Segunda-feira, acordo cedo, como pão de queijo que minha mãe havia acabado de tirar do forno e tomo café com leite. Depois de comer desejo bom dia a eles e entro no meu carro indo em direção a editora.
Em alguns minutos chego, pois o trânsito hoje está bom, graças a Deus. Entro e ao chegar na recepção, digo que estou esperando a senhorita Sue. A recepcionista pede para que aguarde um momento enquanto liga para a ela para avisar minha chegada.
Bebo um café que me servem enquanto aguardo, até que ouço o barulho de saltos altos e finos vindo em minha direção. Olho em direção ao som e vejo a linda mulher a minha frente.
Sue está mais linda do que a última vez que a vi.
Observo como os cachos lindos na ponta do seu lindo cabelo ruivo emolduram seu rosto e destaca seus olhos verdes intensos que brilham para mim, além da boca grossa e sexy que completa a pintura perfeita que é seu lindo rosto. Seu físico é impecável e sua pele pálida parece ser macia a meu ver. Seu vestido é marcante, mas nada imoral.
Confesso que uma bela visão está parada à minha frente. Pisco os olhos algumas vezes e ela me encara séria.
— Bom dia, senhor Carl, me acompanhe por gentileza.
Essa voz me deixa louco!
Não sei se é minha mente que está louca ou se isso é real. Nunca fui um garanhão de pegar todas as garotas, mas estou parecendo um tarado olhando para ela assim.
A acompanho e digo:
— Bom dia, senhorita Sue.
Ela abre uma porta e diz:
— Entre.
Obedeço e encaro a linda sala na minha frente. Ela é muito espaçosa, bonita e cheirosa também. Olho ao redor e ela diz:
— Bom, esta é sua sala, senhor Done. Assim como este notebook e você pode o levar para casa, pois também trabalhará em home office. Vou te m****r um e-mail com todas as regras que deverá seguir, assim como o primeiro arquivo que irá revisar. Criamos um e-mail para o senhor, assim qualquer dúvida é só me enviar uma mensagem. Uma sugestão, será ótimo colocar seu e-mail de trabalho em seu celular, facilitará e muito. É isso… Tenha um bom dia! — Sorri de lado e sai da sala me deixando só.
Que mulher é essa?
Sua voz me deixou completamente fascinado e não posso sentir desejo ou coisa parecida por ela.
Nem pensar!
Ela é praticamente minha chefe e vou ser profissional...
É isso que irei fazer.
Graças a minha família, aprendi a controlar alguns poderes que descobri possuir, quer dizer, não sei se posso chamar isso de poderes. Como pertenço a outra família e a outro mundo supostamente, tenho certas habilidades que aprendi a controlar com o tempo graças a minha família da Terra.
Já proporcionei diversas destruições por não ter conhecimento da minha força. Quebrei o telhado da escola, fiz o banheiro pegar fogo, entre outras coisas, mas, graças a Deus, ninguém se machucou e só destruí bens materiais.
Na infância e adolescência me chamavam de esquisito, paranormal por não fazer amigos e ser calado demais. Era assim porque tinha medo de me descontrolar e atacar alguém, mas hoje em dia controlo bem as habilidades que descobri ter. Por essa razão tenho medo de me envolver com uma mulher, deixar meu coração me dominar e me apaixonar por ela. Sei que me sentiria péssimo se por acaso me descontrolasse e viesse a machucar alguma delas.
Deixando as lembranças de lado, meu notebook emite um barulho que até lembra meu toque de recebimento de mensagens no celular. Sigo até minha mesa, me sento na cadeira e abro o e-mail recebido.
“Senhor Carl, aqui segue as instruções e regras da editora, qualquer dúvida estou aqui para tirá-las.”
Leio as regras atentamente e concordo com tudo que está escrito.
Alguns segundos depois chega o arquivo para revisão, respiro fundo e começo a fazer meu trabalho.
***
Após acabar meu dia de trabalho, desligo o notebook e o coloco na bolsa. Tenho um prazo de 25 dias para terminar de revisar o livro da autora, por isso preciso agilizar a leitura.
Foi uma segunda-feira intensa, cansativa, mas valeu a pena, afinal este é o trabalho que sempre desejei.
Ao sair da sala vejo Sue de mãos dadas com um loiro, alto, magro e de olhos verdes. Ele me fita e a mulher vira para mim perguntando com sua voz angelical e atraente.
— Carl, teve um bom trabalho?
