Joshua Ferrell
De repente me deparo com uma espécie de capela dentro do hospital, entro e me sento num lugar afastado, fico ali olhando para o nada, sem saber em que pensar.
Meu peito dói e uma vontade enorme de chorar me toma e eu me deixo levar. Choro lembrando-me de todos os momentos que vivi com meu filho, que foram tão poucos, não tivemos tanto tempo juntos, eu acabei de encontrá-lo, não posso perdê-lo. Não posso!
Pensar nisso faz o desespero tomar conta de mim e eu levo as mãos à cabeça, puxando meus cabelos com a aflição queimando meu peito, nunca fui muito religioso, mas, tenho fé em Deus, então começo a fazer uma oração em meio ao choro.
— Meu Deus... Por favor, não tira meu filho. Por favor, eu te peço, não tira meu filho — meu corpo se projeta para f
Isabelle WelshEstou tremendo. Preciso ser rápida, tenho medo que Melanie não cumpra a promessa que me fez e acabe contando a todos o que vou fazer. Temo pelo meu neto, sei que é a mim que Bruce quer, não ligo para o que ele faça comigo, só preciso garantir que Liam volte para casa, para os seus pais.Eu não confio no Bruce, mas, no fundo tenho uma centelha de esperança de que ele entregue o menino sem maiores danos.Quase correndo pelos corredores do hospital, vou até a cantina pegar algo que dê para Liam comer. Aquele desgraçado, isso tudo que ele está fazendo só me revolta e eu o odeio ainda mais, a insanidade dele não tem limites, chegar ao ponto de usar uma criança indefesa...Peguei duas garrafas com água e um pote de salada de frutas para viagem, fiquei tão atordoada, que não me lembrei
Momentos antes...Joshua Ferrell— Uma testemunha viu um homem de estatura mediana com um garoto com as descrições do Liam, eles seguiram numa van branca que foi abandonada a dois quarteirões do shopping, as câmeras de trânsito levaram a outro carro que está sendo analisado, a polícia está investigando a placa, mas tudo indica que é fria.Observo as fotos espalhadas em cima da mesa.Estamos na sala de operações que foi montada para acompanharmos as investigações daqui.Matt estava conversando com o Sr. Welsh, enquanto Waeny discutia com os investigadores os próximos passos, todo aquele assunto sem um contato ou solução me deixava mais angustiado. Eu escutava tudo sem conseguir enxergar uma luz no fim do túnel, estava chegando ao meu limite, à sensação de impo
Isabelle WelshEu gritei o mais alto que pude, implorando para que ele deixasse o meu neto em paz.Sentia-me dilacerada.Como olhar nos olhos da minha filha e admitir que não fui capaz de proteger nosso menino?Destruída, é assim que me sinto.Nada e nem ninguém poderia me ajudar nesse momento, eu sabia que não seria o meu fim, sua intenção era me quebrar ainda mais.Deixo um suspiro escapar enquanto me encolho em um canto, a garganta seca, os olhos ardendo. Meus pulmões pareciam que iam explodir, custei a me estabilizar e quando isso aconteceu.Estremeci.Sua voz penetrou meus sentidos entorpecidos pela dor, no mesmo instante que ele entrou no ambiente.Eu estava paralisada, os olhos fixos em sua figura tenebrosa.— Temos muito que acertar pombinha. A começar por quase ter me matado — ele está
Matheus O'MalleyPor mais que situações como essa façam parte da vida de um policial, e muitas vezes ficamos estarrecidos e chocados com a crueldade humana, é ainda mais difícil quando acontece com alguém tão próximo.Depois de colocar o homem quase morto dentro do carro, passamos a vasculhar o local, não encontramos nada. Além da Sra. Welsh, recuperamos a bolsa de Kate com seus pertences e só.Eu me sentia impotente diante de tudo. Não esperava um desfecho assim. Fecho os olhos por um instante e lembro-me de quando me despedi da minha esposa mais cedo, prometendo recuperar o menino e levá-lo em segurança.— Matt, meu amor, por favor, faça o seu melhor e traga o Liam de volta para a gente, confio em você e tenha cuidado. Nunca vou me acostumar com essa profissão que você escolheu &mda
Joshua FerrellMeu coração nunca bateu tão forte como está batendo agora, tenho a impressão de que ele sairá pela minha boca a qualquer momento.Com passos incertos, entro no ambiente e vou de encontro aquele toquinho de gente que é meu coração todo.— Meu filho — abraço seu corpinho frágil, sento na cadeira ao lado do leito e começo a chorar, não quero assustá-lo e por isso tento me controlar. — Obrigado Deus! Obrigado! — murmuro.Ele se remexe inquieto e eu me afasto, sentando-o em meu colo e olhando ele todo para saber que está bem. Ele coloca sua mãozinha pequena na minha barba e diz.— Liam saudade de papai — seu sorriso é a coisa mais linda. — Dodói papai, igual Liam — ele mostra os joelhinhos com curativos.Meu coraç&
Katellyn FerrellMais tarde, em nossa casa. Depois de dar banho no meu pinguinho, eu tentava vesti-lo, ele soltava gargalhadas gostosas enquanto o pai fazia cocegas e passava a barba em sua barriguinha. Depois de uma refeição leve, ficamos na cama brincando com nosso filho, quando Liam sentou em minha barriga para brincar de cavalinho como fazíamos sempre, Josh impediu imediatamente e se ele não o fizesse, eu teria feito.— Filho, não vai poder brincar com a mamãe assim por um tempo.— Por quê? — perguntou franzindo o cenho igual o pai faz quando questiona algo.— Porque aqui na barriga da mamãe tem um irmãozinho ou irmãzinha para você — falei.— Isso mesmo, e como irmão mais velho você vai ajudar o papai a cuidar da mamãe e do bebê, combinado? — Josh pergunta.— Combin
Meses depois...Katellyn FerrellEstou deitada confortavelmente na minha enorme cama, o quarto não está totalmente escuro, tem uma leve penumbra, pois, deixei o abajur aceso.A mente vagando pelos acontecimentos dos últimos meses. Tantas coisas em tão pouco tempo.Bruce, aquele homem terrível, acabou sendo morto, três meses depois de ser preso. A causa da morte não foi informada, seus comparsas confessaram que a intenção dele era matar meu filho, esses dois, um mês depois, teve o mesmo destino, segundo o advogado, foi durante um plano de fuga que deu errado.Não vou dizer que desejaria algo assim para eles e nem tão pouco que sinto muito, pois, não sinto. A Deus, cabe fazer justiça, segundo a sua vontade. O fato é que agora me sinto realmente aliviada sem ter essa ameaça pairando sob minha fa
Katellyn FerrellDurante os dois últimos meses de gestação, eu vivi um espiral de emoções. Foi muito diferente da minha primeira gravidez, que apesar do desconforto no final, eu estava muito tranquila.Agora, eu e Josh brigávamos com frequência, está certo que sou teimosa às vezes ou quase sempre, tenho que reconhecer. Ele vive dizendo que ficará velho antes do tempo e eu só faço rir do seu drama.Mas, sempre eram brigas bobas, por coisas sem importância, em geral porque eu insistia em ir trabalhar todos os dias, mesmo com um barrigão de oito meses e Josh reclamava o máximo que podia, eu teimava em ir; como sempre ele acabava cedendo, mas, não me deixava dirigir de jeito nenhum, me acompanhava em todas as consultas, e controlava minha alimentação.Agora com nove meses completos, ele está