O AMIGO

Meu pai arregala os olhos diante do comentário maldoso e antes que me repreendesse é surpreendido por uma gargalhada bem alta...

Micael: hahahahahahahaha, OMG!

Micael estava com os olhos marejados de tanto rir e não pude conter o escape de um sorriso.

Micael: Meu Deus, você é bem-humorada! Quem diria... Pela sua reputação estava esperando mais agressividade e talvez um atentado.

Davina: Quem sabe, se tiver a sorte de ser o meu alvo conhecerá este meu lado.

Micael: Por favor, nem brinque com isto. Longe de mim irritar a assassina de Elite da França! Pas même (não mesmo em francês).

Davina: Vejo que sabe um pouco da nossa língua...

Micael: Confesso que estou enferrujado, mas entendo uma coisa ou outra.

Davina: Hunf.., difícil demais para os ingleses?

Micael: Hun! Você parece tensa, vamos até o bar do salão creio que precisa relaxar antes que seu noivo volte para o jantar.

Olho para o meu pai em forma de pedido de permissão, infelizmente na máfia nós mulheres somos obrigadas a sermos submissas aos homens e pedir permissão para praticamente TUDO!

Com um leve aceno positivo de cabeça do Sr. Bruce, sinto Micael me puxar e guiar até o bar.

Micael: Um Uísque puro pra mim e para senhorita um Vin...

Davina: Tequila com limão espremido dentro, por gentileza!

O interrompo,

Micael sorri com minha audácia...

Micael: Bebida forte para uma dama, não?

Davina: Preciso de algo forte para lidar com tudo que está por vir...

Micael parece pensar em minha resposta por um instante, quando nossas bebidas chegam. Ele bebeu o Uísque em silêncio, como se estivesse matutando algo na mente... Até que quebra o silêncio:

Micael: Ele não é de todo mal, Davina. Na verdade, no fundo é só um homem que sofreu demais e não consegue mais se ver como ser humano.

Davina: Isto ele deixa claro, mas sofrer todos nós sofremos... Não justifica!

Micael: Você não compreende, é como se a alma dele tivesse sido arrancada do próprio corpo...

O olho indignado...

Davina: Micael, no mundo em que vivemos não há espaços para alma ou coração... Somos o que somos, porque fomos criados para ser apenas isto, soldados da máfia!

Micael: Bem, percebo que você é tão perdida quanto Adam... Sabe Davina, O Dom apesar de tudo é um homem honrado e justo! Ele já salvou a minha vida mesmo quando não merecia...

Não digo nada, apenas o observo.... essa história me chama atenção.

Micael: Estive a beira da morte por merecimento, cometi traição contra a máfia por não suportar seu treinamento. Quase fui o desertor, não era digno de ser alguém, mas o Adam viu algo em mim... Alguma coisa que valia apena salvar e se submeteu as todas as consequências de meu julgamento...

Davina: Como assim? Está dizendo que ele...

Micael: Sim! Que ele para me salvar aceitou todas as torturas que foram me sentenciadas e acredite, foram 6 longos meses pagando por elas. Acredito que devido a este grande ato, vários da Máfia o viram como grande líder! Não somente o qual nos usaria como marionetes, mas um companheiro de guerra real que nos trataria por igual.

*(Leis da Máfia: Se um mafioso de grande título julgar redenção ao um desertor, o mesmo deve pagar a pena duplicada no lugar do subjugado... A lei é feita para desmotivar o perdão e eliminar os mais fracos!) *

Fico perplexa com a revelação do Micael, não entendo o porquê... Vai contra tudo que sabemos sobre ele!

De repente escuto uma voz firme vindo de trás....

Filipe: Aaaa, aí estão vocês!

Me viro para ver quem era,

Filipe: Olá, Senhorita Davina! Um prazer lhe conhecer, mas receio que a senhorita esteja atrasada para o seu posto a mesa de jantar ao lado de seu noivo.

Micael: Nossa, quanta formalidade... Em breve serão cunhados!

Filipe ignora completamente o comentário do Micael e continua me olhando intensamente, apesar de sua expressão ser mais leve que a do irmão... Algo naquele olhar me incomodava, meus instintos apontam algum perigo, algo que eu ainda não sabia bem o que era.

