A forma como ela agia agora parecia estar usando a habilidade dele para proteger os filhos dela com outra pessoa! Como ele poderia suportar isso?Quatro da tarde.Liliane acabou de sair de uma reunião quando recebeu uma ligação de Marcela.- Marcela. – Disse Liliane.- Lili! Rápido, olha as notícias! – Gritou Marcela, ansiosa, pelo celular. – Verifique se é o ônibus escolar da escola onde Ian e Alice estudam. Liliane ficou perplexa e rapidamente largou o celular para abrir as notícias.Uma manchete gigante se destacava diante dela.“Ônibus escolar da escola infantil da Serafim envolvido em acidente, condição das crianças desconhecida.” Ao ver a foto do ônibus acidentado, suas pernas amoleceram de repente.Era realmente o ônibus da escola infantil onde Ian e Alice estudavam!Seus filhos...Nanda, que estava ao lado, viu a reação de Liliane e prontamente estendeu a mão para ajudar ela. - Sra. Liliane, o que aconteceu? – Perguntou Nanda.As palavras de Nanda trouxeram Liliane de volta
- Lili! – Mal as palavras foram ditas, a voz de Marcela ecoou ao lado.Liliane tremia ao olhar para ela, também para Vinícius e William, que chegaram juntos.William avançou com o rosto sério, ao ver que Breno estava bem, finalmente conseguiu aliviar a tensão.Em seguida, ele olhou para Alice, mas não viu Ian em lugar nenhum.- Como estão as câmeras de vigilância por aqui? – Questionou Liliane, desviando o olhar, se virou para a professora.- Estamos verificando. – Respondeu a professora, às pressas.Liliane levou a mão à testa, apertou os lábios e as lágrimas escorreram por seus olhos.Por que todas as outras crianças estavam bem ali, mas Ian não podia ser encontrado?- Sra. Liliane, não se preocupe, talvez Ian tenha ido brincar em algum lugar, talvez volte por conta própria em breve. - Tentou acalmar a professora.- Meu filho não é esse tipo de pessoa que você está dizendo! – Gritou Liliane. – Ele não é uma criança que fica vagando por aí! Ao ver a mãe perder o controle emocional, A
William lançou um olhar penetrante para Vinícius.- Estou apenas falando a verdade. – Disse Vinícius, levantando as mãos.William apertou os dentes, se lembrando da agitação de Liliane momentos atrás.Depois de um breve momento de reflexão, William segurou Breno e se juntou a eles, seguido por Vinícius.Vinte minutos depois.Ao desembarcar no porto, Liliane recebeu uma ligação de Heitor.- Você quer morrer? Por que trouxe tantas pessoas com você? – Questionou Heitor.- Estou sozinha, de onde você tirou tantas pessoas? – Disse Liliane, perplexa.- Agora há dois carros pretos chegando, me explique isso? – Retrucou Heitor.Liliane se virou para ver William e Vinícius chegando em seus carros.Como eles também vieram?- É o pai das crianças, não são policiais! – Explicou Liliane.- Está tudo bem, caso contrário, vou cortar a corda agora! – Ameaçou Heitor.Corda?! Liliane se virou apressadamente para olhar para cima.Na grua mais alta do porto, uma pequena figura balançava ao vento.Abaixo,
- O que você quer dizer? Você acha que estou mentindo para você? – Perguntou Liliane, atordoada. - E se não for? – Perguntou William, de volta.Não sabendo de onde veio a força, Liliane conseguiu se livrar abruptamente da mão de William. - William! Lembre-se do que você disse hoje! Um dia, você se arrependerá por suas palavras e ações! – Disse ela, em tom frio, com olhos cheios de desapontamento.Dizendo isso, Liliane entrou diretamente no carro, ligou o motor e dirigiu em direção ao prédio baixo.Marcela, abraçando Alice que chorava sem parar, olhou de forma desdenhosa para o chefe que permanecia sombrio no lugar.- Sr. William, você realmente partiu o coração de Liliane desta vez, da mesma forma, suas palavras me deixaram perplexa. – Disse Marcela, se virando para encarar o carro de Liliane.Vinícius, não muito longe dali, suspirou profundamente e se aproximou de William. - William, ela não parecia estar fingindo agora. – Comentou Vinícius.William, com o olhar fixo na pequena fig
