Capitulo 3

       

            Fazia 4 dias desde que Rose tinha chegado a Albany com a família Thomas, ela e Emily já tinham ido à universidade levar seus documentos, fazer a matrícula e pegar seus horários, apesar das aulas ainda demorarem 3 meses para começar, mas aproveitaram para conhecer o campus também, Madisson chegaria em 2 semanas e moraria junto com eles.

            Hoje Rose começaria a trabalhar com Nancy na construtora e estava um pouco nervosa, pois nunca tinha trabalhado fora do internato, então pediu ajuda a Emily para escolher a roupa que usaria.

            — Você está ótima, esta roupa foi providencial além de estar perfeita — falou Emily, olhando para Rose, que usava uma calça social azul marinho com uma blusa branca e uma sandália com salto de 5cm.

            — Ainda bem que você me fez comprar roupas novas, senão eu não teria roupa para ir trabalhar, agora me deixa descer, que eu não quero me atrasar, tomei café cedo e combinei com a sua mãe que vou de ônibus porque eu não quero chamar atenção para o fato de eu trabalhar com ela e morar na mesma casa — disse Rose, pegando a bolsa e saindo.

            Após sair de casa, Rose pega o ônibus que Nancy disse para pegar e foi até o local indicado, ao chegar lá teve a sensação de conhecer aquele prédio de alguma forma, e o som das risadas de duas crianças a distância veio à sua mente, assim como a voz de uma menininha chamando os pais, após isso ela balança a cabeça para espantar essas vozes, entra no prédio e vai até a recepcionista.

            — Oi, bom dia. Me chamo Rose Cortes e hoje começo a trabalhar com a senhora Nancy Thomas — disse Rose para a recepcionista.

            — Eu acho que você deve ter errado de endereço, não temos ninguém com o nome de Nancy trabalhando aqui — respondeu a recepcionista, mal olhando para Rose.

            — Tenho certeza de que não errei, aqui é a construtora Parker & Thomas, é aqui mesmo que eu tenho que estar, e ela está me esperando — falou Rose.

            — Desculpa, queridinha, mas não tem ninguém aqui com esse nome, além disso, não contratamos crianças, se veio aqui tentar passar um trote ou fazer alguma brincadeira é melhor sair senão vou chamar os seguranças — disse a recepcionista, olhando para a rose com desdém, essa funcionária se achava por ser amiga de Megan, uma das filhas gêmeas de Amanda, as duas se conheciam há alguns anos, então como Megan era uma das sócias da companhia, pois tinha herdado do pai parte das ações dele, a moça da recepção se achava a mais importante de todas.

            — Se você olhar no sistema verá que a senhora Nancy começou a trabalhar ontem aqui, ela é cunhada de um dos donos da empresa e eu fui contratada por ela para ser sua secretária e hoje é o meu primeiro dia de trabalho — disse Rose, ficando preocupada com o horário e não tendo como entrar em contato com Nancy, visto que ainda não tinha um celular, pois estava esperando receber o primeiro salário para comprar um sem ter que pedir mais dinheiro para os pais de Emily.

            — Garota, você é insistente, já disse para se mandar, pois mesmo que aqui trabalhasse alguém com esse nome, Nancy, duvido que ela contrataria uma pirralha como você. Aqui não é lugar para criança, somos uma empresa séria.

— SEGURANÇA, vem aqui tirar essa garota, ela está me atrapalhando e insistindo que está aqui para trabalhar com uma pessoa que nem trabalha aqui — falou a recepcionista.

            Nesse momento chegam dois rapazes, um loiro que usa cadeira de rodas e um outro com cabelo castanho e pele morena, que estavam conversando quando viram a confusão na mesa da recepção do prédio e já sabiam quem era a recepcionista que estava arranjando a confusão.

            — O que está acontecendo aqui? — indagou o moreno tirando os óculos escuros.

            — Jovem senhor Carter, essa mocinha diz que está aqui para trabalhar com uma mulher chamada Nancy Thomas, mas não temos ninguém aqui no prédio com esse nome e já mandei ela ir embora, mas não está indo, por isso chamei o segurança para tirá-la daqui, não se preocupem — respondeu a recepcionista, olhando com desdém para Rose, pois ali estavam o filho de um dos donos e um dos donos da empresa.

