Gaspar queria gritar com ela e dizer que não precisava de nada que vinha dela. Principalmente dela! Mas o que ele ia fazer? Pedir a uma estranha que o ajudasse? Até pensou nisso, mas...— Vem, querida. Eu te ajudo. — Estendeu a mão na direção de Gabriela.A menina olhou o pai e depois a mão de Alice, esperando que ela segurasse. E lentamente, segurou a mão de Alice e soltou a de Gaspar.— A gente já volta, querido.— Para de me chamar assim — disse com o rosto sério e Alice sorriu. Ela deu as costas e ele entrou no banheiro com Gabriela.Gaspar suspirou bem alto e se perguntou se aquilo era uma boa ideia. Ele encostou na parede ao lado da porta do banheiro feminino e esperou.Lá dentro, Alice abriu uma das portas que separava os vasos sanitários e disse para Gabriela usar logo.— Você não vai cobrir para mim?— Cobrir o que, garota?— A tampa para eu poder me sentar.— Que nojo! Para que eu faria isso?— Minha mãe diz que banheiro que todo mundo usa é sujo e não posso me sentar nele s
Após o problema no banheiro, Gaspar fez de tudo para Gabriela esquecer. Os dois brincaram no parquinho, jogaram boliche, que Gabriela viu e pediu, pois nunca tinha jogado e quando ela mostrou cansaço, Gaspar a convidou para ir embora.— Mas eu queria ficar com você.— Mas hoje é só o primeiro dia de passeio, lembra?— É mesmo. Esqueci.Os dois seguiram para o carro e em pouco tempo saíram do clube. Gaspar foi devagar. Pensava em como contar a Emily o que aconteceu. Ela com certeza ficaria furiosa, assim como ele estava.Quando chegou, Gabriela estava dormindo no banco de trás. Gaspar respirou fundo e saiu do carro. Ele pegou Gabriela e seguiu até a casa de Emily. Ela abriu a porta e riu levemente ao ver Gabriela apagada nos braços de Gaspar.— Já vi que o dia foi intenso — Emily falou ao ver a cena. — Entra.Gaspar entrou e os dois foram para o quarto de Gabriela, Gaspar a colocou na cama e ficaram um tempinho a olhando dormir.— Aconteceu algo? — Emily perguntou. Gaspar olhou para el
Uns dias se passaram desde que Alice trancou Gabriela. Emily ainda não tinha conseguido se encontrar com Alice para falar umas verdades a ela, mas ia fazer, principalmente porque agora, Gabriela não queria que ela fechasse nenhuma porta. Queria a do quarto aberta sempre e quando ia ao banheiro, pedia para ficar tudo aberto. Emily estava possessa com Alice e não ia deixar isso passar.Gaspar continuava levando Gabriela para passear como prometeu, mas não a levou mais para a casa dele e nem Gabriela perguntava, pois ela também não queria ver Alice. Estavam seguindo a vida apesar das dificuldades.— Está tudo bem? Estou te achando nervosa nos últimos dias... — Alexander perguntou. Ele e Emily estava trabalhando juntos, trocando ideias para o próximo lançamento.— Estou mesmo nervosa. Preciso encontrar a mulher do Gaspar e não sei como.— Por que quer encontrar ela?Emily olhou para ele. Estava conversando e olhando as anotações em cima da mesa. Quando ele perguntou, ela se lembrou que el
— Não precisa me ameaçar. Eu já me arrependi do que fiz.— E acha isso suficiente? Minha filha não suporta mais ver portas fechadas. Tudo tem que ser feito com portas abertas.Alice ficou quieta olhando o rosto de Emily. Não imaginou o tamanho do trauma que tinha causado na menina.— Eu sinto muito de verdade. Nunca mais vou chegar perto dela.— Espero mesmo porque só não vou arrebentar a sua cara, por respeito a sua gravidez.Alice desviou o olhar para Alexander e ele apenas a observava em silêncio. Se sentia verdadeiramente mal pelo que fez com Gabriela.— Ela me prometeu que nunca mais vai fazer nada com a Gabriela — Alexander falou. — Não é mesmo?— Sim. Eu realmente me arrependi daquilo. Nem sei porque fiz...— Você está com raiva do Gaspar e quis chatear ele, mas vou te dar uma dica: quando for assim, faça algo com ele! — Emily disse nervosa.— Sei que não adianta te pedir desculpas por isso.— Não. Só não chegue perto dela outra vez e fica tudo certo.— Não vou chegar.— Que ót
