AS ESCOLHAS DE ICE

AS ESCOLHAS DE ICE

     - Ice! Ice! Acorde! – Chama Marla

Ice então acorda, mas não há ninguém o chamando. Em silencio, e exausto, Ice se levanta, se arruma, e caminha pela sua casa, procurando sua esposa.

     - Hey querido, até que enfim você acordou, sente se comigo na mesa, para comermos algo juntos. – Diz Marla, acenando

Ice caminha até Marla, puxa a cadeira e se senta, logo diz com a mão na cabeça – Minha memória, eu não consigo me lembrar de muita coisa – Expressando dor

     - Calma, não tente forçar, o médico Edwild disse que isso aconteceria. Fico tão contente de te ver em casa – Responde Marla

     - Pelo jeito que você fala, algo de horrível aconteceu comigo – Preocupado questiona Ice

     Marla fica em silencio, termina seu café da manhã assim. Após comer, Ice, resolve dar uma volta, mas antes de sair Marla diz – Eu só estou tentando lhe proteger, assim como você me protegeu! – Diz Marla

     - Obrigado! – Agradece Ice, e diz – Eu realmente acertei ao me casar com você, que sorte eu tenho! – Confiante.

     Ice então pega seu casaco pendurado, e sai, caminhando pelo seu vilarejo. Admira a paisagem, os habitantes. Crianças brincando a sua frente, logo a menininha cai de cara na neve, Ice por perto a ajuda a levantar, e limpar seu rosto. A menininha então sorri e agradece a Ice. Seu irmãozinho, e seu amigo, se aproximam, perguntando se está tudo bem.

     - Sim, estou bem – Responde a menina

     Surpreso, gago, o menino tenta falar – H-Hey! Você ficou de me ajudar depois da sua missão, estou pronto!  – Animado, Feliz

Ice não se lembra de nada, e diz, com a mão na cabeça, e sem jeito.

     -E-Eu preciso resolver umas coisas antes, mas da próxima vez que nos vermos...- Diz Ice

     - Está bem - Disse o menino, interrompendo Ice.

     - Certo, obrigado! Com licença – Termina Ice, ao se retirar.

Ice caminha em direção ao bar, para tomar uma bebida. Mas muda de ideia no caminho.

     - Eu não posso ser visto bebendo a essa hora do dia, preciso ir em um bar mais longe. – Pensa Ice

     Assim seus passos mudam, em direção a saída do vilarejo. Sem notar Ice é seguido por três indivíduos.

     Ao desamarrar a corda que prende o barco na ponte da saída de seu vilarejo. Ice nota alguns barulhos, mas não percebe ninguém se aproximando, então segue desamarrando a corda do barco.

     Remando em seu barco até a próxima ilha, com objetivo de chegar ao bar no deserto, onde costuma ir, beber até cair. Ice tem pequenos flashs de sua batalha com seu velho amigo Ray Pember, a qual travaram contra Dark Lord, onde se conheceram.

     - Naquela época, eu era fraco! – Lamenta Ice

Remando algum tempo, Ice finalmente, avista a ilha, o vilarejo de grama e o deserto.

     Descendo do barco, um pouco cansado de remar, Ice o amarra para o mar agitado na costeira, não o levar. Se afastando, ouve barulhos vindo do seu barco, e rapidamente olha para trás. Mas não vê nada.

Entrando no deserto, Ice percebe, que algo está errado.

Está tudo muito calmo, o deserto, perdeu o encantamento de criaturas magicas. Isso só pode significar uma coisa.

Então, Ice segue caminhando e caminhando. Algum tempo se passa, e os três indivíduos, cansados, de trás, veem Ice caindo no deserto, exausto. Então correm em direção ao mesmo, para o socorre-lo.

Chegando perto, Ice desaparece, era uma migarem, e atrás dos indivíduos, Ice aparece, e diz – Então são vocês! Por que estão me seguindo? – Pergunta Ice, aos garotos de antes.

     - Hey! Você não lembra mesmo da gente? Isso é triste mestre – Responde o menino, dramaticamente, e continua a dizer – Eu me chamo Sausage e está é minha irmã Pina, e nosso melhor amigo Lucca – Apresentando

     - Qual a idade de vocês? – Questiona Ice, emburrecido

Ninguém se atreve a falar, mas Ice deduz – Eu diria que o pirralho de cabelo liso escuro, gordinho, está prestes a festejar seu decimo primeiro. A pirralha com um ursinho fofo na mão, não deve ter dois dígitos, e você, pela voz irritante e audácia, eu diria que completou doze anos, e está achando que pode se tornar um grande guerreiro?! Não estou certo?! – Afirma Ice

     - Desculpa senhor – Diz Sausage, curvando, e logo continua – Pela sua arrogância, você parece ter a idade da minha vó – Responde

As crianças começam a rir, Ice diz não ter tempo a perder. Enquanto sua memória não voltar, nada poderá fazer. E prossegue em direção ao bar.

Caminhando, se afastando, percebe, que é uma decisão errada, deixar aquelas crianças sozinhas no deserto.

Então volta, e diz – Eu não posso deixar vocês três aqui, mas não posso voltar estando tão perto. Venham comigo, essa é uma missão ultra secreta. Nossa comunicação tem que ser a menor possível. – Enrola Ice

Surpresos, animados, as crianças gritam de felicidade, e partem junto ao Ice, em direção ao desconhecido.

Caminhando pelo deserto Sausage começa a falar – Quem iremos enfrentar? Soubemos da sua última batalha –

     - Sausage, não – Diz Lucca

     - O que vocês sabem da minha última batalha? – Pergunta Ice, curioso

Lucca se intromete e diz - Só o que ouvimos são os boatos que circulam pelo vilarejo, não sabemos muito a respeito -

     - Entendo! – Diz Ice

      Em um tom baixo, Lucca diz para Sausage – Não podemos contar a ele – Sério

Sausage e Pina concordam.

     Prosseguindo, logo o grupo avista o bar, de longe. Ice diz - Ótimo, é para lá que vamos. – Empolgado

     - Hãm? Sério?! Um bar! – Questiona Sausage, sem entender

     - Não me subestimem, iremos colher informações, precisamos agir normalmente – Explica Ice

     Chegando ao bar, Ice surpreso pronuncia – A casa está cheia! –

     - Uau! Esse lugar é lindo! – Diz Pina, encantada com o bar.

     - Eu não lembrava de o bar ser desse jeito. – Diz Ice, em um tom baixo, intrigado

     Aos olhos de Ice, um bar elegante, com três andares, lustres brilhantes, mesas lotadas, pessoas finas e bem vestidas, um lindo lugar. Diferente de sua última lembrança do bar, a qual estava caindo aos pedaços.

     Lucca então grita – Pessoal, Hey! – Acena e diz – Por aqui, achei uma mesa livre – Apressando

     - Uau esse lugar é incrível não é mesmo! – Afirma Sausage, sentando a mesa, entusiasmado

     - Isso não está certo – Questiona Ice

     - Por que senhor Ice? – Pergunta Pina

     - Deve ser uma miragem, caímos na armadilha do inimigo – Diz Ice

     - Hãm? O que? – Questiona Lucca

     Logo o garçom se aproxima sem ser notado e bate na mesa, assustando o grupo intrigado, e diz – HEY! O que meus queridos clientes desejam? Pode se certificar, isso aqui não é uma miragem, e as coisas por aqui não costumam ser baratas, é bom que tenham moedas para pagar – Termina o garçom

     - Tudo bem, serve três bebidas, e a minha especial do bar. – Pede Ice

     O garçom anota os pedidos, e se retira, e então Sausage diz – Eu não tenho moedas comigo –

     - Tudo bem, eu tenho moedas no bolso do casa...- Diz Ice e interrompe sua própria fala, ao pôr a mão no bolso do casaco e não encontrar suas moedas

     - Algum problema? – Pergunta Sausage

     - Eu devo ter perdido minhas moedas – Responde Ice

     - Como vamos pagar a conta? – Questiona Pina

     - As bebidas estão chegando, tarde demais para cancelar – Avisa Lucca

     O garçom trás e serve as bebidas, o grupo em silencio agradece o garçom, e então o garçom diz – Ah obrigado, vamos, experimentem, esse é um especial da casa, servido só para crianças como vocês – Diz o garçom

Sem escolha, Ice é o primeiro a dar um gole, e dizer – Hum, está maravilhoso! –

E então o grupo faz o mesmo.

     - Ótimo, por que esse é o valor – Diz o garçom, colocando o valor da conta, na mesa

     Ice olha, e quase cai para trás da cadeira.

     - Esse valor é um absurdo – Diz Sausage

     - Deviam ter perguntado o valor antes, se não pagarem, haverá consequências – Afirma o garçom, em um tom calmo

     - Tudo bem, iremos pagar, obrigado! – Diz Ice, simpático

O garçom se retira.

     - Como iremos pagar se não temos moedas? – Questiona Lucca

     - Hey Lucca, fala baixo – Diz Sausage

     - É mesmo, eu devo ter deixado cair na hora que me agachei para ajudar a Pina a levantar. Calma, eu irei resolver, só preciso encontrar um certo alguém – Diz Ice e continua – Fiquem aqui e agem normalmente, eu já volto – Se retirando

Pina e Lucca concordam. E Ice caminha pelo bar, a procura de alguém.

Sausage questiona – O que será que ele irá fazer? Será que foi uma boa ideia ter vindo com ele até aqui? Vocês viram os olhos daquele garçom? – Intrigado

     - Eu fiquei com medo irmão – Diz Pina, abraçando o ursinho

     - Vamos fazer o que ele nos pediu – Responde Lucca, virando o copo de bebida goela abaixo

     - Lucca! – Diz Sausage

     - Por que você tomou se não temos moedas para pagar – Termina Sausage

     - Se você não quiser tomar o seu, eu tomo – Aponta Lucca

     - É claro que eu quero, andar naquele deserto me deixou com muita sede – Afirma Sausage, virando o copo

     - Se o do mestre Ice não fosse bebida para adultos, eu tomaria, ainda estou com sede – Lamenta Lucca

     - Concordo! – Concorda Pina

     - Hey, eu vou procurar pelo mestre Ice, por favor me esperem aqui – Diz Sausage

     - Você não deve ir, vai acabar arrumando confusão para gente – Argumenta Lucca

     - Tudo bem, eu não vou demorar, se o mestre Ice voltar, dizem que fui procurar o lavabo. – Responde Sausage, e diz em um tom baixo – Eu preciso investigar algo que está me intrigando –

     - Irmão você está me assustando – Diz Pina, abraçando seu ursinho

     - Não é nada demais, vou apenas procurar pelo mestre Ice, não se preocupem – Diz Sausage, com um sorriso no rosto

     - Você não devia ir – Diz Lucca e continua – E se aquele garçom estranho voltar na sua ausência? –

     - Tudo bem, eu confio que você dará um jeito – Responde Sausage, e se retira

     Ice percorre cada andar do bar, toma outros drinks com velhos amigos de bar, e conhece novas pessoas. O tempo se perde na cabeça de Ice. Enquanto Sausage fica admirado com o novo mundo que está conhecendo. Em sua visão, diversas pessoas se divertindo, jogos de cartas, bebidas, charutos, risadas, um mundo totalmente novo para Sausage, que tinha apenas 10 anos. O tempo se perdeu na cabeça de Sausage.

Ao mesmo tempo os dois se dão conta, e voltam às pressas para a mesa do grupo, esbarram em algumas pessoas. Chegam na mesma hora, então Ice diz – Hey! Sausage, onde estava? Onde está Pina e Lucca? –

     - Hãm? Eu...Pois bem, eu sai para procura-los, saíram para ir ao lavabo e não voltaram. Onde você esteve esse tempo todo? – Enrola Sausage e questiona

     - Hãm? Eu...Pois bem, eu sai para procura-los, quando cheguei aqui, não vi ninguém na mesa, eu vim dizer que eu consegui as moedas, elas estão bem aqui... – Enrola Ice, e ao retirar as moedas do bolsa do casaco. Ice percebe que as moedas sumiram, e o casaco está com o bolso furado.

     Sausage assisti e adiciona – Hum? Então você tinha moedas, mas perdeu. De novo. – Irônico

     - Por favor, só fique calado! – Termina Ice e adiciona – Vamos procurá-los na recepção –

      Chegando na recepção. O garçom, os atende, simpático, e com sorriso maléfico.

