Brian Bernardi
Quando a vi naquele jantar, tudo mudou. Seus olhos verdes me fascinaram e me envolveram em um feitiço ao primeiro momento. Uma atração fora do comum e um sentimento novo que preenchera meu coração no instante em que a vi.
Era como uma Deusa. Cabelos pretos longos, corpo escultural com curvas sensuais em 1,70m de altura. Olhos verdes como Esmeraldas, não é à toa que seu nome era o mesmo que a preciosa pedra verde como seus olhos intensos e cheios de vida. Seu sorriso encantador em uma boca carnuda, fazendo com que eu queira beijá-la desesperadamente.
Ela percebe minha indiscrição por olhá-la tanto. Ela se afasta. Caminho atrás dela sem que me perceba pois preciso conhece-la. Sei que ela é a filha do Arnald Donava, mas quero saber mais dela. Sempre a vi em meus muitos momentos em que estive a negócios em Londres. Sempre fora linda e cheia de vida. Mas agora, mais do que nunca, sabia que estaríamos mais perto e que assim poderia conquista-la e ficarmos juntos.
Vejo que ela entra em uma sala que desconfio ser a biblioteca. Ela fecha a porta e fico ali parado frente a mesma esperando alguns minutos antes de adentrar naquele lugar que pode ser para ela sagrado. Giro a maçaneta levemente tentando fazer o menor barulho possível e consigo. Ela está sentada em uma poltrona próximo a janela com uma mesinha de centro ao lado e um abajur aceso sobre a mesma. De fato, é uma biblioteca. Várias estantes com uma infinidade de livros. Uma grande mesa de madeira de cor marrom com um abajur em cima da mesma com alguns papéis e livros. Ela está mais linda com a luz da lua sob ela, a fazendo ainda mais parecer com uma linda Deusa.
Vou me aproximando lentamente. Não sei se é porque estou caminhando tão sorrateiro, que não sentiu minha presença ali ou porque o livro seja bem envolvente para que ela não sinta nada ao seu redor. Ela só percebe que não está sozinha, quando minha sombra se faz presente sob as letras minuciosas daquele livro. Ela se assusta o deixando cair de suas mãos delicadas e logo se levanta com um certo desespero ao me ver ali parado a olhando intensamente.
Me aproximo e ela se afasta. Acho estranho sua atitude, mas sem fazer movimentos bruscos, abaixo pegando o livro e o fechando. Leio a capa e me espanto com o título: “Vingança Perigosa”, arqueio meu sobrolho franzindo meus lábios e em seguida sorrio e a olho entregando-lhe o livro.
Ela me olha com uma certa desconfiança, mas logo pega o livro de minha mão de uma forma rápida e brusca. Dou uma risada e me sento na outra poltrona perto da que ela estava. Ela me olha incrédula.
- Quem é o senhor e o que quer aqui? – Ela é ríspida ao falar comigo.
- Me chamo Brian Bernardi. Não sou tão velho para ser senhor e nem sou casado para tal tratamento. Quero te conhecer mais. Quero realmente você.
Percebo uma certa indignação em seu semblante. Sua expressão também me mostra um certo deboche. Pelo visto, sinto que pela primeira vez terei problemas para conquistar e ter uma mulher em minha vida e principalmente me amando.
Ela se senta ao meu lado e sinto o doce aroma de seu perfume. Ela cheira a rosas com mel. E isso me inebria ainda mais. A observo atentamente em cada movimento. Seu vestido longo vermelho, realça ainda mais suas curvas e pele a fazendo reluzir como se sua luz fosse o que mais preciso para viver. Ela me olha um tanto irritada com o que falei.
- Como ousa entrar na biblioteca da minha casa e falar tal asneira. Nem nos conhecemos e não tenho a menor vontade de o conhecer.
- Tem mesmo certeza Deli deli? – Falo a provocando. Ela bufa revirando os olhos. Me inclino em sua direção e sinto que a mesma começa a ficar ofegante e ruboriza. Como ela fica ainda mais linda envergonhada. Levo uma das minhas mãos em seu rosto e sinto com as costas da mesma sua pele macia e aveludada. Ela fecha os olhos até que se levanta em um rompante.
- O que pensa que está fazendo. Não sou essa tal Deli deli, me chamo Esmeralda entendeu.
Que mulher além de linda é arisca. O que me faz ter certeza de que farei tudo para tê-la só para mim. Me levanto da poltrona e vou caminhando em sua direção, ela dá passos para trás tentando se afastar. A encurralo em uma das estantes. Ela tenta se desvencilhar, mas é impossível. Eu coloco cada mão espalmada sob a estante de cada lado do seu corpo.
