Capítulo 78 Nikolai Narrando ——————— Sai daquele quarto puto da vida, mas depois de passar um tempo sentado aqui neste jardim, percebo o quanto eu fui idiota. Eu consegui fazer exatamente aquilo que a médica passou tempo pedindo que não fizesse. Agora, já mais calmo, percebo o quanto fui idiota falando tudo aquilo para ela. Mas, porra! Eu não consigo nem mesmo pensar em perder essa mulher e toda essa situação me deixou completamente apavorado. Passo as mãos pelo meu rosto e decido voltar para o quarto. Agora já estou mais calmo e acredito que consiga ter uma conversa tranquila com ela. Assim que entro no quarto, vejo que ela está dormindo, uma de suas mãos está sobre a barriga, enquanto a outra está jogada sobre sua cabeça. Está linda, apesar do semblante triste que enfeita o seu rosto. Sua respiração está pesada e posso ouvir soluços baixos, que foram ocasionados pelo choro. Vendo que ainda estou usando a roupa que havia ido para a cede, decido tomar um banho
Sentir o gelado do chão me causa uma sensação de alegria. Ficar o tempo todo nesta cama ainda vai me fazer surtar. Começo a caminhar pela casa, sei que assim que encontrar alguém, irão me passar o maior sermão de que eu deveria estar deitada, mas neste momento, eu não ligo. Quero apenas descobrir se realmente estão me escondendo algo ou se isso é só coisa da minha cabeça. Nada, nem mesmo sinal de uma alma sequer. Decido seguir para o escritório e assim que chego na porta, ouço algo que me faz parar. — Vocês pensam em esconder isso dela até quando? — Pergunta minha mãe. — O tempo que for necessário. — Alguém responde mas não consigo dizer quem. — E vocês já pensaram no que ela vai sentir quando descobrir sozinha? — A voz de Yelena surge irritada. — Ela está grávida, porra! — Meu pai grita. — Vocês se esqueceram que ela não pode se estressar? — O Pasquale a criou!— Roman grita, chamando ainda mais minha atenç
Nikolai Narrando ———————— O desespero toma conta de mim, enquanto vejo do outro lado da tela o pavor no rosto de todos na sala. Tudo saiu do controle, Zoya que era para estar deitada em repouso, acabou ouvindo nossa conversa e agora está a caminho do hospital. — Droga, eu deveria ter ficado lá. — Digo me levantando para ir atrás dela. — Talvez, se eu estivesse lá, isso não teria acontecido, droga! Foram duas horas de viagem, mas parece que ao todo eu passei uma eternidade no ar. Assim que cheguei no hospital, fui atrás de notícias dela. — Preciso saber como está Zoya e meus filhos. — Falo na recepção. — Desculpe, Senhor. — A mulher diz. — Assim que a médica puder, ela virá conversar com vocês, agora vocês precisam aguardar. Olho para o local que ela aponta e vejo todos aflitos por notícias. Sem pensar direito, saco minha arma e aponto para as enfermeiras que passavam ali. — Eu quero saber como está minha mulher e meus filhos! — Me aproximo das duas. — Esperar é o
Capítulo 80 Zoya Narrando ——————— Acordo no meio da madrugada com muita vontade de fazer xixi e encontro Nikolai dormindo em uma poltrona ao lado da minha cama. Seu corpo grande está todo torto sobre o móvel e claramente ele irá acordar com dores em todas as partes do seu corpo. Observando meu marido dormir, acabo me perdendo em pensamentos e até esqueço do motivo pelo qual eu havia acordado. Ter meus filhos nos braços, foi algo surreal e muito gratificante. O meu parto não foi do jeito que eu sonhei e nem mesmo chegou perto daquilo que eu esperava. Por diversas vezes, ao longo da gravidez, imaginei qual seria a sensação de ouvir o chorinho dos meus filhos. Como seria, pegá-los no colo logo após o nascimento e tê-los em meus braços imediatamente. Eu imaginei mil cenários, mas em nenhum deles eu estava sozinha e desacordada. Em nenhum dos meus pensamentos, eu imaginei na sala de parto, receber um sonho e ver o resto de m
