios e salas de reunião, segurando a porta para que ela entrasse em uma delas."Por favor, sente-se, Srta. McBride", ela acenou para uma das cadeiras vazias. "Me desculpe, eu não pude recebê-la antes. Estava tentando preparar o seu crachá de acesso."Eden sorriu: "Por favor, me chame de Eden, e eu me mantive entretida. Eu amo o mapa interativo no andar térreo.""Esse é o bebê do Sr. Anderson. Acho que você acabou de conhecê-lo", Gibby riu. "Ele achou que seria uma ideia incrível dar às pessoas um vislumbre do que fazemos aqui. Devo dizer que é um sucesso para todos os nossos visitantes."Claro que era, Eden pensou. Não admirava que ele parecesse encantado com
Eden observou Gibby correr pelo corredor e desaparecer de vista. Sentia-se magoada e incomodada pela tensão crescente naquela sala, interrompida apenas por algumas conversas nos outros escritórios, telefones tocando e sons de pessoas digitando.Pensou que deveria ir embora também, enquanto as coisas ainda estavam um pouco civilizadas entre Liam e ela, em especial se algum dia ela ainda pretendia ter aquela conversa sobre Aiden.Mas, um olhar dele, como se pudesse ler seus pensamentos e ver através de sua alma, fixou-a em sua cadeira.Ele estendeu a mão para a bandeja de refrescos que Eden tinha esquecido até agora e pegou um dos copos de isopor decorados, com o logotipo da Café Rise estampado na lateral e a palavra 'macchiato' escrita em uma bela caligrafia feminina no branco da tampa.Eles tinham pontos de venda em todo o país, principalmente em shoppings, mas Eden se lembrava de ter visto um na praça de alimentação, no primeiro andar, quando ela brincava com o mapa interativo.E
Eden não saberia dizer como conseguiu voltar para casa no estado emocional em que se encontrava. Sequer se lembrava de deixar a Logística Anderson, mas ela o tinha feito, afinal, estava agora em casa e uma Brenda perturbada saiu correndo ao seu encontro. "Está tudo bem? Você esqueceu algo?", a babá perguntou, enquanto abria a porta e a ajudava a tirar o cinto de segurança.Eden ouviu suas perguntas, viu seus lábios se moverem, mas não conseguiu processar. Sua mente estava cansada demais para computar, quanto mais para formar pensamentos coerentes e traduzi-los em palavras faladas."Aconteceu alguma coisa? Você está ferida?", Brenda continuou, puxando-a para fora do carro e a chacoalhando, verificando se havia algum sinal visível de trauma.Ela fez uma pausa e franziu a testa por não conseguir ver nada de errado."Diga alguma coisa", insistiu Brenda. "Você está ferida em algum lugar?"Eden suspirou e tocou seu peito.Sim, ela estava ferida, bem ali, naquele lugar onde seu coraçã
Liam estava em casa há horas, mas sua mente ainda estava na sala de reuniões, revivendo seu encontro com Eden.Ele se sentou na beira da cama e girou o copo de conhaque nas mãos.Dizer que seu plano tinha se desfeito assim que ela vira a megera era eufemismo. Ele tinha agido como um colegial inexperiente e a agarrou assim que teve chance. Não era seu maior orgulho, com certeza.O anel no dedo dela também o havia irritado muito, mais do que ele gostaria de admitir, e ele não conseguia entender por quê. Ele a odiava, e a única razão pela qual ele se esforçou tanto para convencê-la a assinar o contrato com a Logística Anderson foi para resolver seu problema de ereção, vingando-se dela. Ele realmente não deveria se importar se ela era casada, se ela usava o anel de outro cara. Mas se importava. E isso o irritou..."Você não vem para a cama?", Laura ronronou em seu pescoço, tentando tirar sua camisa.Liam encolheu os ombros e afastou-a de novo, desejando que ela já tivesse entendido a
A casa estava mergulhada em silêncio. Dave e as governantas já haviam se retirado para passar a noite, mas Laura ainda estava em sua cama.Liam a encarou e decidiu ir estudar.Não conseguiria dormir ao lado dela estando tão confuso. Sua mente corria para pensamentos com Eden em seus braços, e seu membro enrijeceu só de pensar nela.Ligou o MacBook e tentou trabalhar nos lembretes da agenda para a reunião do conselho do dia seguinte, mas sua cabeça insistia em remoer os motivos para Eden tê-lo deixado. Liam não se recordava de ter dito nada sobre casamento para ela naquela noite, dois anos antes.Entretanto, conseguia entender a razão dela ter tirado essa conclusão.Julian e Matthew tinham convidado alguns amigos da faculdade para uma noite na cidade, a fim de ajudá-lo a aceitar seu futuro como CEO da Logística Anderson.Um grupo de caras em um clube, e ele dizendo que era sua última noite de liberdade, poderia soar como uma despedida de solteiro.Fazia sentido que ela tivesse
O salão de Franco era totalmente diferente do que Eden esperava, ao menos por fora.Enquanto ela olhava boquiaberta para a estrutura de concreto, localizada no lado leste de Riacho Forrest, a parte industrial do bairro, pensou que poderia ter virado errado em algum lugar. Mas seu confiável GPS — com a ajuda de Siri, é claro — tinha dado aquelas direções.Com certeza ela estava no lugar certo, mas o prédio térreo e de telhado plano, com suas janelas turvas e porta de aço enferrujada, não era nada glamoroso. Era decepcionante, na verdade. Nada do que Eden esperava de um cabeleireiro renomado.Por dentro, entretanto, era outra história. Eden poderia jurar que havia entrado no maior hotel da cidade. A decoração requintada, os móveis exuberantes, e o serviço de primeira qualidade.A anfitriã sorridente que a recebeu colocou um drink de cortesia em sua mão e apontou uma das poucas poltronas vazias alinhadas na sala. Eden entendeu por que o homem cobrava tanto por um corte de cabelo. As d
Eden e Cassandra passaram alguns minutos fora do salão de cabeleireiro, fazendo planos para o fim de semana. Separaram-se logo depois que a amiga recebeu um telefonema de sua assistente. Algo sobre um cano estourado."Deus, eu não fui feita para essas coisas!", Cassandra resmungou, colocando o capacete e pulando na moto."Obrigada mais uma vez", Eden gritou atrás dela, observando-a se afastar do meio-fio e correr pela rua, em direção ao seu estúdio, que ficava não muito longe do Teatro Civic.Eden se virou para o carro e suspirou quando tocou seu próprio cabelo, desejando que tudo fosse um grande pesadelo, e que Franco não tivesse enlouquecido com a tesoura. Pelo menos era macio, consolou-se, destrancando a porta. O cheiro também era incrível.Ela estava prestes a sentar ao volante quando seu telefone tocou.Era um número privado e, apesar do bom senso lhe dizer para não atender — porque quem quer que estivesse do outro lado só queria vender seguro ou outros serviços pelos quais e