Eu não canso de me chamar de ridícula de frente ao espelho. Quem mandou exagerar na bebida e ficar que nem uma boneca mole, dona Julienn? Mas uma coisa eu percebi claramente, mesmo bêbada, é que Kalel sentiu ciúmes de mim. Não sou idiota, sei que é por culpa dessa ligação. Ai, que droga! O ciúme dele pouco me importa, não quero nada do Kalel. De preferência prefiro sua rejeição do que ciúmes. É mais seguro pra mim e meus sentimentos.
_Sente-se melhor, filha?_Pela milésima vez minha mãe vem até meu quarto perguntar._Tem geléia de framboesa pra você. Fui comprar porque sei que você gosta.
_Não precisava, mãe._Me aproximo dela e aliso seu rosto com ternura._Você é incrível, mãe. Sei que o papai tá muito orgulhoso de você onde quer que ele esteja. Vou descer já.
Ela assente bastante emocionada e sai. Tomo um banho bem gelado, visto uma roupa levinha e desço. Ontem o Zac queria ter me trazido, mas por sorte Karolla não estava agar
Ao entrar no ônibus escolar, vi que a minha presença pouco importou pra ela. Mas por que isso me incomodou? Quando chegamos na escola, vi que ela seguiu com Annelise até um certo ponto e depois saiu. Segui com o olhar e vi que ela foi até o Zac. Eles conversavam e do nada ele pisca o olho pra ela. Isso me dá um ódio..._Ei, está tudo bem?_Jack bate no meu ombro olhando na mesma direção que eu._O Zac quer a sua garota?_Ela não é a minha garota. Droga!_Brado e sigo pro refeitório._Calma, cara. Só perguntei porque toda a escola sabe que ela é sua._Ele diz e eu o encaro exalando raiva._Quer dizer, que ela era pra ser sua. Você parece uma garotinha de tpm. Quer café?_Só se for pra jogar na sua cara!Ele fica rindo de mim e eu fico tentando entender que raiva é essa. Eu simplesmente estou morto de ódio do que vi. Ficamos conversando até que toca o sinal e entramos pra sala. Por sorte essa aula não
Depois de conversar com Zac e passar meu número pra ele, segui pra minha aula. Agradeci por não ter visto Kalel logo no início, mas sabia que uma hora ou outra o veria. E aconteceu na aula de português. Sento na cadeira próxima da parede e logo Zac vem pra perto de mim._Posso sentar perto de você?_Ele pergunta e eu assinto._Você trouxe o livro?Não dá tempo de responder pois logo uma voz exaltada ganha atenção na sala. Acho que minha temporada nessa escola não vai ser nenhum pouco calma._Pega leve, Lancaster. A novata está solteira, pode dar pra quem ela quiser.Meus olhos praticamente saltam quando ouço isso. Toda a turma olha pra mim e o idiota do garoto parece não querer parar._Sortudo você, Zac. Pegou a garota do Lancaster na cara dele. O filho do alfa é corno e conformado.Nesse momento todos nos levantamos e então vejo Kalel morder o garoto. Kalel estava meio transforma
Cheguei no bar mais afastado da cidade e de cara pedi a garrafa inteira de whisky. O dono sabia que eu era filho do alfa, todos sabem, e então deixou tudo por conta da casa. Coitado! Vou dar muito prejuízo. Um cara senta ao meu lado e se serve da minha bebida._Educado seria pedir antes, meu caro._Sussurro encarando meu copo._Mas hoje eu estou paciente._Pensei ser uma boa companhia pra um jovem que visivelmente está sofrendo._Ele diz tilintando o copo no meu e só então eu o encaro._Prazer, Oscar._Acho que já sabe meu nome._Digo dando um gole na bebida._Esse lugar permite vampiros? Vejo que é novato aqui. Essa cidade é tomada por..._Lobos, eu sei._Ele se serve mais._Esse bar é neutro. Acho errado não termos acesso livre pela cidade, mas me diga, por que está enchendo a cara tão cedo? Aposto que tem mulher no meio.Conversar com um vampiro sobre intimidades é o certo? Dane-se! Desde quando eu
Chegamos no meio da floresta, no local onde minha mãe falou que poderia ser a casa dos meus avós, mas não tinha nada. Logo senti seu desespero e angústia._Mãe, talvez eles tenham se mudado._Tento acalmá-la._Se eles tivessem mortos, o alfa teria nos dito._Mas ele também disse que faz muito tempo que não os viu._Ela funga._E agora, Julienn?Saulo consola minha mãe por enquanto que sinto um cheiro familiar. Como um cão de caça, começo a cheirar o ar à minha volta._Vamos, eu estou sentindo um cheiro diferente. Entrem no carro e eu guio.Todos nós entramos no carro e seguimos por uns dez minutos. Chegamos em um local que não dava mais para seguir de carro. Teria que ser a pé mesmo._Isso aqui é muito perigoso._Saulo diz._Melhor seguirmos quando vier mais lobos._Fiquem aqui. Eu vou na frente e volto caso encontre algo.Muito relutante, minha mãe per
