Albert- Tempo atual
— No século XIV, aconteceu um baile onde a futura noiva do príncipe Florian foi anunciada. Este baile foi um dos maiores eventos históricos, pois foi nele que Cinderella fugiu do seu príncipe e se perdeu na floresta. Neste mesmo baile, Aurora, essa jovem que se encontra adormecida por séculos — disse a orientadora do museu, mostrando uma linda jovem que dormia profundamente. O cenário era perfeito e a boneca era tão real que dava para ficar impressionado. Algo nela me atraía tanto que chegava a ser assustador. — Foi encontrada caída depois de espetar seu dedo em uma roca de fiar. Dizem que foi amaldiçoada quando ainda era bebê. Tentaram protegê-la para que esse dia não chegasse, mas foi ali, naquele baile, com apenas dezenove anos que sua maldição aconteceu. Seu príncipe, Phillip, era o único que poderia despertá-la desse sono profundo. No entanto, morreu no combate defendendo seu reino. Então, a princesa Aurora nunca foi despertada e essa é a sua tri
Princesa AuroraAlgo estranho estava acontecendo, senti que estava despertando de um sono profundo, logo depois de alguém me beijar. Seria meu príncipe que, enfim, me salvaria desta terrível maldição? Ou seria um sonho delicioso?Para confirmar minhas suspeitas, tentei abrir meus olhos que permaneciam pesados e continuei incansavelmente até que pude ver um clarão cegar minha visão. Naquele momento tive a certeza de que não se tratava de um sonho. Ele havia conseguido me despertar, minha maldição tinha sido quebrada. No entanto, ao olhar mais atentamente ao meu redor, notei que ele não se encontrava aqui. Onde ele está? Pensei confusa.Notei que tudo estava diferente, me sentei sobre a cama sentindo-me um pouco zonza e com o corpo todo dolorido. Eu precisava procurar o príncipe e meu pai, porém, estava fraca. Talvez houvesse dormido mais do que imaginei. Meu amado Phillip prometeu que me encontraria, então acreditei que não tivesse passado
Princesa Aurora— Meu Deus!! O que fizeram com meu reino? Onde estou? Que lugar é esse com tantas luzes? E esses negócios andando, são o quê? Cadê minha família? — questionei desesperada.Que lugar horrível era aquele? Tinha muitos camponeses estranhos andando de um lado para o outro. Uma tristeza enorme se apoderou do meu coração e não pude controlar meu choro.— Calma, Aurora! Esse negócio andando é um carro, como uma carruagem da sua época, para transportar pessoas. Seu reino agora é uma cidade grande e essas luzes são as iluminações de casas e ruas — explicou Albert ao me abraçar novamente tentando me acalmar.Se eu havia, realmente, dormido por séculos, nada ali estaria como antes. Não teria minha família, nem príncipe, nem fadas madrinhas.Se dormi por tantos anos, estou completamente sozinha nesse lugar estranho. Pensei, tentando me manter calma, mas era quase impossível. Não sabia, nem conhecia nada deste reino, ou mel
Princesa AuroraUm baile real no meu castelo! Essa é a minha grande chance de encontrar minha família. Não consigo acreditar que todos morreram, se eu estou aqui, eles também podem estar. O baile seria perfeito para encontrá-los. — Está tudo bem, Aurora?— Está sim, Albert! Só queria saber quando será esse baile? Podemos ir? — perguntei animada.— Será amanhã à noite. Por que você quer ir?— Que pergunta besta, Albert. Toda princesa adora um baile não é mesmo? — disse o Keid ao sentarmos a mesa da lanchonete.— Isso é verdade! — respondi sorrindo. — Mas quero ir para encontrar minha família, sei que acabamos de sair do castelo, porém nesse baile estará cheio de príncipes, princesas e até mesmo meu pai e as fadas madrinhas poderei encontrar — expliquei angustiada.— Aurora, você não está mais no século XIV, já explicamos que não tem príncipe, princesas, fadas madrinhas, nada que seja do seu reino
