Olivia Ferrell — Tem certeza que vai ficar bem sem mim? — pergunto passando a mão na macieis de sua barba, aproximo meu rosto do seu, sentindo o cheiro amadeirado de sua colônia. — Se quiser posso ficar em casa. Peço para Josh ir buscar ou o motorista. — De jeito nenhum, querida, pode ir tranquila. Eu vou ficar bem. Além do mais, você precisar sair um pouco para espairecer e me deixar respirar — ele fala com os olhos risonhos claramente debochando de mim. — Ah, então é assim? — finjo indignação. Ele agora sorri abertamente e eu o acompanho. — Tudo bem, não me demoro. Josh está em casa para lhe fazer companhia em minha ausência. Deixo um beijo terno em seus lábios, pego minha bolsa e saio do meu quarto, vou até o de Josh, bato e entro, não o vejo, pelo barulho do chuveiro, ele deve estar no banho, vou até lá. — Filho? — o chamo, passando a mão em meu cabelo e conferindo minha imagem no espelho. Ele coloca o rosto pela brecha que abre do vidro do box com uma expressão interrogativa
Olívia Ferrel Assim que me ver o meu marido fala. — Querida, já estava ficando preocupado, está ficando tarde e daqui a pouco será noite. — Ah, meu querido, eu me distrai conversando com Constanza, sabe como ela é e também com uma jovem muito simpática que conheci no shopping — saco o celular da bolsa e me sento. — Ela estava com o filho, uma criança linda e muito inteligente, que me lembrou muito de você quando tinha sua idade, Josh — olho para meu filho. — Você com esse seu jeito comunicativo, adora fazer amizades e quando é para falar do filho não para mais, filhos e bebês sempre é assunto entre mulheres — diz Jeremy sorrindo. Josh que até o momento estava calado, pergunta. — Lindo e inteligente, claro que você logo o comparou a mim — diz fazendo graça. — Sobre o que mais conversaram? Você não falou mal de mim, não é? — faz uma careta. — De forma alguma, até porque você foi uma criança maravilhosa, quando cresceu é que se estragou — Jeremy solta uma gargalhada. Estou ganhando
Joshua FerrellDeixo-me ser conduzido pelo pai de Kate a uma sala de portas duplas que presumo ser o escritório, em outra situação eu observaria com mais atenção à beleza do lugar, não é este o caso por agora.Quando entramos, eu fico ali parado no meio da sala ampla, ele vai até um canto, voltando instantes depois com um copo nas mãos, que contém um líquido âmbar dentro.— Tome um gole, vai lhe ajudar.— Eu não quero beber, quero respostas.— E você as terá, mas tente manter a calma — aponta um sofá, eu ignoro. — Logo Kate estará aqui e vocês vão poder esclarecer as coisas, mas lembre-se, você não está em posição de exigir nada, mesmo que tenha seus direitos.— Eu sei que depois de desapontá-la como fiz, sua atitude é até compreensível naquela época. Mas depois que voltei? Ela tinha a obrigação de ter contado.— Kate ficou muito machucada.— Nada diferente de como me sinto agora — viro o líquido do copo todo de uma vez, sentindo sua substância se espalhar pelo meu sistema, trazendo u
Joshua FerrellDepois que saímos do escritório, encontramos seus pais na sala, ela avisou que eu iria ver o bebê e sua mãe disse que ele tinha adormecido, pois estava cansado depois da tarde agitada que teve no shopping. Kate me guiou pelas escadas e em seguida por um corredor até se deter em frente à porta de um quarto, segurou na maçaneta por alguns instantes e então com cautela a abriu sem fazer nenhum barulho. Assim que entrei, deduzi ser aquele o seu quarto.O ambiente bem arrumado parecia ter o seu toque em cada pequeno detalhe, cheio de personalidade e era possível sentir a sua essência presente, mesmo com alguns objetos infantis espalhados estrategicamente por todo o cômodo.Junto a sua cama, tinha um berço e nele, meu filho repousava em um sono tranquilo. Fui até ele, me aproximando devagar.Fiquei vários minutos observando seus traços delicados. Agora mais calmo, eu pude olhá-lo com mais atenção, ele é uma criança linda. Tem as bochechas rosadas, os lábios corados, não tem n
