Beatriz franziu ligeiramente a testa, mas rapidamente compreendeu a situação. Olhando para Eduarda, que estava cheia de energia, ela ficou perplexa:- Mãe, você não disse que tinha fraturado os braços e pernas? Como consegue ficar de pé?O rosto de Eduarda se enrijeceu e ela forçou um sorriso.- Acabei de encontrar com Quitéria, fiquei um pouco empolgada e esqueci a dor. Vou me deitar novamente. - Dizendo isso, ela subiu na cama mancando.Mas sua péssima atuação não enganava mais ninguém.- Mãe! Você realmente se machucou ou está só fingindo? - O semblante de Beatriz se tornou sério.- Como eu poderia não ter me machucado? Você não viu Ademir me bater? Minha cabeça está começando a doer de novo! - Eduarda levou a mão à cabeça, fazendo drama novamente.- Você falou em concussão e ossos fraturados, onde estão os relatórios médicos? Me mostre! - Beatriz exigiu.- Bem...Eduarda e Carlos trocaram olhares e ficaram sem palavras.- Então vocês dois estavam me enganando esse tempo todo? Por q
- Ademir? Como pode ser ele?!Depois de descobrirem a verdade, Eduarda e os demais trocam olhares de incredulidade. Ninguém poderia acreditar que o salvador de Quitéria não era Gustavo, mas a pessoa que, aos seus olhos, não sabia ser grato. Isso era uma verdadeira bofetada!- Então, Ademir nunca incriminou Quitéria. Vocês o difamaram de propósito? - Beatriz permanece paralisada, o rosto tão pálido quanto papel.- Quem difamou ele? Acho que ele é o culpado, sabia que estava errado e tentou compensar! - Eduarda retruca, resistindo.Acostumada a mandar e desmandar, ela jamais admitiria um mal-entendido. Isso seria muito humilhante.- Mãe, você ainda vai tentar justificar isso? - Beatriz mordeu o lábio, seu coração se contraindo.- Como estou me justificando? Se Ademir não tivesse incriminado Quitéria, por que ele a salvaria? No fim das contas, ele deveria estar com a consciência pesada! - Eduarda exclamou indignada.- Exato! Se não foi ele, por que ele a salvaria? - Carlos acrescenta.-
- Jovem, recomendo que pense bem antes de tomar essa decisão. Não gosto de ser rejeitado. Tudo o que eu desejo, de uma forma ou de outra, acabo conseguindo. - Marco começou a se expressar. - Se aceitar minha proposta, você não só receberá uma quantia considerável, mas também se tornará um amigo da família Cunha. E caso precise no futuro, a família Cunha estará ao seu lado. No entanto, se recusar, será considerado nosso inimigo. Agora, eu lhe pergunto: deseja ser amigo ou inimigo da família Cunha?Ao ouvir isso, Ademir não pôde conter um sorriso:- Não sou de ser intimidado. Se é assim que você coloca, então seremos, inevitavelmente, inimigos.Marco, com um semblante mais fechado, questionou:- Você tem certeza de sua escolha, rapaz?- Absoluta. - Ademir confirmou com um aceno.Marco, com um olhar severo, advertiu:- Não pense que está imune rapaz, mesmo com o apoio da família Ribeiro. Vou ser franco: tenho muitos meios de lidar com alguém como você. Se for teimoso, estou disposto a um
Após desligar o telefone, Ademir começou a limpar a Clínica do Bem-Estar com Eunice. Embora ela não reclamasse, ele percebeu que a morte do gato de estimação a tinha afetado muito. Seus olhos permaneciam vermelhos, embora ela segurasse as lágrimas. A jovem sofrida vivia de forma tão humilde e cautelosa que nem sequer se permitia chorar. Uma maturidade de partir o coração.Depois de muito esforço, finalmente conseguiram deixar a clínica limpa. Momentos depois, um Bentley prateado estacionou em frente à clínica. A porta do carro se abriu e Gabriela, vestida em um traje de festa vermelho, desceu.- Srta. Gabriela? - Eunice, ao vê-la, fez uma reverência imediatamente. - Já falei tantas vezes para você não ser tão formal, Eunice. Me considere como sua irmã mais velha.Gabriela sorriu e acariciou a cabeça de Eunice.- Sim. - Eunice assentiu obedientemente, mas continuou com as formalidades. - Srta. Gabriela, posso ajudá-la em algo? - Ademir saiu de um dos cômodos.- Não posso vir te ver se