Assinto para ela e olho para o cara ao seu lado, querendo saber quem ele é. Sem dúvida ele é seu namorado, pois uma mulher linda assim não ficaria solteira.
— Esse é Merlin, meu…
O homem a corta e diz estendendo a mão para mim:
— Sou Merlin, o namorado. Prazer.
Pego sua mão e tenho um pressentimento ruim em relação a ele.
— Prazer, Merlin... Bom, vou indo, até amanhã, Sue — digo soltando sua mão.
Sorrio para ela e começo a caminhar em direção a saída da editora. Entro no meu carro e sigo em direção à minha casa.
O resto da segunda-feira transcorreu normalmente. Aproveitei que cheguei em casa cedo e adiantei a revisão pedida, tanto que consegui chegar na metade do livro.
Uso minhas habilidades somente em casa, pois não gosto de chamar a atenção. Sou rápido em todo sentido, meus dedos se movimentam muito rapidamente, corrigindo os erros do livro. Agora poderia ficar uma semana sem trabalhar e na outra semana terminar o livro da autora para não dar na cara que já consegui adiantar e muito meu trabalho.
Preparo ovos mexidos antes de dormir, não sinto tanta fome, então ovos mexidos com bacon é um jantar perfeito. Preparo um suco de laranja com acerola e sigo para a sala para ver TV enquanto como.
Após lavar a louça, sigo para o banheiro para tomar um banho e tentar dormir um pouco. Espero que não sonhe nada desta vez, pois esses sonhos me deixam ansioso.
Uma semana depois...Havia tido sonhos estranhos nessa última semana que se passou, na verdade, todo dia tive o mesmo sonho, mas com imagens diferentes. Inclusive uma voz dizia no sonho." Carl, o tempo está chegando, esteja preparado…Não se esqueça, não confie em ninguém, meu filho, quer dizer, somente em seus pais adotivos.Logo estaremos aí com você, na hora certa..."Imagens de destruição surgiam no meu sonho, era uma cena horrível, pessoas gritando e a cidade toda destruída. Literalmente meus pais estão me mostrando algo que irá acontecer, e de algum modo, devo impedir.Mas como??***Quando chego no trabalho na quinta-feira verifico meu e-mail e em uma das mensagens, vejo que Sue está precisando do arquivo do livro da autora para sexta da semana que vem. Respondo imediatamente avisando que a revisão estará pronta no dia combinado, afinal, fal
Sexta-feira chega e como de costume estou na chácara dos meus pais.Estamos tomando café quando começa a passar o noticiário. Não contei para eles que salvei as pessoas do prédio, certamente, se eles soubessem iriam ficar chocados e preocupados comigo, mas foi minha escolha.Aquelas pessoas mereciam ser salvas e se tiver que pagar um preço por isso que seja. Eu as salvei e isso nunca esquecerei.Assim que acaba o noticiário a primeira a falar é minha mãe, como sempre.— Querido, por que fez isso? Carl, e se eles descobrirem? Você pode ir preso... Vão pensar que não é normal, por caso das suas habilidades... Não posso te perder, meu garoto. — Chora e eu a conforto.— Mãe, está tudo bem, confie em mim... Tudo vai dar certo, afinal, você sabe que sou resistente... Só uma coisa pode me matar e ninguém sabe o que é, então, não se preocupe... — A abraço e ela retribui com um abraço gostoso e apertad
Dias depois…Sue está mais interativa comigo, e isso é bom...Seu namorado sumiu da editora e não perguntei sobre ele, acho que se estamos construindo uma amizade, não é legal ficar perguntando sobre seu namorado.O importante é que estamos nos conhecendo e isso é muito bom.Sue quis saber o que fiz depois da escola, falei sobre os cursos e as graduações que fiz. Ela me falou que se formou em direito, administração e fez letras também.Descobri que ela é mais velha que eu três anos e confesso que acho mulher mais velha atraente. Já tenho mais um ponto, mas não posso pensar sobre isso.Caraca, cada vez que digo não, mais vontade de conhecê-la tenho, espero que possamos pelo menos ser amigos....Só isso!Assim que termino meu trabalho, ela me chama para ir a sua sala.Arrumo meu terno, meu cabelo qu
