Capítulo 2

Segunda-feira, acordo cedo, como pão de queijo que minha mãe havia acabado de tirar do forno e tomo café com leite. Depois de comer desejo bom dia a eles e entro no meu carro indo em direção a editora.

Em alguns minutos chego, pois o trânsito hoje está bom, graças a Deus. Entro e ao chegar na recepção, digo que estou esperando a senhorita Sue. A recepcionista pede para que aguarde um momento enquanto liga para a ela para avisar minha chegada.

Bebo um café que me servem enquanto aguardo, até que ouço o barulho de saltos altos e finos vindo em minha direção. Olho em direção ao som e vejo a linda mulher a minha frente. 

Sue está mais linda do que a última vez que a vi.

Observo como os cachos lindos na ponta do seu lindo cabelo ruivo emolduram seu rosto e destaca seus olhos verdes intensos que brilham para mim, além da boca grossa e sexy que completa a pintura perfeita que é seu lindo rosto. Seu físico é impecável e sua pele pálida parece ser macia a meu ver. Seu vestido é marcante, mas nada imoral. 

Confesso que uma bela visão está parada à minha frente. Pisco os olhos algumas vezes e ela me encara séria. 

— Bom dia, senhor Carl, me acompanhe por gentileza.

Essa voz me deixa louco! 

Não sei se é minha mente que está louca ou se isso é real. Nunca fui um garanhão de pegar todas as garotas, mas estou parecendo um tarado olhando para ela assim. 

A acompanho e digo:

— Bom dia, senhorita Sue. 

Ela abre uma porta e diz:

— Entre.

Obedeço e encaro a linda sala na minha frente. Ela é muito espaçosa, bonita e cheirosa também. Olho ao redor e ela diz:

— Bom, esta é sua sala, senhor Done. Assim como este notebook e você pode o levar para casa, pois também trabalhará em home office. Vou te m****r um e-mail com todas as regras que deverá seguir, assim como o primeiro arquivo que irá revisar. Criamos um e-mail para o senhor, assim qualquer dúvida é só me enviar uma mensagem. Uma sugestão, será ótimo colocar seu e-mail de trabalho em seu celular, facilitará e muito. É isso… Tenha um bom dia! — Sorri de lado e sai da sala me deixando só.

Que mulher é essa? 

Sua voz me deixou completamente fascinado e não posso sentir desejo ou coisa parecida por ela. 

Nem pensar! 

Ela é praticamente minha chefe e vou ser profissional... 

É isso que irei fazer. 

Graças a minha família, aprendi a controlar alguns poderes que descobri possuir, quer dizer, não sei se posso chamar isso de poderes. Como pertenço a outra família e a outro mundo supostamente, tenho certas habilidades que aprendi a controlar com o tempo graças a minha família da Terra. 

Já proporcionei diversas destruições por não ter conhecimento da minha força. Quebrei o telhado da escola, fiz o banheiro pegar fogo, entre outras coisas, mas, graças a Deus, ninguém se machucou e só destruí bens materiais.

Na infância e adolescência me chamavam de esquisito, paranormal por não fazer amigos e ser calado demais. Era assim porque tinha medo de me descontrolar e atacar alguém, mas hoje em dia controlo bem as habilidades que descobri ter. Por essa razão tenho medo de me envolver com uma mulher, deixar meu coração me dominar e me apaixonar por ela. Sei que me sentiria péssimo se por acaso me descontrolasse e viesse a machucar alguma delas. 

Deixando as lembranças de lado, meu notebook emite um barulho que até lembra meu toque de recebimento de mensagens no celular. Sigo até minha mesa, me sento na cadeira e abro o e-mail recebido.

“Senhor Carl, aqui segue as instruções e regras da editora, qualquer dúvida estou aqui para tirá-las.”

Leio as regras atentamente e concordo com tudo que está escrito. 

Alguns segundos depois chega o arquivo para revisão, respiro fundo e começo a fazer meu trabalho. 

***

Após acabar meu dia de trabalho, desligo o notebook e o coloco na bolsa. Tenho um prazo de 25 dias para terminar de revisar o livro da autora, por isso preciso agilizar a leitura.

Foi uma segunda-feira intensa, cansativa, mas valeu a pena, afinal este é o trabalho que sempre desejei. 

Ao sair da sala vejo Sue de mãos dadas com um loiro, alto, magro e de olhos verdes. Ele me fita e a mulher vira para mim perguntando com sua voz angelical e atraente.

— Carl, teve um bom trabalho?

Assinto para ela e olho para o cara ao seu lado, querendo saber quem ele é. Sem dúvida ele é seu namorado, pois uma mulher linda assim não ficaria solteira.

— Esse é Merlin, meu…

O homem a corta e diz estendendo a mão para mim:

— Sou Merlin, o namorado. Prazer.

Pego sua mão e tenho um pressentimento ruim em relação a ele. 

— Prazer, Merlin... Bom, vou indo, até amanhã, Sue — digo soltando sua mão. 

Sorrio para ela e começo a caminhar em direção a saída da editora. Entro no meu carro e sigo em direção à minha casa.

O resto da segunda-feira transcorreu normalmente. Aproveitei que cheguei em casa cedo e adiantei a revisão pedida, tanto que consegui chegar na metade do livro. 

Uso minhas habilidades somente em casa, pois não gosto de chamar a atenção. Sou rápido em todo sentido, meus dedos se movimentam muito rapidamente, corrigindo os erros do livro. Agora poderia ficar uma semana sem trabalhar e na outra semana terminar o livro da autora para não dar na cara que já consegui adiantar e muito meu trabalho.

Preparo ovos mexidos antes de dormir, não sinto tanta fome, então ovos mexidos com bacon é um jantar perfeito. Preparo um suco de laranja com acerola e sigo para a sala para ver TV enquanto como. 

Após lavar a louça, sigo para o banheiro para tomar um banho e tentar dormir um pouco. Espero que não sonhe nada desta vez, pois esses sonhos me deixam ansioso.

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