      - Olá! Vieram agradecer os meus serviços?! Não tem de que, eu que sou todo grato! Obrigado e voltem sempre! – Diz o garçom, sarcástico

     - Volte sempre? – Em duvidas Ice

     - Mas viemos pagar a conta – Acrescenta Ice

     - Mestre Ice, como vamos pagar se não temos moedas, vamos embora antes que ele mude de ideia! – Cochicha Sausage

     - Não se preocupem com a conta, ela já foi paga. Aliás, muito bem paga. Eu agradeço a gorjeta Mestre Ice. – Diz o garçom, sarcástico

     - Mestre Ice, eu estou ficando com medo desse garçom estranho – Cochicha Sausage

     - Tudo bem Sausage. – Diz Ice e pergunta ao garçom – Posso saber quem pagou a conta? - 

     - Foi assinado como Grey – Diz o garçom, misterioso

     - Grey! – Repete Ice, surpreso

     - Você o conhece mestre Ice? Então ele deve estar com minha irmã e o Lucca -

     - Há – Diz o garçom, e continua – Por favor, vou pedir para que se retirem, estão atrapalhando meus clientes de chegarem até o balcão para me elogiarem. – Arrogante, soberba

     - Vamos Sausage – Diz Ice saindo com Sausage

     Lá fora, Sausage pergunta – Onde está seu amigo Grey mestre Ice? – Preocupado com sua irmã

     - Escuta Sausage, eu não conheço nenhum Grey, tem alguma coisa de errado com aquele garçom, precisamos investigar de mais perto – Diz Ice

     - Então onde está Pina e Lucca? – Questiona Sausage, preocupado

     - Eu não sei, mas acredito que não saíram do bar – Responde Ice

     - Você acha que aquele garçom estranho os pegou? – Pergunta Sausage

     - Eu não tenho certeza, mas ele é o único suspeito, viu como olhou para vocês? E o mistério da conta? Quem a pagou? – Argumenta Ice

     - Se ele estiver com minha irmã, eu irei quebra-lo ao meio –

     - Calma, não podemos ser pegos, estamos em desvantagens, precisamos ser cautelosos e não deixar que nos notem. Eu tentarei entrar no galpão onde guardam as bebidas – Explica Ice

     - Muito bem, eu ficarei de olho no garçom estranho – Diz Sausage

     - Tome, pegue o casaco, disfarça se, eu entrarei pelo terceiro andar – Afirma Ice

     - Uau! Você irá usar suas asas? – Pergunta Sausage, admirado

     - Sim, entre pela porta, na hora certa você saberá como agir, apenas fique de olho na situação – Disse Ice, e voou para cima, procurando uma janela discreta no terceiro andar do bar. Enquanto Sausage entra pela porta.

Ao entrar, logo vê o garçom e então se abaixa para não ser visto, e anda abaixo, aproveitando que o bar está lotado, consegue se aproximar do garçom sem ser visto, e por perto se mantém.

Enquanto observa o garçom a distância, Sausage pensa sobre o acontecido – Eu não deveria ter saído e os deixados sozinhos, como irmão mais velho eu sou horrível. Lucca tentou me avisar, mas sou horrível como amigo também. – Lamentando

     Ice consegue achar uma entrada discreta no terceiro andar.

     - Com essas asas logo vão perceber que eu voltei, tenho que criar uma distração para poder entrar no galpão de bebidas. Mas como vou passar pela recepção sem ser visto? – Pensa Ice

     Enquanto Sausage observa o garçom estranho, Sausage nota – O que? Como ele consegue? – Intrigado.

Nas primeiras observações de Sausage, ele nota como o garçom estranho é tratado pelos clientes finos. O fazendo duvidar da sua maldade contra sua irmã e seu melhor amigo.

Mas quanto mais se disfarça ao meio da multidão e observa cautelosamente o garçom estranho, ele percebe como o garçom estranho, é humilhado pelos clientes finos. E mesmo assim, tenta manter postura, fazer piadas e ser engraçado, com um lindo sorriso em seu rosto triste.

Porém suas observações continuam, e quanto mais perto se aproxima, mas entende o que está acontecendo.

Com clientes de classes inferiores, o garçom estranho trata mal, descontando todas suas frustrações.

     Em um descuido, enquanto Sausage tira suas conclusões sobre o garçom estranho. Acaba, o perdendo de vista.

     - O que? Para onde ele foi? – Diz Sausage, olhando para os lados

     - Eu tenho que encontrar o mestre Ice e informa-lo sobre o que eu descobri – Continua Sausage, determinado

     Logo, em suas costas, ouve em seu ouvido – E o que você descobriu meu garotinho? – Sussurro do garçom estranho

E quando menos se espera. Sausage estava bem no ponto da estratégia de Ice.

     Em sua estratégia Ice então cria um cubo de gelo, em forma de cristal, com pequenos cubos soltando para os lados, como forma de atração, ou melhor dizendo, distração. Ao mesmo tempo Ice grita, simulando um cliente qualquer – Olha, é um espetáculo do bar! – Induzindo aos demais pensarem o mesmo.

Os garçons ficam sem entender, e com a irá do garçom estranho, logo vão ver o que está acontecendo. O garçom estranho grita para pararem com o show. Mas ninguém o ouve, pensam ser parte do espetáculo.  Isso tudo deixando a recepção livre.

Enquanto os demais públicos, ocupados, entretidos com toda a cena, não notam Ice entrar na recepção, pousando como um anjo.

Na sala de bebidas, Ice desce o galpão, e não encontra ninguém, porém, há correntes, abertas, o que significa que chegou antes de alguém.

Não há muito para se pensar, a situação está óbvia. Ice decide sair, antes que seja pego. E ao sair, a distração ainda está rolando, e Sausage, dançando em frente ao cubo magico de gelo mantendo a distração.

No último passo de Ice, uma mulher o nota, os dois param, pensam, enquanto olhares se cruzam.

Logo voltam a caminhar normalmente. Ice então pensa, está na hora de acabar com isso.

     Sausage dançando em frente ao cubo, o garçom estranho aos berros, e ninguém o levando a sério, os demais garçons e pessoal da recepção com as mãos na cabeça sem entender. O garçom estranho para e caminha na direção de Sausage pegando pela gola, pronto para o soquear...Quando Ice voando pega Sausage no ar e voa em direção a janela aberta.

O público surpreso com a ação do garçom estranho, logo começa aplaudir o grande espetáculo.

Então o garçom estranho furioso, apenas dança conforme a música.

     Voando, Ice explica o plano para Sausage, e os dois, descem no deserto esperando na rota secreta de habitantes. Esperando suas suspeitas se confirmarem.

     No fim da tarde, ao fim do pôr do sol, habitantes se aproximam pela rota secreta, e ao longe, Ice vê, mesmo com toda aquelas poeira do deserto, Ice sabe quem é.

     A mulher se aproxima da passagem, e é surpreendia e abordada por Ice e Sausage.

     - Quem é você? Retire seu capuz – Diz Ice

     - Calma – Diz a mulher retirando o capuz

     - Você! – Diz Ice, confirmando suas suspeitas, lembrando que é a mulher que lhe viu saindo da recepção.

     - Eu jamais esqueceria esse rosto atraente – Pensa Ice

     - Onde está minha irmã e meu amigo? – Questiona Sausage 

     - Como podem ver, eu estou sozinha – Diz a mulher 

     - Sabemos que não é verdade – Responde Ice, e continua – Onde você as escondeu? – Acusando

     A mulher abaixa a cabeça e diz – Você é mais esperto do que eu esperava – E responde – Me chamo Lami Victoria, ao seu dispor Ice Grey – Curvando

     - Onde está minha irmã? O que você fez? – Questiona Sausage

     - Como podem ver, ela não está aqui, nem seu amiguinho, mas eu sei onde eles estão, e sem mim, vocês jamais as verão novamente – Argumenta Lami

     - O que você quer? – Pergunta Ice

     - Eu quero cumprir com meus planos, e somente aqueles que conhecem esse caminho de rota no meio desse imenso deserto, é que terá a força suficiente para me ajudar – Explica Lami

     - Como vamos saber se podemos confiar em você? – Questiona Ice

     - Ora, eu não sou mulher de descumprir com a palavra – Responde Lami

     - Então qual é o acordo? Que ajuda você precisa? – Pergunta Ice

     Lami pensa, olha em volta, e diz, calmamente – Eu preciso libertar alguns prisioneiros em uma ilha ao extremo sul da ilha de gelo – Diz Lami

     Ice fica em silencio, pensando em qual confronto teria pela frente, mas se vê sem opção de escolha. Com Lucca e Pina desaparecidos, e Lami dando sua palavra de honra.

     - Está bem – Respondeu Ice

     - Mestre Ice? – Diz Sausage

     - Tudo bem Sausage, vamos viajar com essa mulher – Diz Ice

     - Obrigada por me ajudarem, vamos seguir na rota de fuga até o cais mais próximo, para podermos navegar até o ponto de encontro na ilha - Diz Lami e continua – Eu vou explicar a situação durante o caminho, só precisamos ser cautelosos daqui para frente, vocês criaram bastante confusão pelo bar, deixou muita gente inquieta. – Termina Lami

     - Ah? Aquilo não foi nada. Aliás deveria me agradecer, graças a minha distração você conseguiu cumprir com seu plano. – Afirma Ice

     - É verdade, você tem razão – Concorda Lami, seguindo o caminho

     - Você chegou primeiro que eu, como você conseguiu? – Pergunta Ice

     - Você quer saber? – Pergunta Lami

     - Foi fácil, fiquei de olho em você Ice, desde sua chegada ao bar. E com todo barulho que vocês quatro fizeram, mais gente ficou de olho também. Os dois deixaram Pina e Lucca sozinhos, o que foi a oportunidade perfeita para o garçom atacar. Mas sabe o que me intrigou Ice. O garçom se tornou uma criatura pavorosa, no meio a tanta gente, e ninguém percebeu, ninguém notou, estavam todos tão ocupados, bebendo, jogando, apostando, brindando, como se tivessem hipnotizados. E assim levou e aprisionou Pina e Lucca no galpão. Depois voltou em seu aspecto normal de garçom e voltou a atender e ser humilhado pelos clientes. – Termina Lami, acusando Ice e Sausage

      - Então você as pegou? – Questiona Ice

     - Eu as libertei – Corrige Lami

     - E onde estão agora? – Pergunta Ice

     - No final do acordo, todo mundo sairá feliz, apenas cumpre com a missão – Responde Lami 

     - Onde eles estão Lami? Eu podia ter certeza que vi você se aproximar com mais duas pessoas ao seu lado – Questiona Ice

     - Qual a parte do acordo que você não entendeu Ice? Eu libertei as crianças, elas me devem suas vidas, vocês as abandonaram para serem devoradas pelo garçom estranho.  Mas não se preocupe, estão seguros, porem se fracassarmos na missão, nem um de nós voltará a ver qualquer outra criança no mundo – Explica Lami

     - Você é determinada – Diz Ice

     - Você gosta? – Pergunta Lami

Então Sausage se culpa, e questiona.

     - Eu não deveria tê-los deixado sozinhos, Lucca, tentou me avisar, mas eu não quis ouvir – Se lamente Sausage

     - Sausage...- Diz Ice

     - Lami, eu também notei algumas coisas sobre o garçom estranho, ele tem algo em comum com todas as crianças, sendo finas ou não, ele as trata mal, como se as quisesse devorar. E por algum motivo os pais não notam. -

     - Será algum tipo de magia de hipnose? – Questiona Ice

     - O que ele pretende fazendo isso? O que ele iria fazer com as crianças? Você viu Ice?! Havia mais correntes. O que ele fez com as outras crianças que não foram salvas? – Questiona Lami, em duvidas

     Chegando na costa, Lami os leva até a pequena embarcação que os levará até a ilha almejada.

Ice então confronta Lami sobre seus planos e sua missão.

     - Lami, antes de continuarmos, precisamos saber com o que vamos lidar? Quem estaremos libertando? – Pergunta Ice, curioso

     - Bom, não posso enrolar mais, vou lhes dizer a verdade – Diz Lami

O trio, sobem na embarcação e remando, remando, seguem em direção a ilha, enquanto Lami, explica e conta sua história.

