Três meses haviam se passado desde o pior dia da vida de Nina. O dia em que terminara seu noivado. Nenhum culpado ainda havia pago as consequências dos atos criminosos que cometera contra David Nichols.
A opinião pública estava dividida, milhares de pessoas chamavam Nina de orgulhosa, opiniosa, a xingavam, dizia que ela não merecia o amor dele, dentre milhares de outras injustiças e insultos. A outra metade a apoiava por não o perdoar. A história do amor verdadeiro dos dois havia se tornado uma novela da vida real, acompanhada atentamente por todos que estavam interessados em saber como tudo terminaria. Um verdadeiro circo!
Nina havia finalmente aceitado contar a sua versão da história à polícia, o que não adiantou muito nas investigações, pois ela não tinha nada de novo para acrescentar, além do que eles já sabiam. Ela recebeu por escrito o relat
Ao descer do carro Nina respirou bem fundo, deu uma bela olhada na faixada do triplex e caminhou contente para entrar em seu lar. David amava ver aquela euforia, olhos brilhantes que nada eram capazes de esconder, um sorriso transparente, olhos pidões transbordando de amor, ele sentia o que ela sentia ao retornar ao ninho de amor. Naquele momento ele era seu cavalheiro vestido em sua armadura brilhante, salvando sua honra e glória, vindo de um passado distante, a salvando no último instante, a levando para o “feliz para sempre” em seu castelo de vidro...— Está exatamente como você deixou.— Quero correr pela casa toda, ver cada cantinho, ver cada coisinha... Deus, como eu senti falta desse lugar! É meu segundo lugar preferido na terra! Meu segundo paraíso! Nem posso acreditar que estou aqui, eu tenho até medo de acordar. Por favor, não seja um sonho! Por favor não seja um sonh
Não demorou muito tempo para as pessoas especularem se os dois tinham retomado o noivado. Nina trabalhava dobrado até usar totalmente suas energias, para que pudesse ser liberada e correr para os braços de seu amado David. Já não era mais segredo para o mundo, que ele não a havia traído, e finalmente as pessoas pararam de acusá-la de injusta, ou acusá-lo de traidor, depois que souberam de tantas armações para separá-los. Já que suas vidas viraram um circo, eles pelo menos contavam a verdade, para que se tivessem de serem julgados pela opinião pública, que não fossem baseados em especulações vazias, por falta de informação.Agora já não tinham mais o que fazer, os “haters” iam continuar sendo “haters”, porque são o que são, não iam mudar se não quisessem, e os fãs iam
O mês de dezembro era mágico em todos os sentidos para Nina. Ela sentia a magia no ar. O cheiro do natal. Ela amava andar nas ruas, adorava dirigir por aí, só para ver os telhados das casas branquinhos, só para ver as árvores cobertas de neve, as luzes de natal espalhadas aos quatro canto do planeta.Em um desses passeios espontâneos, ela para o carro para contemplar as paisagens do inverno. Seus olhos brilhavam, e apesar do frio, aquele clima aquecia seu coração. Ela sonhara muito com a neve desde criança, e toda vez que a via se sentia como uma menininha novamente. Ela perdeu a noção do tempo sentada num banquinho, olhando para a cidade, usando sua toca de lã, bem aquecida dentro de seu casaco, jogando comida para os pássaros. Seu telefone já havia tocado mais de cem vezes, mas ela nunca lembrava de ativar as notificações quando saía.Ao chegar
Nina abre os olhos sentindo aqueles olhos atravessarem sua alma: “Deus, meu deus que olhos lindos! O amor mais lindo que eu já conheci!”, pensou ela na mesma hora!Eles se olharam com furor, David não sabia mais de onde tirar forças para resistir. Por um momento se viu enfeitiçado, seus olhos pareciam não ter vida própria, apenas controlados por ela, olhos nos olhos, respiração ofegante, eles se olham com ardor, um vulcão até poderia entrar em erupção ali naquele exato momento, ele a desenha em sua mente com aquele baby-doll de seda preto, desejou rasgá-lo com violência, sentia o palpitar do sangue correndo em cada vaso de seu membro rígido, então saiu do quarto como um furacão e entrou no banheiro.Nina sentiu o poder da rejeição! Uma sensação de escassez no deserto, impotência, e até mesmo desespero