Aproximo meu rosto de seu pescoço como se fosse um cão farejador e aspiro seu perfume fechando meus olhos coo se acabasse de me entorpecer por uma droga viciante, e esse vício tinha nome, Esmeralda. A olho intensamente e desvio meu olhar para sua boca que me chama para um beijo. Colocando as mãos sob meu peitoral, seu toque me faz estremecer. Sei que ela quer me afastar, mas será impossível nesta situação. Não penso duas vezes e a beijo. No início, ela tenta se afastar, mas logo se rende ao beijo. A sensação é única quando nossas línguas se entrelaçam em um balé ritmado e cada vez mais, vai ficando intenso, até que interrompemos ofegantes. Abro um imenso sorriso para ela. A mesma me olha intensamente com aquele verde que tanto me enfeitiça. Aproximo meus lábios do seu ouvido e sussurro.
- Você é mina perdição Esmeralda e não quero que isso pare. – Mordo o lóbulo de sua orelha e ao olhar em seu pescoço vejo uma veia alta. Sua respiração está ofegante. Sei o poder que tenho sobre ela. Mas ela também deve imaginar o poder que tem sobre mim.
Respirações ofegantes, nossa consciência quase perdida, pois as minhas mãos percorrem por seu corpo por cima do vestido. Gemidos abafado saem dos nossos lábios.
A porta da biblioteca se abre. Logo, olhamos na direção em que vejo uma figura que não me agrada em pé nos olhando furiosa. Priscila Burns, a mulher que, por eu ter no passado tido uma única noite de bebedeira com ela, sempre achou que por nos conhecermos desde criança, iriamos nos casar.
Ela nos fuzila com seu olhar. A retribuo da mesma forma, pois não gosto dessa perseguição dela comigo e nem tão pouco tenho pretensão alguma de me casar com ela. Vejo a Deusa que se apossou da minha alma há tempos ruborizar em vergonha. Olho para Priscila e logo ordeno.
- Saia!
Lágrimas escorrem dos olhos dela. A porta se fecha em uma batida forte. O clima se esfria naquele local. Ela me afasta pois sei que depois do que aconteceu agora, não há mais clima.
- É melhor pararmos aqui.
Caminhando até a porta, a seguro puxando seu corpo de encontro ao meu, sussurro em seu ouvido em uma voz rouca e grossa.
- Fique.
Seus olhos se estreitam, seus lábios são apertados. Num ímpeto de querer ou não, ela dispara.
- Melhor não.
- Por que?
- Quero minha primeira vez de forma certa.
Ela se desvencilha de meus braços que a envolvem. Surpreso com tamanha revelação, a deixo partir. Não acredito que uma linda mulher de apenas 25 anos nunca fora de nenhum homem. Fico ali congelado no meio daquela biblioteca.
Saindo sem nem olhar para trás, após jogar essa maravilhosa bomba, me deixa ali anestesiado em meus pensamentos.
Assim que volto em mim, saio em direção a sala principal em que todos estão reunidos e tento avistar aquela linda mulher, mas não a encontro. Sei o que quero, com certeza serei o único na sua vida.
Vou para casa frustrado por não tê-la encontrado novamente. Mas isso não faltaria oportunidades. Eu mesmo as encontraria.
Após esse dia, meus pensamentos sempre foram tomados por aquele belo par de olhos verdes hipnotizantes e por todo o conjunto da obra que é ela, até sua personalidade, doçura e todas as qualidades e defeitos que ela tinha.
Comecei a encontra-la por acaso, mas sei que foi mais obra do destino. Começamos a nos envolver. Seu pai, o senhor Arnald, não gostou muito da nossa aproximação e nem tão pouco do nosso relacionamento, mas isso não interferiu em nada na nossa relação. Cada dia mais nos apaixonávamos e já não via mais a minha vida sem ela.
Após alguns meses em que estávamos juntos, tivemos nossa primeira vez. Foi algo mágico e emocionante para mim saber que era o primeiro e único na vida dela. Depois dessa noite, parecíamos coelhos. Vivíamos fazendo amor em vários lugares e de várias formas.
Um dia, a vi estranha. Ela estava distante e com uma expressão triste. Aquilo mexeu comigo e com certeza não era algo bom. Me mostrou várias fotos recebidas pelo celular em que estava com a Priscila e francamente deve ter sido na única noite que tivemos a muito tempo.
Ela me falou algo com lágrimas nos olhos e voz embargada que fez meu coração despedaçar.
- Vamos terminar.
Não podia aceitar aquilo. Não daquele jeito.
- Não podemos.
Ela me olha com fúria e ao mesmo tempo tristeza.
