Leonid Narrando Conheci aquela menina batendo em um homem, mas vê-la hoje tão vulnerável me faz imaginar o que ela teve que sofrer para chegar até aqui. Estamos todos na sala, Roman foi embora sem se despedir de ninguém e aos poucos ouvimos o barulho de um piano e junto a ele um choro que me fez doer a alma, junto com o choro vem o soluço cada vez mais profundo e cada vez mais dolorido. Nikolai vai até ela. — Sei que não é da minha conta, mas vendo ela assim nem parece a menina que eu conheci a pouco tempo, aquela que bateu no Dmitri pela honra de sua cunhada. — Falo confuso. — Quando zoya, veio para a Rússia ela era totalmente diferente da menina que conhecemos hoje em dia, ela era fria, arrogante e nos olhos dela você não veria mais do que uma solidão sem fim, desde que ela chegou aqui nessa casa, a zona leste é o ponto de paz dela, é onde ela bota tudo para fora sem se importar com que está ouvindo ou não, ali a única coisa que existe é ela e sua dor. Não sei ao certo o que
Algumas Semanas depois… Zoya Narrando Podemos dizer que muitas coisas aconteceram essas semanas, Nikolai voltou a ficar calado na dele, Isenna e Anastasia estão com empolgação demais pelo casamento, Halina parece e que vai explodir a algum momento, Jenna anda bem estranha e isso me intriga, nada faz mais sentido na minha vida. E eu, cansei de implorar atenção de todos, fico quieta no meu canto, se tenho trocado 3 palavras com Nikolai esses dias foram muitas. Hoje será o casamento de Isenna e Viktor e Anastasia e Dimitri, sim, eles todas quiserem que os casamentos fosse junto, não me meti e nem dei minha opinião, como eles vão fazer isso eu nem consigo imaginar, Isenna e Anastasia são muito diferentes e para uma decoração de certo uma das duas terão que abrir mão de alguma coisa. Vejo Nikolai, entrando pela porta, e mesmo de longe consigo ver na sua camisa branca uma mancha de batom, seguro o choro, viro-me de costa, e vou para o jardim da zona leste. Samuel, me segue pela ca
Enquanto todos estavam se divertindo na festa de casamento resolvi ligar para Kat, que mesmo que seja tarde atende no primeiro toque. — Ciao, amore mio — Fala amorosa. E ao ouvir sua zoa a primeira lágrima cai. — Ciao. — falo com a voz embargada. — Aconteceu alguma coisa? — Fala preocupada. — Na verdade sim, tem uma hipótese de que Pasquale não seja meu pai, você poderia investigar para mim? — Farei o possível meu amor, amanhã mesmo ele estará indo para uma viagem, farei o possível para encontrar alguma prova. Desligo o telefone com os olhos em lágrimas, vou para meu quarto, minha cabeça está explodindo e não aguento ficar no meio deles não hoje. Quando estou subindo os primeiros degraus Nikolai aparece em minha frente. — Aonde está indo? — Para o meu quarto, já deu de festa para mim por hoje. — Viro-me e subo mais alguns degraus. Nikolai segura em meu braço com força e grita comigo. — Para de agir feito uma criança caralho você nã
Eu e Zoya mal temos nos falado como vou chegar em casa e despejar algo assim nela, Samuel sempre me fala tudo o que ela faz, mas ultimamente a única coisa que eu sei é que ela não tem falado com ninguém. Issena foi morar com Viktor no norte da Rússia, Anastasia está a poucos metros da minha casa mas Zoya tem se isolado até mesmo de Jenna. — Saio de meus pensamentos. Zoya Narrado Desde o dia que eu pedi para Kat investigar pra mim ela me manda um documento ou outro mais nada tem haver comigo, não até hoje era um papel em russo mas mesmo que eu saiba falar russo eu não sei ler mas nesse maldito documento tem o meu nome, algumas horas depois recebo um áudio de Kat mas quando vou clicar para ouvir ele some, talvez ela tenha mandado errado penso comigo. Deito-me na cama mas algo me sufoca e não consigo dormir, tenho estado cada dia mais vulnerável mesmo não demonstrando estou me desfazendo aos poucos e ninguém vê e nunca saberá, até onde eu aguento ? Isso nem eu mesma sei dizer.
