II  

- Conseguiu dormir?

- Consegui a culpa não foi minha!

- Sabrina, ele pode ficar sem caminhar.

- E? Fui eu que o obriguei a comprar o skate?

- Querida ele tem desesseis anos!

- Já mandei a Julia enviar flores para a família, e nosso advogado disse que não podem nos processar. Mesmo assim mandei falarem com a família para ajudar nas despesas hospitalares. Eu sou uma boa pessoa!

- Deus me livre da sua bondade.

- O que quer? Não me ligou para saber se eu consegui dormir!

- Preciso que venha no meu escritório.

- Eu nessa pocilga? Nem pensar.

- De onde você saiu mesmo?

- Thiago, não!

- Certo, posso passar aí então?

- Daqui uma hora, preciso tomar um banho e um café.

- Está bem!

Sabrina levantou e entrou no banheiro. Olhou sua imagem no espelho e viu suas olheiras. “Só o que me faltava... O que eu faço, pobre garoto.” Ela entrou no banho, deixou a água cair sobre seus cabelos e suas costas. Ela se arrumou, desceu para tomar café e esperar Thiago.

- Fala!

- A senhora já leu?

- Leu o que?

- Vou enviar o l**k da matéria para a senhora!

- Não, não irei ler nada, resume Sidy.

- Certo. A capa mostra o menino que caiu do skate.

- Leo!

- Como?

- Leo é o nome do menino, o que tem?

- Fala da insegurança dos equipamentos de segurança!

- Que incoerência é essa, insegurança em equipamentos de segurança? E ele não estava com os equipamentos!

Thiago entrou na sala e ela fez sinal para ele sentar enquanto falava com seu advogado ao telefone.

- Então! O que quer que eu faça?

- É homem ou mulher? Deve ser homem pelo tipo de matéria, manda ele na minha sala hoje às 4:00 pm! Dou um jeito nesta matéria em minutos, ou acabo com a reputação desse... Nem denominarei jornalista, uma criatura que não se dá ao trabalho de saber o que aconteceu!

- Mas senhora?!

- É isso Sidy!

Ela desligou o telefone e olhou para Thiago que estava com um biscoito na mão.

- Que foi?

- Era sobre a matéria?

- Também!

- Fala então...

- Olha só, eu preparei um projeto para analisar os riscos de acidente.

- Não vejo necessidade disso. Já disse, se ele tivesse comprado os equipamentos necessários, poderia ter minimizado os danos. Não somos responsáveis pelos atos deles!

- Por isso quis bancar as despesas hospitalares?

- Não interessa. O que quer?

- Já disse.

- Fora esse projetinho. Passa para o Dion!

- Foi lá?

Ela levantou a cabeça ainda com a boca cheia de suco, seus olhos brilhantes o fitaram.

- Como soube?

- Você é previsível, querida. Mandei o segurança te seguir. Sabia que iria ver o garoto. Quem sabe da sua aparição lá?

- Ninguém!

- Quanto custou?

- Sem danos físicos Thiago! Pouco mais de vinte mil.

- E ele a reconheceu?

- Estava sedado, tinha que ter certeza que ele estava bem!

- Como consegue ser assim?

- Viu o surfista que patrocinamos? Ficou em segundo no mundial!

- Quem pagou?

- Ninguém!

- Quanto custou?

- Nada! Falo sério, não paguei nada, ele ganhou por mérito próprio, sem minhas lindas e delicadas mãos no meio da final!

- Sim da final! Entendi...

- Me mostra o que quer que eu veja.

- Disse que não queria ver.

- Não quero mesmo, mas o assunto está tão chato que prefiro ver seu projeto.

- Vamos para o seu escritório, parece que tem uma vida para destruir hoje de tarde.

- Negativo, tenho alguém para instruir e guiar no caminho certo para que nada de ruim aconteça para ele ou sua família...

- Por falar em família, minha mãe quer fazer um almoço neste final de semana, quer saber se você pode ir.

- Seu irmão estará?

- Certo que sim.

- Não irei. Odeio aquela esclerosada da noiva dele.

Thiago olhou com seus lindos olhos cor de mel arregalados, e com uma expressão de interrogação, falou quase cuspindo as palavras.

- O que? Ela é esclerosada? Você arrancou a roupa dela na frente de todos no último ano do ensino médio.

- Ela me chamou de sínica!

- Claro, ótimo motivo para deixar uma pessoa pelada na frente da escola inteira...

- Cala boca Thiago! Não irei.

- Ele vai sozinho.

- Então irei!

- Louca. Presta atenção, ele não é seu bonequinho.

- Você é meu bonequinho! Ele eu quero mais...

- Não faz isso Sabrina! Irá entrar em um caminho com final pior que o início...

Sabrina parou o carro.

- Desce!

- O que?

- Desce, agora!

- Sabrina Victória!

- Thiago, vai a pé!

- Vou de táxi. Te encontro na reunião, querida.

Ele desceu e ela seguiu seu caminho. Olhou para o lado e viu um rapaz parado. Desceu e seguiu em sua direção.

- Oi. - Falou docemente. – Te dou dois mil para você assaltar e deixar aquele cara de camisa azul só de calças...

- Claro, madame!

Ela entrou no carro rindo... Thiago chegou depois do almoço.

- Por quê?

- Eu mandei vir a pé! E já resolvi o problema com o repórter. Ele irá se redimir fazendo uma matéria comigo e o Dion sobre como usar corretamente os equipamentos para evitar acidentes como os do Leo.

- Que Leo? O garoto que se machucou? Sabe até o nome dele? Você me surpreende Bibi!

- Não me chame assim aqui na empresa, é Sabrina!

- Está bem, vou para casa tomar um banho descente, tive que esperar alguém levar roupas para mim, pois fui assaltado!

- Que pena! Quem sabe da próxima vez você me ouve melhor!

- Até amanhã, querida.

- Te levo em casa, deve estar cansado.

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