- Eu sei, eu disse enquanto suspirei profundamente. -Ele trabalhou tanto todos esses meses que depois que se separaram só o vi três vezes, ele não parou de fazer grandes coisas, na máfia e como empresário. Ele tentou preencher seu vazio comprando grandes ações, companhias aéreas, boates e, mais recentemente, abrindo uma clínica. Ele nem mora mais na mansão – ele me contou. Pelo menos a nossa separação só o tornou mais bem-sucedido e isso é bom, eu disse, tentando não me sentir mal, afinal. -E Amélia? Conte-me sobre ela, por favor, perguntei. -Você deu muitas asas para a mamãe, Elira - ela sorriu para mim pensando nela - Ela realizou seu sonho - ela me contou Fiquei muito surpresa com o que ele me contou. -Ela abriu sua creche para crianças? perguntei a ele quase gritando. Ele assentiu sorrindo. -Isso mesmo, ela fez isso há uns dois meses, por isso não viajou comigo. Ela é a diretora do lugar, mas ainda assim insiste em cuidar de algumas crianças. Quando ela nos contou
Elira narrando -Parabéns Dr. Evans me abraçou forte após descer do palco com o diploma em mãos. -Obrigado por estar aí Adri, neste dia eu estaria sozinha se você não estivesse aqui- eu disse olhando nos olhos dele, os mesmos que seu irmão tinha, porém mais calorosos. Todos vieram acompanha da mãe, pai e irmãos, e até as avós, mas tive a sorte de pelo menos ter o Adriano comigo hoje, senão ficaria muito sozinha, sem ninguém para me abraçar orgulhoso do meu esforço. -Você merece muitas coisas boas e para mim é um prazer estar te acompanhando neste dia- ele me disse sorrindo. Beijei sua bochecha, me sentindo segura e amada ao seu lado. Ele pegou o celular e tirou uma selfie nossa, que depois enviou para Amélia. -Ela vai ficar muito feliz – ouvi ele dizer. Depois que a comemoração acabou tive que tirar algumas fotos com o grupo, e até recusar alguns caras que me convidaram para comemorar com eles. Embora eu ache que a rejeição foi desnecessária, a cara do Adriano já dizia
Por fim, mesmo sendo um beijo abrupto, mas depois a intensidade diminuiu, tivemos que nos separar por falta de ar. - Ela beija melhor, ele sussurrou depois que nos separamos. Olhei-o diretamente nos olhos, sentindo muita dor no coração quando o ouvi dizer essas palavras. Apertei os lábios e balancei a cabeça lentamente. Eu me afastei dele para ir embora. -Agora você sai com meu irmão? sua pergunta me fez parar. Eu me virei para olhar para ele. -Eu nunca sairia com o Adriano, mesmo que quisesse, porque ele é um verdadeiro cavalheiro. É um sol muito terno e puro, mas não. Eu respeito você e também me respeito, respondi imediatamente. Ele me olhou de cima a baixo e, embora quisesse desviar o olhar de mim, não conseguiu. Eu fiz o mesmo, parei de olhar nos olhos dele por um momento para olhar em como ele estava bonito vestido com aquele terno azul marinho e gravata cinza. Sem falar no cabelo, sempre em ordem e na barba muito bem cuidada. -Tenha um bom dia com sua mulher
Ele olhou para mim por vários segundos. -Não, ela não é sua, você chegou hoje com aquela professora na formatura dela, e deixou bem claro para ela que até aquela velha beija melhor que ela. E você não diga que ela é sua, porque você não a tem. Também não vou me tornar seu inimigo porque não estou competindo com você, é claro que Elira é linda, juro que se não fosse o fato de você ser meu irmão eu a faria minha, mas gosto dela como minha irmã mais nova, ele me respondeu com aquele maldito tom. Me incomodou vê-lo tão calmo. -Você quer que eu te mate? - perguntei-lhe Riu alto -Você? A mim? Não me faça rir, Salvador. Você não é homem suficiente para resolver essa situação sem querer usar de violência? Você deveria me agradecer, porque há muitos caras atrás de Elira, e eu, sendo seu irmão, os tenho assustado. E sai da minha casa, tenho que dormir, tenho que me encontrar com a Eli amanhã. Isso me irritou ainda mais. -Não a chame assim, não abrevie o nome dela. E eu já te disse