Estou deitada no banco deste avião com a dor do luto me consumindo novamente, eu estou cansada de perder as pessoas que eu amo, o jeito é realmente me fechar ao ponto de ninguém poder me machucar outra vez. Ninguém tem noção de como isso me machuca, e mais uma vez estou sozinha em meu luto porque promessas vazias só servem para momentos de prazer, e quando você precisa de alguém é assim que você se vê, pode até parecer injustiça mas não passa de uma pura e crua realidade.Horas nesse voo para uma eternidade sem fim, e tudo que eu consigo pensar é na possibilidade de ter sido Pasquale a mata-lá então a culpa começa a transbordar e as perguntas sem respostas se instalam em minha mente.Se eu não tivesse pedido para ela investigar, talvez ela ainda estaria viva. Se eu não vivesse minha vida sem se preocupar com o passado, talvez ela ainda estaria viva.Talvez eu realmente seja o mostro que Pasquale me criou para ser e nada que faça mudará isso. — Falo em lágrimas para mim mesma.
Hoje é meu último dia na Itália, e acordo mais fraca e vomitando minhas tripas novamente. Acho que já deu de esperar. Vou aproveitar que estou em meu país para fazer um exame de gravidez, pois nem sempre os testes funcionam. Chamo Samuel e falo para ele se arrumar, que vamos sair. Ele, como um bom cachorrinho e marido, pergunta para onde. — Eu tenho um exame de rotina, pois desde que eu fui para a Rússia, não fiz nenhum. Antes de voltar para o meu inferno, prefiro fazer isso aqui. Algum problema? — Não, senhora, nenhum. Em 5 minutos estarei pronto. Não respondo nada e vou para o quarto me arrumar. Pego o telefone e ligo para Sabrina, minha médica. Ela também é da máfia, mas sempre trabalhou para mim, então qualquer coisa que aconteça não sairá do consultório dela. — Preciso de um horário para agora de manhã, preciso fazer uns exames de rotina antes de eu voltar para a Rússia novamente. — Pode vir, que eu desmarco a pessoa que viria nesse horário. — Obrigada. — Agrade
Zoya Narrando Ao vê-la diante de mim sem coração, agora que saí do meu ataque de fúria, sinto minha vista turvar e o cheiro de sangue, que me faz querer vomitar. Todos estão me olhando: uns com expressões de pavor, outros me idolatrando e alguns parecem assustados com toda a cena. Nikolai, em momento algum, abriu a boca para falar algo. Sorte a dele. Saio de lá pingando sangue, passo por Nikolai sem dizer uma única palavra, entro no carro ao lado de Alexia e vou para casa. Ao chegar em casa, me surpreendo ao ver tantas visitas ao mesmo tempo. Toda a família de Leonid está presente, assim como Dmitri e Anastasia. Todos olham espantados para mim, coberta de sangue. Assim que entro pela porta, Nikolai chega atrás de mim. Halina — Meu Deus, minha filha, o que aconteceu? De onde vem todo esse sangue? Leonid — Você está bem? Está machucada? Nikolai — Precisamos conversar. Olhe para mim, por favor. Fale comigo, me xingue, me bata, mas não fique em sil
Percebo que minha vista está turva, a ansiedade e a tristeza me inundam. Grito por socorro, mas minha voz não sai. Parece que vou sufocar a qualquer momento se continuar pensando naquela cena. "Idiota!" É tudo que minha boca consegue balbuciar. Estou arrasada. Quero ir embora, desejo colo, mas estou presa em minha própria mente. A consideração foi enterrada no momento em que ele fez o que prometeu nunca fazer. As pessoas sempre fazem o que prometem não fazer. São falhas, mas, na verdade, a maioria gosta de falhar, os interesses se sobrepõem a qualquer relacionamento, seja amizade ou amor. Então percebo que estou tendo outra crise. Minha respiração está ofegante, meus batimentos estão acelerados, a boca fica seca, as mãos tremem, e a pior parte: a náusea. O estômago embrulhado, os pensamentos a mil. Em meio a esse turbilhão, tento me manter calma. Por dentro, estou numa batalha comigo mesma. "Calma, Zoya, respire. Você já passou por coisas piores e sobreviveu, vai sobre