- Sim. - Gustavo de repente se encheu de culpa. - Desculpe, nesses últimos dias no hospital, não fiz nada.Viviane olhou para Gustavo, chocada.- O que houve?- Nada, só achei estranho você dizer "desculpe", é surpreendente. - Viviane falou e depois perguntou. - Seu tio vai vir nesse dia?Gustavo permaneceu em silêncio.Viviane estranhou:- Ele não vem? Não pode ser, seu avô faleceu, é um evento tão importante, e ele simplesmente não aparece.- Não é isso, ele disse que ainda não está confirmado.Viviane comentou:- Por mais ocupado que esteja, ele deveria comparecer a uma ocasião tão importante.Gustavo, irritado, se levantou:- Você não entende, nosso relacionamento não é tão simples como você imagina.Viviane piscou.Ela realmente não entendia.Mas, como dizia o ditado: "os mortos têm prioridade."Por mais importantes que fossem os assuntos, deveriam comparecer ao funeral de David.- Na verdade, este ferimento no meu rosto foi meu tio quem fez. - Ele disse isso naturalmente, e após
Viviane saiu pela porta e só então atendeu o telefone:- Você já voltou para casa?- Sim.Viviane olhou por cima do ombro:- Eu acabei de chegar aqui.- Querida.- Alguma coisa aconteceu?- Estou com saudades de você.As bochechas de Viviane coraram levemente:- Eu vou voltar logo.- Você que disse isso. - A voz de Ricardo do outro lado da linha ficou séria de repente. - Não pode voltar atrás.Viviane, entre risos e lágrimas, respondeu:- O que houve com você? Parece que desde que cheguei aqui, você pensa que não vou mais voltar.Ricardo disse:- Tenho medo de que você vá e não volte mais.- Por que você pensaria assim? - Viviane estava confusa, e era a primeira vez que ouvia Ricardo expressar preocupação.Houve um breve silêncio do lado de Ricardo, que então riu suavemente:- Querida, você se lembra do caminho de volta, não é?- Claro. - O sorriso no rosto de Viviane desvaneceu um pouco, ela sentiu que Ricardo certamente sabia de algo. - Não se preocupe, assim que terminar aqui, volta
- João, você sabe de alguma coisa? - João rapidamente desviou o olhar de Gustavo:- Eu não sei de nada.- Você com certeza sabe de algo! - Gustavo afirmou categoricamente, agarrando a mão de João. - Me fale logo!João, sem saída:- Sr. Gustavo, eu realmente não sei de nada, talvez eles apenas tenham o mesmo nome e sobrenome.- Mesmo nome e sobrenome?- Sim. - Vendo que Gustavo relaxou um pouco o aperto, João continuou. - Sr. Gustavo, acho que você deveria se preocupar agora em lidar com o assunto do Sr. David, tem algo mais importante do que o funeral do Sr. David agora?Gustavo ficou completamente convencido:- Depois do funeral do meu avô, eu vou perguntar para ela.João hesitou em falar.Mas depois decidiu alertar:- Sr. Gustavo, talvez seja melhor não saber de algumas coisas.- Por quê? - Gustavo olhou para João, curioso. - Mesmo que eu saiba que Viviane e o tio Ricardo se conhecem, não tem problema.Embora ele dissesse isso, já estava muito nervoso por dentro.Esse sentimento era
Viviane caminhava a meio caminho quando sentiu que ainda estava muito irritada. Ela achava os pensamentos de Gustavo muito estranhos. "Quando eu queria me casar com ele antes, ele fazia de tudo para não querer. Agora que eu tenho uma nova família, ele quer se casar comigo a todo custo. Se Gustavo está fazendo isso por causa do testamento de seu avô, não há necessidade de agir assim. Eu não vou me divorciar do Ricardo." Depois de se acalmar, Viviane se ocupou com outras coisas.Até que, depois do jantar, Viviane não viu mais Gustavo. Ela estava feliz por ter algum tempo livre e, depois de falar com João, subiu para descansar. Chegando lá em cima, Viviane entrou no quarto de hóspedes. Ao abrir a porta, foi envolvida por uma sensação familiar. Antes da relação dela com Gustavo se romper completamente, ela ocasionalmente ficava lá. Para sua surpresa, depois de tanto tempo, o quarto ainda estava mantido como antes, como se a pessoa que vivia ali nunca tivesse partido. Sentada na cama, Vivi
