Júlio estava desanimado:- Não quero ir.Ricardo não perdeu tempo discutindo com Júlio. Desligou o telefone e enviou-lhe o endereço. Menos de uma hora depois, os dois se encontraram no bar.Júlio havia reservado uma sala VIP. Ao ver Ricardo entrar sozinho, ele torceu o nariz:- Só veio você?Ricardo retirou um cigarro do maço, colocou-o entre os lábios e o acendeu, afundando-se preguiçosamente no sofá:- Queria que viessem quantos mais?- Viviane não veio com você? Ela sabe que você veio ao bar e não se opôs?Com o cigarro entre os dentes, Ricardo respondeu de forma monótona:- Ela não sabe que eu vim.- Brigaram de novo?Ricardo acendeu de repente o isqueiro, e sua luz brilhante iluminou seus traços agudos. Ele baixou o olhar, seus longos cílios ocultando seus olhos, e respondeu com uma voz da qual era difícil decifrar as emoções.- Por que brigar?Júlio, movido pela curiosidade, se aproximou.Ricardo soltou uma baforada de fumaça e, sem responder, esboçou um sorriso:- Dizem que os h
Depois de mais de meia hora, Viviane finalmente chegou ao bar mencionado por Júlio. Observando a movimentação incessante dos veículos e pessoas ao redor, Viviane começou a duvidar profundamente."Não é uma rua movimentada? Como não conseguem chamar um motorista para substituí-los?"Ela não teve tempo para pensar muito nisso, pois avistou Júlio acenando para ela ao longe:- Aqui!Viviane se apressou em sua direção, e viu Ricardo, parado um pouco mais adiante, encostado em uma coluna. Com a iluminação noturna fraca, ela não conseguiu discernir seus traços. Ao se aproximar, percebeu que ele estava com os olhos semicerrados, com uma expressão dolorosa e um cheiro forte de álcool. Parecia que ele havia bebido bastante.- Ricardo!Ela deu leves tapinhas no rosto dele. Ricardo abriu os olhos e seus olhares se cruzaram inesperadamente. O corpo de Viviane estremeceu involuntariamente, como se tivesse visto um gatinho ferido, e suas mãos se moveram com uma suavidade que nem ela percebeu:- Vamos
Naquela manhã, Viviane estava inquieta. A imagem de Ricardo dominava seus pensamentos. Ela tinha razões para suspeitar que Ricardo estava tentando seduzi-la, fazendo-a esquecer completamente o motivo de sua discussão. Era inegável que seu plano estava funcionando bem. Ela estava quase cedendo.Enquanto estava perdida em seus pensamentos, viu Rosa passando pela porta, como uma alma penada. A princípio, Viviane não deu muita importância, mas após Rosa passar, percebeu que algo estava errado.- Rosa...Segundos depois, Rosa, com uma expressão desolada, apareceu à porta. Seus olhos estavam vermelhos e seu cabelo, molhado, grudava em seu rosto, dando-lhe uma aparência de desalento.- O que aconteceu?Rosa baixou a cabeça, apertando os lábios, hesitante em falar.Viviane, firme, apoiou-se na mesa:- Me responda!A presença dominante de Viviane assustou Rosa, que gaguejou:- Eu... Eu estava indo à sala de descanso pegar água e ouvi algumas pessoas falando de você. Eu defendi você e, em respos
Olívia foi pega de surpresa e demorou um bom meio minuto para fechar os olhos e enxugar as gotas de água de seu rosto. Depois de um breve momento, ela ergueu a mão para esbofetear Viviane.No entanto, Viviane segurou seu pulso com firmeza e a repreendeu com um tom gelado:- Não foi o que a vice-diretora disse? Não faça um alarde por pequenas coisas!Olívia sentia uma raiva reprimida, como se estivesse presa no peito, quase a levando à loucura. Ela grunhiu com os dentes cerrados:- Viviane!Viviane deu um leve sorriso e, virando-se para todos os que assistiam ao show, declarou:- Enquanto eu estiver no departamento de design, não permitirei nenhum tipo de bullying. Se isso acontecer novamente, peço que se demitam. Caso contrário, vou detalhar o motivo da demissão no relatório! - Terminando, ela lançou um olhar para Rosa. - Vamos.Rosa olhava para Viviane com admiração e, somente depois que Viviane se distanciou, ela despertou de seu transe e correu para alcançá-la. Ao entrarem no escrit