            — Você deve estar procurando a minha tia Nancy Thomas, correto? Minha tia me avisou que a moça que vai trabalhar como secretária dela começaria hoje, e que o nome é Rose, então imagino que seja você — falou Carter, virando-se para Rose, vendo que a confusão estava acontecendo porque a tia tinha começado no dia anterior que era folga da recepcionista que travou Rose.

            — Isso mesmo, eu me chamo Rose Cortes e ela me contratou como secretária dela e hoje é meu primeiro dia e já estou ficando atrasada, aqui está a minha identidade, se quiserem confirmar — disse Rose, tirando a identidade da bolsa.

            — Não se preocupe, a minha tia já tinha comentado comigo que você ia começar hoje, por favor, Lisa, faça o cadastro dela no sistema que eu mesmo vou levá-la à sala da minha tia, e da próxima vez procure saber o que está acontecendo antes de tentar pôr alguém para fora do prédio, você sabe muito bem que o meu pai não aprova isso aqui na empresa e que todos são bem-vindos — disse Carter com seriedade, pois não gostava muito da recepcionista, visto que a mesma sempre arranjava confusão, principalmente quando via pessoas mais humildes. Após ter sido repreendida ela fez rapidamente o cadastro, mas mentalmente jurando se vingar daquela garotinha impertinente, que a humilhou na frente de seus chefes, e para isso usaria a amizade que tinha com Megan, para infernizar a vida da garota dentro da empresa.

            Após o cadastro terminado a recepcionista entrega o crachá de visitante para Rose e diz que ela deverá devolver ao final do dia e teria que passar pela recepção todo dia até receber o seu crachá definitivo do RH. Após isso, Carter, John e Rose entram juntos e os dois acompanham a moça até a sala de Nancy para explicar o que tinha ocorrido para ela não levar uma advertência logo no primeiro dia.

            — Acabei nem me apresentando, me chamo Carter Thomas Junior, sou um dos filhos de um dos donos daqui e esse é Jonh Parker, meu irmão de criação e um dos donos da empresa, o pai dele junto com o meu pai e o tio do John fundaram essa construtora, os pais do John morreram quando ele era criança e por isso ele virou sócio daqui — explicou Carter, apresentando-se.

            — Prazer, me chamo Rose Cortes, sou amiga da Emily, nós estudamos juntas no internato onde viramos grandes amigas, ela é filha da senhora Nancy, acabei de terminar os estudos e a senhora Nancy me ofereceu esse emprego para ajudar a pagar a faculdade — falou Rose um pouco envergonhada pelo galanteio de Carter.

            — Não precisa ficar envergonhada, o meu irmão é assim mesmo, não pode ver um rabo de saia que já dá em cima — disse John, rindo. — Como ele disse, me chamo John e fui criado junto com essa figura que eu chamo de irmão, que por acaso é primo da sua amiga, além dele ainda tem a Kate e a Sophie, a caçula de 11 anos, vamos com você até a sala da Nancy e depois se quiser te acompanhamos até o RH, onde você vai precisar passar para pegar o seu crachá, cartão de refeição e do ônibus — disse John, seguindo os dois.

            Chegando à sala de Nancy, a mesma já se encontra preocupada com a demora de Rose, pois a menina tinha vindo de ônibus apesar de Nancy ter oferecido carona, e ela estava com medo da menina ter se perdido ou algo ter acontecido com ela. Nesse momento, escuta 2 rapazes rindo e repara que um deles é Carter, seu sobrinho, e abre a porta de sua sala e se depara com ele e John rindo de Rose, que tinha esbarrado num vaso de planta.

            — Que bom que você chegou, Rose, aconteceu alguma coisa? Já estava preocupada com a sua demora — disse Nancy, aproximando-se dos 3.

            — Oi, tia, eu e o John resgatamos a sua secretária das garras de nossa recepcionista encrenqueira que resolveu que não ia deixá-la entrar, chegamos bem na hora e conseguimos liberá-la — falou Carter, aproximando-se de Nancy e lhe abraçando.

            — Obrigada, meninos, eu me ofereci de dar um celular para ela, mas ela não aceitou, disse que vai comprar um com o primeiro salário que receber, aí não tem celular e me deixa preocupada — falou Nancy, colocando a mão na cintura e olhando para Rose. — Não tem mais conversa, amanhã você vem comigo de carro e não quero nem saber, agora vamos trabalhar que o dia está cheio, antes de começar passe no RH para resolver o seu cadastro e volte para começarmos.

