LindaO filho de Mariana chega da escolinha no transporte escolar, uma criança gentil e educada. Mas não tive tempo de conhecê-lo por mais tempo, pois o pai dele veio buscá-lo, e minha prima o levou para o lado de fora. E 5 minutos depois Isaías chega para nos levar para a minha casa, e não contenho a ansiedade para confrontar meu tio sobre não me responder quando mais precisei dele.Já no carro, percebi que Mariana não explicou sobre eu ir morar no meio do mato. A paisagem é linda demais, com muitas montanhas, muitas curvas e seguimos o mesmo rio que passa pela cidade dela. Conto um pouco sobre os últimos acontecimentos da minha vida, como minha mãe sentia falta da família e sua vontade de poder conviver com eles. Tiro fotos com ela, da paisagem também e mando para Dean, Amy e Jenna, avisando que estou bem e Dean é o primeiro a responder, me desejando uma ótima viagem e não esquecer de manter contato, Jenna diz que James está tentando entrar em contato e me pediu autorização para lhe
JamesJá se passaram alguns dias que Linda foi embora. E não foi para uma cidade vizinha, ela foi para a América do Sul, mais precisamente, Brasil. Comprei vários celulares pré -pagos e tentei ligar para Linda, mas ela não atendeu nenhuma chamada, até que simplesmente parou de chamar. Nunca na vida me senti tão impotente, tão fraco e infeliz.Estou a derrota em pessoa, eu emagreci muito, não consigo comer nada, não tenho forças para fazer uma das coisas que mais gosto que é malhar. Comer então, está sendo impossível. Liam me arrastou para o hospital e me obrigou a fazer exames para saber o que está acontecendo comigo. Dentre exames e conversas não foi descoberto nada, então fiquei de fazer um novo check-up. Não voltei mais para a minha cobertura, não consigo nem imaginar ficar lá sozinho. Não onde tive momentos gostosos com Linda, não em um lugar tão grande, para me fazer sentir mais vazio. Aquela mulher voltou a ligar, e ela pode morrer tentando, mas não vou até eles. Fora que tod
LindaOuço vozes a distância, meu corpo está pesado ao mesmo tempo leve, não sei como explicar, é como se eu fosse uma rocha de 2 toneladas flutuando. Minha boca está com gosto amargo e sinto sede, muita sede.Tento abrir os olhos mas está difícil fazer isso. Então tento me concentrar nas vozes à minha volta.— Você deveria saber o que ela tem, pois é o profissional. – Ouço a voz de Mariana.— Sem fazer exames não temos como saber, como você mesma disse, ela veio dos Estados Unidos e lá está nevando, então o contraste de clima e uma má notícia pode ter feito sua pressão cair. Isso é normal. E quando foi que ela se alimentou? – Ouço outra voz masculina e não sei quem pode ser.Sinto um cheiro de álcool e remédio, que me lembra hospital. “Não, não pode ser!” Solto um gemido e abro os olhos devagar, a luz forte do teto contrastando com as paredes brancas me deixa em pânico. Meu estômago revira e sinto ânsia de vômito, sinto mãos suaves nos meus ombros me acalmando.— Oi gringa, que bom
LindaChegamos de Uber na pousada da Dona Maria, mãe do Dr Eduardo. E já passam das 23 horas, e gostei do fato da pousada ficar no centro da cidade, onde posso me distrair com a vista da Igreja matriz, pois meu quarto fica de frente para a praça. Minha prima ficará comigo, e sou grata por ela me fazer companhia e ter um rosto familiar me faz sentir melhor. — Oi Linda, a dona Maria fez um lanche para nós duas. Você deveria comer algo antes de dormir. — Mariana fala entrando no meu quarto.— Seria ótimo, vamos lá!Descemos os degraus de madeira no casarão antigo, que foi adaptado para uma pousada turística. Passando por uma sala de estar em estilo colonial, seguimos diretamente para uma cozinha também antiga, porém com equipamentos modernos.Dona Maria é uma jovem senhora, que nem parece ser mãe de um doutor. Super carismática e gentil, ela abriu as portas do lugar na hora que estava fechado. — Não precisava se preocupar com isso tão tarde, Dona Maria! Mas estou grata por ter sido tã