     - Eu nasci em um pequeno vilarejo próximo a vila Disordier. Meu pai um guerreiro comum e minha mãe uma simples camponesa. Nunca tiveram grandes feitos em suas vidas. Eles diziam “Lami minha filha, você é nosso maior tesouro, busque conhecimento para não ser igual seus pais. Mas apesar de tudo, honre o significado de seu nome minha filha.” Sempre me pedindo para andar no caminho certo, e relembrando como fui importante na vida deles. – Diz Lami

     - Pelo vocabulário, e o caminho que estamos tomando, só quer dizer que...- Diz Ice e é interrompido com a fala de Lami – Sim! Meus pais morreram, já faz algum tempo. Mas foi por morte natural, a velhice. Felizmente, a guerra não os tirou de mim, mas sim o tempo. O inimigo em comum de todos nós. – Termina Lami

     - O que você fez depois da morte de seus pais? – Pergunta Sausage

     - Eu fiz o que me pediram a vida toda. Eu busquei conhecimento e honrei meu nome e de minha família. – Diz Lami

     - Lami! – Afirma Sausage

     - O que você faz Lami? Você é uma guerreira? - Pergunta Ice

     - Hum? – Diz Lami em duvidas, e prossegue – Você acha que estou vestida igual uma guerreira? – Questiona Lami

     - Ice então olha de cima a baixo Lami, o que a deixa, envergonhada, e diz- Está bem, não precisa olhar muito. – Virando o rosto com as bochechas rosadas

     Lami veste um vestido longo de flores, seus cabelos longos presos, louros, um chapéu com uma pena na parte de cima, e com seu leque.

     - Quando vi você no deserto, você estava vestindo um sobretudo com capuz, provavelmente para proteger sua pele branca e macia da areia agressiva do deserto. Mas olhando para você agora, eu diria que você não sabe segurar uma espada, mas essa é sua intenção e talvez, a história que nos contasse, seja mentira. – Analisa Ice

     - Mestre Ice? – Diz Sausage

     - Por um segundo eu fiquei lisonjeada com seu elogio, mas você só quis achar uma forma educada de me acusar – Diz Lami desapontada

     Ice fica em silencio, enquanto o trio continua remando, ao se aproximar da ilha, Ice pergunta sobre o plano de Lami e sobre quem ser os prisioneiros.

     - Quem vamos libertar Lami? – Pergunta Ice, intrigado

     - Você já deve ter ouvido a respeito, ele é bem popular no seu vilarejo – Responde Lami, com suspense

     - Mestre Ice de quem ela está falando? – Pergunta Sausage

     - Eu não posso acreditar Lami – Diz Ice

     - Seu julgamento sobre mim mudou com essa descoberta? – Questiona Lami

     - Quem é você? – Pergunta Ice

     - Eu já lhe contei, mas o prisioneiro em questão, não é um criminoso como julgado. Os rumores estão se espalhando muito rápido, um passo em falso, sua reputação acaba – Explica Lami

     - Quem é esse sujeito? – Volta a perguntar Sausage

     - Seu nome é Martin Romero – Diz Lami

     - Ou melhor dizendo, Morte Romero, o assassino! – Diz Ice

     - Assassino? Vamos libertar um assassino? – Questiona Sausage, assustado

     - De acordo com os rumores, mas a verdadeira história é outra – Argumenta Lami 

Descendo na ilha, Ice comenta – Essa ilha? Eu jamais iria imaginar que haveria uma prisão aqui –

     - É uma prisão subterrânea, foi feita para ninguém saber – Diz Lami

     - Mas então como você sabe Lami? – Pergunta Sausage

     - Vocês dois fazem muitas perguntas! Espero que não fracassem no plano – Responde Lami

     As paredes internas da prisão absorvem as energias impedindo qualquer tipo de poder elemental. Guardas contam apenas com a força bruta, e para isso passam por diversos treinamentos rigorosos.

     Lami chega à entrada principal com Sausage. O procedimento para permitir a entrada é iniciado. Perguntas são feitas, e motivos são questionados. Enquanto Lami responde, junto a Sausage. Ice voa por cima da ilha e ataca diversos pontos, lançando seu elemental de gelo.

Com isso, por dentro da prisão, é disparado a sirene, de sinal de intruso e tentativa de resgate.

Os guardas cumprem o protocolo e começam a ficar em posição

     - O que aconteceu? Será que é perigoso ficar aqui? – Desentendida diz Lami

     - Está tudo bem, venham comigo – Diz o guarda

     Lami e Sausage notam uma movimentação entre os guardas na prisão por conta da distração de Ice. Enquanto acompanham o guarda até a próxima sala.

Chegando na sala Lami diz – Eu não quero vê-lo seu guarda, por favor não me obrigue a ver aquele homem cruel – Diz Lami, dramaticamente e continua – Vá sozinho meu filho, eu ficarei aqui lhe esperando, e diga para seu pai, que será sua última visita. – Termina Lami, com a mão no rosto, limpando suas falsas lagrimas

     O guarda tenta consola-la e pede para seu colega levar o pequeno Sausage, até a sala de visitas, para ver seu pai, Martin Romero.

Assim que Sausage sai da sala com outro guarda, Lami muda sua postura e de uma mulher consolada passa a ser uma mulher sedutora, perigosa. O guarda é fraco de poder elemental, e fraco como um simples homem rendido a um corpo feminino. O guarda cai em sua sedução, e quando o clima começa a ficar mais quente, Lami sugere um local mais discreto. O guarda não pensa duas vezes, e o local mais discreto que poderia ter, é na sala do seu superior, que este horário, deve estar em sua grande casa.

     - Mas e se o seu filho voltar? – Questiona o guarda 

     - Tudo bem, ele costuma falar bastante, então provavelmente irá demorar, ele tem muito o que falar com seu pai – Responde Lami

     Os dois chegam na sala do superior do guarda seduzido, bem onde Lami quer estar. O guarda abusado começa a passar a mão em Lami, tirando sua roupa, Lami deixa se levar pelo clima que causou. Ice é capturado por dois guardas, que o trazem para dentro.

     - O que aconteceu? – Grita o comandante 

     - Achamos desmaiado perto da entrada secundaria – Respondeu o guarda

     - Joguem o na cela – Ordenou o comandante

A sirene é desligada, o comandante pede para avisar o superior sobre o incidente. O superior se posiciona sobre o ocorrido e que logo chegará ao local. Os guardas são notificados, menos um em especial, que está ocupado a sós com Lami.

Sausage é guiado para sala de espera para poder visitar seu pai. Enquanto outro guarda notifica a Romero sobre a visita.

     - Romero! Visita, seu filho! – Grita o guarda

     Os outros presos em celas aos lados, ouvem, e um deles questiona Romero.

     - Romero, eu não sabia que você tinha filho? – Irônico

     - Fiquei surpreso quando eu descobri também – Responde Romero, sarcástico

     - Nunca abandone os familiares, não importa de onde eles vêm – Respondeu Vincent, outro prisioneiro

     Romero é levado até Sausage. Diante a Martin Romero, Sausage se assusta com sua aparência maléfica, mas lembra das palavras de Lami e continua com o plano.

     - Quem é você? – Questiona Romero

Sausage entrega a Romero um ursinho, o ursinho de Pina, que Sausage pegou na mesa do bar.

     - Foi a única coisa que sobrou de você minha irmã – Pensa Sausage, sobre o ursinho

Então...

     - Você lembra pai, esse ursinho você e a mamãe Lami fizeram pra mim? Eu o trouxe para ele lhe esquentar nas noites frias da prisão. – Enrola Sausage

     Ao ouvir o nome de Lami, Romero sabe do que se trata, e se prepara para sua fuga.

Após a visita de Sausage a Martin Romero, o guarda leva de volta Romero com o ursinho, a qual é questionado.

     - Nada de pertences pessoais nas celas dos prisioneiros – Barra o guarda antes de Romero entrar na cela

     - É só o ursinho que o filho dele deu para ele Chará, qual é? Eu estava lá de olho – Diz o guarda, tirando as algemas de Romero

     - Martin Romero tem filho? Uma mulher no mundo, além da mãe dele, achou ele bonito? Olha Romero, cada dia você me surpreende mais. E agora vai querer ficar andando com esse ursinho do garoto ranhento para lá e para cá – Diz Chará, irônico, dando risadas, em um tom alto, humilhando Romero. Mas o permitindo passar. Enquanto Sausage é levado de volta.

     O plano de Lami está saindo como planejado. E na sala a sós há algum tempo com o guarda, o mesmo diz; 

     - Agora eu terei um assunto em comum para falar com aquele desgraçado do Romero – Diz o guarda, se vestindo

     - É! Eu nunca deveria ter tido um filho com ele, como eu fui tola – Enrola Lami

Quando Lami retorna para sala, Sausage sentado a quinze minutos, esperando, diz;

     - Lami onde você estava? – Diz Sausage exaltado

Nesse momento o guarda que acompanhou Sausage até a visita de Romero, olha para Sausage com uma expressão de surpresa e espanto, a sala em silencio, e Sausage então volta a dizer;  

     - Digo, mãe, podemos ir para casa, eu entreguei o ursinho para o papai dormir melhor a noite e não ter mais pesadelos – Como um garoto bonzinho

Os guardas dão risadas e fazem piadas sobre Romero.

     - Tudo bem meu filho, vamos embora – Diz Lami

Os guardas acompanham Lami e Sausage até a saída e durante o trajeto, ouvem guardas falando sobre o intruso de asas, o novo prisioneiro, então Sausage cochicha para Lami – Mestre Ice?! O que vamos fazer Lami? –

     - Está tudo bem Sausage, está tudo bem – Responde Lami

     Lá fora, Sausage questiona – Lami, não podemos deixar Ice lá dentro – Intrigado

     - E o que você vai fazer? Não atrapalha meus planos – Responde Lami

     - E o que vamos fazer agora? Você tem planos para isso? – Pergunta Sausage

     - Aaah! – Grita Lami e logo diz – Você faz muitas perguntas! – Estressada.

Caminhando para a costa da ilha, Lami para, respira, se acalma e diz para Sausage – Ouça, a parte principal do plano começa agora, logo um sujeito cruzará esse caminho, e somente ele tem as chaves que precisamos para cumprir com a missão e libertar os prisioneiros. Ice se deixou capturar, por que agora ele está bem onde queríamos que ele estivesse, dentro da prisão. Precisamos cumprir nossa próxima tarefa – Explica Lami

     - Certo, estou ouvindo – Diz Sausage, atento

     - Preciso que você corra de mim como um ladrão e caia na frente do sujeito que está por vir, o resto eu faço, você apenas concorda – Explica o plano Lami

     - Mas dessa forma irei levar uma surra – Diz Sausage, não gostando do plano

     - Só de mim, mas relaxa, vai ser apenas uns beliscões – Diz Lami, com risadas

     Passado algum tempo, a carruagem se aproxima, o superior é protegido por 4 guardas. Então Sausage sai correndo em direção a carruagem, como um ladrão, e Lami grita desesperada. Os guardas e o superior pensam que se trata de um roubo de um garoto a uma madame. Sausage então cai a frente da carruagem, e o superior manda os guardas o pegarem. Capturado, o superior desce da carruagem, pega o garoto pelo pescoço e diz – Vou lidar uma lição para você aprender – Levantando a mão.

Mas antes do ato, Lami chega e grita para pararem, que tudo foi um mal-entendido, estavam apernas brincando de pegar, antes de voltar para os deveres do vilarejo. Lami enrola, e se aproxima do superior. O superior solta Sausage no chão. Então Lami o elogia, pela força e cavalheirismo. O superior, um velho tarado, com muito ouro, acima do peso, estatura mediana, para baixa. Se encanta com Lami, e seu elogio. Pois para um narcisista megalomaníaco, nada melhor que elogios.

     O superior se aproxima de Lami, segura sua mão e pergunta – Como se chama madame? –

Lami responde em seguida pergunta – Como devo lhe chamar? –

     - Me chama de Sr. Dom – Respondeu o superior

     Olhares cruzados, Lami joga seu charme para seduzir o Sr. Dom. Ao se aproximar de Sausage, para o ajudar a levantar, Lami finge tropeçar, e cai nos braços do Sr. Dom.

     - Que braços fortes! – Diz Lami

     O superior cai no charme e pergunta para Lami, o que há trazia nesta ilha.

Lami então responde, que trouxe o pequeno Sausage para visitar a última vez o pai dele, e que ela não o traria mais para velo. Logo muda de assunto, e diz estar se sentindo tão sozinha, sem saber o que fazer. O Sr. Dom tenta consola-la, e Lami diz – Não! Eu nunca mais irei confiar em outro homem novamente. – Diz Lami, pega o Sausage pela mão e se retira, deixando o superior confuso.

