Capítulo 111Owen PalmerMesmo Dalton insistindo em saber quem é o pai de Clara, Weller não fala. Quando já estamos todos dentro de seu escritório ele empurra em minhas mãos uma pasta.— O que tem aqui? — Pergunto já a abrindo e olhando seu conteúdo.— Os dados do verdadeiro Richard Müller.— Como assim verdadeiro? Você encontrou mais de um? — Pergunta Dalton, lendo o conteúdo da pasta junto comigo.— Na verdade não, Dalton. Pelos dados que apurei o homem que se passou por Richard, na verdade, se chamava Joseff Clearwater, avô de Clara e pai da mãe dela, Jaynne Hayssa Clearwater. Como você pode ver aí nesses documentos. Richard Müller, trata-se do Juiz que assinou os mandados de busca e apreensão, além dos mandados de prisões para toda a quadrilha. Viu só que mundo pequeno!— Como?— Isso mesmo. Você ouviu certo, Dalton.— Mas ele sabe? Sabe da Clara? — Pergunta meu irmão e fico apenas observando.— Pelo que andei investigando, a única coisa que ele sabe é que a namorada e filha morre
Capítulo 112GabrielEncaro o infeliz que geme sentado na cadeira à minha frente. Desde que vi meu raio de sol naquele leilão, que minha vontade era acabar com cada um desses bastados miseráveis. Principalmente esse. Ouvi-lo falar dela como se ela fosse um pedaço de tecido, um objeto... fez meu sangue ferver. Cada vez que ele soltava uma piadinha eu via minhas mãos apertando seu pescoço, seus olhos esbugalhando, suas veias saltando da sua face.Tive que me controlar muitas vezes, mas agora eu posso realizar todos os meus desejos. Todos aqueles que tive que reprimir. Tudo que ele fez aquelas pobres garotas passarem, eu vou fazer ele sentir em dobro.Vou mostrar o quanto é doloroso ser violentado. O quanto dói no corpo e na alma se sentir impotente tendo que suportar que outros façam com você o que você não deseja.Olho seus dedos que estão pingando sangue no chão, suas mãos ficando vermelhas. Até agora ele não me falou nada, tudo que fez foi gemer, mas também, eu só estou começando. A
Capítulo 113Dalton PalmerSeguimos eu e Owen para a empresa e durante o caminho vou pensando em como conversar com a Clara sobre o ocorrido. Olho para o relógio em meu braço, vendo já está quase no final do expediente, o que é bom, pois manter segredo não é bem o meu forte e não vou poder contar pra ela que provavelmente encontramos o seu pai, antes que o expediente tenha acabado.— Quer que eu esteja junto para conversar com ela? — Pergunta Owen quando Torres adentra com o carro no estacionamento privativo.— Não. Eu mesmo converso. Só vou esperar o final do expediente.— Bom, vou ver como estão as coisas e se tudo estiver tranquilo, vou liberar para que ela possa sair mais cedo. Quero também voltar para casa.— Falou com a Tess depois que saímos?— Não. Mas ela me mandou uma mensagem. Está tudo bem por lá.— Que bom! Cara, tu viste aquele Gabriel? O homem tem cara de... — mafioso. Assustador. Um serial killer. Se é que esse povo tem uma cara específica. Misericredo! O homem me da m
Capítulo 114Dalton PalmerO maldito elevador logo avisa que chegamos e somos obrigados a nos afastar um do outro.— Delícia de boquinha! — Digo traçando meu polegar em seus lábios agora inchados por causa do beijo.Puxo ela para meus braços saindo de lá abraçado ao seu corpo caminhando para o carro onde Robs, nos espera. Ele que nos acompanhou até aqui quando o Torres nos trouxe.— Para onde Dalton?— Vamos para o Kerry Park.O Kerry Park é um pequeno parque público e mirante na encosta sul da Queen Anne Hill aqui em Seattle. Tem vista para o centro da cidade e está localizado ao longo da West Highland Drive, entre a 2nd Avenue West e a 3rd Avenue West.— Um Park? — Pergunta Clara sorrindo.— Sim. Vamos passear. — Digo piscando um olho para ela que logo encara Robs a nossa frente. Um dia ela perde essa vergonha! Se bem que acho lindo o tom rosado que aparece em suas bochechas sempre que ela fica constrangida com algo.Robs nos deixar em um ponto onde ele do carro pode nos observar. D