Katellyn Welsh Na manhã de segunda feira, melancólica, eu observei o céu cinzento, tudo parecia úmido, encoberto pela névoa que abafava os sons, até os pássaros a essa hora do dia, pareciam mais silenciosos. Não parecia um dia muito animador, estava tensa. Eu cheguei completamente destruída ao trabalho. Chorei a noite inteira e não consegui pregar o olho. A dor esmagadora no olhar de Josh me feria e eu lamentava por não ter contado quando ele reapareceu em minha vida, sobre nosso filho. Ontem, sem saber o que esperar de sua reação, um pavor pairou sobre mim e diante de seu ataque de palavras no escritório, minha única reação em defesa própria, foi atacá-lo, surpreendendo até a mim mesma, que sempre fui pacífica, mas diante de tudo, eu estava no meu limite. Momentos mais tarde em meu quarto, em um silêncio agonizante e incapaz de conter os pensamentos sombrios que me atormentavam, eu acabei externando meu medo. Os olhos dele faiscaram com um sentimento que não consegui identifica
Katellyn Welsh Ele tinha dito que passaria dois dias lá, mas já estamos no terceiro dia de sua viagem e segundo falamos hoje cedo, ainda não tem previsão de sua volta, provavelmente só na sexta ou não, o problema é bem grave do que se pensava. Eu não queria admitir, mas estava sentindo sua falta. Ele ligava todos os dias para falar com Liam, eu colocava o celular no viva voz e o meu bebê ficava eufórico em ouvir o pai falando. Não consigo entender como ele se apegou tão rápido ao pai, eles têm uma ligação que não sei explicar. Sempre que Josh ligava, Liam parava para escutar a voz do pai e ficava concentrado como se prestasse atenção e Josh passava bons minutos ao telefone com ele, duas vezes por dia, de manhã cedo e a noite antes dele dormir. Embora não fosse caloroso quando falava comigo, ele era muito educado e perguntava como eu estava. Conversávamos mais algumas coisas da empresa e ele desligava. Saio dos meus pensamentos e encerrando meu expediente, respondo uma mensagem de
Katellyn Welsh Àcaminho de casa, penso na visita da Sra. Ferrell, confesso que fiquei surpresa com sua presença e mais ainda com sua oferta de apoio. De fato, eu havia simpatizado muito com ela, sem ao menos saber de quem se tratava e agora muito mais. Pude sentir que verdadeiramente ela me entende e em nenhum momento me julgou por não ter contado nada sobre o Liam. Fiquei muito emocionada com sua atitude e num gesto incontido acabei lhe dando um forte abraço. Estava tão imersa em meus pensamentos, que quando vi, já estava na rua da minha casa. Depois de guardar o caro na garagem, pois não pretendia mais sair por hoje, entro em casa, estranhando imediatamente por estar tudo tão silencioso. Não vejo os meus irmãos, que há essa hora já teriam chegado do colégio. De repente, algumas vozes e risadas rompem o silêncio de antes e eu apuro os ouvidos para saber de onde vem. Vou em direção à cozinha, que é de onde identi
Katellyn Welsh No dia seguinte chego meia hora atrasada na empresa, Josh ficou me prendendo ao telefone enquanto falava com Liam esta manhã. Questionei sobre me atrasar e ele disse que qualquer coisa se entendia com o dono da empresa, ele estava de bom humor e cheio de garça. Quando entrei em minha sala, eu não acreditei no que vi, ela estava tomada de vasos repletos de rosas brancas, para onde eu olhava, tinha flores que era uma das coisas que eu mais amava. Com as pernas bambas, caminhei até minha mesa e deixei à bolsa e o celular que estavam em ambas às mãos, sobre ela, arquejei não acreditando no que estava vendo, eu olhei mais uma vez em volta cobrindo a boca com as duas mãos. A única pessoa que poderia fazer isso era... — Kate! Ao som de sua voz, eu me voltei em direção à porta. Lá estava sua figura máscula, lindo com sua presença poderosa de pouco mais de 1,90 de altura, seus olhos continham um b