Mais uma vez estava Nina e David de volta as suas rotinas, estúdios, setes e câmeras. O ano de 2022 havia começado de vento em poupa! Era como se não houvesse mais tempo a perder, ou como se todos no mundo estivessem tentando recuperar o que foi perdido no ano de 2020 e 2021 devido á pandemia e suas consequências, que mesmo depois do início das vacinações no Reino Unido, Noruega, e em outros países do mundo em dezembro de 2020, deixaram sequelas na economia mundial para sempre.Sentada em seu aparelho portátil de massagem, Nina tomava um chocolate quente, enquanto folheava uma revista ali deixada por alguém, quando percebeu que havia algo com seu nome no meio de uma das páginas, relutou contra seu sexto sentido que tentava avisá-la, de que não valia apena estragar seu dia, por algo que ela não poderia lutar contra: as mentiras e críticas estampadas em tabloides
O grande dia havia chegado. As ruelas que davam acesso a igreja onde em poucos minutos, seria trocado os votos de amor eterno entre Nina e David, já estavam interditadas. As badaladas do sino avisavam que as portas da igreja seriam abertas em poucos segundos.Os noivos optaram por usar flores silvestres locais, e todos os materiais usados tanto na decoração da igreja, quanto na festa e no jantar, eram todos econômicos e feitos com materiais recicláveis, o que já havia sendo tendência há alguns anos atrás, dando sinais de que agora, já não era mais um modismo passageiro, e sim algo que veio para ficar.O cinegrafista particular que cobria todos os detalhes do acontecimento, registrava os passos das pessoas mais importantes, noiva, noivo, familiares e convidados, um documentário básico.Inevitavelmente ela teve que responder a muitas perguntas sobre os detalhes do seu dia de n
Nina entra no banheiro a caminho da saída do aeroporto, no intuito de não demorar muito, joga água em seu rosto, tenta retocar a maquiagem quando nota que está prestes a desmaiar. Ela se olha estranhamente no espelho percebendo que sua visão estava embaçada, ela enxergava sua própria imagem turva. David também havia estado no banheiro masculino, e já a esperava do lado de fora do banheiro feminino, enquanto o guarda-costas deles monitorava as bagagens e o movimento. Ele falava ao telefone com sua equipe e de vez em quando olhava o relógio, dando sinais de que Nina estava demorando muito.Mais de meia hora havia se passado e nem sinal de sua esposa. O celular caía diretamente na caixa postal, o que o fazia revirar os olhos, pois era típico dela não ligar o celular depois de um voo. David falou com sua equipe que rapidamente o encontrou no saguão do aeroporto. A segurança do
Nina deitada na cama do hospital, com aparelhos nos dedos, cateter no nariz, eletrodos espalhados pelo o corpo e duas enfermeiras ao seu redor. De repente ela olha através das duas mulheres em pé em sua frente e vê David parado na porta do quarto. Seus batimentos cardíacos aceleraram no exato momento em que seus olhos se encontraram com os dele, uma adrenalina surreal tomou conta de todo o seu sistema nervoso, e Nina começou a passar mal.Ela não sabia distinguir se ele era real, se ela havia morrido depois do tiro ou se estava alucinando. O fato é que ela não aguentou a emoção, sentimentos misturados com medo, dor e saudades. David não queria sair do quarto, mas foi preciso que ele esperasse do lado de fora, pois, seu abalo era visível e claro.Depois de algumas horas Nina acordou novamente, estava sob efeito de tranquilizantes em baixa dosagem, para ajudá-la a conter suas emo&cc