Com algum desânimo tive que me levantar para ir à clínica. Era para eu acordar muito ansioso porque finalmente tinha me formado e com louvor, mas a felicidade não morava em mim. Hoje optei por escolher um vestido branco com uma jaqueta executiva preta e um salto não tão alto da mesma cor. Eu fiz um rabo de cavalo para talvez parecer mais autoritário e apliquei pouca maquiagem no rosto, apenas rímel e batom carmesim. Assim que cheguei à clínica rezei para não encontrar Salvatore. A última coisa que eu queria era conhecê-lo, não queria nem olhar nos olhos dele, e se ele decidisse não me dar o emprego, então preferiria que a secretária dele me contasse. Não quero ver aqueles olhos cheios de ressentimento e vingança. Não consegui nem dormir bem ontem à noite porque as palavras dele ecoavam na minha cabeça e as imagens que tive da professora Margot sendo tocada e beijada por Salvatore me fizeram perder completamente o sono, nem sei como consegui adormecer. -Bom dia, Dra. Evans – Cami
-Bem, tenho orgulho de não ser mais sua rainha. Olha, adoro me sustentar com meus próprios esforços. Não quero ter penico de ouro, cuspir sangue - aparentemente aquele ditado o deixou com tanta raiva que ele se levantou da cadeira e se aproximou de mim muito rapidamente, me agarrando pela cintura e me pressionando com força contra a parede, me machucando muito quando senti meus ossos baterem no concreto e uma pequena dor atingiu minha cabeça. -Você tem pena de mim, me deixe ir - eu mal consegui dizer a ele em um sussurro de partir o coração que mais do que físico foi sentimental quando vi o jeito que ele havia parado de se importar se me machucasse. Seu olhar deixou de ser tão amoroso, ao invés disso me deu medo. -Porque você é assim? Não me provoque - ele tentou encostar seus lábios nos meus mas eu virei o rosto e me contive da proximidade de nossos corpos. Fiquei magoada com a brusquidão com que ele me tratou, talvez em outros momentos eu teria gritado com ele que ele era uma f
-Senhor, me parece que você quer tirar sarro de mim – me disse, mantendo a linha profissional. O que achei engraçado em tudo isso é que tanto respeito e ética de trabalho só me tornaram mais ardente. Meus desejos por ela aumentaram quando ela me olhou desafiadoramente e quis manter distância. -Agora eu não sou seu chefe, sou seu paciente. eu disse, vendo ela puxar o cabelo para trás e suspirar. -Salvatore, meu verdadeiro paciente está me esperando. Você quer ir embora e depois me incomodar? ela me perguntou. Eu sorri amargamente -Sou seu paciente, você não sabia? – olhei para ela erguendo uma sobrancelha. -Bem, você quer brincar? Vamos fazê-lo. Como posso ajudá-lo, Salvatore?Por que você está aqui? ela me perguntou, pegando seu caderno e uma caneta. -Dra. Eu vim porque o meu coração está partido e acho que preciso de alguém para me orientar, não sei o que fazer - ela molhou os lábios enquanto me olhava com atenção. - Você tem que tentar curar então. Se alguém te mach
-Talvez se um dia você decidisse se colocar no meu lugar, e pensar por que agi assim, imagine que fosse você sequestrado e que tiraram a vida tão livre e simples que você levava, mas que te dão muito amor, e embora não lhe falte nada, você continua sentindo falta da sua liberdade, aquela que você anteriormente possuía, pelo fato de que quem te sequestrou te amava com a alma. Você não sentiu dúvida ou vontade de saber como é ter sua liberdade novamente? Eu a ouvi me perguntar.Naquele momento vi tudo de forma diferente, talvez porque em na verdade, nunca havíamos conversado assim, sem que gritos, ciúmes momentâneos ou outros problemas atuais nos atacassem.-Não sei... a partir daí é compreensível por um lado, mas acho que teria falado com meu sequestrador com o coração nas mãos e não por orgulho. Elira, você foi embora porque queria me mostrar o quanto você é desafiadora e me fez entender que não há nada que possa te impedir, nem mesmo alguém que te ama. você me deu a entender sempre,