- Não há necessidade de estarmos juntos Brian. Você já tem alguém em seu coração e não sou eu. Por favor, me deixe ir.
Suspiro profundamente passando a mão por meus cabelos tentando manter a calma e a sanidade.
- Não vou permitir isso e vou te provar que isso está errado.
Ligo imediatamente para John meu lacaio e braço direito e o peço para trazer Priscila aonde estávamos. Eles chegam e logo a mesma sabia o que queria dela. Ela respira fundo e fala que ainda me amava e que Esmeralda não é mulher para mim. Porém, ela fala que tudo não passou de mal entendido vendo meu olhar furioso para ela.
Assim que ela fala isso, Esmeralda me olha e o que acho que vamos nos entender, ela simplesmente pega sua bolsa e sai dali onde estávamos.
Depois desse dia não a vi mais. Tenho procurado por ela por toda Tessália. Até que descubro que ela havia sido vitima de um sequestro e que não estava mais ali e sim em outra cidade da Grécia.
Procurei por informações e até fui a sua casa e o seu pai me dá a pior notícia.
- Vejo que quer falar com minha filha. Mais sinto informar, é tarde demais. – Ele me fala de uma forma indiferente e gélida.
- O que o senhor quer dizer com isso?
Ele suspira e franze o cenho.
- Ela morreu senhor Bernardi. Mesmo pagando o resgate, ela morreu. Eles a mataram.
Ao ouvir essas palavras meu mundo caiu neste momento. Ajoelhei em sua frente e chorei como se fosse um bebê sem o consolo de uma mãe. O olho em soluços e pergunto.
- Onde ela está?
Ele bufa e logo me responde com um certo amargor na voz.
- Ela está enterrada no cemitério do centro. Sua lápide está junto a da mãe e da irmã.
Nem sei como levantei e tive forças para dirigir até o cemitério e lá tive a pior realidade vista por meus olhos. Sua lápide estava lá. Mas antes, fiz meu juramento frente ao seu túmulo.
- Eu te amarei para sempre. E prometo a você que irei atrás de quem fez isso com você te tirando de mim pode ter a certeza disso.
Beijo sua lápide e saio sem rumo até parar frente a praia, onde me permito chorar ainda mais.
Tudo na vida tem um preço. Um preço a se pagar, um preço a se cumprir. O preço dela é a vingança. Mas será que vale a pena? Para ela vale mais que ouro, mais que qualquer coisa no mundo desde que ela se tornou Fênix renascida das cinzas em que a deixaram na estrada para apodrecer.O celular vibra, é seu pai ao telefone. Um sorriso leve surge em seus lábios ao atender e saber que todos em Tessália, já sabem de sua morte. Hora de colocar tudo em prática.Dois detetives foram contratados para saberem todos os passos de Priscila Burns e John. Ela quer primeiro chegar a eles.Cada soco, cada chute desferido em seu corpo, ela quer que John sofra da pior forma, na perda dos seus negócios escusos que ela acredita que ele tenha e que ninguém saiba nem mesmo seu chefe.Mas antes, hoje é
Por mais que o tempo passe, todos nós sempre temos algo que não conseguimos ter e que almejamos conseguir. Aquela vontade fica ali cravada na alma até que se possa obter o que estava em mente conseguir.Assim, ela levava o tempo que ia passando. Sua vontade de vingança ainda prevalecia. Por mais que o tempo passasse, nada passaria desapercebido até concretizar.Ela só estava como um vulcão adormecido que em breve entraria em erupção. Passaram-se três meses desde o que aconteceu. Esmeralda, melhor dizendo, Fênix, agora estava de apenas cinco meses de gestação. Na última ultrassom, ela e Robert descobriram que teriam um casal de gêmeos. Por mais que Robert não tivesse relação sanguínea com eles, ele os amava como se fosse seus filhos e isso foi o que mais a motivava a estar ao lado daquele homem e cada dia sentindo algo forte por ele.Já não estavam mais convivendo em casas separadas, estavam agora juntos na casa que seu pai agora tio pr
Os meses se passaram e com eles, chegou o tão esperado nascimento dos gêmeos que receberam os nomes de Apolo e Ártemis, como os deuses da mitologia grega e que eram irmãos gêmeos. Nasceram sem complicações e Robert esteve ao lado da sua amada até no momento do nascimento dos pequenos.Realmente eram lindos. Agora ela chamada por Fênix, realmente se sentiu totalmente liberta da sensação de não poder conseguir chegar até o fim com sua gestação. Por causa da sua atual situação clínica, seus filhos nasceram de uma cesariana. Mas nada a impedia de estar mais radiante e feliz.Ela em êxtase, não conseguia descansar um só minuto sem ver seus pequenos ali no quarto com ela e Robert. A porta logo se abre. Duas enfermeiras adentram com seus bercinhos e cada um dos seus pacotinhos envoltos nas mantas de cor rosa e