A carruagem segue caminho para a prisão, e Sausage questiona Lami – O que foi isso? Não conseguimos nada, achei que o renderíamos – Confuso

     - Isso é primeira coisa que um homem faria – Diz Lami, e mostra as chaves que roubou do superior quando caiu nos braços dele.

Sausage fica impressionado, e Lami explica seu plano desde o início.

     - O homem que você conheceu, Martin Romero, não é um assassino de verdade. Romero fez um acordo com o antigo dono dessa ilha, a qual aceitaria se passar pelo assassino que matou muitas pessoas, algumas de nome importante. Mas o detalhe é que esse homem, não é nenhum tipo de guerreiro, apenas um homem normal, e quando o antigo dono dessa ilha, o Sr. Calvão foi pago para capturar vivo o assassino. Imediatamente Calvão ordenou seus capangas que o capturassem vivo. E em uma das tentativas bem sucedidas de captura o assassino se suicidou. Isso quebraria o acordo importante que Calvão fez, e traria consequências enormes para Calvão. – Explica Lami

     - Porque isso faz o Romero inocente? – Pergunta Sausage

     Lami para, e diz para pararem por aqui, e que irão passar a noite na ilha.

     Os dois acampam, escondidos, acendem fogueira, logo escurece, e então preparam uma refeição. Sausage é um bom caçador, nas florestas densas da ilha, não foi difícil achar uma presa.

Em volta a fogueira, Lami continua contando a Sausage – Romero sempre foi um homem bom, e durante sua vida em liberdade, sempre ajudou muitas pessoas, inclusive a mim. E isso o fez ter muitas informações.

Um dia chegou ao seu ouvido sobre o assassino e a dívida de Calvão. E com a possível morte de Calvão, o vilarejo a qual cresci, a qual Romero cresceu, a qual Calvão cresceu, estaria sem proteção. Mesmo eu tentando impedir, Romero foi falar com Calvão e ofertou se pôr no lugar do assassino já que ninguém sabia quem era. Desde então Romero está na prisão cumprindo algo que não fez, para proteger a vila. Constantemente eu vinha o visitar. E com tudo que Romero fez para impedir a morte de Calvão, mesmo assim Calvão foi morto, por outro sujeito. Então o Sr. Dom, assumiu a prisão, com sua própria equipe. Não sobrou um guarda antigo da prisão de Calvão. E fez suas próprias regras. A primeira impressão é de um velho babão, mas não se engane, Sr. Dom. é o pior tipo de homem que pode existir. Com a mudança, a data para a execução de Romero, foi alterada, para a mesma data da morte de uma princesa a qual o assassino matou. Seria feito um tipo de magia e ritual, para trocarem as almas, do assassino e a vítima.

Mas Romero não é o assassino, não irá funcionar, e pode dar algo muito errado durante o ritual. O Sr. Dom não sabe dessa história por que Calvão morreu inesperadamente. Por isso precisamos libertar Romero, para evitar sua morte injusta e para evitar o pior desse ritual. – Explica Lami e continua a explicar – Ice se deixou capturar, pois os prisioneiros sãos os mesmos, o que mudou foi os guardas, alguns prisioneiros sabem da verdade, e estão dispostos a matar Romero para evitar que o ritual aconteça. Mas se conseguirmos liberta-lo ele terá chance de viver livremente, longe de todo o mal. – Termina Lami, emocionada

     Na prisão, com a chegado do superior Sr. Dom, o comandante explica a situação e fala sobre o novo prisioneiro.

     Imediatamente o Sr. Dom pede para ver o novo prisioneiro, e fica surpreso ao ver Ice Grey.

     - Veja quem temos aqui?! Ice Grey o paladino. Uma vez que monstros iguais vocês caem por trás dessas paredes, jamais escaparam. Assim cada vez mais a raça humana dominará o restante do mundo e de uma vez por todas sucumbiremos a magia universal. – Diz Sr. Dom

     - Do que adianta todo ouro, se o corpo não consegue usar magia. Os rumores estavam certos, você é patético! – Diz Ice

     Sr. Dom se aproxima de Ice algemado, e o golpeia no rosto, um soco forte. E logo diz – Fale o quanto quiser, você jamais sairá daqui. Sem magia, você é fraco e eu sou forte. – Termina Sr. Dom

Logo ordena para levar Ice de volta para sua cela.

     Com a ordem restaurada da prisão o superior deixa a ilha, mas antes de sua partida, ordena ao comandante cumprir com algumas exigências.

     Na sala somente o superior e o comandante. O Sr. Dom, recebe uma boa quantia em ouro, pagamento de Lami, pela visita ao preso Martin Romero. O comandante suspeita de algo errado e levanta questões sobre Lami e seu filho Sausage. Mas o Sr. Dom nega qualquer suspeita e diz – É apenas uma mulher interesseira querendo arranjar um homem rico e poderoso para banca-la junto a seu filho, está desesperada coitada! Eu não me importo que ela venha visitar esse assassino, desde que nos pague, não vejo problemas – Termina Sr. Dom, dividindo o ouro com o comandante.

     Pela manhã, após as celas abrirem, Ice tenta encontrar Martin Romero, mas não é uma tarefa fácil. A prisão tem mais humanos do que qualquer outra raça. Por onde Ice pisa, é observado, por guardas, por presos. O comandante chega à sala de refeição onde os presos estão, e convoca Vincent, que está sentado sozinho em uma mesa, e o retira dali. Com a saída de Vincent, Ice consegue ver Martin Romero sentado ao fundo sozinho, e a descrição que Lami lhe passou, homem alto, meia idade, com algumas cicatrizes caracterizantes. Ice então se aproxima e senta ao seu lado.

     - Você é o novo prisioneiro? – Questiona Romero e continua a dizer – O que quer comigo? –

     - Você é Martin Romero? – Pergunta Ice

     Romero fica sério, um pouco alterado e pergunta – Quem quer saber? – Curioso

     - Lami! esse nome lhe traz recordações? – Responde Ice

     Romero fica surpreso e pergunta – Quem é você? –

     - Eu sou Ice Grey, não se preocupe, não estou aqui para mata-lo, eu vim ajuda-lo – Responde Ice

     - Como vou saber se posso confiar em você? – Questiona Romero

     - Eu sei a verdade sobre os assassinatos e a magia de alto risco – Diz Ice em um tom baixo

     - Então você vem me matar? – Questiona Romero

     - Não, eu vim resgata-lo e protege-lo, estou em dívida com a Lami – Informa Ice

     - E qual é o plano Ice Grey? Como iremos sair daqui? Esqueceu que atrás dessas paredes, não há como usar magia?! – Questiona Romero

     - Eu sei, eu jamais pensaria em um plano desses, mas a Lami, pensou em tudo – Responde Ice

     - Lami?! Aquela mulher é incrível mesmo – Pensa Romero

     - Eu confio no plano da Lami – Diz Romero e levanta

     - Onde você vai? Ainda não terminou de comer os bolinhos – Questiona Ice

     - Não podemos nos tornar amigos, ou irão suspeitar, temos que ser cautelosos, há guardas disfarçados de presos, tome cuidado, aqui é perigoso. Nos encontramos por aí – Diz Romero, saindo

     - Isso foi mais fácil do que eu esperava – Pensa Ice

     Após a refeição os presos são levados para o pátio, onde trabalham forçadamente, carregando diversas pedras grandes e valiosas. Ice se sente estranho sem usar seu poder elemental.

Enquanto Ice cumpre sua tarefa, dois presos, de porte físico grande, se aproximam de Ice.

     - Gostamos das asas, fadinha – Diz Rog, zoando Ice

     - Tudo bem, até que teve um pouco de graça. Eu não quero encrenca, então por favor, me deixem cumprir com minha tarefa – Diz Ice, gentil e firme em suas palavras

     - Você ouviu Rog, ele não quer encrenca – Diz Rato com risadas

     - Eu ouvi sim Rato, que bom para nós, por que nós queremos encrenca, não é mesmo Rog?! – Diz Rog estralando os dedos da mão.

     Rato e Rog soqueiam Ice ao mesmo tempo, mas Ice desvia, os demais presos então percebem a brigam e formam um círculo rapidamente, com gritos, incentivos e apostas rolando.

Ice entrou em uma briga sem perceber, agora é tarde para voltar atrás.

     - Eu não sei como as coisas funcionam por aqui, será que os guardas viram? Eu não conseguirei me defender por muito tempo desses dois grandalhões – Pensa Ice

     - 1 minuto para cada Rog – Diz Rato

     Rog então toma a frente e corre para cima de Ice, e com uma boa sequência de socos, Rog consegue acertar um golpe em Ice, o fazendo cair.

     Ice levanta rapidamente, e limpa o sangue no canto da boca, e pensa – Sem meu elemental meu corpo se fere rápido –

     Ice decide que é hora de lutar e provoca Rog – É só isso que consegue fazer? Seria mais divertido lutar contra os dois ao mesmo tempo –

Nesse momento, a fúria de Rog é tanta, que parte para cima de Ice, e sem pensar, é atingido facilmente com um gancho de Ice Grey, derrubando Rog no chão.

     - Rog! – Grita Rato, correndo em direção a Ice

     - Isso pode vir! – Grita Ice, se preparando para golpear

     Os dois soqueiam ao mesmo tempo, e quando os punhos estão próximos a se chocar, Vincent os para com suas mãos, e diz – A luta terminou – Em um tom sério

     - Ora seu! Saia da minha frente – Grita Rato preparando para chutar Vincent

Mas Vincent é ágil, e intercepta o golpe de Rato e o golpeia primeiro, com um soco de direita no estomago de Rato, o fazendo cuspir sangue e cair no chão.

     - Hey! O que você fez, não precisava ter usado tanta força – Diz Ice colocando a mão no ombro de Vincent

     Vincent fecha os olhos. Com um golpe de cotovelo, tenta acertar Ice, mas Ice o para, com sua mão direita. Vincent golpeia com a mão esquerda. Ice defende com a mão esquerda. Ice então tenta agarrar Vincent, mas Vincent tem mais força e experiencia em combate corpo a corpo. Com sua cabeça, a empurra para trás, a fazendo bater no queixo de Ice. Ice então solta Vincent, e da dois passos tonto para trás, nesse momento Vincent soqueia Ice, uma, duas, três vezes no rosto, e para finalizar uma no estomago, fazendo Ice cair.

Finalmente os guardas aparecem terminando com a confusão, e levando os presos de volta para suas celas.

     Ice, Rog e Rato são levados para enfermaria, logo Ice é levado para sua cela, porém com a confusão, os guardas decidiram mudar alguns presos de cela. Vincent trocou com Ice, e a cela de Vincent, é justamente a cela ao lado da cela do Romero, e mesmo com o rosto inchado, Ice sorriu.

     - No fim, tudo acabou dando certo – Pensou Ice, com esperança

     À noite, em sua cela, Ice conversa com Romero.

     - Eu soube o que aconteceu, parece que você levou a pior – Diz Romero sobre as brigas

     - 3 é demais para qualquer homem comum – Argumenta Ice

     - Não precisa se envergonhar, Vincent é o cara mais terrível da prisão, ele nunca se mete em encrenca, ele só tem um objetivo na vida, provavelmente você ofendeu algum guarda – Explica Romero

     - O que isso tem haver? – Pergunta Ice

     - Aqui, o comandante da as ordens, e muitas vezes, faz acordo com alguns presos, Vincent não é de se meter em qualquer briga, você irritou o comandante não foi? – Questiona Romero

     - Ontem tive uma conversa com o superior, provavelmente ele não gostou de mim – Responde Ice

     - Mexeu direto na ferida, você é durão, mas para sobreviver aqui, precisa ser inteligente – Diz Romero

     - Tudo bem, não pretendo ficar muito tempo – Diz Ice

     - O que Lami está planejando? Por que está aqui Ice, você poderia ter morrido – Questiona Romero

     - Lami salvou duas crianças que viajavam comigo, e só voltarei a vê-los, quando eu o tirar dessas grades – Responde Ice

     - Então você não quer estar aqui? Acha que sou o assassino? – Questiona Romero

     - Não! – Diz Ice e continua – Eu acredito nas palavras de Lami, mas você teve uma escolha, e escolheu um fim honroso, e eu não tenho o direito de impedi-lo –

     - Você não nega ser um paladino, é uma pena o mundo não saber aproveitar isso. Essas suas asas, irão lhe matar – Diz Romero

     - Não se conseguimos escapar antes – Diz Ice

     - Mesmo se conseguirmos, existe uma nova conspiração se criando no mundo – Explica Romero, misterioso

     - Que conspiração é essa? – Pergunta Ice, intrigado

     - Uma nova ordem de ricos e poderosos, com ouro suficiente para comprar diversos vilarejos e reinados – Responde Romero

     - O que essa nova ordem quer? – Pergunta Ice

     Romero fica em silencio, hesita falar, diz estar ficando tarde, e logo a inspeção noturna ocorrera.