- AIDS?Sra. Batista ficou paralisada, um tanto atônita.Não apenas pelos sintomas que Ademir descreveu, que coincidiam com seu estado de saúde. O mais preocupante era que, há pouco tempo, ela havia arranjado um jovem amante.Agora, ouvindo o que foi dito, era difícil não se sentir alarmada.- Ademir, você tem certeza? - Gabriela também mostrou uma expressão de surpresa."AIDS não é brincadeira. Será que o 'problema oculto' do Eusébio é esse?"- Não posso afirmar com 100% de certeza, mas é bem provável. - Respondeu Ademir.- Você está falando besteira! - Sra. Batista gritou de repente. - Fiz um check-up no hospital esta manhã, e não tenho AIDS! Pare de tentar me assustar!- Acredite se quiser. - Ademir deu de ombros.- Seu miserável! Você está tentando me apavorar e me humilhar em público. Vou te ensinar uma lição hoje! Vicente, bata nele! - A Sra. Batista estava furiosa e ordenou que seu jovem e atraente guarda-costas tomasse uma atitude.No entanto, o guarda-costas permaneceu parado
- Querido, por que você me bateu? - A Sra. Batista cobria o rosto com as mãos, visivelmente angustiada.As pessoas ao redor trocavam olhares confusos. Ninguém esperava que Eusébio, o "Deus da Riqueza," sempre protetor, ousasse levantar a mão contra sua própria esposa.- Veja você mesma! - Eusébio, com o rosto tenso, arremessou o celular em direção à Sra. Batista.Ao pegar e olhar o celular, ela pareceu ter sido atingida por um raio, seu rosto tornou-se cinza. Era o relatório médico da academia de esportes, e o diagnóstico era claro: ela estava com AIDS!- Como isso é possível? Não pode ser! - A Sra. Batista sacudia a cabeça freneticamente, não querendo acreditar. - Esse relatório médico deve ser falso, falso! Querido, eu não tenho AIDS, eu juro que não!- Você ainda tem a audácia de mentir na minha cara?! - Eusébio olhou para ela, evidentemente irritado.Nenhum homem suportaria a infidelidade de sua esposa. Pior ainda, ela contraiu AIDS como resultado. Uma verdadeira desgraça!- Querid
- Este é o Sr. Ademir sobre quem você falou, com suas habilidades médicas excepcionais? De fato, você faz jus à sua reputação. - Eusébio fez uma reverência.- Espero que não se incomode, Sr. Eusébio. - Ademir acenou levemente com a cabeça. - Descobrir que sua esposa estava tendo um caso era mais do que qualquer homem poderia suportar.- Na verdade, eu devo agradecer a você, Sr. Ademir. Se não fosse pelo seu olhar aguçado, eu ainda teria descoberto. - Eusébio forçou um sorriso.Melhor sofrer um pouco agora do que permanecer no escuro indefinidamente. Embora fosse humilhante, era melhor que ser enganado continuamente.- Sr. Eusébio, se me permite perguntar, você mencionou ter um problema de saúde anteriormente. Seria o mesmo problema? - Gabriela perguntou cautelosamente.Se Sra. Batista estava doente, era provável que Eusébio também estivesse.- Não, eu acho não acho que seja. - Eusébio parecia constrangido. - Para ser franco, devido ao meu trabalho, eu e minha esposa não temos sido íntim
Eusébio ficou paralisado, o rosto pálido como giz. Mesmo sendo um homem experimentado nas vicissitudes da vida, naquele momento, ele se sentiu perdido. Pensava que o pior tinha sido descobrir que sua esposa o traíra. Mas eis que uma surpresa ainda maior o aguardava. Seu filho... não era realmente seu? Aquele golpe era muito mais pesado do que o da infidelidade de sua esposa!- Senhor Ademir, você tem certeza? - Eusébio perguntou, com o canto do olho tremendo e uma centelha de esperança ainda restante em sua alma.- Senhor Eusébio, é difícil de dizer, mas de acordo com o seu estado de saúde, você realmente perdeu a capacidade de ter filhos há muito tempo. Se você não acredita, pode verificar por si mesmo. - Ademir respondeu, seu rosto marcado pela seriedade.Para ser honesto, Ademir já começava a sentir pena de Eusébio. Embora rico, sua esposa o traíra e seu filho não era realmente dele. Aquele golpe duplo poderia enlouquecer qualquer um.- Entendi. Obrigado por me alertar, senhor Ademi