"Lacrimosa de Mozart"
Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo réus
Aquele dia de lágrimas
Em que ressurgirão das cinzas
Os culpados para serem julgados
LEONA Saindo da Grécia após encontro com Lucca A agente da Interpol me assegurou que Lucca já estava no hotel com outro agente e que estava tudo sob controle, que ele não seria preso. Que ele foi retido apenas para nossa segurança. E que ele agora entraria em missão novamente e nas próximas horas tudo acabaria. Eu me olhava no espelho, marcas dos dentes de Lucca e seus chupões, estavam visíveis por todo o meu corpo. Eu sabia que tinha marcado ele, como ele fez comigo. Foi instinto animal que nos consumiu, a vontade insana de marcar território pertencia a ambos.
Uma hora depois de acalmá-la, abrir as sacolas com as roupas de bebês e escutar o quanto ela sentiu minha falta e eu dizer o quanto senti a dela. Consegui entrar no assunto que eu precisava. _ Lais, eu encontrei o Lucca na Grécia. Ela se engasga com o suco que está bebendo. Ela me olha assustada. _ Então foi por isto que te trouxeram para cá. Para longe daquele psicopata, ele foi atrás de você não é mesmo? Eu não entendo por que não prendem ele... _ Na verdade ele será preso... _ Finalmente Leona. Tomara que ele apodreça na cadeia... _ Lais, me escute. Lucca estava sob cobertura. Ele estava trabalhando para a Interpol já fazia alguns anos. Lucca começou sendo informante por um tempo. Depois de tantas colaborações, ele foi crescendo dentro da Interpol, fez cursos, foi aceito como agente de campo. Eu não podia te contar, ele tinha que manter a pose de Chefe da Máfia. E ele vai ser preso justamente para ainda manter esta pose. E ele depoi
Lais passou o fim de semana comigo. Não recebi nenhuma notícia sobre Lucca, o que me deixava ansiosa, a única coisa que me confirmaram é que ele estava bem. Eu pensava que de alguma maneira ao menos uma chamada ou mensagem ele me faria. Esperei em vão. Na segunda, após Lais sair para o trabalho, eu estava no quarto de Chiara quando Carlota apareceu na porta. _ Desculpe interromper Leona, mas você tem uma visita na sala. Ele se apresentou como advogado do Senhor DiSantis. Eu paro o que estou fazendo e mil pensamentos me invadem a cabeça em segundos. O que o advogado de Lucca poderia querer comigo? Eu sinto meu coração acelerar. _ Tudo bem Carlota, eu desço em um segundo. Obrigada. Ela sorri e se afasta. Eu mando uma mensagem rápida para Lais, explicando o que estava acontecendo, quando estava prestes a descer a escada, recebo uma mensagem dela. _ Que estranho Leona. Te aconselho a não assinar nada obviamente. Passe tudo para o seu a
Um frio me consome enquanto sou conduzida por portas e corredores até chegar a uma sala escura. Quando abrem a porta para mim, eu vejo o motivo do meu coração quase parar, ali próximo a uma janela está Lucca, vestido com um dos macacões pretos da prisão. Quando ele se vira, meu coração acelera ainda mais. E tenho a confirmação que realmente ele fica bonito vestindo qualquer coisa. Seu olhar é frio e ele esboça um sorriso com o canto do lábio. _ Você não devia estar aqui Leona! _ Você não me deixou escolhas. _a porta atrás de mim é fechada. Lucca caminha até mim, mas para na metade do caminho. _ Você está aqui por causa do advogado. Leona eu fiz isto antes de ir para a missão final, depois do nosso encontro na Grécia, eu tinha motivos fortíssimos para... _ Você não precisa mais fazer. Você está vivo. Não quero seu dinheiro, não quero seu sobrenome em nossa... em minha filha Chiara... Ele estreita o olhar, vejo ele apertar os punhos e re