            Enquanto Rose ia no RH, Nancy ligou para Emily e pediu para a filha sair e comprar um celular para Rose e depois ligar para a mesma e a chamar para almoçar. Aproveitou e ligou para a operadora de celular e já solicitou uma nova linha, e pediu que disponibilizassem o chip na loja do shopping onde a filha iria, assim facilitando e entregando o telefone com chip para Rose para ela não dar mais desculpa para não ter o aparelho.

            Fora o problema da manhã Rose teve um dia tranquilo no trabalho, na hora do almoço Carter e John apareceram novamente e a chamaram para almoçar, iriam apresentá-la a Kate, a irmã deles, assim como aproveitariam e encontrariam Emily, que tinha uma surpresa para a amiga, principalmente depois do que ela passou de manhã por não ter um celular, pois sua mãe ligou para ela e pediu para resolver o problema da Rose, então Emily ligou para a prima Kate e as duas foram ao shopping numa loja da Apple e compraram um Iphone 13 para ela junto com um Ipad que ela precisaria tanto para a faculdade quanto para o trabalho.

            — Não acredito que vocês me convenceram de vir almoçar com vocês, eu ia comer um lanche, alguma coisa barata, já que não posso gastar muito dinheiro até receber o meu salário — disse uma Rose envergonhada.

            — Não se preocupe com isso, a minha tia que mandou te trazer com a gente, além disso as meninas vão encontrar com a gente lá aí você conhece a Kate, e o seu almoço pode deixar que a gente paga — falou Carter, divertindo-se com a cara de Rose. — Ordens da sua chefe, ela disse para pagarmos que depois ela acerta com a gente.

            — Eu esgano a Emily, eu disse desde o início dessa história de eu vir pra cá com o apoio da família dela que eu pagaria as minhas contas e compraria as minhas coisas, pois não acho correto ficar explorando os pais dela — disse Rose indignada.

            — Tanto Emily quanto a tia Nancy falaram isso, mas elas resolveram que no início iriam te ajudar com algumas coisas — falou Carter enquanto eles se sentavam numa mesa de restaurante para esperar as meninas.

            Enquanto as outras duas não chegavam os 3 ficaram conversando e contando um pouco sobre suas vidas. Depois de alguns minutos os 3 já conversavam como velhos amigos, e já tinham pedido a comida, pois as meninas avisaram que estavam chegando.

            Uns vinte minutos depois que eles chegaram e estavam rindo de uma história que John contou de Carter, apareceram Kate e Emily carregadas de sacolas, entre elas a bolsa da Apple, e veem os três rindo até dizer chega.

            — Pelo que eu vejo, vocês estão se dando superbem, sem eu precisar apresentá-los, né, senhorita Rose? — disse Emily com uma cara fingindo estar séria.

            — Emily, se não fosse pelos dois hoje, não teria conseguido nem entrar para trabalhar, a recepcionista encrencou comigo e chegou a chamar o segurança para me tirar do prédio quando eles chegaram e me resgataram — disse Rose.

            — Aposto tudo que foi a Lisa, aquela garota é insuportável e se aproveita por ser amiga da Megan, que é filha do Jason um dos fundadores da companhia e tio do John, que morreu no acidente, que a protege, para fazer o que quer, mas deixa só ela aprontar mais alguma para ver se essa amizade vai manter o emprego dela, não é porque a Megan tem 5% das ações que é a dona absoluta da companhia, o John tem 30% e o meu pai tem 30%, é só eu ter provas contra ela que consigo pô-la para fora — disse Kate. — Desculpa, esqueci de me apresentar, sou Kate Thomas, irmã desses dois malucos — disse Kate, apresentando-se.

            — Prazer, Kate, a Emily já tinha me falado sobre você e os dois estavam contando uma história sobre você também — falou Rose.

            — Ah, Rose, antes que eu me esqueça, minha mãe mandou eu te entregar isso, e disse que não aceita um não, e que é um presente para você — disse Emily, entregando a bolsa com o celular para Rose, que ficou emocionada, pois nunca tinha ganhado algo tão caro.

— Não precisava comprar, eu já tinha dito que eu ia comprar, seus pais têm feito muito por mim e eu não tenho como pagar isso tudo.