Capítulo 115Owen PalmerDeixo Dalton com Clara e entro para minha sala, colocando sobre minha mesa as minhas coisas e ligo meu computador.Abro os botões do meu terno, guardo meu óculos com o qual estava, e começo a ver meus e-mails quando meu celular toca.Olho no visor para ver de quem se trata e vejo o nome de papai.— Pai!— Owen, está podendo falar?— Sim, estou. Já estou aqui na empresa.— Fiz o que me pediu e estou indo para casa.— Pode me adiantar alguma coisa?— Podemos conversar em casa? Acho que Tess precisa estar presente nessa conversa.— Tudo bem, eu já estou saindo. Encontro com o senhor lá. — Digo e desligo o celular, já desligando meu computador que tinha acabado de ligar, juntando tudo que vou precisar analisar mais tarde e saio da minha sala.Encontro Dalton ainda sentado no sofá, porém Clara com ele não está. Depois de conversarmos, sigo em direção ao elevador, doido para chegar em casa, pois já quero saber o que tanto meu pai descobriu.****— Owen!— Oi pai. —
Capítulo 116Owen Palmer— Não. E é sobre isso que eu quero falar com você. — Ela para escorada na mesa que tem dentro do escritório, cruza os braços sobre os seios e me encara.— Estou ouvindo.— Tess, não é que eu quisesse esconder alguma coisa de você. Mas eu ainda não sabia de tudo para te contar.— Tivesse me contado o que sabia. Você não me disse nada do que estava acontecendo na Geórgia.— Sim. Mas pedi para papai ver se descobria mais alguma coisa justamente para te falar. Eu não queria te magoar, amor. Me desculpe se te causei dor.— Não me esconda mais nada, está bem!— Tudo bem. Eu te prometo, qualquer coisa que eu souber eu conto para você, não vou mais deixar isso acontecer. Não quero mais te ver assim, triste e parecendo com raiva de mim. Não suporto saber que de alguma forma eu te magoei.— Não estou com raiva. Triste sim, porém não com você, mas com a vida. Com minha mãe. Com o destino. Como minha mãe pode fazer o que fez? Ela não tem coração, não tem sentimentos? Em q
Capítulo 117Owen PalmerO jantar ontem foi, tranquilo e emocionante. Ouvir o Juiz Muller contar para a Clara como era sua mãe, as dificuldades que eles passaram, o preconceito que ele sofreu por vir de uma família simples, me faz pensar o quanto o ser humano pode ser podre.Eu sei muito bem o que é ser apontado como o pobretão, o bastardo, o nada, a ralé. Como é ser pisado por quem se acha melhor, como se todos não fossemos filhos do mesmo criador. Apesar de as vezes eu duvidar, já que existe tanta gente má nesse mundo, que não consigo acreditar que são filhos do mesmo criador. Porém lembro-me do livre arbítrio, a liberdade que temos de escolher nossos próprios caminhos e decidir como queremos ser e como serão nossas vidas. O nosso direito de escolhas e se, alguém segue o caminho do mau, a culpa é unicamente dele ou dela. Circunstancias, acontecimentos, tristezas, abandonos... nada disso te leva para o mau caminho. Apenas VOCÊ, somente VOCÊ decide que caminho seguirá.Nem todo mundo
Capítulo 118Owen Palmer— Eu preferia ter vivido de esmola, do que saber que o dinheiro que sustentava todo aquele luxo que a senhora ostentava, vinha de algo tão sujo. E do que adiantou? Olha só onde a senhora veio parar!— Não vou ficar muito tempo. Logo sairei, serei uma mulher livre. Soube que o Steven e a Katrina fugiram. Se eu fosse você ficava esperta. Você também meu genro. — Ela fala sorrindo.— A senhora sabe onde eles podem estar? — Pergunto para ver se ela está mesmo colaborando com a polícia.— Não. O Steven nunca me falou sobre seus lugares. — Estou vendo o quanto ele ligava para a senhora.— Porque mamãe?— Porque o que, Tessália?— Porque você se tornou essa pessoa tão mesquinha? Porque me trata como se eu fosse qualquer outra pessoa e não a sua filha? Porque se envolveu com pessoas erradas?— Eu sou quem eu sempre fui.— Meu pai não era rico. Então por que se casou com ele, se sempre quis o luxo? Porque me teve se não me queria?Me dói ouvir minha mulher falar assim