Brian BernardiPerturbado é o que define meus sentimentos neste momento. Procurei durante esses três longos anos, não havia um só dia em que não pensasse nela ou sentisse um fio de esperança em encontrar a mulher que sempre atormenta meus pensamentos e tomou conta do meu coração de uma forma que jamais pudesse imaginar estar a sentir por qualquer outra. Nem que passasse uma vida inteira, não amaria ou desejaria outra mulher em minha vida. Só queria ela, somente ela, minha Esmeralda.Voltando de uma reunião em Roma, estava indo até o bagageiro pegar minha mala, quando me esbarro com uma ruiva. Infelizmente, acabei por derramar um pouco de café em sua roupa, e vi que a mesma se abaixou para pegar seu celular por causa da nossa trombada.Ao me abaixar juntamente com ela pois era o mínimo que poderia fazer depois de ter esbarrado nela e conseque
Finalmente seu esposo chegou para ficar com ela e seus filhos e assim, a paz, ou pelo menos um pouco dela já reinava naquele lar e entre eles. Robert ficou bastante preocupado com sua esposa, não se sentiu inseguro e nem tão pouco incomodado, pois sabia que por mais que ela não falasse que o ama com todas as letras, mas ele sabia que ela sentia o mesmo que ele.Tiveram um dia maravilhoso após sua chegada, inauguraram o quarto deles com uma noite intensa e prazerosa de amor. Inauguraram cada canto daquele lugar.Robert amava e muito sua esposa, assim como seus filhos. Fez questão de passar o dia com eles no dia seguinte a sua chegada enquanto sua esposa se preparava para sua estreia no mundo dos negócios em Tessália. Ambos estavam ansiosos.É chegada a noite. O grande momento do evento em que ela enfrentaria seus demô
Nas primeiras horas da manhã, Robert se levanta, faz sua higiene matinal e ao voltar para o quarto, se depara com bela visão de sua mulher com um fino lençol sob seu corpo nu. Ele a contempla.Logo, ele se arruma e vai até o quarto dos gêmeos para lhes dar muitos beijos e acordá-los para tomar o café da manhã. Ele desce os esperando à mesa.As babás os arrumam e descem as escadas acompanhados delas. Assim que os vê, logo correm para abraçá-lo. Um imenso sorriso e um abrir de braços gigantesco é direcionado àqueles pequenos que tanto o enchem de amor em seu coração.- Papa, ondi tá mama? – Apolo pergunta enquanto ele está fazendo cócegas em Ártemis.- A mamãe está muito cansada, por isso o papai achou melhor não acordá-la.- Ahhhh, ti bom papa. – Á
O que se pode fazer quando amamos alguém para tê-lo conosco? Tudo!Sempre me fiz essa pergunta e sempre dei-me essa resposta. Para mim quando conheci Brian sempre lutei para o tudo ou tudo. “Nada” sempre foi algo que nunca esteve na minha concepção aceitar e nem acatar.Quando vi aquela mulher de cabelos ruivos em cima daquele palco, quase me sufoquei. Nunca imaginei que pudesse existir tamanha semelhança dela com aquela que hoje me assombra em pesadelos. Aquela fatídica noite, me assombra até hoje. Mesmo tudo o que fiz, ainda assim não me conformo por não ter Brian comigo.Vi o quanto ele esteve perturbado na presença dela. A semelhança é gritante. Se não fossem primas e se não tivesse algo de diferente no seu rosto dela, jurava que eram a mesma pessoa.Quando ela me falou aquilo no banheiro, realmente estou como se pisasse em ovos. Me sinto bem i
Brian BernardiAo sair daquela mansão e passar por aqueles enormes portões após ver o laudo e fotos de como estava Esmeralda, fiquei sem chão. Completamente sem rumo.Não me permitia acreditar que estava morta, não me permitia aceitar. Preferia que realmente não fosse verdade, já que nunca havia visto seu corpo. Mas hoje, o meu maior medo aconteceu. O fio de esperança que tinha se esvairia como uma bala de uma 22 acertada na coxa e adentrando na carne dilacerando aos poucos até se alojar no órgão e estraçalhar.Não estava em condições de dirigir mas nem sei como tive forças e consegui chegar ao cemitério. Minhas pernas estavam fracas, sentia que ia desmoronar antes de chegar em seu túmulo. Era inevitável n&ati