            — A minha mãe viu que depois do que aconteceu hoje de manhã não tem como te deixar sem um telefone, e quem escolheu foi ela, e disse que você não precisa se preocupar em pagar, que é um prazer te ajudar com isso, já coloquei o chip nele e agora é só você configurar. Mas agora vamos parar de papo, pois estou com fome — falou Emily, sentando-se à mesa.

            Os três comem tranquilamente e continuam a conversa, os 4 estavam se divertindo em deixar Rose sem graça com as piadas.

*Enquanto isso em Nashville*

            A senhorita Megan resolveu ir à casa dos pais de Emily para ver como estava Rose e poder informar a Amanda, que não tinha gostado muito da história da menina sair do colégio, mas não tinha como ela ficar lá com a obra que estavam precisando fazer, de alguma forma alguém conseguiu fazer um estrago muito grande na tubulação e na energia elétrica do local, então precisaram mexer em muita coisa.

            Chegando na casa da família Thomas, a senhorita Megan repara que tem alguma coisa errada, a casa está toda fechada, os móveis cobertos e parecia que já não tinha gente lá há alguns dias, então ela percebeu que foi enganada e que a menina tinha fugido com a ajuda das amigas, o que a deixava furiosa e ao mesmo tempo receosa de contar para a mulher que tinha mandado a menina para o seu colégio.

            Nesse momento o seu telefone toca e ela vê que é a mulher lhe ligando para saber da menina.

            — Conseguiu ver a garota, ela continua no local para onde você a mandou? — perguntou a mulher do outro lado da linha.

            — Continua sim, acabei de sair da casa, mas ela está lá com a amiga, como prometeu — respondeu a senhorita Megan, mentindo com medo da reação da outra.

            — É bom mesmo que esteja, pois se essa garota fugir e descobrirem sua verdadeira identidade, você vai se ver comigo — declarou a mulher misteriosa.

            — Não se preocupe, senhora, ficarei de olho nela para que isso não ocorra, e no início de setembro ela estará de volta ao colégio — disse a senhorita Megan, já pensando em quem procurar para encontrar a menina, pois sabia que a mulher iria buscá-la em alguns meses para usá-la para o que realmente queria, e depois iria mandá-la para fora do país para ser usada no tráfico sexual, onde conseguiria muito com a menina que era muito bonita, era loira, alta, magra, não tinha cicatrizes, características que atraíam em mulheres vítimas da exploração sexual, e o melhor de tudo, onde ela ganharia muito, a menina era virgem.

            — Se eu souber que deu alguma coisa errada, você já está avisada — avisou a mulher, desligando o telefone.

            Depois que a misteriosa mulher desligou, a senhorita Megan pegou o telefone, ligou para um de seus capangas, explicou a situação e o mandou encontrar a menina com urgência, prometendo uma boa recompensa caso a encontrasse e a trouxesse de volta o mais rápido possível.

            Depois desse telefonema, a senhorita Megan voltou para sua casa na cidade onde estava ficando até o fim da reforma na escola, se arrependendo de não ter levado a menina com ela, pois sabia como a mesma era valiosa e se a perdesse, isso podia custar a sua vida.

            Em casa ela se lembra da conversa que ela teve com a mesma mulher 12 anos atrás, 2 semanas depois da menina chegar ao colégio.

*11 anos antes*

           

Fazia 6 semanas que a menina Rose Cortes tinha chegado ao colégio e a senhorita Megan ainda não entendia o que aquela menininha tinha de tão importante para que ninguém de fora do colégio soubesse que ela estava lá, e hoje viria ao colégio a mulher que estava pagando para que a garota ficasse lá, a mulher era uma amiga de Megan, que também tinha estudado no internato que pertencia à família de Megan há gerações, sempre recebendo meninas de famílias ricas e às vezes meninas órfãs que ali ganhavam a chance de ter um futuro melhor, meninas que se fossem para um orfanato não teriam as mesmas chances, e tinha sido o caso de Amanda, uma garota que tinha perdido a família cedo e que não tinha sido adotada, então foi enviada para o internato estudar e aprender uma profissão e chegando lá conheceu Megan, a filha da dona do local.

            A única coisa que Megan sabia sobre Amanda era que ela tinha se casado com um empresário de Nova York e que com a morte dele ela tinha herdado uma boa grana, e que esse tal empresário era tio da menina, que também tinha os pais muito ricos, mas tanto os pais dela quanto o marido de Amanda tinham morrido recentemente.