Eu tinha noção de que seria difícil, mas não contava com uma mudança estranha do Kalel. Eu estava acostumada a tê-lo me perturbando ou me afastando, mas ouvi-lo me elogiar foi um baque. Ele não é assim. Por que ele resolveu ser? Não quero ele assim._Você não pode simplesmente ficar dizendo essas coisas, Kalel._Digo depois de um tempo._Você sabe que não pode._Eu só disse a verdade._Ele tira o último livro da estante quebrada._Pode se afastar. A estante eu conserto sozinho.Assinto e pego o relatório na bolsa. Ele apenas pede pra eu avaliar em ruim, regular, bom ou ótimo alguns quesitos. E também colocar observações se possível. Comportamento, interação, desenvolvimento e minha avaliação pessoal como monitora. Ele está martelando a estante e eu fazendo minha avaliação. Do nada ele para e arranca sua camisa. Meus olhos percorrem seu corpo e algo dentro de mim começa a queimar._Eu o quero, Ju. Ele é meu.
Eu não devia ter dito nada. Foi impulso. Eu queria e ao mesmo tempo não queria elogiar seus olhos. São de um verde tão hipnotizante...E agora estou aqui, parado na biblioteca que nem um idiota, criando forças pra sair. Ela me beijou. Ela me beijou e agora as coisas vão ser mais intensas. Saio rapidamente da escola indo diretamente pra casa. Encontro alguns lobos na frente da minha casa conversando com meu pai. Ao me perceber, ele para de falar._Kalel, vem aqui!_Ele me chama e eu me aproximo._Me diz uma coisa, com quem você bebeu essa semana no bar afastado daqui?_Com um cara lá. Acho que era um vampiro._Respondo._Por quê?_Eu quero o nome, Kalel. Vamos!_Ele fala impaciente._O nome do seu amigo vampiro._Ele não é meu amigo. Só bebeu comigo._Respondo no mesmo tom impaciente._Acho que era Oscar. É, Oscar.Os olhos do meu pai se arregala e o mesmo me empurra. Não entendendo a atitude, questi
O Kalel é oficialmente um carrasco!Eu ainda não acredito que o verei por seis dias da semana. Como esquecer o que aconteceu entre nós quando justamente agora iremos ficar mais próximos? Eu não sei... Só tenho certeza que isso não vai ser bom.Ele está bagunçando tudo. O que foi o áudio que recebi de Annelise? Ele desesperado pra saber se estou bem. Ele não usou um tom formal de preocupação, ele parecia que necessitava da minha resposta pra viver. E isso acaba mexendo comigo de uma forma que não era pra mexer.Eu e minha mãe fomos até a casa dele pois o alfa Kaio queria montar estratégias para pegarmos o Oscar. E uma das estratégias era me treinar, assim como pedir a minha mãe. Só que ela não está mais apta a me treinar e então pediu a Kaio uma luz. A minha luz acabou sendo Kalel. Ele será meu treinador agora. Amaldiçoei a hora que quis ser treinada._Julienn, você sabe que ele não a quer né?_Minha mãe me abraça enquanto c
Jack e Zac insistiram para que eu fosse beber com eles em um barzinho perto da escola. Recusei. Eu não tinha cabeça pra beber, nem pra diversão nenhuma. Eu não consigo parar de pensar na Julienn. Antes de ir beber, Zac passou na minha casa por volta das 19hrs._Certeza que não vai? Você parece preocupado..._Ele diz me encarando. Estamos na frente de casa conversando._Eu e a Julienn nos beijamos ontem._Digo suspirando._Ela que me beijou. Agora tudo está mais intenso e eu não consigo parar de pensar nela. Além do mais, vou treiná-la todos os dias após a escola._Entendo..._Ele desvia o olhar._Vocês deveriam se acertar logo. É patético essa sua recusa em relação ao que há entre vocês. Julienn é maravilhosa, Kalel. Para com isso logo._Você irrita meu lobo quando fala dela assim. Arrisco dizer que dia menos dia ele te faz um estrago._Digo gracejando._Não sei mais o que fazer, Zac. Eu rejeitei a Julienn desde o in