O médico também percebeu que havia algo errado. Estava prestes a perguntar, quando viu Igor aparecer na porta do carro: — As quatro rodas foram sabotadas, agora o carro não pode mais ser ligado. O rosto de Viviane mudou várias vezes: — Há outro carro disponível? — Os outros carros também foram danificados. Já avisei o Júlio, ele disse que vai mandar um carro imediatamente, mas o mais rápido que pode chegar é em meia hora! — Isso não vai funcionar. — O médico estava com uma expressão sombria. — O paciente precisa ser operado dentro de meia hora, se não for operado a tempo, sua vida estará em risco. O rosto de Viviane ficou completamente pálido. — Mas... Ela olhou mais uma vez para Ricardo, que estava na maca, e como se tivesse se lembrado de algo, perguntou ao Igor: — Igor, onde está o Júlio agora? — O Júlio está logo atrás de nós, ele já está vindo. — Se bem me lembro, o Júlio é um famoso médico prodígio do país M, e naquela vez, quando o Gustavo queria meu rim,
Os homens que ele trouxe não eram páreos para os membros da guarda-sombra. Mas...Isso era em uma luta de um contra um.Hoje, o objetivo dele não era derrotar os membros da guarda-sombra.Era interromper a cirurgia de Ricardo.Já que era para interromper, não havia com o que se preocupar.— Vamos.Gustavo falou para as pessoas atrás dele, que claramente hesitavam em avançar. Aquelas pessoas se entreolharam, cientes de que não eram adversários à altura dos membros da guarda-sombra, e ninguém queria ir rumo à morte.Gustavo lançou um olhar sombrio para eles, com uma expressão ameaçadora no rosto:— Se não querem morrer nas mãos deles, vão morrer nas minhas. Vocês têm duas opções.Ao ouvirem isso, ninguém hesitou mais. Seguiram Gustavo, caminhando lentamente em direção à ambulância estacionada no sopé da montanha.Antes que se aproximassem, o capitão do esquadrão da guarda-sombra se aproximou de Viviane e, em tom baixo, informou:— Senhorita, temos companhia!Viviane, com uma expressão
As pessoas que estavam jogando pedras não esperavam que Viviane se colocasse diretamente na frente da ambulância. Por um momento, ficaram sem saber se deveriam continuar e, um por um, voltaram seus olhares na direção de Gustavo.Quando Igor e os outros perceberam que os ataques tinham parado, finalmente conseguiram relaxar.— Será que é realmente o Gustavo?— É o Gustavo! — Viviane falou com convicção, encarando a direção de onde vinham as pedras. Em seguida, se virou para Igor. — Igor, me empreste seu celular!Igor hesitou por um instante, mas logo pegou o telefone e o entregou a Viviane.Ela, então, tirou seu próprio celular, encontrou o número que tinha bloqueado e ligou para ele usando o telefone de Igor.Como Gustavo estava em um ponto elevado, ele viu claramente tudo o que Viviane fazia.Ao ouvir o telefone tocar e ver o número desconhecido na tela, Gustavo entendeu de imediato o que estava acontecendo.Mesmo naquele momento, Viviane ainda se recusava a tirá-lo da lista de bloque
Além do mais, aquelas pessoas ainda nutriam uma esperança ilusória: e se a arma nas mãos de Viviane fosse apenas um modelo, usada apenas para intimidá-los? Mesmo que fosse uma arma de verdade, talvez tivesse poucas balas. E com tantas pessoas ali, quem garantiria que as balas os atingiriam?Com esse pensamento, a coragem deles aumentou ainda mais, e, um por um, começaram a lançar as pedras que seguravam, freneticamente, em direção à ambulância. Os mais ousados até avançaram diretamente em direção ao veículo.Afinal, os cinco por cento das ações do Grupo Barros eram uma tentação irresistível.Viviane percebeu que aquelas pessoas não só não recuaram, como estavam ainda mais atrevidas, avançando em sua direção. Sem mais hesitação, ela levantou a arma e começou a atirar.Ela nunca tinha usado uma arma antes, mas talvez pela imensa determinação de proteger Ricardo, o primeiro disparo acertou um dos agressores.Assim que aquele homem caiu, o grupo de atacantes hesitou por um instante, mas fo
