Raul era imponente, sempre acompanhado de seguranças. Assim que ele apareceu, o ambiente animado da sala privativa ficou silencioso como um túmulo.Os dois que estavam sentados ao lado de Isaac eram perspicazes e rapidamente cederam seus lugares:- Oh, Presidente Raul chegou! Por favor, sente-se.No sofá havia três pessoas, além daqueles dois, estava Isaac.O segurança se aproximou de Isaac com muita deferência: - Desculpe, por favor, dê licença.Raul não gostava de se sentar com outras pessoas, todos no círculo sabiam disso.Isaac ficou pálido e depois sombrio, ele nunca imaginou que Raul apareceria.Não só ele, ninguém na sala privativa esperava que Raul aparecesse.Por que ele estava ali?Isaac, é claro, não ousou ofender Raul, fez um gesto de por favor com um sorriso forçado: - Presidente Raul, é uma honra surpreendente a sua visita. Por favor, sente-se.“Todos os homens podem mudar de atitude?” pensou Eulália.Eulália olhou para a expressão aduladora de Isaac e sentiu uma falsid
Ao ver seus parceiros de negócios bajulando Raul, Isaac sentiu-se como se estivesse no fundo do poço.Estava tudo perdido.Finalmente, ele percebeu que Raul não tinha nenhuma intenção de deixá-lo em paz, mas também queria arruiná-lo completamente.- Presidente Raul... - Se não fosse pela multidão presente, Isaac quase se ajoelharia diante de Raul. - Eu... eu...Com seu objetivo alcançado, Raul naturalmente não queria ficar por muito tempo. Ele nem mesmo olhou para Isaac e, abraçando Eulália, inclinou-se para falar com ela: - Você está entediada, não está?Quem em toda Cidade J poderia fazer Raul abaixar sua nobre postura?Eulália acompanhou a encenação e respondeu com tom indiferente:- Sim, eu não quero ficar aqui.Raul a abraçou e se levantou com ternura:- Então vamos para casa.As palavras “vamos para casa” soaram tão naturais, como se fossem verdadeiras.Isaac, completamente ignorado, assistiu impotente enquanto os dois se abraçavam e partiam. Ele estava completamente destroç
Eulália estava sem nada, sem celular, sem carteira.Depois de pegar um táxi para a casa de sua melhor amiga, ela usou o celular do motorista para ligar para Joana Santana e pedir que ela descesse para encontrá-la.Joana olhou para Eulália vestida elegantemente e, enquanto pagava o motorista, rapidamente, perguntou com curiosidade: - Qual papel você está interpretando hoje? A noiva em fuga ou Cinderela?Joana estava ocupada ultimamente com os desenhos dos projetos e não sabia de nada.Enquanto caminhavam pelo condomínio, Eulália disse calmamente: - Terminei com o Isaac.Joana arregalou os olhos: - Ah?Foi só quando entraram no elevador que Joana percebeu: - Por quê? Não disseram que ele ofendeu o Grupo Vieira e foi preso?- Eles o soltaram. - Eulália se apoiou no corrimão do elevador, sua expressão parecia estar falando sobre a vida de outra pessoa. - Eu fui procurar o Raul e acabei dormindo com ele.Joana ficou chocada novamente.Raul Vieira? Era o mesmo Raul em que ela estava pens
Acabando de sair do elevador, ela viu um grupo de pessoas reunidas em frente à porta de sua casa:- A filha do Dr. Décio parece tão séria, como pode ser assim?- Você diz que parece séria, mas quem sabe o que ela faz às escondidas.- É realmente vergonhoso, o Dr. Décio e a professora Mariana estão sendo humilhados.O sangue de Eulália congelou por completo, ela temia que a reputação de seus pais fosse arruinada por sua causa.Realmente, o que temia aconteceu.Nesse momento, a voz de Catarina pôde ser ouvida vindo de dentro da casa:- Olhem só para essa filha exemplar que vocês ensinaram, unindo-se a homens desprezíveis para prejudicar seu noivo. Uma mulher tão maliciosa não é suportada pela família Santana! Hmph, vocês ainda se chamam de professores, mas parecem mais especializados em ensinar casos amorosos…Ao ouvir essas palavras, Eulália explodiu imediatamente. Ela podia ser ofendida, mas não permitiria que seus pais fossem desrespeitados!Empurrando as pessoas que estavam ao redor,