     - Tenta dormir, amanhã será um dia longo pela frente – Encerra Romero.

     Na prisão no subsolo da ilha, cada preso fica em uma cela individual de barras de aço. Existem doze corredores, e cada corredor possui vinte e quatro celas. Doze na direita e doze na esquerda. As celas possuem uma cama de pedra, alguns utensílios e o local para fazer as necessidades básicas.

Alguns presos conseguem recursos especiais, pois alguém lá fora, paga por isso.

Na ilha, há diversos tipos de criminosos de diversas classes. A grande maioria é humano, com crimes contra vilarejos, crimes pessoais, todo tipo de maldade.

A prisão do Sr. Dom, entrou em um esquema mundial, a qual os presos são vendidos, seja para qualquer tipo de uso, como vingança, ritual, e entre outras.

     A corrupção humana, e a ganancia pelo poder, começou a se tornar mais forte, homens e mulheres ricos e poderosos, começaram a se juntar pelo mundo todo, e a formar um tipo de sociedade secreta.

     A noite de Ice foi inquieta, sem conseguir dormir, Ice ficou intrigado com a conversa que teve com Romero.

     Pela manhã, quando as celas abrem para o desjejum dos prisioneiros, Ice procura por Romero. E apesar de Romero ter pedido para Ice manter distância, Ice se aproxima e senta-se a mesa onde está Romero, Vincent e Cabron.

     - Então esse é o cara. Suas asas chamam muita atenção – Diz Vincent

     - Obrigado – Diz Ice irônico

     - Você anda com esses caras Romero? Achei que fosse diferente deles – Questiona Ice

     - Nunca disse que eu era diferente, apenas não faço o que eles fazem – Explica Romero

     - Você contou para eles? – Questiona Ice

     Romero fica em silêncio, e Vincent diz – Não se preocupe Ice, queremos sair daqui tanto quanto Romero quer fugir da injustiça, aqui dentro sou fraco, mas lá fora, já tenho tudo planejado para realizar minha vingança, não tenho tempo a perder – Diz Vincent, convicto

     - Conte conosco, para o que precisar – Acrescenta Cabron

     - Isso vai ser mais difícil do que imaginei – Pensa Ice

     - E se eu me recusar a tira-los daqui? – Diz Ice, com receio

     Vincent para de comer, fica em silencio, olha para Ice e diz – Eu mato todo mundo aqui dentro – Assustador

     Com o silencio, Vincent então se retira da mesa, e Cabron o segue. Romero então diz a Ice – Parece que você gosta de irritar as pessoas, você irá me trazer problemas assim – Termina Romero se retirando da mesa.

     Após a refeição os presos vão direto para o pátio exercer o trabalho forçado, porém como ocorreu uma confusão no dia anterior, os guardas estão de vigia para evitar quaisquer confrontos.

     Durante o trabalho, Ice conversa com alguns presos e descobre coisas chocantes.

Cerca de 90% dos presos e guardas são da raça humana, e apenas 10% são misturas ou de outras raças. Aqueles que praticam da magia, sem precisar de uma conjuração, cajado, espada ou ritual, e entre outras, são raças puras ou raças mestiças. Humanos puros, não conseguem usar magia sem a conjuração, livro, cajado, espada ou ritual, e entre outras.

E existe Gray, uma criatura horrível, um monstro das trevas, totalmente consciente, que vive no sexto corredor, na sexta cela.

As histórias que Ice ouviu durante o dia no pátio sobre os presos e as criaturas da cela seis, sobre as experiencias que aconteciam com diversos tipos de raças, a criação de quimeras, a junção de dois DNA’S diferentes, o cruzamento de raças e espécies diferentes, os nascimentos de criaturas e semi-humanos. Muitas das histórias que Ice sabia sobre a perdição do mundo, foram concretizadas, ouvindo alguns presos e suas histórias e conhecimentos.

As conversas que os presos tem, são silenciosas, as espreitas, pois a prisão é bem rigorosa, e cheia de regras.

Após o fim da primeira carga de trabalho, os presos são levados para os chuveiros, e de volta para suas celas, após para a cantina para o horário de almoço, então 2 horas livre por algumas áreas da prisão, como sala de livros, pátio. Quando terminado o tempo, os presos voltam para o serviço, e terminam a segunda carga horaria. Então são levados para os chuveiros novamente, e após para a cantina fazer sua última refeição, e então são presos nas celas novamente. Mas nesse dia em especial, os presos não foram para os chuveiros. Após as histórias que Ice ouviu durante a primeira carga horaria de serviço, os guardas reuniram todos os presos do local, e tacaram agua fria, os humilhando e rindo de suas caras e expressões. E logo mais os trancaram em suas celas, sem a segunda refeição do dia.

Mais tarde, a rotina segue normal, trabalho, ducha e refeição. E já na cela, Ice volta a conversar com Romero, dessa vez questiona sobre a lealdade de Vincent e Cabron.

     - Vincent é um homem comum, porém o que o move, é muito maior que qualquer obstáculo – Diz Romero

     - Um homem comum não luta como Vincent – Argumenta Ice

     - Apesar de ser 100% humano, Vincent passou por rigorosos treinamentos, sua vida não foi fácil, na infância foi traído pelo seu melhor amigo. A família que o salvou, o treinou para o mal, Vincent foi torturado quando capturado, sua vida, diversas vezes, quase chegou ao fim, mas a força que o move, para completar sua vingança, é maior que qualquer um. – Diz Romero

     - Então Vincent não tem poder elemental? – Pergunta Ice

     - Não! Mas sua magia é forte, e fora da prisão Vincent tem livros de feitiços e conjurações poderosas – Diz Romero

     - Humanos naturais não conseguem usar magia sem conjurações? – Pergunta Ice

     - Não, por isso um mago humano em campo de batalha é inútil – Afirma Romero

As conversas são silenciosas, cochichos, para que os guardas e outros presos não consigam escutar.

     Ice intrigado com o assunto da noite passada, pergunta sobre a nova ordem e seus objetivos.

     - Quem está por trás dessa organização? – Questiona Ice

     - Não se sabe, mas os poucos rumores que se formaram, dizem que os primeiros relatos vieram do extremo norte. – Responde Romero

     - O que eles querem? – Pergunta Ice, intrigado

     - Não há muitas informações, mas os boatos formados apontam ser algo terrível – Diz Romero, em suspense

     - E o que seria? – Pergunta Ice, com receio

     - Eliminar todas as raças conscientes, deixando somente a raça humana no poder total – Revela Romero  

Ice fica em silencio, pasmo, em choque com a revelação de Romero.

     - Você tem certeza disso? – Questiona Ice

     - Não há certeza de nada, apenas rumores, mas eu creio que seja real, e que não é qualquer coisa – Diz Romero e revela – Se meu ritual acontecer, o mal tremendo surgira na terra em forma física, e isso é a única coisa que poderá parar essa nova organização – Assustado

     - Como pode ter certeza disso? – Questiona Ice

     - É um risco que eu tenho que sofrer – Responde Romero

     - Você apenas arriscará tudo, mesmo que haja essa organização, eles jamais terão força suficiente para controlar e dominar todas as raças conscientes. – Argumenta Ice

     - O mal em forma física, pode ser vencido, uma organização que anda pelas sombras e planeja cada passo, ganha força a cada dia que passa, o tempo é seu aliado, e quem somos contra o tempo? É preciso cortar o mal pelas raízes antes que seus galhos cresçam – Explica Romero, determinado.

     A conversa se encerra, logo a ronda dos guardas irá iniciar.

     Pela manhã, após as celas abrirem para primeira refeição, Ice se senta sozinho.

Vincent se aproxima e senta ao lado de Ice.

     - Por que você está aqui? Para tirar Romero daqui? Como irá fazer isso? – Questiona Vincent

     - São muitas perguntas vindas de você – Responde Ice e pergunta – Por que você está aqui? – Com receio

     - Para sobreviver, eu fiz coisas terríveis, e fui usado minha vida toda para fazer coisas terríveis de outras pessoas – Responde Vincent, frio

     - Sua vida valeu tanto esforço? No fim você está aqui – Diz Ice

     - Minha vida não vale a pena, eu vivo apenas para realizar meu desejo e matar aquele traidor – Responde Vincent, com ódio

     - Seu inimigo deve ter feito algo horrível – Diz Ice

     - É por isso que eu preciso sair daqui – Diz Vincent

     - O plano é arriscado, mais gente, facilmente seremos pegos – Explica Ice

     Vincent fecha os punhos e fica em silencio por alguns segundos.

     - Eu sei sobre você Ice e seu poder elemental, dentro dessas paredes você não é pareô para mim, mas fora daqui eu não possuo poder algum. Eu sou um mero humano fraco movido pelo ódio. E eu o encontrando na prisão, eu tenho a chance de oferecer muito para você me ajudar na minha vingança, pois não será uma batalha fácil – Argumenta Vincent.

Ice então pergunta – De quem você quer se vingar? Quem você quer matar? – Intrigado

     - Ray Pember! – Responde Vincent, com convicção

     Ice fica surpreso, nervoso, e então se levanta e diz – E-Eu pensarei na proposta – Gaguejando e se retira.

     Ice fica perplexo ao descobrir os planos de Vincent.

     Durante o trabalho forçado, Ice conversa com Romero, sem que os presos percebam.

     - Eu não poderei levar Vincent e seu amigo, o plano irá falhar se houver mais pessoas – Informa Ice

     - O único jeito de você não os levar, será matando Vincent, o que é claramente impossível, suas forças estão muito distintas – Diz Romero

     - Pensei que você pudesse me ajudar – Diz Ice

     - Eu não sou assassino – Diz Romero.

     Ice fica intrigado com os planos de Vincent. Suas próximas noites, tem sido de pouco sono. Acordado, pensando sobre sua estratégia e no seu velho amigo Ray Pember.

     - Um dia você salvou minha vida, chegou a hora de eu retribuir. – Pensa Ice.

     Em uma manhã, Ice põe seu plano em pratica, assim como Sausage e Lami.

Suas analises sobre os guardas, rondas e rotinas, são precisas, sem chance para erros.

Durante o trabalho forçado, Romero entrega o ursinho de Sausage, para Ice, sem que ninguém perceba.

Ice rasga o urso no meio e pega a pequena chave escondida, e esconde em suas asas. Quando a noite cai, após a ronda do guarda, Ice, fingido estar dormindo, se levanta de sua cama dura. E com sua chave e algumas penas para dar volume, consegue abrir sua cela.

Mas antes de partir Romero diz – Faça o que tem que fazer -.

Ice segue com sua decisão, antes do plano final. Que ocorrerá logo pela manhã.

Ice, as espreitas, anda pelos corredores da prisão, até chegar à cela de Vincent.

Antes de abrir sua cela, Ice se certifica que tudo está saindo como planejado, e por alguns segundos, hesita em abrir a cela, mas não fraqueja.

     - Eu vim até aqui, não posso recuar agora, isso será rápido – Pensa Ice

Ice então abre a cela, silenciosamente se aproxima de Vincent dormindo, e com suas asas, sufoca Vincent.

     Lami começa seu plano, e mesmo que seja noite, vai até a prisão. Na primeira estancia, os guardas a barram, mas Lami implora para ver o guarda a qual seduziu a dez dias atrás. Os guardas da entrada relatam para o tal guarda mencionada pela Lami.

O guarda, sem muito o que fazer, não pensa duas vezes, e pede para deixarem entrar, que ele iria resolver pessoalmente com ela, em uma sala a sós.

     - Hey Brant, deixa um pouco para mim – Comenta um guarda

     - Não, essa é somente minha, arranje a sua – Responde Brant, o guarda seduzido pela Lami.

     Lami então é levada até a sala do superior, e lá, está Brant. Antes do ultimo guarda sair, Brant reforça – Eu não quero ser interrompido está noite –

Após ficarem a sós, Lami volta usar seu charme e diz estar com saudades do guarda.

     - Nenhuma mulher jamais resistiu ao charme de Brant – Mente Brant, convencido

     Em seus braços Lami diz - Eu odeio homens convencidos – Seria

     - Como? – Questiona Brant sem entender

E antes de qualquer outra ação, Lami o nocauteia.

