Cap 05

• Sophie,

Já faz uma semana que deixei meus pais, para vir morar e dormir no mesmo quarto que uma patricinha atormentada do juízo.

Ontem (sexta feira) ela fechou a cara pra mim, me ignorando e eu não faço a mínima idéia porque ela está me tratando assim. Deve ser TMP. Hoje ela está melhor, bem, é o que eu espero. Estou gostando muito dessa louquinha.

Estou me acostumando com esse jeito 'fresca&esquentada' dela, até guardei a touca que ela me deu pra me usar quando dê vontade. Na faculdade, as coisas estão indo bem, e falando nela, o Arthur não é bem meu namorado, só ficamos a três dias, mesmo assim não contei nada ainda a Liz. Mas devo contar, tenho ela agora como um "apoio" aqui diria, não tenho intimidade para falar com as outras meninas, conto tudo para as minhas amigas pelo celular, mas não é a mesma coisa pessoalmente. Por isso pretendo contar a ela hoje, se o bom humor dela permitir.

Avistei a Liz sentada na cadeira em frente a piscina, parece pensativa. Sentei ao seu lado mais nada disse, ou se moveu.

- Liz? - falo e ela vira o rosto devagar dando um sorriso fechado.

- Oi. - foi tão seco, isso me deu a entender que não queria conversar.

- Não... não é nada. - sussurrei e levantei. Resolvo observar um pouco as flores do jardim ali da casa dela. A olhá-la novamente percebo estar do mesmo jeito, só que agora mexendo no celular. Volto até ela e decido puxar assunto: - Ei... está tudo bem com você?

- Eu estou, mas poderia me deixar sozinha? Obrigado. - responde ela. Essa garota deve ter algum tipo de problema com humor. Nunca vi alguém me desprezar tanto. Levanto e vou em direção à beira da piscina. Coloco meus pés dentro e admiro a água. Nada pra fazer mesmo.

• Liz,

Sophie estava sentada na borda da piscina, e vez ou outra me olhava discretamente. Eu estava realmente bolada por ter visto aos beijos com o Arthur. Que Droga! Não posso ter ciúmes dela. Ciúmes? Porque eu estaria? Eu não estou apaixonada por ela. Eu sei que ela é uma garota linda, atraente, tem um cheiro maravilhoso, incrível... Ah!

Mas isso não me faz está apaixonada por ela ok!?

Se eu pudesse a expulsava de casa. Mas não posso afinal tentar não falar com ela por motivos nenhum é burrice. E minha mãe e o Luís? O que vão pensar?

Vi minha mãe dar passos leve na varanda com a testa franzida. Eu me mexo desconfortável quando ela olha pra mim e pra Sophie. Ela certamente percebeu o nosso afastamento.

- Sophie querida? - Ela olha para minha mãe. - O que faz aí tão sozinha? Quer mergulhar? Não tenha vergonha, pode mergulhar.

- Obrigado Tia, mas não. ... só estou pensando um pouco na vida, não se preocupe.

- Ah, tudo bem. - ela então olha em minha direção: - Liz, quero conversar com você. Poderia me acompanhar, eu agradeço. - pisca o olho, eu engulo seco e levanto. Acompanho e subo as escadas chegando em seu quarto. Fecho a porta e ela já diz: - Liz, o que está acontecendo? Você tá ignorando a Sophie por qual razão? O que ela fez?

- Eu só estou de saco cheio. Ela fica no meu pé direto, não gosto disso. - respondo emburrada.

- Sei ... e isso não me convenceu. - balança a cabeça. - ela é nossa hóspede. Trate a bem! Você trata seus amigos tão bem, porque ela seria o posto?!

- Porque ela não é minha amiga, e ela é sua hóspede.

- Eu vou falar mais uma vez. Ela está aqui para estudar, entendeu? E se você continuar tratando desse jeito, vou cortar seus programinhas nos domingos e baladas, ir ao shopping, compras está me escultando? Como pode eu te deixar fazer estas coisas, quando o que eu só quero que trate bem nossa hóspede?! Lembra que ela deixou família e amigos para ir atrás do seu sonho? Lembra que somos a família dela agora? Poxa Liz, eu só quero que vocês sejam amigas, irmãs sei lá... alguém que ela converse ou desabafe sobre algo. Ela não vai falar sobre isso a mim. Não sou tão jovem quanto você. Ela vai querer alguém da idade dela.

