A Dona Leda começou a aplicar o bálsamo na outra mão dela, abaixando os olhos para esconder a tristeza em seu olhar enquanto falava:– Quando você voltou e foi pedida em casamento, houve uma grande quantidade de pretendentes, incontáveis nobres e membros da alta sociedade vieram.Bianca assentiu:– Eu sei sobre isso.– Sim, mas tem algo que você não sabe. Naquela época, você ainda não havia retornado da Montanha Merinda. – A Dona Leda suavemente massageou o bálsamo, suspirando. – Naquela época, quando a notícia de que o duque e os jovens senhores perderam a vida chegou a capital, como poderia não ter um comandante-chefe na frente de batalha? Então o Príncipe de Bermines foi nomeado como comandante-chefe para recuperar a fronteira do Sul.Bianca retirou a mão, passando a massagear ela mesma. Ela abaixou o olhar, com lágrimas nos cílios.– Eu sei disso tudo, Dona Leda, não precisa falar.Falar sobre o pai e os irmãos a deixava muito abalada.– Deixa eu terminar. – A Dona Leda segurou as
Logo após a Dona Leda terminar de falar, uma serva entrou com uma tigela de macarrão com sopa.Bianca estava com fome antes, mas ao ver a fumaça subindo da tigela de macarrão, ela perdeu a vontade de comer.Com gentileza, a Dona Leda disse:– Coma, senhorita. A sua mãe, lá nos céus, com certeza vai ficar muito feliz por te ver se casando com o Príncipe, eu garanto.Bianca segurou a tigela de macarrão, lágrimas caindo na sopa. Soluçando, ela disse:– Esta coroa é realmente pesada, está me machucando o pescoço, está doendo tanto que estou até chorando.A Dona Leda enxugou as lágrimas dela. Ela tinha que segurar as próprias lágrimas para não chorar, mas uma noiva recém-casada podia chorar um pouco, era aceitável.– Minha menina tola, coma o macarrão e depois tire a coroa, troque de roupa, tome um banho. Esta noite lá fora está muito animada, é provável que o Príncipe não retorne ao Lar das Ameixeiras antes da meia-noite.Bianca deu algumas garfadas no macarrão, soluçando, sua voz já estav
Para o casamento, ela fez muitas roupas novas.Além dos presentes de noivado da Casa do Príncipe, havia muitos tecidos de seda e cetim.Dentro de seus baús, havia pilhas de roupas para todas as estações, de cores variadas e com bordados requintados.As peles de raposa e as capas de inverno foram guardadas separadamente em um baú.Olhando para todos os presentes de noivado e enxoval, ela sentiu que tinha material suficiente para vestir durante toda a vida.Mas as roupas que ela estava usando e as poucas que organizou no armário eram as que ela usaria nos próximos dias. As cores eram vibrantes, mas não vulgares.Além disso, na verdade, ela se adequava muito bem a roupas na tonalidade vermelha.Especialmente o conjunto roxo-vermelho que ela usava naquele momento. Não era um roxo profundo, mas um tom de roxo com um toque de vermelho intenso, que realçava sua pele clara e complementava seu nevo vermelho.O manto de cetim era incrivelmente leve e macio, brilhando em camadas.Apenas estava um
Pérola assentiu e correu para providenciar água quente para que o jovem senhorio pudesse lavar o rosto e as mãos novamente.Bianca o colocou em uma poltrona, e assim que terminou, Pérola voltou e disse:– O Príncipe foi forçado a beber pelo mestre e os outros. Zé Forte disse que ele não podia recusar e acabou bebendo muito, junto com membros de outras seitas, eles beberam licor de pessegueiro.Bianca franziu a testa, estranhando:– O mestre mandou que os outros o forçassem a beber?Era uma verdadeira intimidação. Com tantos membros das seitas presentes, se cada um oferecesse uma taça, ele poderia acabar com intoxicação alcóolica e vomitando sangue.– Sim, ele bebeu muito. Mas me lembro que o licor de pessegueiro da Seita da Velha Lua era bem suave, por que parece tão forte dessa vez?– Deve ser porque foi o mestre quem fez esses licores, não são os mesmos que a Seita da Velha Lua me deram como enxoval.Bianca olhou para o rosto vermelho de Isaac e percebeu que naquela noite o vinho da
