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A chuva caia forte, os molhando até os ossos. O terreno estava ficando escorregadio, e ela já podia ver que o inverno logo se despediria. Ela sente a lama sobre seus sapatos, e o tecido grudado em sua pele, enquanto ela caminha pelo bosque ao lado de Axel. Vlad está a alguns metros à frente dos dois. Naquele momento, o macho olha de soslaio para trás, como se quisesse ter certeza de que a dupla o seguia. Ela fita suas costas largas, e começa a se perguntar o que irá acontecer quando chegar na propriedade do clã Villin. Samanta começa a passar várias possibilidades em sua mente, enquanto caminha pelo bosque. Vlad iria querer se casar com ela mesmo ela não sendo pura? Ele não parecia o tipo de macho que aceitava isso, na verdade, ele parecia desprezível. E sendo assim, seu orgulho não aceitaria, certo? Em seu coração, ela estava contando com isso. Conforme avançam, o terreno se torna mais pegajoso e lamacento. A noite estava escura, e com toda aquela chuva não era
O quarto era amplo, e mais organizado do que ela esperava. Os passos de Alice eram cautelosos, mesmo que ela tivesse aceitado o convite daquele lobo. Ela entrou devagar e observou as cortinas de tons escuros sobre uma das janelas. O quarto estava parcialmente iluminado por algumas velas, havia em um canto perto da parede um baú e ao lado um armário. No centro uma cama, não tão grande quanto a dela. As mantas estavam dobradas na ponta. Fora isso, o quarto estava vazio. O som da porta se fechando atrás dela a fez se virar para o lobo. Henrique estava atrás dela, e passara o trinco na porta. Seu coração se acelerou automaticamente, com a perspectiva de estar em um quarto trancada com ele. Um lobo que todos diziam ser seu companheiro, mas que ela não tinha nenhuma lembrança dele. Ela mordeu o lábio inferior, e engoliu em seco. Alice sentia suas mãos suando, seu corpo tremia e ela sabia que não era apenas devido ao frio daquela noite. Henrique caminhou até ela, lentame
Ele ouvia as vozes das pessoas em volta, e o vento cortante em seu rosto. Provavelmente estavam em um dia de feira, já que as chuvas haviam passado. O macho pisou no chão lamacento, ao mesmo tempo que uma criança passou por ele segurando um cartaz com o nome Xamã Imelda. A criança gritava segurando o cartaz sujo, convidando as pessoas para a tenda escura a poucos metros dali. James puxou o casaco mais sobre os ombros, e continuou caminhando com John ao seu lado. — Acredita que ela pode ter passado por aqui? — perguntou John, olhando para os lados. James suspirou, a verdade era que já tinham ido ao vilarejo onde ele presenciara toda a confusão com os lobos, e que ele tinha certeza de que Alice havia passado. Ele contara a John como havia sentido o cheiro dela na floresta perto da estrada ali, mas que não havia ninguém na caverna. — Talvez devêssemos retornar ao vilarejo onde você diz que ela passou... — sugeriu Chase. James se voltou para ele, e respondeu: — Não. Ela
O quarto era amplo, e cheirava a incenso. Havia cortinas em tons sensuais pelas paredes e janela, tudo bastante feminino e provocativo. Dimitri tentou não fazer barulho ao entra no quarto onde César Windsor repousava. O lobo estava deitado em uma cama grande, com mantas vermelhas que o cobriam até a metade do peito. O lobo estava com uma das mãos sobre o peito, e seus olhos estavam fechados. Dimitri se aproximou lentamente, e se recostou perto de um armário em um canto afastado da cama. Ele avaliou a expressão do macho que dormia, e se perguntou porque ele salvou sua vida, afinal, ele não era um lobo como ele, e muito menos fazia parte de sua alcateia. Essas perguntas o atormentavam, desde que tudo aconteceu. Odiava ter que ficar devendo a alguém, mesmo que tecnicamente ele tenha salvado a vida de César ao avisá-lo da emboscada... Era para o lobo estar em débito com ele, e não era o caso agora. Ele cruzou os braços, e suspirou. — Se ficar por mais tempo me observand
O cheiro do cozido estava preenchendo toda a casa Geller. Ela estava na cozinha, desde que Asher e Henrique haviam viajado para uma missão da alcateia. Ela voltou sua atenção para a comida. Havia batatas e carne de coelho sendo cozinhada no caldo, a fêmea mexeu mais algumas vezes o caldo e o aroma inebriante a atingiu no rosto. Seu próprio estomago roncou. — Você cozinha muito bem, mas desperdiça muitos ingredientes as vezes. — pronunciou Lucia, e começou a catar no balcão de madeira os pedaços de legumes e até algumas cascas que Alice deixará para trás. Ela reuniu tudo em um pote, e acrescentou — Tudo isso aqui pode ser usado para uma sopa ou para fazer sabão. Alice assentiu, a fêmea era muito experiente na cozinha. E ela ficava feliz que mesmo com toda a sua experiencia havia lhe dado um espaço para ajudar. Se sentia ainda perdida, como se tivesse esquecido de coisas demais. Na hora do almoço, todos os lobos elogiaram o caldo de coelho com batatas, e Alice se sentiu útil.
