Capítulo 8

Resolvi ir um pouco pra casa, amo a companhia da Layla, mas estava com saudades de ficar sozinha depois de uma semana inteira lá. A família de Layla me recebeu muito bem, com certeza vou voltar rs o carinho que recebi foi maravilhoso e estou precisando desse afeto famíliar. Tentei não pensar na noite com o Patrick, apesar de não termos transados, quase aconteceu. Estávamos meio bêbados, mas consciente do estava acontecendo e foi muito bom, a muito tempo eu não me sentia assim, mais mulher. Não tenho costume de ficar com outros caras e nem chegar a ir para cama com eles, senti saudades de ser tocada e desejada e ontem eu me senti assim.

Em casa, deitada na rede e quase dormindo ouvi meu celular notificar mensagem e era a mãe de Layla.

** Malia, amanhã posso fazer uma avaliação nos quadros de sua mãe? acredito que venha valer alguma coisa para você.

Pensei bastante antes de responder a Blair, os quadros minha mãe me deixou por uma razão, mas nunca tirei eles do depósito. Toda vez que olho, me vem a vontade de chorar e sinto saudades deles, mas sei que ela gostaria de me ver bem e talvez esses quadros mudem nem que seja um pouco a minha vida. Respondi que sim e marcamos um horário para amanhã.

Estava anoitecendo e continuei na rede com o Lorax no colo, deitada e pensando um pouco na minha vida. Queria ter planos para o futuro, pensei em tentar na carreira de surfista já que sou tão boa e amo o que faço, mas parece que tem algo que me limita de ir mais além, um bloqueio em mim que não me deixa seguir em frente. Levo um susto com um estrondo na porta da frente, dou um pulo na rede e ponho a cabeça para fora afim de ver o que ou quem era, vejo Patrick caído com o olho todo roxo, me levanto e vou em direção a ele.

__ Patrick, de novo? - me ajoelho ao seu lado e o ajudo a levantar.

__ Malia, me ajuda - ele geme de dor.

Levanto ele devagar e levo em direção ao sofá onde ele se j**a e grita de dor colocando a mão no ferimento do braço. Fui para cozinha pegar o kit de primeiros socorros e sento ao seu lado limpando as feridas. Seu olho estava roxo, mas do que a última vez em que o ajudei, tinha um arranhão em sua testa e um hematoma enorme no seu braço. Não perguntei nada, apenas dei um analgésico a ele e sentei ao seu lado. O sol estava se pondo e o céu estava alaranjado, ele se leva e vai até a varanda do meu quintal, se senta na bancada e olha o horizonte.

__ Quer me contar o que aconteceu?

__ Você tá virando minha cuidadora de machucados oficial né kk

__ Então kk antes era a Layla?

__ Quase isso - ele me olha meio triste.

__ O que você arrumou Patrick?

__ Eu briguei com meu pai a quase 1 ano e ele parou de me bancar, eu estava em uma fase meio adolescente rebelde e queria curtir a vida, algo passageiro. Peguei dinheiro com um cara aqui da cidade, mas não fazia ideia que ele era tão barra pesada.

__ Tu pegou dinheiro com o Japão?

__ É. As dívidas foram acumulando e eu não tenho como pagar, não quero falar com meu avô sobre isso, ele já tá idoso e não pode se estressar.

__ E o que você vai fazer?

__ Eu vou ganhar esse campeonato, é a única chance que eu tenho senão ele me mata de pancada.

Olhei um pouco surpresa para ele, imaginei uma vida perfeita e apenas mais um filho mimado, nunca imaginei que ele estaria correndo risco de morte. Não sabia o que falar então só olhei para horizonte junto dele.

__ Por que você não participa dos campeonatos da cidade? com certeza você ganharia fácil.

__ Eu.. não sei, na verdade estava pensando nisso hoje. Algo me impede, quando estou surfando para mim e diferente de estão surfando para as pessoas.

__ Vergonha?

__ Não, não. Depois que meus pais morreram eu fiquei com isso.

__ Já pensou que pode ser um trauma? as vezes a partida dos seus pais mexeu em alguma parte do seu subconsciente e te deu esse bloqueio, meio que uma ansiedade.

__ Olha, bem psicólogo.

__ Ah eu leio livros sobre a mente humana kk acho que você percebeu.

__ É, eu percebi

__ Gosto de entender a mente das pessoas - ele me olha com intensidade.

__ Seria bom entender a sua primeiro, não acha?

__ É, preciso dar um jeito na minha vida.

Ficamos conversando mais um pouco, Patrick me contou um pouco sobre seu avô. É um senhor de idade, quase 80 anos, basicamente criou ele e pelo jeito que ele falava era nítido o carinho e amor que tinha. Sempre nas férias ele vem ficar com o avô.

__ É pai do seu pai ou sua mãe?

__ Do meu pai, mas é uma pessoa totalmente diferente dele, uma ser humano incrível que cada dia me dá uma lição de vida.

__ E você não leva jeito pelo visto.

__ É kk mas eu guardo no coração, um dia vou usar todas.

__ Que tal começar agora? se esperar o momento certo você vai apenas perder tempo, na verdade a gente nunca sabe o momento certo.. é só.. ir.

__ É mesmo senhorita Malia? que tal seguir o seu próprio conselho e começar a participar do campeonato? quem não é visto, não é lembrado em.

__ Não conta nada pra Layla e pro Luck ok? não quero ninguém preocupado comigo.

__ São seu amigos, óbvio que vão ficar.

__ Não quero dinheiro de ninguém Malia.

__ Sabe que o orgulho pode te matar né?

__ Sou casca grossa, não é fácil me matar.

__ Sei.

Me levantei afim de ir em direção a sala e ele me puxa levemente, ficando de cara a cara comigo.

__ Obrigado por.. cuidar disso aqui

__ Cuidado!

Ele me dá um beijo no canto da minha boca, põe meu cabelo para trás, cheira meu pescoço e vai em direção a porta. Fico tão arrepiada e excitada ao mesmo tempo.

__ A gente se vê?

Eu não tive reação e nem palavras, apenas o encarei olhando seus olhos. Ele se foi e ainda continuei parada na sala sem reação.

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