Por incrível que pareça os meses passaram voando. Eu tive muito apoio de papai, da Lais, do Paolo, do Pietro que se revelou um grande amigo me contando coisas de Lucca das quais eu ainda desconhecia e me fazia amá-lo ainda mais, mesmo ele mantendo sua palavra ficando distante de mim. Eu sabia que ele perguntava como estávamos, mas nada além disto. Pietro sempre me dizia como ele estava. Mas nada tinha mudado entre nós. Alef voltou a me visitar, desde a Grécia quando o trouxeram de volta para a Itália mal nos falamos. Mas nos últimos meses ele passou a frequentar a casa e tem se aproximado cada vez mais. Ele não tentou mais me seduzir, apesar de já ter deixado claro que precisa apenas que eu diga que estou aberta a tentar. Deixou claro que me ama e esperará por mim. Eu não dei esperanças, porque eu estou decidida a convencer Lucca que podemos dar certo. Eu estava dando o espaço que ele precisava, mesmo que me doesse. Ele ainda estava preso, o julgamento dos que ainda restavam
Lucca Eu passei os últimos meses sofrendo um inferno. Eu recebia fotos de Leona passeando pela casa, fazendo compras. Ela estava cada vez mais linda, eu recebi algumas fotos dos ultrassons de Chiara crescendo em seu ventre, uma gentileza do seu pai que tinha vindo me visitar e consolar. Ele me apoiava a ficar com sua filha e crescer sua neta. Mas eu ainda estava inseguro se isto seria a coisa certa. Me afastar dela, ter sido um canalha foi a coisa mais difícil de se fazer. Fui um monstro, mas a mantive longe de mim todo este tempo. Eu pensava em Leona todos os dias. Eu a desejava mais que tudo e a única coisa que me restava dela ironicamente era a calcinha que eu tinha conservado comigo, depois que ele me visitou na prisão. Era pervertido, mas tudo o que tivesse o cheiro dela me acalmava ou me enlouquecia. Era um extremo que eu não poderia viver sem. Em uma manhã eu estava andando de um lado para o outro na sala do capitão, eu tinha
Leona Já se passaram três meses desde Chiara nasceu. Lucca saiu da cadeia e passou o primeiro mês longe da Itália. Ele não me ligou, nem mandou mensagens. Seu advogado me procurou para registrar Chiara e assinar toda a documentação que prometi a ele, foi feito, mesmo assim ele ainda não veio conhecer a filha e isto me irritava profundamente. No início até pensei que ele estava fazendo isto para preservar Chiara, visto que por um tempo ele foi matéria nos jornais italianos, todos especulavam sobre a sua prisão, mas tudo foi ocultado e o que foi disseminado na impressa que era sonegação de impostos. Ele tinha viajado para Nova Iorque e isto me deixava apreensiva, mas comecei a ler notícias dele sobre a sua fábrica de Vinhos instalada por lá. No segundo mês de vida da Chiara, ele apareceu e pediu para vê-la. Eu queria negar, mas sabia que não era o certo e ele poderia recorrer à justiça. Então permiti que ele a encontrasse nos jardins da casa o
Ele abre a porta e segue pelo corredor, logo estamos descendo uma escada para fora do local. Alguns carros estão parados lá fora e assim que nos veem acendem as luzes, eu paro por um momento e ele me olha entendendo o meu medo. _ São meus seguranças, Leona. Ficam sempre posicionados aqui. Está tudo bem, fica calma. Eu sorrio sem graça, eu teria que me acostumar com isto. Nossa vida era isto agora, viver sempre fazendo atenção. Ele me beija lentamente e abre a porta do carro dele para mim. Eu entro e ele entra da sua parte dando partida no carro. Ele vai para a casa onde estou vivendo, e algo me passa pela cabeça, minha desconfiança desde que cheguei naquela casa. _ Lucca, aquela casa onde estou, é sua? Como esperado, ele aperta o volante e fica tenso. Ele continua concentrado na estrada enquanto me responde. _ Na verdade, não mais. Ela agora está no seu nome, quando você assinou os papeis aceitando a minha antecipação, esta casa estava incluíd