Apenas o barulho das fêmeas na cozinha já era o suficiente para enlouquecer qualquer um. A cozinha do castelo era grande, repleta de fogueiras e grandes panelas que as lobas manejavam com comidas. Alice conseguira trabalhar ali limpando o chão, e recebia um prato de comida todos os dias. Enquanto ela varria aquele chão imundo, uma das lobas passou por ela carregando um cesto de batatas. A loba puxou a vassoura de sua mão e estendeu o saco para ela: — Descasque essas batatas, rápido. — Ordenou ríspida. Ela a encarou, segurando o saco de batatas em suas mãos, e ponderou. Não podia recusar mesmo que sua vontade fosse bater naquela fêmea, e quando ouviu as palavras dela, uma sensação familiar terrível a acometeu. Como se já tivesse estado em situação semelhante àquela no passado. Ela ergueu o olhar para a loba e viu o desprezo em seus olhos, apenas porque era alguns postos mais alta que ela naquela cozinha. A fêmea começou a bater um dos pés no chão, impaciente, ela abriu
Ela suspirou, sem conseguir dormir mais. A fêmea se levantou de sua cama, e caminhou até a janela do quarto. Seus passos eram suaves sobre o chão de pedra, e a camisola de seda que vestia arrastava no chão. Samanta mordeu o lábio inferior, e puxou o trinco da janela. Ela olhou para o horizonte da propriedade Villin. Arvores gigantescas se estendiam até o Leste, e o céu estava alaranjado, com nuvens espessas. Ela pensou sobre os dias da lua cheia, e como isso estava acabando... Seu casamento com Axel estava marcado para acontecer depois da lua cheia, e ela ainda se sentia completamente enjoada e traída. Ela sentiu seu rosto ficar úmido, e passou uma mão em sua bochecha. Estava chorando novamente, de modo patético. Seu pai é claro, havia concordado com a mudança, mesmo ela enviando diversas cartas pedindo para esperar mais. Como era ruim ser uma fêmea, onde sua opinião de nada valia. Nem mesmo quando se tratava de seu futuro, sua palavra não possuía nenhum peso.
Naquela tarde, há alguns quilômetros do Forte Coltrane. Bosque Balt. James estava sentado em uma rocha, enquanto observava o sol prestes a se por. Ele sabia que atrás dele, estavam John e Henry, ambos o observando, em silencio. Eles estavam assim desde que ele discutira com Henry. James não sabia o que odiava mais, o silencio deles ou quando falavam. O lobo fechou os olhos, e se lembrou do momento que John o arrastou para o bosque, o tirando do vilarejo Sarvin. Ele sentia-se como se seu sangue estivesse se tornando como água. Suas pernas tremiam, e seu coração era como um martelar sem fim, batendo com tanta força que doía. As palavras da Xamã sobre o futuro de Alice se repetiam em sua mente. E cada vez mais alta. Ele sentiu as mãos de John sobre ele, enquanto ele apertava sua cabeça sobre seus joelhos. Logo ele erguido do chão, havia tantas lágrimas em seus olhos que sua visão estava turva, e ele começou a ouvir um som. Era um choro incessante, e alto demais. El