Entre os transeuntes do térreo, todos eram influentes.- A pessoa que pode abrir uma casa de chá nesta área certamente tem conexões. Com a inauguração, definitivamente precisam de apoio.Jasmim habilmente lavava os utensílios de chá, adicionando as folhas para preparar.- Sério? Mas o Henrique também veio.Ao ouvir isso, Jasmim franziu a testa e, virando o olhar, de fato viu Henrique entrando na cabine ao lado. Ele nunca gostou de chá, mas hoje tinha tempo para vir aqui.Matheus se sentou com um sorriso:- Estou cada vez mais curioso sobre como é o gerente que te salvou.Como ele é? Na verdade, nada mais que isso, até precisando usar máscara o tempo todo, sem mostrar seu verdadeiro rosto.Quando Otávio recebeu a mensagem, estava terminando um compromisso, e seu subordinado o abordou:- Um mês atrás, alguém reservou a cabine, e eu não esperava que a pessoa que veio hoje fosse o Sr. Henrique. Ele conseguiu encontrar este lugar, provavelmente já sabe da sua identidade.Os olhos de Otávio,
- É só um hobby pessoal.Otávio observava Matheus, um homem completamente diferente de Henrique, que cresceu em meio a disputas por poder e acabou se contaminando um pouco pela ganância, mas Matheus parecia um sopro de ar fresco, alheio às turbulências.Essa postura certamente vinha de ter crescido em um ambiente muito liberal.- Sr. Otávio tem um olhar aguçado, um verdadeiro especialista em perceber as nuances do mundo. - Matheus falou, interrompendo sua observação.Otávio então assentiu:- Srta. Jasmim não me deve nada, ela é muito gentil, e Sr. Borges também não precisa se preocupar, apenas me veja como um estranho.- Eu e o Pequeno 4 nunca somos ingratos, ainda mais com sua atenção. No momento crucial da abertura, você reservou uma suíte para ela, e essa gentileza eu guardarei. Quando precisar, pode contar conosco para retribuir.Matheus girava um anel decorativo em sua mão, meio sério, meio despreocupado.Pequeno 4. Otávio nunca tinha ouvido esse apelido, virou a cabeça e olhou pa
A surpresa de Jasmim era evidente, ela não esperava que Matheus se lembrasse de tudo.- Quanto custou?Um preço superior a cem milhões, não era uma pequena quantia.Ele, no entanto, achava que valia a pena:- Você gostou?Nos olhos de Matheus havia um calor afetuoso enquanto ele observava Jasmim, surpresa.- Eu gosto, sim... Mas quanto exatamente você gastou?Ela sabia que o preço era alto. Embora nenhum deles carecesse de dinheiro, afinal, não era um item comum.Matheus pegou o colar e se inclinou para colocá-lo nela:- O preço não é o problema, o importante é que você goste.Eles estavam juntos de maneira íntima, claramente um casal apaixonado.Após Matheus colocar o colar nela, ele se virou:- Deixe o Sr. Otávio ver, está bonito?A pedra preciosa era imensa e Jasmim tinha a pele tão branca que contrastava muito bem com ela. Otávio apertou os olhos, notando a marca de beijo abaixo de sua clavícula, e por um momento desviou o olhar.- Srta. Jasmim é naturalmente linda, tudo fica bem n
- Por quê? - Depois de um tempo, ele não conseguiu se conter e perguntou. - Aquele dia você estava claramente lá.- Isso é assunto meu, não tenho obrigação de te explicar.Henrique franziu a testa, e Otávio continuou falando:- Além de você, ninguém vai saber que eu já fui Ian, tudo no Grupo Lopes é seu, ninguém vai disputar com você.Henrique não acreditava, seus olhos estavam cheios de dúvida:- Ninguém vai saber? E a Jasmim?Otávio colocou a xícara de chá de lado:- Ela não me reconheceu....A casa de chá era um refúgio tranquilo, fechar a porta era como se isolar do mundo externo. Jasmim dormiu entre as pernas de Matheus e, ao acordar, já haviam se passado duas horas. Eles saíram lado a lado.Matheus recebeu uma ligação de última hora, com Vânia como contato. Jasmim entendeu que era algo interno do Grupo Borges:- Eu vou esperar aqui fora.- Ok, vou ao banheiro.Era apenas uma pressão para que ele voltasse logo para o país F, Vânia estava apressada:- Sr. Douglas ficou lá duas noi