Viviane aceitou o acordo de aposta de Yago, não foi uma decisão tomada por impulso, ela simplesmente confiava em si mesma. Depois de organizar os rascunhos de design que estavam pela metade, Viviane olhou o relógio e percebeu que estava na hora de encerrar o expediente.Ela não hesitou e foi direto para o térreo bater o ponto. Ao chegar na porta, notou que muitos olhares estavam voltados para ela. Franziu ligeiramente a testa. O olhar deles era completamente diferente do dia anterior. Agora, parecia cheio de expectativa e excitação. No instante seguinte, Viviane viu uma Ferrari vermelha estacionada à porta. Sua cor ardente fez com que ela imediatamente chamasse a atenção. Mas o que chamava ainda mais atenção era Gustavo, apoiado ao lado do carro. Com uma aparência atraente e expressão fria, ele era o centro das atenções. Quando ele viu Viviane, caminhou em sua direção, sem mostrar qualquer expressão no rosto.- Vim buscar você. - Disse ele.Como se não tivesse ouvido o que Gustavo dis
Entretanto, seu último gesto foi, sem dúvida, um desafio aos olhos de Gustavo.Gustavo apertou o punho, uma fúria como se um tesouro precioso lhe tivesse sido roubado, o fez abrir a porta do carro e pisar fundo no acelerador.O carro disparou como uma flecha liberada.Somente quando o veículo já estava bem distante, a multidão que assistia voltou a si.Um por um, eles não podiam acreditar no que viam.Eles não estavam sonhando, estavam?- Me belisque! Me belisque! Eu não vi errado, Viviane recusou o convite do Sr. Gustavo e entrou no carro de outro homem!Cercada por muitas pessoas, Olívia ouviu isso e sorriu com desprezo.Ao ver isso, Susan, em tom bajulador, disse:- Olívia, aquele homem era o marido da Viviane, não era? Ele não parece alguém com dinheiro ou poder. Não é à toa que ela o esconde e não diz o que ele faz, ele não é alguém para se mostrar.Alguém questionou, confuso:- Mas pela maneira como as coisas estavam, o Sr. Gustavo estava claramente ali para conquistar Viviane, p
Viviane sentou-se em frente a Helena.O proprietário parecia frustrado.Viviane retirou algumas notas de cem reais da bolsa:- Senhor, desculpe pelo incômodo.O proprietário aceitou o dinheiro e não sentiu mais à vontade para dizer nada. Afinal, não havia outros clientes no estabelecimento e isso não afetava seu descanso. Ele simplesmente se acomodou atrás do caixa e começou a olhar para o celular.- Você bebeu demais?Viviane tocou levemente em Helena.Helena levantou os olhos, como se estivesse vendo Viviane pela primeira vez:- Querida, você chegou.Ela parecia a mesma de sempre, mas Viviane podia ver através de sua fachada.- O que aconteceu? - Viviane perguntou com preocupação.Helena sentiu um nó na garganta e murmurou:- Nada, não é nada.Era só que, naquela manhã, enquanto comprava o café da manhã, ela viu Júlio entrando em uma joalheria com outra mulher.Vendo que Helena não se abria, Viviane não a pressionou. Ela simplesmente foi até a geladeira e pegou algumas garrafas de be
Viviane deu uma risada suave e balançou a cabeça:- Aonde sua mente foi? Foi apenas uma metáfora. Já fazem alguns meses desde que me casei com o Ricardo, e conheci sua família. Mas por alguma razão, sinto que o Ricardo que conheço não é o verdadeiro Ricardo, mas sim o que ele quer que eu veja.Helena falou:- Talvez, com mais tempo juntos, você possa entendê-lo melhor.- Talvez... - Viviane prendeu o cabelo casualmente. - Chega disso, vamos beber!Helena pegou sua taça de vinho, e quando estava prestes a brindar com Viviane, notou algo no pescoço dela:- Querida, o que aconteceu com seu pescoço?Não parecia ser uma marca de beijo, mas algo mais parecido com um aperto.Viviane também notou e soltou o cabelo novamente:- Não é nada.- Ricardo te agrediu!? - Helena se levantou bruscamente. - Vou atrás dele!- Calma! - Viviane tentou acalmá-la. - Não foi Ricardo, foi Gustavo.- Então vou atrás dele!Com a intenção de sair, Helena pegou a garrafa de vinho.Viviane rapidamente a impediu:- H