Mas ela realmente não queria se divorciar do Ricardo.Eles finalmente chegaram a este ponto com muita dificuldade.E depois de encontrar, ela lentamente ganhou coragem para tentar assumir o papel de mãe.Tudo estava se desenvolvendo em uma boa direção.- Vivi, você realmente não pode cumprir o último desejo do avô? - David levantou sua mão envelhecida, segurando a mão de Viviane. - Vivi, o avô tem apenas esse arrependimento, você não quer que eu parta em paz, certo? Vivi, só posso ficar tranquilo entregando o Gustavo a você, permita que o avô parta em paz.Viviane olhava para David com uma expressão de dor e conflito.O tom de súplica de David ecoava em seus ouvidos.- Avô, não faça isso, não me force. - Viviane gritou, se levantando, procurando instintivamente aquele abraço quente e familiar.No entanto, ela não encontrou Ricardo.Ela respirou fundo, sua racionalidade lentamente se recuperando, e então percebeu que estava na Mansão da família Barros, não em sua própria casa.- Viviane
- Tudo bem, então eu vou sair agora, descanse bem. - Gustavo hesitou por um momento antes de virar e sair do quarto.Assim que a porta se fechou, Viviane não conseguiu mais se sustentar e caiu na cama.Ela sentia tanta falta do Ricardo.Queria tanto se jogar em seus braços.Viviane pegou o celular, olhou para a hora na tela, mas no final, ela não ligou para o Ricardo.Deitada na cama, assim que fechou os olhos, Viviane se lembrou novamente do que David disse a ela em um sonho.Esta noite estava destinada a ter insônia.Viviane se levantou no dia seguinte, com a cabeça pesada e zonza.Mas havia muitas coisas esperando para serem resolvidas, e ela teve que se esforçar.- Não dormiu bem ontem à noite? - Gustavo hesitou antes de lhe passar uma xícara de café.Viviane levantou a cabeça, pensou por um momento, e acabou aceitando.- Melhor eu fazer isso. - Vendo Viviane assim, Gustavo sentiu uma dor no coração.Viviane respondeu imediatamente:- Não precisa, depois do café vou acordar. Ainda
De tal forma que Viviane foi acordada pelo medo e, depois disso, não conseguiu mais fechar os olhos.Sempre que os fechava, via David ensanguentado, caído numa poça de sangue, gritando para ela:- Viviane, eu morri por você, como você pode ser tão sem coração?No dia seguinte, Viviane acordou ainda mais abatida.Ela só conseguiu preparar para si mesma uma grande xícara de café.Enquanto tomava café, Gustavo desceu do segundo andar.Ao ver as sombras cinza-azuladas sob os olhos de Viviane, ele expressou sua preocupação:- Você está bem?Ele tinha ouvido barulhos vindos do quarto de Viviane na noite anterior e pensou em verificar, mas, se lembrando da atitude dela na noite anterior, acabou desistindo.Agora estava claro que Viviane não gostava nem um pouco dele.Gustavo, percebendo isso, ficou inquieto e passou a noite em claro, deitado na cama, ouvindo os sons do quarto de Viviane, se virando de um lado para o outro.Viviane balançou a cabeça, com a expressão claramente abatida:- Você
- No entanto, também se pode dizer que nunca o vi, porque nas poucas vezes anteriores, ele estava sempre usando uma máscara, e eu simplesmente não conseguia ver o rosto dele. - Viviane olhava esperançosamente para João. - Ele provavelmente não usará mais a máscara hoje, no funeral do avô, certo?A expressão de Gustavo e João mudou novamente.Especialmente Gustavo, que não conseguia mais se conter e perguntou:- Você nunca viu o verdadeiro rosto do meu tio?- Isso mesmo. - Viviane não entendeu por que Gustavo e João pareciam tão chocados. - Ele sempre aparece tão misteriosamente, será que é porque ele é feio, por isso precisa usar uma máscara?Gustavo piscou, surpreso:- Então, por que você tem o número de telefone do meu tio?"Se Viviane nunca viu o verdadeiro rosto do meu tio, isso significa que o tio realmente não confia em Viviane. Mas se ele não confia nela, por que ela teria o número dele?"Gustavo ficou completamente confuso.João, por outro lado, começou a entender mais claramen