- Ok... - suspiro fundo. - só tô com raiva dela porque, ela fez um comentário sobre minhas toucas, e não gostei.

- Que comentário?

- Ela disse que são infantis.

- E isso é motivos para tratar a Sophie assim? Ignorando? Nem todo mundo tem ou gosta dos mesmos gostos que o seu. - abre a porta. - vá lá agora e mude esse clima. Não quero ela ligando pra mãe dela falando sobre como você a trata, e sobrar pra mim. E há de você, se começar com isso de novo.

Que droga! Isso é realmente uma droga!

Respirei fundo e sai do quarto, desci as escadas e caminhei em direção a piscina. Ela estava do mesmo jeito de antes...

- oi... - sussurro tímida, ela parece um pouco surpresa.

- Oi - sorriu - parece que teve uma mudança de humor repentina, ou estou errada?

- Talvez eu tenha sido obrigada a isso...- ela franze a testa: - estou brincando boba. - ela sorri. - Quer mergulhar? - aponto pra piscina.

- não... tô bem.

- Se quiser pode ir, não fica com vergonha.

- Não, não. Realmente estou bem. - ela mexe os pés na água e: - Liz?

- Hum... - olho pra ela.

- Posso te contar uma coisa? - acho que já sei o que é...

- Claro. A vontade.

- Lembra do Arthur? - eu assenti - estou ficando com ele. - sorriu abertamente e eu sorri amarelo, desconfortada claro.

- que bom... ... E então, está gostando dele? Conte me sobre. - fingir interesse e a vi seus olhos brilhar e abrir um sorriso lindo.

- Estávamos ficando há alguns dias. Ele é super fofo comigo. Acho que estou gostando dele sim. - sorriu e eu sorri de volta. - e por falar em menino... .E o seu namorado? Quando vou conhecer? - franzi não entendendo, mas lembrei do que eu havia inventado.

- Ah sim, Logo, logo. - pisquei pra ela. - mas, o que você quer fazer hoje?

- Você que sabe. - responde.

- Que tal montarmos um quebra-cabeça de mil peças?

- Bom acho que isso seria divertido e demorado. - ela rir.

- Foi o que veio a cabeça. - rimos juntas, e levantamos.

(...)

Ao entrar no salão de jogos, fui a procura do jogo que nunca tive coragem de montar. A imagem era do mapa mundi, complicado de montar seria. Avistei minha mãe na porta, mas depois saiu discretamente. Não estávamos conseguindo montar. Pego umas peças e jogo nela, ela revida as jogando...

- Eu desisto, não aguento mais. - digo e estico meus braços.

- Ah eu também, não tenho paciência pra isso. - responde.

Caminhei até uma das poltronas e sentei. - Vem pra cá. - chamo e ela levanta vindo até mim, sentando em uma ao meu lado. - Que tal uma partida de vídeo game?

- Seria legal.

- Podemos apostar. Se eu ganhar, você faz um lanche pra mim. Se você ganhar, eu faço pra você. Com direito a tudo.

- Aí sim, eu topo... prepare se para perder.

- acho que nada mais justo que ser uma corrida, certo? - pergunto e ela concorda.

- Quer me engordar né. - fala e me levanto atrás do jogo. - Você é magrinha, tem sorte de não engordar...

- Tem coisa melhor do que comer, Sophie?

- tem...

- o quê? Dormir?

- beijar na boca. - ela fala mordendo os lábios e sinto um frio na barriga ao ouvir... - pena que não tem ninguém agora pra fazer isso... - arregalei os olhos e me neguei a olhar pra Sophie.

- uma pena mesmo. - a vejo e ela sorri fechado, olho em seus lábios e penso... Eu bem queria ser a pessoa que a Sophie beijasse agora.

- Encontrou o jogo?

- Sim - entrego o controle do vídeo game. - aqui está o seu. - me sento e espero o jogo carregar.

Começamos a corrida e eu estava na frente dela, e ela em último. Seu desespero pra ganhar era tanto que a cada curva e ação do carro que fazia, ela ia junto ... passei o percurso todo rindo. No final, eu ganhei.