As lágrimas nos olhos de Liliane se desprenderam num instante. - Ian, é realmente você? – Murmurou ela.Ela mal podia acreditar que seu filho estava diante dela, são e salvo. Afinal, ela se lembrava claramente de Ian caindo da grande altura...- Mãe. – Chamou Ian, com um rosto charmoso, expressou resignação. – O que você tá falando? Quem mais seria além de mim? Recebeu uma confirmação, Liliane se apressou a secar as lágrimas. - Tudo bem, Ian, estou apenas falando besteira, estou indo até aí. – Disse Liliane.- Vem logo, mãe. – Falou Ian.Liliane acenou com a cabeça, se levantando e indo em direção a Ian. No entanto, notou que, por mais que caminhasse, nunca chegava perto dele!- Ian... – Chamou Liliane. - Mãe, você está devagar, acelera aí. – Disse Ian.Liliane, assustada, olhou para cima. - Ian... – Chamou ela, de novo.- Mãe, você está demorando, vai logo. – Expressou Ian.Liliane respirou fundo e correu em direção a Ian, mas quanto mais avançava, mais distante ele parecia.-
- O que é da sua conta? – Rebateu Liliane, com raiva. – William, por que você acha que pode me impedir de ver meu filho? Se algo acontecer ao Ian, nunca vou te perdoar! Foi você que ignorou tudo! Foi você, insensível e indiferente à vida! À medida que a expressão no rosto elegante de William piorava, Marcela se aproximou ansiosa para explicar.- Lili, não se preocupe. Eu vou te mostrar Ian, está bem? – Consolou Marcela.Dizendo isso, Marcela rapidamente pegou o celular e iniciou uma chamada de vídeo com Vinícius.Em pouco tempo, Vinícius atendeu, seu rosto bonito aparecendo na tela.- O que está acontecendo? – A voz de Vinícius ressoou.- Vinícius, aponte a câmera para Ian, deixe Lili ver... Tá bom?! – Antes que Marcela pudesse terminar, Liliane arrancou o celular de suas mãos.Ela encarou a tela intensamente.Até que a câmera de Vinícius se moveu para o Ian deitado na cama, as lágrimas brotaram nos seus olhos num instante.Ian não morreu...Não havia curativos em seu corpo, nem tubos
- Tem algo no meu rosto? Você ficou me encarando. – Liliane não resistiu perguntar, depois de um breve silêncio.William se sentou com elegância em uma cadeira atrás dela, as pernas cruzadas, exibindo uma postura nobre.- Vamos falar sobre nós. – Disse ele.- Não há nada entre nós para discutir. – Respondeu Liliane, desviando o olhar.- Mesmo? – Perguntou William, devagar. – Então explique por que você disse que eu me arrependeria. - As palavras ditas no calor do momento nem sempre são verdadeiras. – Defendeu Liliane.William, com a expressão serena, parecia ter adivinhado que Liliane não diria a verdade.- Se você não quer explicar, não vou te forçar. Mas e quanto a Breno? Você não quer saber sobre ele? – Perguntou William.- O que você quer dizer com isso? – Questionou Liliane, encarando ele.- Breno é nosso filho. – Revelou William.- E daí? – Respondeu Liliane, sem rodeios.- Então, não pretendo deixar Breno te ver novamente. – Disse William, palavra por palavra.- Por que não me
- Ok. – Liliane não contestou, apenas assentiu.Na verdade, Eduardo estava certo antes. Se não fosse pela sua falta de cautela, a situação com as crianças não teria chegado a esse ponto.- Já perguntei à polícia. Eles dizem que Heitor planejou o acidente. Ele não machucou outras crianças, apenas mirou em Ian. Quem está por trás disso confessou, é a Mavis. Ela está na delegacia, mas o avô não foi ajudar ela. – Continuou Eduardo.- Quem é essa criatura? Vou lá e acabo com ela! – Disse Kerry, indignado.- Ela agora faz parte da família Lima. Você vai mesmo? – Questionou Eduardo, olhando para ele.Kerry se engasgou por um momento. Embora fosse novo na situação, ele sabia sobre as três grandes famílias da Serafim.Enfrentar a família Lima sozinho seria como se entregar à morte.Kerry, sem jeito, coçou o pescoço.- Bem, sabe como é, enquanto houver vida, há esperança! Vamos planejar primeiro. – Disse ele.Nos olhos de Liliane, passou um frio intenso. Ela subestimou a maldade de Mavis! Não s