— Samuel, olá. — Décio desviou da pergunta de Samuel e sorriu.No entanto, Samuel não era alguém fácil de ser enganado, e, com um olhar curioso, se voltou para Décio, perguntando:— Décio, você ainda não respondeu à minha pergunta. O que você está fazendo aqui?Agora, não havia como Décio evitar essa questão. Se ele continuasse a fugir da resposta, Samuel certamente perceberia algo estranho. Mas, se não respondesse... Neste momento, todos os olhares na sala estavam voltados para Décio.Rosa, ao ver a expressão desconfortável de Décio, começou a se sentir desconfiada e disse:— Sr. Samuel, você não sabe? O Sr. Décio é o namorado da Srta. Isadora. Ele está aqui hoje justamente para um encontro com a família, como quem diz, para conhecer os pais.— Você está namorando a Srta. Isadora? — Samuel franziu a testa. — Mas como eu me lembro, a moça que veio à nossa casa para jantar há alguns dias não era a Srta. Isadora?A expressão nos rostos de Décio e Isadora se tornou claramente desconfortá
Finalmente, os dois se calaram e se alinharam, ficando na posição em que foram ordenados.— Isadora, agora é a sua vez de explicar. O que está acontecendo de verdade? — Perguntou Osvaldo, com voz firme.Isadora lançou um olhar rancoroso para o celular de Décio, e, temendo que mais detalhes comprometedores fossem revelados, ela se viu obrigada a admitir, ainda que relutante:— O Décio realmente não é meu namorado. Eu gosto dele, e queria que ele fosse meu namorado, mas não tinha coragem de falar isso diretamente. Por isso, pedi para ele fingir que éramos um casal. Eu queria aproveitar essa oportunidade para passar mais tempo com ele e, assim, aproximar-nos. Eu juro, não tenho nenhuma outra intenção.Se Isadora não tivesse acrescentado a última frase, talvez Rosa até tivesse acreditado nela. Porém, suas palavras só serviram para reforçar a impressão de Rosa sobre ela.Isadora estava agindo de forma calculada, e pedir para Décio fingir ser seu namorado não passava de uma tentativa de humi
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo
Viviane se divertiu com a suposição de Helena.- Você tem lido romances demais, minha amiga. Ele é apenas alguém que eu conheci casualmente, sem qualquer ligação com a família Barros. A única conexão é que ele trabalha no Grupo Barros.- Ah. - Helena ficou visivelmente desapontada. - Então, ele é subordinado de Gustavo. Isso não facilita para Gustavo te incomodar no futuro?Os olhos de Viviane escureceram um pouco:- Acredito que não. Gustavo deve me deixar em paz agora, principalmente por causa de David e o fato de eu já estar casada.Helena se sentiu um pouco aliviada, mas ainda assim estava indignada com Gustavo:- Eu diria que você deveria ter dado um soco nele. Ele não sabe o quanto você queria se casar com ele...Viviane a interrompeu suavemente:- Isso é passado, Helena. Daqui para frente, Gustavo e eu seguiremos nossos próprios caminhos, sem interferência um no outro.- E o noivado? David já sabe disso? Se ele descobrir, ficará devastado.O semblante de Viviane se fechou novame
Meia hora depois, Viviane entrou no carro arranjado por David e dirigiu-se ao Hotel Bay. Ao chegar à porta da suíte, soube pelo mordomo que à noite teria uma reunião de família.- Gustavo também está aqui? - Perguntou Viviane, sem nenhum desejo de encontrá-lo agora.O mordomo interpretou mal e respondeu sorrindo:- Fique tranquila, Srta. Viviane, Gustavo chegará em breve.Viviane ficou sem palavras."Será que ainda dá tempo de ir embora?"A porta atrás dela já estava aberta.Sem opção, Viviane tomou a iniciativa de cumprimentar:- Avô.Ao ver Viviane, o velho senhor abriu um sorriso tão grande que suas rugas se alisaram.- Viviane, você chegou, venha, venha, sente-se ao meu lado.Viviane se sentou ao lado do velho senhor e notou que todos ainda não tinham começado a comer. Provavelmente estavam esperando alguém importante. Como se lesse seus pensamentos, David falou sorrindo:- A noite é principalmente para celebrar o retorno do tio de Gustavo ao país.Embora Ricardo tivesse pedido par