     - Ridículo! Homem porco, achou mesmo que eu estava apaixonada por você? Não sei como tive coragem de fazer o que fiz. Bom, tudo pelo Romero, dessa vez ele que está me devendo, e muito. – Diz Lami

     Lami então prossegue com seu plano. Esconde o corpo do guarda desmaiado, veste suas roupas, o prende e o amarra. Segue passagem rumo as celas, consegue passar pela segurança sem ser notada.

Com os cabelos presos, vestida como um guarda da prisão, Lami consegue chegar à sala de controle. Da sala de controle, Lami passa a enfermaria, e consegue outras duas roupas de guardas.

Porém o disfarce é impossível para Ice, por causa das suas asas. Mas o plano de Lami, continua, e disfarçada como guarda, sua infiltração está indo muito bem.

O plano improvisado de Ice, de tentar matar Vincent, falhou. Após tentar a sufocação, Vincent acorda e começa dar risadas, altas risadas. E com muita força se levanta. Ice se afasta e questiona – Como? Eu achei que você fosse humano. – Questiona Ice

     - Eu sou movido pelo ódio, isso não me matará, eu não morrerei tão fácil. Em pensar que eu estava começando a gostar de você, mas você se revelou, e como Ray Pember, tentou me matar. Eu não pegarei leve dessa vez! – Diz Vincent com fúria, e parte para cima de Ice.

Ice tenta revidar e se defender dos golpes de Vincent, mas sua força é incrível.

     - Eu não deixarei você completar sua vingança – Afirma Ice

     - Você é amigo daquele traidor? Então nesse caso, não deixarei você viver nem um minuto a mais, pois amigos de Ray Pember, também são meus inimigos! – Afirma Vincent  

A força de Vincent é incrível, sem chance para Ice, que dependeu de seu poder elemental, a vida inteira.

Com toda confusão outros presos acordam e começam a gritar com o que está acontecendo. Vincent espanca violentamente Ice, quebra suas asas e o deixa a beira da morte, sangrando sem parar.

     - Está na hora de eu sair desse lugar – Diz Vincent e continua – Com toda essa confusão os guardas devem estar vindo para cá, eu vou precisar de ajuda –

Vincent então abre todas as celas do seu corredor com a chave de Ice, libertando os prisioneiros. Os guardas chegam, mas o numero de prisioneiros soltos está maior que a primeira onda de guardas. E um combate sangrento acontece no corredor 9. Vincent escapa durante a confusão, e liberta os outros presos dos outros corredores, com exceção do corredor seis que fica mais abaixo.

Os presos se juntam a batalha sangrenta que está a acontecer por toda a prisão.

A sirene de alerta é tocada, Lami, na sala de enfermagem pensa – Ice oque você fez? –

Médicos, curandeiros são escoltados para uma sala segura, Lami consegue sair sem ser vista e corre para a sala de controle.

Romero tenta evitar qualquer confronto, pois está tudo fora de controle.

E no meio da confusão procura por Ice.

Vincent ao libertar Cabron, diz – Está na hora! –

São muitos presos com fome de vingança contra os guardas autoritários, e poucos guardas no turno noturno. O massacre contra os guardas é inevitável. Romero fica espantado ao ver Ice inconsciente ao chão e o leva para um lugar seguro.

     - Só existe uma saída desse castelo, a entrada principal. – Informa Cabron

     - Então é para lá que vamos, mas antes precisamos desligar esse alarme – Afirma Vincent

Sem dificuldades, Cabron e Vincent matam alguns guardas durante o percurso, e chegando na sala de controle, Vincent encontra Lami.

Lami paralisa de medo, sem saber o que fazer.

Vincent caminha lentamente até o alarme e o desliga, ignora completamente Lami vestida de guarda. Desligando o alarme, Vincent caminha em direção a entrada principal.

     - Achei que iria matá-la! Acordou de bom humor hoje?! – Comenta Cabron

     - Milagres acontecem, não é mesmo?! Finalmente iremos sair desse lugar – Afirma Vincent, sarcástico.

A rebelião dura algumas horas, e após muitas mortes, os presos que sobraram caminham em direção a liberdade.

Lami, cuidadosamente procura por Romero e Ice.

Vincent sente a presença dos presos se aproximando, e logo começa seus aquecimentos, algumas flexões, abdominais.

Os presos chegando na última sala antes da liberdade, se deparam com Vincent e Cabron.

Vincent diz – Deixa que eu cuido disso Cabron – Tirando a roupa de cima

     - Você tem certeza? Eu contei uns cem deles – Pergunta Cabron

     - Você me conhece, eu já fiz isso antes – Afirma Vincent

     - Hey, você nos libertou, agradecemos por isso! – Diz um prisioneiro

     - Não me agradeça ainda, vocês só alcançaram a liberdade, se me matarem! – Diz Vincent, assustador

     - O que? Mas isso é loucura, estamos na mesma situação! – Diz outro prisioneiro

     - Se é assim que ele quer, então assim vai ser, estamos em numero maior, ele deve estar louco se acha que vai conseguir enfrentar nós todos – Disse um outro prisioneiro, enfurecido

     - Não me compare com vocês, eu não sou um de vocês – Diz Vincent, cuspindo no chão.

     Os presos sem escolha, partem para cima de Vincent.

     Lami finalmente consegue encontrar Ice e Romero em uma sala escondidos, ao se aproximar, Romero grita – Se der mais um passo, eu o matarei! –

     - Calma, Romero, sou eu, Lami! – Diz Lami, tirando a boina e soltando seus cabelos

     - Lami?! – Diz Romero, surpreso, mas feliz

     Lami se aproxima e da um grande abraço no seu amigo, e logo, um tapa em seu rosto e grita – Você sabe o que eu tive que fazer para chegar aqui? –

     - Eu entendo, lamento por tudo isso, mas obrigado por não desistir de mim – Se desculpa Romero

     Lami então olha em volta e pergunta – O que aconteceu com Ice? – Espantada

     - Eu não sei ao certo, mas creio que foi Vincent que fez isso – responde Romero

     - Vincent? Talvez seja o mesmo homem que poupou minha vida a pouco tempo atrás – Comenta Lami

     - Você o encontrou, vestida de guarda? Onde? – Pergunta Romero

     - Na sala de controle – Responde Lami

     - E como você está viva? – Questiona Romero

     - Eu não sei, achei que fosse morrer, mas pelo visto, milagres acontecem – Diz Lami e continua - Por agora, precisamos aproveitar essa oportunidade e fugir desse lugar –

     - Com Ice nesse estado, não conseguiremos fugir, se o movermos ele voltará a perder sangue e não sobreviverá. Eu consegui estancar, mas precisamos de um medico ou curandeiro de verdade. – Explica Lami

     - Maldição! Era só seguir o plano Ice – Diz Lami, braba

     - Vamos leva-lo para a enfermaria – Sugere Romero

     - Tudo bem, eu o ajudo a carregar, afinal ele está aqui, por minha causa, eu devo isso a ele – Diz Lami.

     O corredor seis, é o corredor mais reforçado que a prisão possui, com presos sendo criaturas e monstros malignos, conscientes, e por tamanha ameaça. Vivem em celas extremamente reforçadas e indestrutíveis apenas com a força bruta. O local é a prova de qualquer som e se encontra no profundo subterrâneo. O Corredor seis é feito com as próprias rochas do fundo da terra.

No corredor seis, não há luz do dia, não há luz alguma, os prisioneiros, vivem na escuridão e como monstros, criaturas, são capazes de enxergar no escuro. O local é assustador, e somente uma vez a cada 30 dias, os guardas aparecem por lá.

     A grande política por traz do corredor seis, está nos interesses de homens ricos e poderosos. As alimentações dos monstros são carnes, de qualquer criatura, de qualquer animal. Mas os monstros que vivem lá são conscientes e não praticam canibalismo. A cada 30 dias, os guardas entram e abastecem com corpos de animais, homens e mulheres, adultos e crianças, machos e fêmeas, e qualquer outra raça que não seja compatível com algum monstro que vive no corredor seis. As celas são abertas, mas durante o abastecimento, é regra todos os monstros estiverem dentro das suas celas, caso contrário, não há refeição. Mas para manter tudo isso em segredo, é preciso muito ouro, para calar a boca de quem sabe e de quem pode intervir e acabar com os negócios. As ações e os segredos do Sr. Dom, e sua prisão, são piores do que qualquer crime que algum prisioneiro, possa ter feito.

     Dentro do corredor seis, através das celas, os monstros veem a luz vindo da porta principal. Então um homem com uma tocha de fogo, se aproxima, sozinho, entra no corredor e tranca a porta, a única saída.

     - Quem é você? – Diz uma criatura, mas em uma linguagem diferente, porém, o homem que entrou compreende o que o monstro disse.

     - Incrível! Mesmo sua comunicação sendo sons estranhos, eu consigo entender, como? – Questiona o homem

     - O que você quer aqui? Venho nos alimentar com sua deliciosa carne humana?! – Diz o monstro, sedentário

     - Eu não vim para isso! – Responde o homem

     - Venho nos matar? – Pergunta outro monstro

     - Sozinho? Eu jamais conseguiria, sou um apenas um homem comum. – Respondeu e continuou – É incrível como vocês conseguem me entender, são realmente criaturas fascinantes! – Impressionado

Os monstros se aproximam do homem.

     - Você é um tolo de entrar aqui sozinho, julgando pelas suas roupas, você é um preso, e deve estar aqui por ordem do comandante. – Afirma um monstro, com sede para o devorar

     - Eu vou comer sua carne, e usar seus ossos como palitos, para limpar meus grandes e afiados dentes. E depois irei defecar na sua alma, até sufocar seu espirito com meu excremento de sua carne – Diz uma criatura horrível, extremamente assustadora

     - Eu não vim aqui para lutar, muito menos para fazer algum mal a vocês. – Argumenta o homem

     - Esse sangue pelo seu corpo e nas suas calças, está me deixando louco! Eu sugiro que saia daqui enquanto a tempo – Grita um monstro

     - Esse sangue nem é meu, e eu não irei a lugar algum. A única saída que vocês têm, sou eu, e aquela porta só irá abrir se eu gritar para meu parceiro abrir, caso contrário, morreremos todos aqui, você até pode se alimentar do meu corpo, mas não há carne suficiente para todos, e os próximos dias serão como? – Argumenta o homem, sem medo

     - Você é um tolo, isso é fácil, iremos lhe apertar até você gritar – Diz um monstro

     - Bem, eu não irei resistir – Afirma o homem

     - Então eu vou...- Diz um monstro, se preparando para atacar, e é interrompido por um grito da criatura número seis, Gray.

     - Chega! Quem é você humano? – Questiona Gray surgindo da escuridão

     - Eu me chamo Vincent, estava ansioso para lhe conhecer, Gray – Diz Vincent

     - O que você quer? Por que eu? – Questiona Gray, brabo

     - Você sabe por que você. Mas eu lhe explico mesmo assim.

Você e eu, somos iguais. – Explica Vincent

Os monstros começam a rir, Gray então se manifesta – Como ousa!? Isso é um insulto para nós, ser comparado com um humano. Vocês não passam de alimentos para nós, somente para isso existem. –

     - Acho que você não entendeu minhas palavras, mas hoje estou de bom humor, e irei repeti-las para você – Diz Vincent e continua – Realmente somos diferentes de vocês, e assim como ratos, não passamos de alimentos para vocês. Mas eu ofereço liberdade a todos, em troca da sua ajuda Gray. Preciso de você para me ajudar a realizar minha vingança e derrotar um poderoso guerreiro. Em troca da lealdade de todos aqui, eu ofereço mais de 200 corpos como alimentos, além da liberdade. A escolha é de vocês, o banquete, está esfriando, ouvi dizer que a carne humana, é saborosa nas primeiras horas após a morte. – Encerra Vincent, maligno

Os monstros se espantam com a oferta de Vincent, e famintos, não pensam em recusar.

     - Você é corajoso – Diz Gray

     - Como líder, você deve escolher. Entre quebrar sua honra, me ajudar e liberta-los desse inferno, ou honrar seus conceitos e preconceitos contra humanos e apodrecerem aqui até o ultimo minuto. Pela cara daquele grandão ali, logo ele enlouquecerá de fome e começara a comer os menores. – Argumenta Vincent, lançando uma difícil decisão para Gray

     - É tolice achar que irei segui-lo depois de me alimentar e ter minha liberdade alcançada, eu simplesmente irei devora-lo – Responde Gray

     - Você pode fazer o que quiser Gray, mas saiba que eu não suporto traição. – Diz Vincent, assustador e maligno.