Davina: Prazer todo meu, Sr. Filipe. Peço desculpas quanto ao meu desatento, garanto que não se repetirá!

Filipe: Agradeço, por gentileza me acompanhe.

Davina: Sim senhor.

Realmente odiava o fato da submissão, bem mais que as torturas físicas e psicológicas... Poderia facilmente acabar com mais da metade dos homens deste local...

Calma Davina, calma... Foi treinada para manter o autocontrole, siga a porra do plano ou tudo irá dar muito ruim!

Me aproximo da mesa e o Dom se levanta e puxa a minha cadeira, sento e seguimos com o jantar sem nos comunicarmos e até prefiro assim.

Formalidades são trocadas entre os homens até que Adam se levanta batendo uma colher na taça chamando a atenção de todos, quando enfim pronúncia:

Adam: Senhores, quero comunicar a todos que o casamento ocorrerá daqui 3 dias na nossa Catedral, assim mantendo nossas tradições. Aproveitem o resto do jantar, estamos encerrando por aqui.

Olho em volta e vejo o choque nos olhares de todos tão surpresos quanto eu com a rapidez deste casamento.

Capô Bruce: Bem estimado Dom, obrigado pela pronúncia. Se o senhor nos permite, temos muito que organizar até o casamento. Estamos indo!

Adam: Não precisamos de tanta formalidade, Sr. Bruce. A partir de hoje somos uma união, são partes da nossa família Inglesa, da nossa legião!

Diz esticando as mãos em forma de cumprimento,

Bruce: é uma enorme honra, até breve...

Adam acena levemente a cabeça, quando me levanto e faço o mesmo. Me afastando em silêncio e seguindo meu pai para fora.

*Dia seguinte – DAVINA*

Levanto-me às 04:00 da manhã, sinceramente, durmo menos de 3 horas por noite, isto quando durmo desde que tudo começou.

Meu corpo está habituado a está constantemente em alerta... Sigo para o banheiro e faço minhas higienes matinais e então me visto para correr.

Corro em volta da nossa mansão de passeio aqui na Inglaterra, dessa vez de forma diferente... Me pego olhando cada canto e relembrando a minha infância, a época em que meu pai era apenas um bom pai e não um capô rígido.

Lembro da minha irmã Angel e eu correndo por todos os cantos e se escondendo enquanto ele nos procurava, amávamos brincar disto!

Retorno das minhas lembranças, sempre faço isto... É um gatilho, enterro às lembranças pois elas me fazem sentir emoções e isto morreu junto com a minha irmã ou pelo menos deveria.

Respiro fundo e acelero mais correndo e indo em direção a academia que temos nos fundos, são 5:30 preciso extravasar está raiva que me consome antes da prova dos vestidos que será às 07:00.

Ali vejo um saco de Box, ótimo! Estou louca para socar algo... Começo com as porradas enquanto as lembranças me alcançam, minha mente me traí levando a pensamentos sobre o futuro do qual não tenho escolhas ou escapatória!

Parto para chutes no saco, murros mais fortes até que me descontrolo e pulo para cima do saco com um grito e dou uma voadora o fazendo rasgar uma pequena parte...

É quando escuto passos e viro já em posição de ataque, mas logo abaixo os braços quando a escuto....

Amélia: Bom dia minha querida

Diz olhando atentamente para o saco rasgado

Amélia: Vejo que está aliviando suas emoções, isto é bom. Como se sente?

Davina: Teria que ter um coração para sentir emoções, mamãe. Isto já não possuo há anos!

Minha mãe abaixa o olhar, sei que doía muito ouvir isto pois ela sempre quis minha felicidade...

Davina: Ei? Nada de ficar cabisbaixa, estou bem. O que a traz aqui?

Amélia: Vim te avisar que seu pai retornará daqui a pouco e que ele pediu para não a deixar se machucar... Ou seja, sem treinos por enquanto! Não quer que tenha marcas visíveis em sua noite de núp.. cí....

Ela parece desconfortável com o assunto

Davina: Noite de núpcias? Isto é ridículo. Como se o Dom fosse examinar cada detalhe de meu corpo. No máximo irá me usar de qualquer forma e em seguida procurar outra para se aliviar melhor, visto que neste aspecto ainda sou inexperiente.

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