As pessoas da guarda-sombra exibiam expressões de medo uma a uma. Mesmo em meio a balas cruzadas, nunca haviam demonstrado tal pavor. Por outro lado, o homem que havia conseguido quebrar o vidro da ambulância com uma pedra estava extasiado, pulando de alegria.— Hahaha, hahahaha! Eu consegui! Vou receber cinco por cento das ações do Grupo Barros!Em meio ao caos que se instalava, a porta trancada da ambulância subitamente se abriu. Ao ver a porta se abrir, Viviane, que vinha contendo suas emoções, não conseguiu mais se segurar e correu para o veículo. Helena rapidamente a seguiu, temendo que Viviane desabasse a qualquer momento.Júlio saiu de dentro da ambulãncia e, após lançar um olhar para Viviane, direcionou seus olhos cheios de fúria para Gustavo, que estava não muito longe dali. O brilho em seus olhos parecia querer despedaçar Gustavo.Aquele olhar fez Gustavo sentir medo por apenas um segundo, antes de ele perceber que algo sério havia acontecido com Ricardo. Caso contrário, a
— Ele perdeu muito sangue, não podemos mais esperar, precisamos levá-lo ao hospital imediatamente para uma transfusão de sangue.Igor, surpreso e aliviado ao mesmo tempo, correu direto para pegar o carro.Helena, ao saber que a cirurgia de Ricardo havia sido um sucesso, soltou um suspiro de alívio:— Que susto que passamos!— Não teve jeito, em tempos extraordinários, só soluções extraordinárias funcionam. Se o Gustavo não tivesse saído, também não teríamos conseguido sair, e isso teria sido muito prejudicial para o Ricardo!— E a Vivi?— Ela está bem, só ficou abalada. Quando chegarmos ao hospital, provavelmente já terá acordado, e aí daremos a boa notícia a ela, você vai ver, ela ficará ótima.Helena assentiu com firmeza, e seu olhar sobre Júlio se tornou cada vez mais intenso.No entanto, Júlio não percebeu e se concentrou em organizar para que levassem Viviane também montanha abaixo.Chegando ao hospital, Ricardo já havia sido levado para a sala de emergência.Gustavo finalmente pe
Helena ajudou Júlio a subir no carro e, quando estava prestes a se afastar, teve o pulso agarrado. Sem outra escolha, ela abaixou o corpo suavemente e disse: — Calma, solta a minha mão. Eu vou te levar de volta. — Não. — Júlio, com os olhos fechados, não sabia se estava apenas descansando ou já adormecido, murmurou como em um sonho. — Você é uma grande mentirosa. Não posso te soltar! O coração de Helena nunca havia se sentido tão suave como naquele momento. Ela sempre achou que para um homem ser bonito, ele precisava usar gravata e se vestir de forma elegante. No entanto, olhando para Júlio agora, com manchas de sangue que ele ainda não teve tempo de limpar no rosto e suas roupas impregnadas pelo cheiro da busca por Ricardo na montanha, além da cirurgia... Ele estava exausto. Ainda assim, naquela fração de segundo, Júlio parecia mais bonito do que nunca. E não apenas bonito, mas com um brilho próprio. — Você gosta tanto assim de mim? Ela deu um leve beijo nos lábios
Rosa sorriu ainda mais radiante. Viviane, cada vez mais confusa, perguntou: — Como... Como você conseguiu fazer isso? Rosa contou tudo a Viviane, explicando os detalhes um a um. Ao terminar, Viviane ficou atônita: — Então você é realmente a filha perdida da família Machado? — Sim. — Rosa soltou um sorriso amargo. — Vivi, você não acha isso tudo muito irônico? Viviane segurou a mão de Rosa. De alguma forma, ela entendia perfeitamente o que Rosa estava sentindo naquele momento. Aquela sensação de ter uma vida, por pior que fosse, que ainda era sua, e de repente tudo ser desfeito por conta de uma nova identidade. Era uma sensação profundamente desconfortável. — Rosa, na verdade, eu também suspeitava. Foi por isso que pedi ao chefe do departamento de relações-públicas para investigar. Naquele momento, eu não tinha certeza, por isso não te contei. Quem poderia imaginar que passaríamos por tantas coisas depois disso? Rosa respondeu: — Vivi, eu sei que você tinha medo de