     - Você é um humano estranho, como conseguirá os 200 corpos? Você precisará de nossa ajuda para conseguir, não é mesmo? – Questiona Gray

     - Não, eu preciso apenas da sua força Gray, os alimentos estão lá fora, esperando por vocês, e não precisaram mover um musculo sequer, eu cuidei de toda essa parte, especialmente para você Gray – Explica Vincent

     - Chega humano! Seus sentimentos me dão nojo! – Grita Gray

     - Todo esse assunto de comida, me deixou com fome, e então, você vem comigo ou não? – Diz Vincent, caminhando em direção a saída

Os monstros ficam em silencio e deixam Vincent caminhar até a saída.

     - Aliás, este lugar fede a corpo em decomposição, criaturas como vocês, por mais malignas que sejam, devem gostar de sentir o cheiro natural do ar, das arvores, e da liberdade. Pelo silencio, suponho que temos um acordo, certo?! – Diz Vincent e grita – Hey Cabron! – Mas ninguém responde

     - Ah é mesmo, a chave está comigo, bom vamos, ao que interessa, liberdade – Encerra Vincent abrindo a porta principal para a saída do corredor seis.

Os monstros em liberdade, seguem Vincent até a sala da entrada principal, e se deparam com muitos corpos empilhados, corpos de guardas, corpos de prisioneiros, e muito sangue, por toda parte.

     - Cabron, você arrumou bem esse banquete. Bom, Gray, o banquete está servido, por favor, não se envergonhe, sinta se a vontade – Diz Vincent

     - Você fez tudo isso? – Questiona Gray, um pouco espantado

     - Tudo para vocês – Diz Vincent

     - Você é um humano muito estranho – Diz Gray, comendo um braço de um guarda.

     As criaturas famintas, devoram os corpos, e agradecem o sacrifício de Gray, dizendo ficarem devendo a ele esse favor. Com isso, Vincent conseguiu um poderoso aliado, a besta cinza chamada Gray. Um monstro, voador, com asas, com forma demoníaca. Sua vingança contra Ray Pember, está cada vez mais próxima.

     Algumas criaturas andam pelos corredores dos prisioneiros, a procura de alguma carne diferente.

As espreitas, Romero e Lami tentam levar Ice até a enfermaria.

     - Espere, eu estou ouvindo barulhos estranhos, vindo daquela direção – Diz Romero

     - Onde está todo mundo? Conseguiram fugir? – Questiona Lami

     Escondidos atrás de uma parede, Romero decide investigar o que aconteceu, e avista uma criatura horrível, feroz, assustadora.

     - Não podemos ir por ali – Diz Romero, espantado

     - Por que? – Pergunta Lami, assustada

     - Como essas criaturas conseguiram escapar do corredor seis? Será que algum preso os libertou? Ninguém seria louco de fazer isso. – Pensa Romero

     - O corredor seis é infestado pelas mais perigosas e horríveis criaturas, monstros, e parece que algum preso, os libertou – Diz Romero

     - Então esse barulho...- Diz Lami, espantada

     - Sim, ele está devorando alguns corpos, vamos aproveitar, podemos ir pelo outro lado – Sugere Romero

     - Espero não bater de frente com uma criatura dessas – Pensa Romero, assustado.

Seguindo por outro caminho, Lami e Romero veem sangue para todos os lados, pedaços de corpos.

     - O que aconteceu aqui Romero? – Pergunta Lami, espantada

     - Uma rebelião, um verdadeiro massacre – Diz Romero.

     Chegando na sala de refúgio, Lami e Romero batem na porta, e imploram para abrirem. Mas as pessoas lá dentro, estão com medo, apavoradas e não acreditam nas palavras que ouvem de fora.

A sala é trancada e bem protegida, sem buracos, sem janelas, apenas a porta como passagem principal.

     - O que iremos fazer, desse jeito ele vai morrer – Questiona Lami

     - Se não morrermos antes, veja! – Diz Romero e aponta.

Pois bem, uma criatura, um monstro feroz os avistou, e se aproxima rapidamente, querendo refeição fresca.

     - Para trás Lami, eu tentarei pará-lo – Diz Romero se posicionando em frente a Lami.

Ice está no chão, e ao seu lado, Lami, e em sua frente, Romero, logo mais, o monstro vindo, ferozmente, babando pela refeição fresca.

     - Por favor, não queremos lutar, você consegue me entender? – Pergunta Romero

     - Olha o tamanho daquela coisa, não iremos conseguir – Diz Lami, espantada, ao chão, ao lado de Ice.

     O monstro se aproxima, e aproximadamente há 5 metros de distancia de Romero. Vincent aparece ao lado de Cabron e Gray.

Gray emite um som estranho, um tipo de comunicação com a outra criatura. A criatura para, e emite outro som, como uma espécie de diálogo com o Gray.

     - Vincent, você! – Diz Romero, surpreso

     - Olá Romero, que fria você se meteu?! Vejo que se aliou a esse traidor?! Me responde uma coisa, você sabia? – Questiona Vincent, se aproximando

     - Vincent, foi você que fez tudo isso? Onde estão todos os presos? – Questiona Romero, assustado

     - Os 140 presos que sobraram, eu matei, com minhas próprias mãos – Diz Vincent, maligno

     - O que? – Diz Romero e Lami, ao mesmo tempo, espantados

     - Você não respondeu minha pergunta Martin Romero, você sabia? – Pergunta Vincent, mais uma vez

     - Sabia do que Vincent, do que você está falando? – Questiona Romero

     - Minha paciência está se esgotando meu caro amigo, você não vai querer me ver brabo – Diz Vincent e continua, com gritos - Então responda-me se você sabia que esse paladino desgraçado iria tentar me matar?!!! – Perdendo a paciência

     Romero fica espantado, assustado, e gagueja ao falar.

     - Vincent, eu não sabia disso, eu sabia apenas da fuga – Responde Romero, apavorado

     - Amigo de amigos de Ray Pember, também são meus inimigos – Diz Vincent, fechando os punhos e se aproximando

Romero fica sem saber o que fazer, lutar é inútil, contra Vincent é morte na certa, além do Cabron e outras criaturas.

Enquanto Vincent se aproxima outras criaturas chegam no local, assustando ainda mais Lami e Romero.

     - Eu vou mata-los e dar seus corpos para meus novos companheiros devorarem – Diz Vincent

     - Vincent por favor! – Implora Romero

Vincent a dois passos de chegar no trio, Romero diz suas últimas palavras - Nunca abandone os familiares, não importa de onde eles vêm – Repetindo as palavras que um dia Vincent disse a Romero.

     Vincent então para, hesita, pensa na frase, na sua frase, e continua a caminhar, e passa reto pelo Romero, caminha até Lami, se agacha e põe a mão no rosto de Lami e diz – Você é uma graça, eu os pouparei dessa vez – Após, se levanta e continua a dizer...

     – Mas essas pessoas dentro dessa sala, serão refeições para essas criaturas, afinal eles os negaram e os deixaram para morrer. Nada mais justo, não concorda Romero? – Pergunta Vincent, intimidador

     Romero baixa a cabeça e em um tom baixo diz – Sim Vincent, você está certo, vá em frente – Lamentando

     - Vocês ouviram o homem não ouviram, derrubem essa porta – Ordena Vincent às criaturas

As criaturas então começam a bater com muita força na porta de aço, a amaçando. Enquanto as pessoas dentro da sala se desesperam e gritam por ajuda e para as criaturas irem embora.

     - Saiam daqui, mas o paladino fica – Diz Vincent

     Lami se levanta e desesperada diz - Vincent, por favor, ele nem devia estar aqui, está apenas por que eu o chantageei, fiz crianças de seu vilarejo reféns, para ele me ajudar a resgatar Romero, ele enfrentou tudo isso, para as salva-las – Explica Lami, desesperada

     Vincent pensa sobre o assunto, e lembra de seu passado.

     - Dessa vez...- Diz Vincent

     - Obrigada! – Agradece Lami

Então Romero ajuda a carregar Ice, e os três partem para fora da prisão, para fora da ilha.

Os monstros finalmente derrubam a porta, e devoram os refugiados vivos, sem piedade alguma.

Ao se afastar, Romero e Lami, ouvem os gritos de desespero, que se espalha pelos corredores da prisão. No momento Romero fecha seu punho, se lamentando.

Lami segura sua mão e diz – Não tivemos escolha. Precisamos continuar e sair daqui o mais depressa possível, ainda há tempo de salvar Ice. – Diz Lami.

     O trio então consegue escapar, antes de sair, na sala da entrada principal, veem muito sangue, pedaços de corpos e órgãos para todos os lados.

     - Como Vincent fez tudo isso? É horrível! – Afirma Lami

     - Eu o conheço a alguns anos, assim como muitos dos presos, mas mesmo assim ele os matou. Vincent é movido apenas para completar seu desejo. Matar Ray Pember. – Diz Romero

     - Quem é? – Pergunta Lami

     - Eu não sei, mas ainda bem que não estamos na pele dele – Diz Romero

Ao ouvir o nome de Ray Pember, Ice ainda inconsciente repete, em um tom baixo, fraco – Ray Pemb...-

     - Ele deve ter feito algo horrível, mas por que Ice tentou defende-lo? – Questiona Romero

     - Eu não sei, mas o importante é que conseguimos escapar dessa vez – Diz Lami, aliviada.

     Ao sair da prisão, Lami e Romero, carregando Ice, caminham até a costa, onde Sausage está esperando com uma embarcação. Chegando no local, Sausage fica apavorado com a situação de Ice e pergunta o que aconteceu, na verdade faz milhares de perguntas, tirando Lami do sério.

     - Vamos embora desse lugar – Diz Lami, aliviada.

O quarteto rema mar adentro, de volta para as ilhas seguras próximo a Ilha de gelo.

Um pequeno vilarejo onde Lami vive, e onde está Pina e Lucca.

Após remar e remar, Romero, Lami e Sausage conversam sobre os acontecimentos, e após caminhar e caminhar, finalmente chegam no vilarejo Sól.

Lami e Romero levam Ice direto para uma cama, e procuram por algum medico ou curandeiro.

De longe, Sausage avista Pina e Lucca, conversando com um senhor, na frente de uma casa humilde. Estão bem, felizes, despreocupados. Sausage então corre para abraçar sua irmã e seu amigo.

     - Pina! Lucca! – Acena Sausage, gritando

     Sausage os abraça, e Pina e Lucca sem entender, o abraçam também.

     - Hey irmão o que aconteceu? Onde você estava, estávamos lhe esperando – Diz Pina

     - Pina, Lucca, me desculpem, lá no bar, eu fui um idiota – Diz Sausage, se lamentando

     - Tudo bem, aquilo já passou – Diz Lucca, com um sorriso no rosto

Lami nota de longe a felicidade de Sausage ao reencontrar Pina e Lucca, e fica feliz.

     Com Ice sendo tratado pelos médicos e curandeiros do vilarejo, Lami e Romero finalmente estão livres. E lá fora em paz, no vilarejo Sól. Lami se lamenta por todo ocorrido.

     - Lami, não se culpe, você fez o que tinha que fazer, no fim, tudo saiu bem para nós – Consola Romero

     - É, mas ainda assim, me sinto horrível por ter usado Ice e essas crianças. – Diz Lami, se culpando

       - Quando Ice se recuperar, ele e as crianças poderão voltar para seu vilarejo, e tudo voltará ao normal – Diz Romero e acrescenta – Ele esta vivo graças a você! -

     - Você tem razão! Obrigada Romero – Diz Lami

     - Lami, eu que tenho que lhe agradecer, sem você, jamais eu conseguiria escapar, eu até já tinha aceitado meu destino. Obrigado Lami, por não desistir de mim, quando até eu desisti. – Diz Romero, agradecendo

     - Eu lhe devia essa, uma vez a muito tempo, você salvou minha vida – Diz Lami

     - Uma vez? Há Há Há – Questiona Romero com risadas.

     A recuperação de Ice leva alguns, dias, após finalmente acordar, Lami explica tudo que aconteceu para Ice, e o agradece por tudo, lhe dando um beijo.

Mais tarde, Romero, também o agradece, e fala sobre seu ponto de vista da situação na prisão.

Mas até então, Ice estava deprimido, triste, cansado, fraco, dolorido, porém, quando vê, Pina, Lucca e Sausage, fica feliz, e mostra seu primeiro sorriso.

