Ângelo manteve uma expressão impassível, elevando levemente as sobrancelhas ao observar Severino, que se comportava com extrema cautela:- Claro que irei.Emanuel, ele e Severino eram amigos íntimos, mais unidos do que irmãos de sangue.Agora que Emanuel estava noivo, como Ângelo, sendo um amigo tão próximo, poderia faltar?Contudo, Severino parecia crer que Ângelo estava apenas fazendo força, falando com imensa compaixão:- Não tem problema, Ângelo. Emanuel fez questão de me pedir para te informar que, se você não desejar ir, não há necessidade. Ele compreende seus sentimentos. Afinal, sua relação tanto com ele quanto com Alice é um tanto complicada...- Não há nada de complicado. - Ângelo respondeu serenamente. - Somos todos amigos. Eles estão noivos, e eu com certeza estarei lá.- Isso... Tudo bem, então! - Severino exalou profundamente, seu semblante irradiava ainda mais empatia.A seu ver, Ângelo estava claramente tentando se mostrar desapegado.Alice era o primeiro amor de Ângelo
Ângelo agarrou seu celular, digitando automaticamente o número de Íris, apenas para se lembrar repentinamente que tinha sido bloqueado por ela, o que o deixou ainda mais enfurecido:- Rachel!Chamou sua secretária num tom de ira.A secretária adentrou o escritório com extremo cuidado:- Presidente Ângelo, o que deseja?- Me empresta seu celular.- Meu celular? - Apesar da clara confusão de Rachel, ela ainda assim entregou respeitosamente seu celular a Ângelo.Sem mais delongas, Ângelo discou novamente o número de Íris.O telefone tocou por menos de três segundos antes de ser atendido.- Quem fala? - A voz indolente de Íris do outro lado da linha, impregnada de um certo deleite.Sem surpresas, ela estava satisfeita após ter arrancado alguns milhões dele!- Parece que você está de bom humor! - Ângelo disse, sarcástico, com uma expressão gelada.Íris reconheceu imediatamente a voz de Ângelo, respondendo com serenidade:- Não está mau!- Você é hábil nos negócios, não? Transformando isso e
Mas, após uma longa espera, a caixa de diálogo permaneceu sem exibir novas mensagens.Íris estava completamente intrigada e decidiu enviar outra mensagem: “Uma pessoa nova?”Desta vez, nem sequer o aviso “digitando...” apareceu, deixando o seu chat em completo silêncio.“Sem resposta?!”Inicialmente, Íris não demonstrou interesse, mas agora, o seu espírito de desafio estava intensamente despertado.“Parecia que essa pessoa possuía uma personalidade marcante, talvez um irmão mais novo, atraente e reservado, habituado à adoração feminina, daí a sua aparente arrogância.”Íris se sentiu frustrada internamente, acumulando várias questões com as quais precisava desabafar. Assim, decidiu fazer do seu interlocutor um ouvinte.Afinal, a principal função de um ouvinte é “não falar”, apenas “escutar”.Na penumbra noturna, iluminada apenas pela fraca luz do celular, Íris digitava freneticamente um texto extenso.“Irmãozinho, há alguém que você detesta?”“Você é tão jovem, provavelmente não tem,
No hospital, na ala de ginecologia e obstetrícia.Gisele se encontrava deitada na cama do hospital, visivelmente ansiosa.As evidências contra ela por roubo eram incontestáveis, tanto testemunhais quanto materiais, e ela estava oficialmente sob custódia, aguardando julgamento, com policiais vigiando a porta.Em outras palavras, caso Íris não retirasse a acusação, Gisele enfrentaria, após ser julgada, uma pena mínima de três anos de prisão.Embora não seja necessário que ir para a prisão durante a gravidez e o período de amamentação, o que aconteceria após esse período era incerto.O mais grave era que, uma vez condenada, sua vida estaria, de fato, arruinada!Se tivesse conhecimento da dificuldade em lidar com Íris, teria se mantido discreta e jamais a teria provocado!Gisele tentou várias vezes contactar Ângelo, mas ele não atendeu a nenhuma das chamadas, claramente desinteressado em se envolver, tornando ainda mais incerto se iria ou não ajudá-la.Ela realmente pretendia apenas realiz