Ao avistarem Raul, Catarina e Alícia ficaram caladas, sem ousar dizer uma palavra. Catarina era uma valentona, mas ao ver aquele homem diante dela, seus joelhos enfraqueceram instantaneamente.Alícia segurou Catarina, com coragem, mas um pouco nervosa, disse: - O Presidente Raul veio procurar a Eulália, certo? Então, vocês conversem. Nós vamos embora primeiro.As duas não tinham mais nem um pouco da arrogância e ousadia que desmonstravam há pouco tempo . Agora, sequer ousavam olhar para Raul.O corredor era estreito e Raul ocupava a maior parte dele com suas pernas longas. Catarina e Alícia se espremiam contra a parede enquanto se afastavam.Eulália se aproximou, segurando a metade do vaso em suas mãos e disse friamente: - Parem, ninguém vai embora sem pedir desculpas!Ela olhou fixamente para Catarina e disse: - Hoje vocês têm que pedir desculpas aos meus pais, caso contrário, ninguém vai sair daqui!Desde que a empresa de Isaac cresceu, Catarina sempre olhou com desprezo para a
Eulália não respondeu às palavras do pai, em vez disso, ela pegou uma vassoura no terraço e limpou os cacos de vidro do chão antes de dizer aos pais: - Pais, eu vou levá-lo para baixo primeiro e depois volto para explicar para vocês.Décio deu uma olhada em Raul, que sorriu e assentiu: - Então eu vou me despedir por agora, quando tiver uma chance, vou visitá-los novamente.No momento em que a porta se fechou, Eulália soltou um suspiro longo.Raul continuou olhando para ela e percebeu que essa mulher estava se tornando cada vez mais interessante.Com a determinação que ela demonstrou havia pouco, ele não duvidava nem um pouco de que ela teria coragem de usar um vaso para atacar Catarina se ela não pedisse desculpas.Não importava o quão frágil uma pessoa fosse, uma vez que tocavam em sua ferida, ela poderia fazer qualquer coisa.- O que você está olhando? - Eulália tinha o rosto frio. Ela não estava usando maquiagem hoje e seu rosto limpo e claro revelava um pouco de fragilidade.No
Eulália voltou para casa e a vizinha já tinha ido embora.Os pais estavam sentados no sofá, com três copos de água na mesinha de centro.Eulália entendeu claramente a intenção por trás disso, eles queriam ter uma conversa séria.Ela não tinha intenção de esconder nada e contou tudo sobre Isaac e Raul, com uma voz calma.A mãe começou a chorar novamente e o pai a abraçou pelos ombros com uma expressão desagradável.- Eu estou bem, vejam só, estou bem. - Disse Eulália.Eulália sabia que seus pais estavam preocupados com ela e, para não os deixar mais preocupados ainda, sorriu e disse:- É melhor eu ver a verdadeira natureza de Isaac agora, antes de nos casarmos, do que só depois. Papai, mamãe, não fiquem tristes, eu vou ficar bem, com certeza.Décio ficou sério: - E o Raul?Sentindo-se culpada por ter causado problemas aos pais, Eulália estava cheia de remorso.- Desculpem, papai e mamãe, é culpa minha por não ser filial e fazer vocês serem alvos de fofocas. - Eu não tenho nada a ver
Após a reunião, Fábio seguiu Raul até o escritório.- Isaac não tem aparecido na empresa nos últimos dias. Ele está se escondendo em casa, sem sair. - Disse Fábio, brincando com uma faca de arremesso em suas mãos. - Todos os dias, há pessoas indo até a empresa dele exigindo dinheiro e é essa tal de Alícia que lida com isso.Ao mencionar isso, Fábio fez um som de desaprovação:- Se algo dá errado, ele joga a culpa na mulher. Que tipo de homem é esse?Raul não pôde evitar de lembrar da inexperiência de Eulália naquela noite e do vermelho no lençol, arqueando a sobrancelha:- Realmente, ele não é um homem.Ele mudou de posição e tossiu um pouco, de forma um tanto desconfortável:- Não há mais nada?A faca de arremesso nas mãos de Fábio voou e acertou firmemente o alvo:- Ah, seu irmão está voltando?O semblante de Raul ficou sombrio:- Sim.Fábio pegou uma cadeira e se sentou em frente à mesa do presidente, batendo na superfície:- Ele está voltando e você não deve entrar em conflito com