"Nada... Só precisava ouvir sua voz", respondo simplesmente, com a voz embargada no final.

"Você está bem, querido?" Ela pergunta preocupada.

Sorrio ao ouvir o apelido que ela me deu desde criança. "Estou bem, só estressado com o trabalho. É só isso."

"Você trabalha demais, você precisa tirar férias ou algo assim. Não é como se você não tivesse dinheiro para isso", ela ri.

Ouço barulhos, depois o som inconfundível de panelas e frigideiras. Ela estava cozinhando. Posso apostar todo o meu dinheiro que ela estava cozinhando. Ela adorava cozinhar mais do que qualquer outra coisa.

"Vou tirar férias quando as coisas se acalmarem... Há tanta coisa acontecendo no momento", minto parcialmente.

Com a desgraça pendente que pairava sobre mim, duvido que algum dia eu consiga tirar férias. Não sou uma boa pessoa. Eu sei disso, mas isso não me impede de rezar para que as coisas saiam do meu jeito.

"Tudo bem." Ela cede. "Mas pelo menos tire um fim de semana de folga e relaxe. Isso será bom para você.