James— Terra para James! – Liam me chama a atenção pela quinta vez hoje.— O que foi James? Ainda está enjoado?— Não, estou melhorando.— Então, eu estava falando com Jenna, e ela ainda não sabe o endereço da Linda. Maaaas… pode ser que encontre algo no depósito que ela tem alugado. Lá tem documentos, fotos e alguns pertences de sua família. Talvez encontremos algo lá.Me levanto rapidamente quase caio com a tontura que vem com essa ação repentina. Vou até ele que está sentado à sua mesa do escritório, e quero ouvir cada detalhe de como faço isso.— Se tem um jeito de eu conseguir seu endereço, pelo amor de Deus, Liam, me fala agora! – Praticamente imploro.— Então! Eu não suportei te ver assim, e convenci Jenna de nos mostrar uma saída, pois ela realmente não sabe onde Linda está. E ela só vai conseguir visitá-la daqui a uns 6 meses, e você não duraria todo esse tempo.— Entendi, mas como consigo acesso ao depósito, Liam? Eu quero fazer isso agora mesmo.— Calma, James! Vamos até a
James“Porque as coisas só acontecem comigo?”Charles, Liam e eu estamos no quarto de Jenna, que é bem estranho; procurando a bendita chave do depósito, que ela insiste em dizer que deixou dentro da sua caixa de madeira ou dentro da caixa de joias. Agora não entendo porque ela deixaria uma chave importante num lugar assim.Após quase duas horas revirando tudo, não a encontramos. E sei que o depósito não nos deixará ter acesso, pelo sistema de privacidade somente com a autorização de quem alugou.— ACHEI! Estava dentro de uma das bolsas da Senhorita Jenna.Uma das serviçais da casa, que ajudava a procurar a bendita chave, grita. Levantando a chave com um número pendurado.— Graças a Deus! – Charles fala, pois antes já estava pensando em desistir.— Agora a procura vai ser em outro lugar, então vamos Liam. E Charles, e senhorita. – Falo olhando para a empregada.– Obrigada pela ajuda. Agora preciso ir.Já saindo do quarto, Charles nos chama.— Ah, não! Depois de procurar tanto estou fami
LindaHoje foi um dia produtivo, e como sempre Mariana foi fundamental para me ajudar a me organizar. Como não posso ficar tanto tempo hospedada em uma pousada, acordamos cedo e fui procurar uma casa pequena para alugar. Essa é uma ironia do destino, pois era para eu estar comprando móveis para a minha casa nova e nem cheguei a ver ela pessoalmente antes daquele ser humano desprezível passar a perna em mim. Me sinto muito estúpida em confiar em alguém que não conheço, mas minha mãe confiou num irmão que jurou amá-la e que sentia falta dela. Nada mais era que uma maneira de usar seu amor e saudade para lhe roubar. Fico pensando se meu pai estando vivo, ele teria feito o que fez. Por sorte encontramos uma casa de 3 cômodos, banheiro e uma área boa. Claro que o valor é mais do que eu imaginava, porém se vou recomeçar, que seja com o mínimo de conforto. Acertei rapidamente o contrato, e até Mariana gostou do lugar e queria encontrar uma casinha tão boa para morar. E o fato da dona do im
Linda À noite fomos para a praça tomar água de coco, pois estava abafado o tempo. Eu tento me hidratar o máximo que posso, pois até me acostumar com o clima tropical, vai demorar. Mariana me conta como era minha mãe em seu ambiente familiar, e como foi sua partida na cidade. Ela me conta que por ser a caçula de 3 homens, minha mãe era praticamente a empregada dos irmãos, mas mesmo assim ela os amava. E ser tirada deles por um gringo, foi imperdoável para eles. O pai de Mariana já tinha se casado e formado sua família, então ele compreendeu mais a sua partida, mesmo que tenha ficado magoado. Agora os outros dois eram mais interesseiros, viviam fazendo rolos e passando a perna nas pessoas, e se o pai de Mari estivesse vivo, jamais teria acontecido o roubo.Somos tiradas da nossa conversa com um casal que passa de mãos dadas, e percebo que é Doutor Eduardo. Mariana muda sua feição ao olhar para o casal na nossa frente.— Boa noite! – Ele nos cumprimenta com um sorriso amarelo, e a mulh