Assim que chego na casa dos meus pais, sigo para o banheiro para tomar um banho.Nos últimos dias tenho preferido vir para cá e até dormir aqui, do que ficar na minha casa sozinho.Assim que me seco, visto um short e uma blusa, arrumo meu cabelo apenas com as mãos, pois tenho preguiça em penteá-los. Passo perfume, calço meu chinelo e sigo até a sala.Minha mãe está preparando o jantar e meu pai está lendo seu jornal, como sempre.Cumprimento meu velho que diz:— E aí, como foi seu dia filho??Sorrio para ele enquanto pego pão na mesa e passo manteiga. Pego uma xícara de café e me sirvo.— Foi bom, pai, e seu dia? Vendeu muitas casas, terrenos?Ele sorri satisfeito e diz deixando seu jornal de lado.— Foi sim, alguns clientes vão assinar o contrato amanhã. Mas mudando de assunto estou b
Depois da noite maravilhosa que tive com Sue, fico pensando no que ela me contou.Ela ouviu uma conversa entre seu ex, Merlin, e outra pessoa. Os dois estavam falando sobre algo que ela não entendeu direito, mas ele estava furioso. Sue me disse que seu ex tem agido estranho com ela, sempre estando nervoso e descontando sua raiva nela. Depois disso ela ficou assustada e decidiu romper com ele. Informou ainda a ele que se a seguisse, ela iria na delegacia e pediria para emitirem um mandado contra ele.Sue está certa em agir assim, tem algo estranho acontecendo com este cara, desde o dia em que o vi senti algo, não sei o que é, mas sei que esse tal de Merlin, não é boa pessoa e vou descobrir o que ele esconde.***Chego em casa, estaciono o carro e tranco o portão principal. Passo pelo jardim que está sendo bem cuidado graças ao jardineiro que contratei. Entro na sala e me sento um pouco, assim que pego meu celul
Foi muito bom passar o fim de semana com meus pais, inclusive me acalmei um pouco. Ainda não sei o que está acontecendo, mas vou descobrir. Meu pai me ensinou alguns truques de luta e me concentrei ao máximo para lidar com meus poderes, pois preciso aprender a dominá-los bem. Cheguei a queimar algumas madeiras do meu pai no processo, ainda bem que ninguém se machucou e sei que se me esforçar logo chego lá.Hoje é segunda-feira, dia de trabalho, tenho uma nova revisão para fazer e Sue quer conversar comigo. Trocamos mensagens no fim de semana inteiro e ela quer conversar comigo pessoalmente. Também quero muito conversar com ela, só não sei se será uma boa mencionar que sonhei com o ex dela. Sue pode me interpretar mal e não quero estragar a amizade que estamos construindo.Sei que algo ruim está por vir e Merlin está no meio disso, com certeza.A caminho da editora, fico olhando para o céu que hoje está bem ensolarado.&nb
Pego meu carro correndo, tenho que ir o mais rápido possível até o endereço que Merlin passou.Por que ele fez isso?O que este cara tem para fazer algo assim?Entro no carro, dou partida, enquanto dirijo tento controlar meu nervosismo e fico pensando em como ela deve estar apavorada.Meu Deus, o que Merlin quer com Sue?O que ele esconde?Dirijo com rapidez, para chegar o mais rápido possível até o endereço indicado.Minutos passam até que chego no endereço. Estaciono o carro e aciono o alarme após sair dele.Guardo as chaves no bolso da calça e bato no portão. Fico esperando abrirem para mim ansioso, logo escuto o portão sendo aberto e alguém me puxando para dentro da casa. Esse alguém fecha a porta com rapidez e se dirige a mim.— Se fizer alguma gracinha, meus amigos ali não terão piedad
Me concentro ao máximo em meus poderes e ouço Merlin dizer:— Segure a Sue, não a deixem escapar.Os capangas dele seguram Sue levando-a para longe de onde estamos enquanto Merlin se aproxima.— E agora será seu fim, Carl. Você merece morrer. Merece pagar por tudo que passei. Eu deveria ter sido o príncipe e herdar tudo, não você — diz cuspindo as palavras nervoso.Mantenho a calma e tento entrar no jogo, preciso me lembrar do dia que fui enviado para a Terra.— Como assim, por que você seria o príncipe? Isso não se encaixa.— Cala a boca, Carl! Você não se lembra de nada, é um fraco e nem sabe lutar... Você já era!Merlin vem para cima de mim e me defendo com meu braço, mas ele continua a me socar. Ele parece estar com raiva e sinto que ele é bem forte.Meu corpo começa a querer cair, mas me esforço e avanço contra ele. Empurro me