Zoya Narrando ——————— O silêncio ao meu redor chega a ser insuportável, ainda mais com o barulho que está em meu coração. Estamos a caminho da sede. Deixei meus filhos com minha mãe, pois eu preciso resolver essa história de uma vez. Preciso encarar Pasquale e saber da verdade e eu sei que essa é minha última chance. Nikolai, assim como toda a minha família não estão contentes com essa minha decisão, as poucas palavras que trocamos, foram todas relacionadas às crianças. Mas, estou deixando isso para me preocupar depois, agora eu quero dar um ponto final a minha história. Olho Nikolai ao meu lado e vejo em suas feições os questionamentos. Ninguém entende o porquê disso ser tão importante pra mim, mas acredito que eles só têm essa dúvida por essa não ser a história deles. Qual o sentido de eu querer ficar cara a cara com o homem que me fez sofrer durante anos da minha vida? O que há de tão importante neste encontro? Para eles, isso nunca será esclarecido e tenho quase certe
Ele sorri, parecendo inacreditável. — Algo além? — Coelhinha! Te vendo assim, nem parece que fui eu quem te criei. Ignoro sua zombaria. — Esse é um bom ponto para começarmos. — Ignoro minha irritação. — Por que você me criou? Se você sabia que tinha uma filha, e também que eu era a filha de um rival, por quê? — Ah, então você descobriu sobre ela. — Ele pensa por alguns segundos. — Ela sempre esteve tão perto, que me dava ódio. Suas palavras saem cuspidas, mostrando que a verdade dos seus olhos é real. — Mas, se você quer saber a verdade, eu lhe contarei. — Ele continua. — Eu sei que sairei daqui morto e acho que posso te dar esse voto de confiança. — Estou ouvindo. — Sabe, não entenda isso como rendição, ok? Acho que por uma única vez, posso baixar a guarda para você. Decido não falar nada, apenas espero que ele comece a falar. — Acho que de tudo que fiz na vida, você foi uma das coisas mais acertadas. Não há uma única gota de covardia em você. Você é uma
Capítulo 82 Assim que me vê chorar, Pasquale solta uma risada. — Quando se tornou tão chorona, coelhinha? — Vejo sua sobrancelha machucada se erguer milímetros. — Viu como eles a deixaram fraca? Se refere a minha família. Engraçado ele falar de fraqueza, quando ele mesmo é um fraco. — Não, Pasquale. Eles não me tornaram fraca. — Respondo com um sorriso verdadeiro. — Eles me tornaram melhor e ainda mais forte. E, na verdade, eu nem estaria aqui. — Eles pensam que você não é capaz de me enfrentar? — Percebo seu joguinho. – Eles me conhecem muito mais do que você, Pasquale. — Solto uma gargalhada. — Mas, eu não vim aqui pra isso. Vim, porque precisava de respostas. Precisava entender tudo aquilo que eu não sabia. Mas, olhando para o que restou de você, vejo que há coisas que você também não sabe. Ele me encara por um longo tempo e eu aguardo pacientemente até que ele resolva falar. — Posso saber do que está falando, coelhinha? Ele não cons
Leonid Narrando Finalmente chegou o momento que eu tanto esperei. O dia de matar o filha da puta que quase destruiu minha família. Ver a Zoya implorando para falar com ele me deixou com muita raiva. Como aceitar que ela ainda tem algo para falar com o homem que, a torturou e feriu por anos? Eu não consigo entender e o pior de tudo, ela nos tirou da sala. Chega a ser inacreditável. Vejo ela saindo da sala e ouço a última fala de Pasquale para ela. E isso, é o que me faz sentir ainda mais ódio por toda a cena. Vou até Pasquale sem me controlar e soco sua cara até Nikolai me parar. — Calma, porra! Assim você o matara e não é isso que queremos. Ele ainda tem que sofrer muito, antes de morrer. — Eu estou com tanto ódio, que é difícil me conter. Pasquale olha para mim e começa a gargalhar, como um psicopata. — E qual a razão de todo esse ódio? — Pergunta rindo. — Já sei, é porque minha coelhinha quis se despedir de mim, não é? — Tenho vontade de arrancar seus dentes, vendo