No Lar da Sorte, um recorte de papel colado nas grades da janela estava sendo refletido pela lâmpada à óleo pendurado no corredor, projetando-se como uma besta gigante nas paredes internas da casa.Bianca Sonata estava sentada em uma cadeira de encosto redondo feita de madeira de pau-rosa, com as mãos cruzadas à sua frente. As roupas de cores neutras envolviam seu corpo magro. Ela olhava para a pessoa à sua frente, ele era o seu marido recém-casado que ela esperou por um ano.Renato Guerra ainda vestia sua armadura desgastada, exalando uma aura majestosa. Havia um traço de remorso misturado com determinação em seu rosto bonito. Ele disse:– Bianca, o decreto de casamento já foi emitido. De qualquer forma, a Fabiana vai vir para nossa casa.As mãos de Bianca permaneceram cruzadas à sua frente, seus olhos não revelavam suas emoções. Ela perguntou, confusa:– A Imperatriz-Mãe disse uma vez que a General Fabiana é o exemplo para todas as mulheres do mundo. Ela estaria mesmo disposta a ser
Renato parecia um pouco impaciente, ele disse:– Por que você está procurando aborrecimento para si mesma? Isso é um casamento concedido pelo Imperador, e mesmo que a Fabiana entre na família, vocês terão moradias separadas na casa. Ela não vai competir com você pelo poder de administração da família. Bianca, as coisas que você valoriza, ela despreza.– Você acha que eu me importo tanto com o poder de administração da família? – Bianca perguntou em resposta. – Ser a administradora da Casa do General não é nada fácil. Sua mãe gasta centenas de pratas todos os meses com medicamentos do tio Danny, e não tem como escapar dos gastos com todas essas pessoas da casa, as despesas do dia a dia, as relações sociais... Tudo exige pratas.A Casa do General era apenas uma fachada vazia. Ao longo deste ano, ela teve que usar parte das pratas do seu enxoval de casamento para sustentar essa família, e o que conseguiu em troca?Renato perdeu completamente a paciência, dizendo:– Esqueça, não vou mais d
Pérola trouxe a lista do enxoval de casamento e disse:– Durante este ano, a senhorita subsidiou 240 mil pratas em despesas, mas as lojas, casas e propriedades não foram tocadas. Os recibos bancários e os documentos de propriedade da marquesa estão todos trancados em uma caixa.– Eu sei... – Bianca olhou para a lista. Sua mãe havia lhe dado um enxoval de casamento extremamente generoso, com receio de que ela sofresse na casa do marido. Isso a fez sentir uma dor aguda no coração.Pérola perguntou com tristeza:– Senhorita, para onde podemos ir? Por acaso, ainda podemos voltar para a Casa do Marquês? Ou podemos voltar para Montanha Merinda, que tal?Imagens sangrentas da Casa do General piscaram diante dos olhos de Bianca, e pensando nesse casamento miserável que teve, ela sentiu uma dor repentina no coração.– Qualquer lugar é melhor do que ficar aqui. – Murmurou Bianca.– Se a senhorita for embora, estará cedendo felicidade a eles.Bianca disse com indiferença:– Então que assim seja.
A Sra. Guerra sorriu forçadamente, respondendo de forma evasiva:– Ainda mal a conheci, como posso afirmar se gosto dela ou não? Mas já que o Imperador concedeu o casamento, é uma realidade que não vai mais mudar. Daqui para a frente, ela e Renato irão conquistar méritos juntos no exército, enquanto você desfrutará das conquistas militares que eles trouxerem para Casa do General. Isso é muito bom, não é?– Realmente é ótimo! – Bianca sorriu. – Só sinto muito pela General Fabiana ter que ser apenas uma concubina.A Sra. Guerra riu:– Olhe só para você, menina boba. Como poderia ela ser uma concubina quando o Imperador concedeu o casamento? Além disso, ela é uma funcionária do império, uma funcionária da corte. Onde já se viu uma funcionária se tornar concubina? Ela é a segunda esposa legítima, sem distinção com a primeira.Bianca questionou:– Não há distinção entre primeira e segunda esposa? Existe isso em nosso império?A expressão da Sra. Guerra ficou um pouco fria, ela respondeu:–