Princesa AuroraPretendo nunca mais entrar naquela caixa. Quase tive um treco, que sensação horrível, pensei que fosse morrer.Como se não bastasse a dor de cabeça que estava sentindo, também tive que enfrentar uma caixa que se movia. Eles podiam dizer que não existiam mais bruxos, mas aquilo só podia ser magia.Esse mundo é mesmo muito estranho. Tudo aqui é diferente, a parede do corredor é tão lisa e clara que chega a me incomodar. Fui criada em lugares escuros, com pouca luz. Tudo parecia tão gritante que me dava um desconforto enorme.Quando Albert abriu a porta do seu apartamento me explicando tudo, fiquei em choque e não consegui entrar. As paredes eram transparentes, dava para ver o céu estrelado, pontos de luz coloridos e várias casas altas como a que estávamos. Dava até medo de ver a altura, mesmo que fosse bonito tantas luzes juntas, era também assustador.— Você não vai entrar? — perguntou ao me ver sem reação.— Alber
AlbertDespertei com cheiro de café e de queimado e a Aurora não estava na cama. Será que ela sabe cozinhar? Pelo cheiro de queimado eu acho que não.Dei um pulo da cama, fui me trocar e fazer minha higiene. Logo depois estava indo para cozinha e ouvi ela cantarolar novamente, mas ao entrar na cozinha fiquei surpreso com a quantidade de passarinho que estavam em cima do armário ouvindo atentos ela cantar. Sua voz era tão linda e suave que era capaz de enfeitiçar qualquer um. Fiquei parado no batente da porta com os braços cruzados no peito só admirando sua beleza e como ela era encantadora cantando. Ela arrumava a mesa, colocando as xícaras e a garrafa de café toda animada, mas levou um susto quando me viu.— Meu Deus, Albert! Nem te ouvi entrar na cozinha. Você me deu um susto — disse terminando de colocar a mesa.— Desculpa, não era minha intenção — quando os passarinhos ouviram minha voz voaram de um lado para o outro, assustad
AlbertCheguei em casa animado e com muita fome. Aluguei alguns filmes para assistir com ela, comprei brigadeiro de colher e pipoca doce. No entanto, ao entrar no apartamento não encontrei Aurora na sala. A TV estava ligada e o telefone fora do gancho.Coloquei a pizza e as coisas que comprei no balcão da cozinha e fui até o meu quarto para ver se ela estava lá.Quando abri a porta do quarto, fiquei surpreso ao notar que Aurora estava chorando.— Aurora, o que aconteceu? Por que está chorando? — perguntei sentando ao seu lado. Ela desvirou, pois estava de bruços e me olhou com uma expressão tão triste que senti meu coração doer. — O que foi? — perguntei preocupado.— Aquela TV me contou uma história tão triste, que não aguentei, me bateu uma tristeza tão grande, saudades da minha família e de tudo o que perdi. Não pude controlar meu choro — explicou com as lágrimas descendo pelo rosto. Limpei com um dedo e passei uma das minhas m
Albert— Albert, olha, o que está acontecendo com a Aurora? — perguntou Keid me mostrando o braço dela, que como em um passe de mágica envelheceu.— Aurora, minha menina, finalmente te encontramos — disse uma senhora entrando no quarto acompanhada de mais duas senhoras.— Fadas madrinhas, são vocês mesmo? — perguntou ao abrir os olhos. Fiquei aliviado quando a vi acordada.— Quem são vocês? — interroguei, porque queria ter certeza que eram mesmo suas fadas madrinhas como ela disse.— Meu jovem, sou Flora, ela é Fauna e a outra Primavera — respondeu uma delas, e pelos nomes tive certeza que eram elas mesmo. Aurora já tinha me falado sobre elas.— Que saudades senti de vocês — disse tentando se levantar, mas estava fraca e não conseguiu.— Aurora, não se levante — disse Fauna e as três juntas se aproximaram da dela. — Quem foi que te despertou do sono profundo da maldição? — questionou
AlbertNão havia nada que eu pudesse fazer por ela, a não ser rezar para que sobrevivesse. Não me importava que fosse uma idosa, se eu pudesse cuidaria dela com todo zelo e carinho.A noite naquele hospital foi longa e assustadora, não consegui pregar o olho. As fadas cochilaram algumas vezes e eu rezei baixinho para que Aurora sobrevivesse a essa noite. Luigi teve que ir embora, não deixavam ficar muita gente.Queria poder dizer a ela como eu a amava, não a deixaria sozinha em nenhum momento. Sei que parecia impossível, mas acreditava em milagre. E quem sabe esse milagre nas nossas vidas poderia acontecer. E pensando nisso acabei cochilando sentado.— Bom dia, Albert! Queria avisar que Aurora está no quarto — disse uma enfermeira me acordando.— Que quarto ela está? — Perguntei dando um pulo da poltrona.— Está no quarto três desse corredor — apontou para o local.— Obrigada — agradeci sain