            Finalmente Amanda chegou ao colégio, com uma roupa bem espalhafatosa, bem diferente do que se esperava de uma viúva, e tudo de marca bem cara, mostrando como estava gastando o dinheiro do marido.

            — Olá, Amanda, vejo que a viuvez te fez bem, principalmente ao seu guarda-roupa — disse Megan com um tom de deboche.

            — Olá, Megan. É claro que fez, o meu falecido marido era muito rico e estou aproveitando a vida e o que tem de melhor nela, luxo — respondeu Amanda, soberba. — Mas vamos ao que realmente interessa, como está a menina? Se lembrou de algo?

            — Ela está bem e continua sem se lembrar de nada antes de chegar aqui, fez amizade com as meninas que dividem o quarto com ela e tem seguido todas as regras que passei quando ela chegou, não sai para nada e não pede nada, ainda está assustada, mas é normal para uma criança que acabou de chegar — relatou Megan.

            — Espero que continue assim, só virei buscá-la na véspera do aniversário de 18 anos dela, quando a declararei incapaz e assumirei tudo o que ela herdou dos pais e depois disso irei me livrar dela a mandando para alguns clientes que gostarão de ter uma garota como ela em seus bordéis — disse Amanda. — E se você não se preocupar irei usar o seu colégio no meu esquema, aqui é o local ideal para esconder as crianças — continuou Amanda, olhando ao redor. — Não se preocupe, você ganhará muito bem por esse serviço.

            — Não se preocupe, ninguém saberá quem ela é, e também não permitirei que ela saia do colégio até você vir buscá-la, seguirei as suas ordens — falou a senhorita Megan, crescendo os olhos na oportunidade de ganhar dinheiro fácil. — E quanto às outras meninas pode mandá-las e escondê-las aqui o quanto precisar, temos algumas mais velhas também que seriam perfeitas para o seu outro esquema sujo, são meninas que não têm família, algumas muito bonitas, bem jeitosas, com um belo corpo, o que atrairia mais clientes, e o mais importante: todas virgens.

            — Veremos como funcionará essa segunda parte, mandarei alguns clientes aqui, separe algumas meninas e deixe um quarto separado exatamente para isso, se der certo posso pegar algumas e mandar pro exterior após o término dos estudos, e lucraremos muito — disse Amanda, adorando o esquema.

            Com isso as duas começaram no colégio um esquema de exploração sexual de jovens órfãs, com o envio das meninas para países onde sabiam que elas valeriam muito, além do tráfico de crianças, e ambas lucraram muito com isso, pois sempre que uma jovem chegava aos 16 anos e não tinha família, elas começavam a explorá-la sempre ameaçando caso contasse algo para alguém, e isso sempre ocorria à noite, quando todas já tinham ido dormir para não chamar a atenção.

            E caso alguma engravidasse de algum cliente, davam um sumiço na garota, com uma expulsão e a mesma era enviada para um dos bordeis, aonde tinha a criança que era vendida para alguma família que a quisesse, e a mãe virava garota de programa dentro do bordel com a desculpa de pagar as despesas geradas pela gestação e parto, além da alimentação e estadia, e a dívida sempre aumentava se tornando impossível a saída da garota do local.

            Algumas quando chamavam a atenção de algum chefão do esquema e se interessava, também entrava no esquema de tráfico, se livrando de ter que se prostituir, e começavam a explorar novas garotas, como tinha acontecido com Amanda quando ela era mais nova e tinha se dado bem.

*Dias Atuais*

            — Irei encontrar a menina nem que seja a última coisa que eu faça, se ela acha que vai escapar do destino de todas as outras que atingiram a idade que ela está, ela está muito enganada, será só o tempo de Amanda conseguir pôr as mãos em sua herança que ela será mandada pro exterior, e farei questão de eu mesma colocá-la no avião — disse Megan com um olhar de ódio.

            Nisso ela pega o telefone e liga para alguns homens que ela conhece e dá o alerta sobre uma aluna fugitiva e oferece uma recompensa para quem a encontrasse e a levasse de volta ao colégio, intacta.