Nesse momento, o sol estava perfeito, se derramando sobre os dois, formando uma paisagem chamativa à beira da estrada. Matheus segurava delicadamente a cintura dela:- A aposta fica pendente, logo saberemos a resposta.O carro de Henrique passou justamente ao lado da estrada, e ele viu tudo, com uma expressão muito feia, mordendo os dentes de raiva.Pietro estava preocupado:- Senhor Henrique...- Eu entendo por que o Ian desistiu.Pietro esperava a próxima frase.- Hoje em dia, mesmo que não seja eu, também não será ele.Jasmim já tinha seu coração ocupado, e por um homem totalmente capaz de protegê-la.Henrique massageou a têmpora, nunca se sentiu tão frustrado em toda a sua vida. Antes, na cabine, Otávio disse uma frase:- Eu desisti de tudo, mas isso não significa que certas dívidas não serão cobradas de você.- O quê?- Você assumiu minha identidade e casou com Jasmim, mas não a tratou bem, ela sofreu muito, essa dívida eu não esqueço, e um dia você vai ter que pagar.Henrique nã
Chovia incessantemente no inverno, e Rafaela se envolvia em seu sobretudo, sentada no carro.Ela tinha bebido exageradamente nos últimos dias, mas hoje estava sóbria, uma raridade, com o rosto pálido:- Eu realmente preciso ir?- Nosso chefe disse que se você ficar, vai prejudicar a todos. Se for pega, as acusações acumuladas podem resultar em décadas de prisão, senhorita. Não seja ingrata.Era cedo e a estrada estava deserta, exceto por seu carro, que quase voava sob a chuva.Não sabiam há quanto tempo estavam dirigindo quando, de repente, um carro preto apareceu no retrovisor, seguindo eles diretamente, Rafaela alertou:- Estamos sendo seguidos! É a polícia?O motorista girou o volante:- Vou tentar despistá-los!Ele era habilidoso ao volante, mas o outro motorista também era competente. Após algumas manobras, não só não conseguiram despistá-lo, como foram ultrapassados. O carro adversário bloqueou seu caminho, forçando eles a parar.O coração do motorista gelou:- Como isso acontece
Durante todo o dia seguinte, Jasmim estava um pouco fora de si.Hortência a alertou várias vezes:- Senhorita Jasmim, é seu irmão ao telefone, ele não consegue te ligar, então ligou para mim.Jasmim mal voltou a si e pegou o celular, o rostobonito de Simão apareceu na tela:- Pequeno 4, que diabos você está fazendo? Não atende o telefone, me deixou preocupado!- Meu celular descarregou... O que foi, irmão? - Jasmim inventou uma desculpa qualquer.- Antônio tirou férias, ele está vindo para a Cidade B para te ver, vamos jantar juntos à noite.Jasmim sentiu uma pontada de alegria:- Há quanto tempo não vejo Antônio, que horas ele chega? Vou arrumar um restaurante.- Mandarei alguém buscá-lo. - Simão olhava desconfiado para a expressão dela. - Você parece chateada, aconteceu alguma coisa?Jasmim balançou a cabeça com força, insistindo que estava bem, e rapidamente desligou o telefone.Ela veio para a Cidade B anos atrás por um homem cujo nome nem sabia, e por um erro acabou se casando com
Antônio se levantou e abriu a janela para arejar o ambiente. Ele era o típico homem técnico, raramente envolvido com álcool ou cigarros.- Mudar de rumo é uma opção, há muitas coisas neste mundo que valem a pena manter.Ele era extremamente racional.Jasmim olhou para ele e disse:- Mas depois de perder tanto tempo no passado, virar uma ilusão, você não acha uma pena?- Deveríamos ficar felizes, se essas coisas continuassem rondando nossas memórias, elas nos lembrariam repetidamente, trazendo arrependimentos repetidamente. Virar uma ilusão ao menos permite que a gente se liberte completamente, não é mesmo?Antônio brincava com um isqueiro em suas mãos, falando de maneira bastante desapegada, como era de seu feitio, nunca se deixando perturbar por coisas efêmeras.Jasmim franzia a testa, mas algo dentro dela parecia clarear.Sim, tantos anos se passaram, aquela pessoa nunca voltou, o que provavelmente significava que não havia destino entre eles.- Quanto aos caminhos que percorremos, f