     - Podem entrar, ele está esperando vocês – Disse Lami as crianças

     As crianças entram e sentam na cama ao lado de Ice, conversam, fazem perguntas, e parece que tudo está voltando ao normal.

     - Que bom que Lami cumpriu com seu acordo – Diz Ice

     - Agora que você acordou, podemos voltar para casa – Diz Sausage

     - Ainda não, vou precisar de mais alguns dias, mas depois de tudo que aconteceu, eu posso confiar na Lami para leva-los de volta ao vilarejo – Sugere Ice

     - Mestre Ice, iremos voltar com você, esperaremos o tempo que for preciso – Diz Lucca

     - Sim, Lucca está certo! – Confirma Pina.

     Sausage contou a Lucca apenas, os horrores que ouviu de Romero e Lami, pois não queria deixar sua irmã, assustada. Mas a reação de Lucca, foi um pouco diferente da qual Sausage estava esperando.

Lucca ficou muito curioso, quis saber muitos detalhes, todas as barbaridades, não o assustou nem um pouco, pelo o contrário, o animaram, o deixaram motivado.

     - Quando voltarmos para o vilarejo, nosso treinamento de verdade com mestre Ice irá começar, não é mesmo mestre Ice?! – Pergunta Sausage

     - Eu mal posso esperar por isso, vou me tornar forte, para poder defender todos aqueles que eu amo, principalmente vocês três – Diz Lucca, mencionando Ice, Sausage e Pina.

     - Vocês têm certeza disso? – Questiona Ice

     - Sim!!! – Respondem Pina, Sausage e Lucca.

     Mais alguns dias se passam e Ice já consegue caminhar, não está 100% recuperado, mas é o suficiente para voltar para o vilarejo.

Na sua despedida a Romero e Lami, Ice diz – Fiquem vivos, e parem de se meter em confusões – Carismático

     - Com toda confusão que aconteceu na prisão, Sr. Dom provavelmente irá supor que você e eu, estejamos mortos. Isso me trará paz. – Comenta Romero

     - Obrigada Ice, por tudo! – Se despede Lami, com um abraço em Ice e nas crianças.

     Lami e Romero, ficam no vilarejo mais alguns dias e logo partem para o desconhecido, fugindo de possíveis ameaças e livrando o vilarejo de sofrer qualquer mal.

     Ice, ao voltar com as crianças para o vilarejo, enfrenta uma grande revolta de seu povo.

     É julgado culpado pelo desaparecimento das crianças, por mais de 15 dias, as mães, os pais, já estavam sem esperanças que ainda estariam vivos, e ao vê-los chegando no vilarejo de gelo, ficam emocionados, felizes, mas ao mesmo tempo, brabos, com raiva de seu líder, Ice.

     Os pais e algumas pessoas do vilarejo, culpam e xingam Ice, mesmo sem saber o que aconteceu, Sausage tenta explicar, mas ninguém quer saber das desculpas de uma criança.

Mas ao invés de Ice argumentar e explicar a real situação, Ice se cala, e aceita toda culpa.

O povo está indeciso quanto a Ice, e uma reunião com os conselheiros do vilarejo, é convocada para o dia seguinte, para decidir o futuro de Ice Grey.

     Ice em casa, está calado, Marla, magoada.

     - Você nunca está aqui, eu estou sempre sozinha nessa casa – Diz Marla, triste

     - Querida...- Diz Ice mas Marla o interrompe e diz – Tudo bem, eu sei o que vai dizer, é sempre a mesma historia Ice. Apesar de tudo eu estou feliz de vê-lo. – Termina Marla, enxugando as lagrimas.

     - Eu sempre a magoo, e não importa o que eu diga, ela está certa, eu sempre tenho uma desculpa, eu não posso mais fazer isso. – Pensa Ice, refletindo

     Na manhã seguinte, os principais aldeões, os pais de Lucca, Pina e Sausage, os conselheiros, e quem quisesse comparecer, estão presentes, junto a Ice, em uma reunião para decidir e saber o que aconteceu.

Ice conta parte da história, omitindo grandes detalhes, e com sua história sem sentido, o conselho decide culpa-lo, mas antes de qualquer decisão concretizada, Ice se antecipa e o mesmo pede seu exilo do vilarejo de gelo.

     - Eu não posso continuar vivendo aqui, depois de tudo que fiz. Eu magoei meus aldeões, minha esposa, e pus em risco a vida de 3 crianças, pelo um vício, que acabou levando a outras coisas. Resumindo, eu sou culpado, e decido por contra própria, ir embora do vilarejo para nunca mais retornar. Com o acontecido, eu já não sou mais um guerreiro útil, estou quebrado e só atrapalharia a segurança do vilarejo, já que provavelmente serei perseguido. O conselho a partir de agora, tem a total liderança do vilarejo de gelo. – Encerra Ice

     Alguns aldeões inclusive Marla, ficam surpresos com a decisão de Ice.

Marla se levanta e tenta argumentar para defender Ice, mas o mesmo diz – Não, querida, esse é o melhor, não piore as coisas, eu sinto muito por estragar tudo, você merece ser feliz. Mas a única coisa que fiz, foi abandona-la –

     - O conselho decidiu. E não podemos deixar de negar seu pedido. – Encerra o conselho

     A despedida com Marla é triste, Sausage, Lucca e Pina, não acreditam no que está acontecendo.

     - Ele salvou nossas vidas, se sacrificou para nos proteger, e em todos esses anos vem se sacrificando por cada um desse vilarejo, e agora simplesmente decidem expulsa-lo? Sem Ice esse vilarejo jamais existiria – Argumenta Sausage, culpando o conselho

     - Você ainda é novo demais para entender a real situação – Diz o conselho

     - Vocês são apenas uns velhos malditos – Grita Sausage, e sai correndo do local

Pina e Lucca vão atrás dele, enquanto Ice se prepara para partir.

     Em casa, Ice conversa com Marla, tenta acalma-la e diz que a uma nova ceita se formando, e alguém do conselho, é um membro dessa nova ceita. As razões que Ice está indo embora é para proteger a todos, pois quando a noticia sobre a prisão chegar aos vilarejos grandes, investigações começaram a serem feitas, e subsequente consequências a todos envolvidos. Sr. Dom, é um homem importante e reconhecido, com uma riqueza infinita. E não deixará barato os estragos cometidos, de quem ele puder cobrar, ele irá, sem piedade alguma. Então para o bem de todos, Ice nunca voltaria para seu vilarejo, e seu paradeiro seria desconhecido.

     - Para onde você vai querido? – Pergunta Marla, arrasada

     - Eu não poderei lhe contar, mas estarei perto, sempre perto de você, para a defender de qualquer mal. – Diz Ice, se despedindo de sua esposa.

     - Meu querido, eu não suportarei viver longe de você, mesmo que eu tenha dito que você sempre me deixa sozinha, eu sempre sabia que você voltaria para mim, mas dessa vez é diferente, você está me dizendo que irá embora, e nunca mais retornará. Como eu vou suportar? Eu vivi minha vida toda para você, e agora, quem eu sou? Quem eu serei? A questão é, eu não quero ser mais ninguém, do que a Marla Grey, esposa de Ice Grey. – Argumenta Marla, emocionada

     - Suas palavras, me machucam, e ferem minha alma, algo dentro de mim, está se partindo em milhões de pedaços, mas eu não posso fraquejar.

Eu sei o perigo que é, eu ficar aqui, e eu jamais iria me perdoar, se algo de ruim acontecesse com você, minha querida! – Explica Ice, emocionado

     - Eu estou com saudades da gente e do nosso tempo juntos – Diz Marla, e chora

     Ice a abraça, e tenta consola-la, ficando ao seu lado, mesmo que em silencio.

Mas a partida é inevitável.

     Algumas horas mais tarde, em uma tempestade de neve, com Marla dormindo, Ice levanta da cama, a qual teve seus últimos momentos íntimos com sua esposa, aproveita as condições do clima, e que provavelmente todos os aldeões estarão em suas casas. Para ir embora.

Mas na saída, em direção as montanhas, Sausage, está a lhe esperar.

     - Como você sabia? – Pergunta Ice

     - Eu apenas sabia – Responde Sausage

     - Vá para casa, não mais nada que possamos fazer – Diz Ice

     - Eu quero ir com você, eu cansei desse vilarejo e desses aldeões burros. – Diz Sausage

     - Você sabe que eu não posso fazer isso – Informa Ice

     - Eu sabia que diria isso, mas é uma decisão minha, como guerreiro e meu mestre, eu gostaria que você aceitasse – Argumenta Sausage

     - Você está disposto a deixar sua irmã e seu amigo depois de tudo que passamos para salva-los? – Questiona Ice

     - Eu sei que estarão seguros aqui, e esse vilarejo não tem guerreiros fortes, para derrotar as possíveis ameaças, é preciso treinar sucessores, não é mesmo mestre Ice?! – Argumenta Sausage, insistente

     Ice ignora suas palavras e segue caminho em direção ao topo das montanhas rochosas de gelo.

     - Hey, mestre Ice, você está me ouvindo? – Pergunta Sausage, inúmeras vezes

     Enquanto Ice continua seu caminho, Sausage o segue, logo atrás.

     - Ele não aguentará essa tempestade, e quando desmaiar, eu o levarei de volta para casa – Pensa Ice

     De repente, se ouve um grito então Ice diz – Sausage, não grite! Irá provocar um deslizamento – Avisa Ice

     - Mas não fui eu que gritei – Responde Sausage

     - Então, quem foi? – Questiona Ice

     Ao olharem para trás, veem, Lucca, soterrado na neve

     - Lucca! – Diz Ice e Sausage ao mesmo tempo

     - Olá pessoal, será que poderiam me dar uma mãozinha? Eu estou um pouco preso – Diz Lucca, soterrado na neve

     - O que aconteceu com vocês, estão loucos? Não me diga que venho pedir para ir comigo? – Diz Ice, brabo, ajudando Lucca

     - Sim como você sabe? Não me diga que você também vem aqui por esse motivo Sausage? – Pergunta Lucca

     - Sim, mas o mestre Ice insiste em achar que não somos capazes – Responde Sausage, decepcionado

     - Eu nunca disse isso, eu apenas não quero contrariar seus pais – Explica Ice

     - Você já é culpado, e isso não fará você ser menos culpado – Argumenta Lucca, de forma inteligente

     - Lucca você é um gênio e está certíssimo! – Diz Sausage

     - Como você soube que eu estaria aqui? É tão obvio que eu iria para as montanhas? – Questiona Ice

     - Sim! – Responde Lucca

Ice fica em silencio e novamente segue caminho, com esperança que os dois não aguentem o frio das montanhas.

     - Hey mestre Ice? – Chama Lucca, inúmeras vezes

     - Acho que o frio congelou sua boca – Comenta Sausage com Lucca, em um tom baixo

     - Eu ouvi isso – Diz Ice, brabo

     - Muito bem, oque vocês pretendem? – Continuou Ice, os questionando

     - Queremos treinar com você, e nos fortalecer, para que possamos ser a segurança do futuro do vilarejo de gelo – Responde Sausage

     - Ou até mesmo do mundo inteiro – Completa Lucca

     - Vocês querem mesmo isso? – Pergunta Ice

     - Eu sei sobre as lendas das montanhas, por isso deduzi que viria para cá – Diz Lucca, ajeitando seus óculos

     - Lenda? Como você saberia? – Questiona Ice, intrigado

     - Eu sou muito estudioso, e apenas fiz minha lição de casa – Responde Lucca

     - Que lenda é essa? Por que parece que eu sou o único que não sei sobre essa lenda? – Questiona Sausage

      - Por que você não estuda, assim não sabe mesmo, mas eu posso contar a ele mestre Ice, ou você mesmo pode nos mostrar – Diz Lucca

     - Esse é um caminho sem volta, você conhece a lenda, pois bem, se for real, talvez nunca mais possamos voltar, vocês estão dispostos a isso? – Questiona Ice e continua – Estão dispostos a passar fome? Fazer suas próprias comidas? Lavar suas próprias roupas? Treinar incansavelmente, além de nunca mais verem de novo seus entes queridos, sua querida irmã Pina, seus queridos pais e amigos? – Termina Ice, os assustando

     - Eu fico triste apenas pela minha irmã, mas sei que ela ficará bem, o resto está tudo aqui comigo, meu grande amigo Lucca e meu incrível mestre Ice. – Responde Sausage, decidido

     - Eu não quero ficar de fora de nem uma aventura mais – Confirma Lucca, decidido

     - Hum, então nesse caso...- Diz Ice decidido.

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