*Enquanto isso em Albany*

           

Rose, John e Carter voltam juntos do almoço com John dando um monte de dicas para Rose sobre o celular, aplicativos para baixar, já instalando o F******k e o W******p para ela e gravando o seu número, o de Carter, o de Kate, o de Emily e o de Nancy, dizendo que aqueles eram os números mais importantes que ela precisava salvar em caso de algum problema, principalmente com a recepcionista Lisa, que eles sabiam que tentaria aprontar algo contra a menina depois do problema que ela arranjou de manhã.

            Chegando ao prédio, os três se separam e Rose volta para a sala de Nancy, onde ela tem que rever uns documentos, e os outros dois vão para uma reunião que eles teriam, mas combinaram de se encontrar mais tarde, na hora da saída para continuarem conversando.

            Chegando à sua mesa, Nancy a chama em sua sala para conversarem.

            — Vejo que está já com os presentes que pedi para Emily comprar para você — disse Nancy, vendo Rose entrando com o Ipad em mãos. — Espero que tenha gostado.

            — Gostei sim, mas não precisava, eu ia comprar com o meu salário, um por vez, mas compraria — disse Rose sem graça.

            — O Ipad você vai precisar tanto aqui na empresa quanto na faculdade, por isso era importante ter, e o celular, não tinha como você ficar um mês sem ter como a gente entrar em contato caso aconteça algo, por isso já providenciei os dois, e antes que você diga que irá me pagar pelos aparelhos, não precisa, use o seu dinheiro com você, compre coisas para você, saia com amigos, pois pelo que eu vejo você e meus sobrinhos já são praticamente amigos, curta a vida, pois você ainda é muito jovem para ficar se preocupando com tudo — disse Nancy, levantando-se e abraçando Rose.

            — Obrigada, Nancy, você é a primeira pessoa que realmente se preocupou comigo, se eu estou bem, se eu preciso de algo, sempre serei grata a você e à sua família por tudo o que vocês têm feito por mim nesses últimos tempos — disse Rose com a voz embargada.

            — De nada, querida, ao passar dos anos começamos a te considerar um membro da família por conta da sua amizade com a Emily, uma fez bem à outra e sou muito grata a isso. Agora vamos voltar ao trabalho que temos muito o que fazer — falou Nancy, secando as lagrimas e se sentando à mesa. — Eu preciso que antes de você verificar o documento que eu te pedi, procure para mim a pasta do projeto do prédio em Nova York, quero dar uma olhada no projeto e nos documentos, pois acho que tem algo errado ali, algum erro de cálculo, e quero rever também os cálculos de custos dessa obra, pois acho que tem como reduzir em alguns pontos— disse Nancy.

            — Pode deixar, vou procurar e já trago, mais alguma coisa? — perguntou Rose na porta.

— Ah, sim, fique atenta ao W******p, que sempre que eu precisar de algo ou te chamar, mandarei uma mensagem, pois às vezes estou no telefone e não tem como te ligar para te chamar — avisou Nancy.

            — Pode deixar, farei isso, o celular está na minha bolsa, mas o colocarei ao meu lado para poder prestar atenção nele — disse Rose, saindo da sala.

            Chegando à sua mesa ela pega o aparelho de dentro da bolsa, o liga e começa a procurar a pasta que Nancy tinha solicitado.

            Umas duas horas depois aparece John, para levar uns documentos que a tia tinha pedido para ele dar uma olhada antes dela assinar, eram uns contratos de projetos novos e ele tinha marcado alguns itens que poderia pegar para a empresa e tinha que falar com ela antes da assinatura para pedir alterações.

            — Oi, Rose, como está sendo o primeiro dia? Está tranquilo? — perguntou John ao sair do elevador e encontrando a menina. — Minha tia está ocupada?

            — Oi, John, está sendo ótimo e supertranquilo e a sua tia tem me ajudado muito. Ela está liberada, deixa só eu avisar que você está aqui — falou Rose, mandando uma mensagem para Nancy, que respondeu que ele podia entrar. — Ela disse que você pode entrar, ela já está te esperando — informou Rose, abrindo a porta para John entrar e logo depois a fechando.

            O resto do dia foi tranquilo, com os meninos mandando mensagens para Rose, assim como Emily querendo saber como estava a amiga. No final do expediente, quando Rose estava se arrumando para sair, John e Carter foram até a sala dela para chamá-la para sair com os dois mais Kate e Emily, prometendo não voltarem tarde, apenas saírem para jantar e conversarem mais um pouco, e Rose aceitou.

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