- Que droga! Vamos de novo não valeu. - disse emburrada batendo pé no chão.

- De novo? Não valeu? Não senhora, ganhei.

- Não não, você que ficou rindo e me desconcentrou.

- Eu? Minha culpa agora. Você estava tão concentrada, que não via a hora de você entrar na TV com o controle e tudo pra jogar. - não aguento e solto a risada.

- Mas não valeu... vamos de novo. Por favor!!

- Ta bem, mas se perder de novo, já era. - ela assente.

...

Ela perdeu de novo!

- Êeh! PERDEDORA... - gritei rindo e ela ficou com mais raiva. Veio pra cima de mim, tentando calar minha boca.

Tentei empurrar, mas caímos juntas rindo. - Quero meu sanduíche!!!

- Não valeu, você roubou... e não vou fazer.

- Aí Sophie, nem aceita perder... Tá vou ser boazinha com você, eu faço o lanche.

Sophie encarou meus lábios e fico nervosa com sua aproximação. Estávamos muito perto, qualquer deslize dela poderia ocasionar em um beijo. Senti um frio na barriga. Tudo que penso e puxar seu rosto para beijá-la. Senti sua respiração muito próxima. Fiquei arrepiada. Fecho os olhos e sinto seus lábios dando me um selinho na ponta do nariz, para em seguida ela levantar.

(...)

Já havia se passado alguns meses desde de que Sophie chegou em nossa casa, todos nós já havíamos nos acostumado. Ela esta cada vez mais soltinha, e eu apaixonada por ela. E se eu tomei no c* ? Sim. Ela e o Arthur estão namorando sério. Sabe como é ter a pessoa que você está apaixonada por perto, mas falando de outro? É Terrível!

Pra ela eu era sua melhor amiga aqui, para minha mãe e o Luís éramos irmãs. Estávamos tão grudadas ultimamente que já surgiu um shipper com o nosso nome. Isso deve ser coisa da Tina, aposto, ela não tem o que fazer e fica fazendo isso. E o nome do nosso shipper era LISOP.

Eu havia desmentido sobre a história de eu ter um namorado, e ela disse que nunca tinha acreditado nessa conversa de namoro mesmo.

Hoje havíamos jantado com o Arthur, que foi pedir autorização pra minha mãe pra poder namorar com a Sophie. Mas quem é ela pra dizer que não né? Ela não é a mãe dela.

Depois do jantar, fomos para meu quarto. Tudo que era meu, já havia se tornado dela também. Tínhamos quase uma vida de casal sem exageros, mas dividíamos tudo, até roupas.

Me deitei em minha cama, e ela colocou a cabeça em meu colo. Ela conversava sobre o namoro dela com o Arthur e eu apenas concordava com a cabeça. Não estava nem aí para o que ela dizia, só me importava em mexer nos seus cabelos e admirar seu sorriso, mesmo não sendo gerados por mim. Eu tinha em mente que eu e Sophie, não passaríamos de apenas boas amigas.

- Liz, você ficaria comigo? - Volto meus pensamentos à tona, e Wft?! Porque ela me perguntou isso? Sinto ficar

meio tensa.

- Porque está me perguntando isso?

- Só curiosidade ... - engulo seco e mordo meu lábio inferior.

- Sim, ficaria. - ela sorri. - e você?

- Eu o quê?

- Você ficaria comigo?

- sim... - Sim?!

- Sim?

- Sim. Eu ficaria com você. - falou cutucando meu nariz. - Se eu estivesse solteira, beijaria você agora mesmo. - sorriu. - Você é Linda, Heloísa. Qualquer pessoa aceitaria dar uns beijos em você. - ou ela tá louca ou sou eu.

- Você tá bem? Não tá doente? - pergunto passando a mão em sua testa.

- Eu tô ótima! - disse segurando minha mão e rindo. - Eu estou falando sério Liz. Você é uma garota incrível.

Não sei porque ainda está solteira. - levantou se e se posicionou sentada em minha frente. - Se um dia eu quiser experimentar este seu lado da vida. - brincou com minha sexualidade e eu solto uma risada nasal. - Eu quero que seja com você. A pessoa que devo beijar. Sinto que eu não vou me arrepender quando isso acontecer. - piscou pra mim, e eu sorri igual uma babaca.

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