Depois de o médico ter saído, Gisele tocou a sua barriga, furiosa e desiludida:- Realmente é uma decepção. Deus te deu a oportunidade de nascer na família Dellamonica, e você tem um problema genético. - Gisele fez uma pausa antes de continuar. - De qualquer forma, vai parar de se desenvolver por conta própria, então não posso ser culpada por ser uma mãe cruel!A mensagem do médico era clara: “O seu filho, quer por aborto espontâneo ou induzido, simplesmente não sobreviveria até o nascimento.”Assim, ela definitivamente preferiria que o seu filho fosse perdido “passivamente”, de forma que a culpa não fosse sua.Quanto a como isso aconteceria de forma passiva...O olhar de Gisele se tornou venenoso. Íris, essa maldita, não a odeia mortalmente? Então, um “controle emocional perdido” que resultasse na perda do seu filho também era muito provável.Quando isso acontecesse, Ângelo certamente não perdoaria a pessoa responsável pela morte do filho do seu irmão, e Íris acabaria numa situação
Maia vem de uma família de médicos, sendo muito hábil em preservar gestações. Por isso, para ela, induzir um aborto seria uma tarefa relativamente fácil. No entanto, jamais havia perpetrado um ato tão drástico, em respeito aos princípios humanitários. Contudo, se tal ação pudesse auxiliar a Srta. Íris a reconquistar Ângelo, ela não se importaria em assumir o papel de vilã, mesmo correndo o risco de enfrentar consequências!- Srta. Gisele, reflita com cautela. Caso verdadeiramente não deseje esta criança, posso receitar um medicamento para que o aborto ocorra de maneira indolor. E isso não comprometerá sua futura capacidade reprodutiva. - Maia reiterava a Gisele.Ela somente agiria com o consentimento voluntário de Gisele em desistir da disputa e proceder com o aborto. Jamais coagiria alguém a tal ato, pois acreditava que unicamente a mãe possuia o direito de decidir sobre o destino de seu filho, cabendo aos demais apenas oferecer suporte.Gisele afirmou com seriedade:- Aspiro que
Maia se virou e percebeu que Ângelo estava à porta do quarto do hospital, observando ela com um olhar gélido:- Sr. Ângelo, eu...Ela tentou se explicar, mas as pílulas de aborto que segurava ainda estavam emitindo vapor, e ela não encontrou palavras para se justificar naquele momento.Gisele se escondia atrás de Ângelo, com uma expressão de mulher fragilizada, soluçando:- Tia, eu já lhe disse claramente, reconheço meu erro desta vez, vou deixar Ângelo, mas preciso trazer esta criança ao mundo... - Gisele fez uma pausa antes de prosseguir. - Ela é minha vida, ninguém pode feri-la, por favor, retorne e diga à Srta. Íris, se ela está irritada, que descarregue em mim, mas permita que minha criança viva!As palavras de Gisele enfureceram Maia, que ficou vermelha de raiva e exclamou emocionada:- Srta. Gisele, o que está tentando dizer? Você não havia afirmado isso antes, não fomos nós duas que concordamos com o aborto? Agora está se fazendo de vítima, isso não é um absurdo?- Tia, quem es
Mansão dos Monteiro.Íris estava sentada em frente à janela no segundo andar, olhando para fora há muito tempo, mas não via Maia.Ela pegou o celular e continuou tentando ligar para Maia, mas, ainda assim, não conseguiu: - Que estranho, já está escuro e Maia ainda não voltou. Onde ela foi?Quando acordou pela manhã, Íris viu um bilhete que a Maia deixou na mesa de jantar, dizendo que iria resolver alguns assuntos pessoais e voltaria logo, pedindo para que não se preocupasse.Mas o dia inteiro passou e Maia estava completamente incontactável, o que não era normal!Pensando na sua situação recente e nas muitas pessoas que poderiam estar esperando uma oportunidade para se vingar dela, Íris estava muito preocupada que Maia pudesse ter encontrado algum problema.Com o crepúsculo se aproximando, Íris não conseguiu ficar sentada por mais tempo, vestiu um casaco apressadamente e se preparou para sair à procura.Assim que saiu, Íris viu imediatamente um carro esportivo prateado familiar estaci