— Está se sentindo bem? — Alexander se aproximou quando Alice ficou pálida.— Não...— Quer que eu chame alguém?— Não precisa! Só estou em choque.— Acha que o bebê é do seu marido?Alice o olhou espantada com a pergunta.— Estou perguntando porque se vocês decidiram o tal casamento aberto, ele com certeza esteve com outra mulher...— Com certeza é dele — Alice falou, ainda estava processando as informações. Era difícil aceitar que Gaspar estava, de fato, envolvido em outra situação complicada, principalmente agora que Emily estava grávida dele novamente. A ideia do casamento aberto, que parecia tão distante e inofensiva, agora mostrava suas garras.— Não sei como lidar com isso, Alexander. Eu nem sequer sabia que ele estava envolvido com Emily novamente. Achei que ela não tinha aceitado isso de ficar com ele mesmo casado comigo. E agora ela está grávida... de novo.Alexander observou a expressão de Alice, tentando encontrar as palavras certas. Talvez o momento fosse agora...— Posso
Emily não sabia o que dizer depois de tudo o que ouviu. Achava que Alice era louca, mas ouvindo a história deles, percebeu que o louco era o pai dela.— Eu quero levar a Alice daqui, mas não antes de vocês conseguirem acertar a vida de vocês — disse Alexander.— Certo... e por que estão me contando isso? Não deviam contar ao Gaspar?— Nós vamos, mas quero pedir sua ajuda — Alexander respondeu.— Minha? Com o quê?— Convencê-lo a esperar a gente ir embora antes de falar com o Marcelo. Assim teremos tempo.— Não sei se ele me ouviria.— Claro que vai ouvir. Ele te ama — Alice respondeu. — E o que ele mais quer é ficar com você e sua filha. Aposto que vai amar saber que você está esperando outro filho dele.Emily colocou a mão na barriga involuntariamente. Aquela notícia ainda era nova para ela, imagina para o Gaspar?— Talvez isso deva ser dito depois do que você tem a dizer — disse Emily.— Certo. E vai nos ajudar? — Alexander falou.— Como? Se eu pedir para ele não falar, ele vai desc
Enquanto isso, lá fora, Alexander e Alice estavam discutindo os detalhes do plano para deixar o país e se livrar de qualquer influência de Marcelo. Alice ainda estava se recuperando do choque de ter revelado a mentira sobre a gravidez, mas estava aliviada por finalmente ter colocado a verdade na mesa.— Alexander, eu realmente espero que o Gaspar entenda. Não quero que ele aja impulsivamente e fale com meu pai antes de fugirmos.— Ele vai entender, Alice. E não vai falar com seu pai. Eles têm uma chance de recomeçar, todos nós temos. Vamos nos concentrar em construir um futuro melhor, longe das garras do seu pai.Enquanto o sol começava a se pôr, eles perceberam que o primeiro passo para a liberdade estava sendo dado naquele momento. O caminho à frente seria desafiador, mas eles estavam determinados a enfrentar o desconhecido juntos.Até se decidirem sobre como agir, Alice teria que continuar na casa de Gaspar, para seu pai não desconfiar de nada e Gaspar tinha que segurar a ansiedade
Gabriela bocejou algumas vezes e disse que não teria jeito, precisava dormir e fez os dois rirem.— Me coloca para dormir, papai?— Claro que sim.Gabriela esticou os braços, para que ele a pegasse no colo. Gaspar sorriu e a pegou. Depois seguiu para o quarto dela. Emily os seguiu, ao chegar lá, ajudou Gabriela a colocar seu pijama e então fez sinal para Gaspar a colocar na cama e assim ele o fez. Emily ficou observando os dois, Gaspar beijou a testa de Gabriela e a cobriu com o cobertor. Apesar do sono, Emily notou o quão feliz Gabriela estava com aquele momento entre pai e filha e sorriu, emocionada.A pequena dormiu rápido e os dois saíram do quarto, para não acordá-la. Emily esperava ele contar logo a novidade. Claro que ela sabia que tinha a ver com o pai de Alice. Ele esteve esse tempo todo agindo para se livrar daquele homem horrível e com certeza essa felicidade era porque deu certo.— Vai me contar o motivo de tanta felicidade? — Emily falou quando se sentaram no sofá. Gaspar