Ser a única menina no meio de dois irmãos não é nada fácil, primeiro porque eles são os queridinhos da mamãe, ela faz tudo por eles e eu a única filha mulher, sou obrigada a ajudar na casa. Alicia faça isso, minha mãe grita da cozinha, ou Alicia faça aquilo, agora gritando da lavanderia e enquanto eu corro de um lado para o outro meus dois irmãos, Anthony e Luca, ficam sentados na frente da televisão jogando videogame. Anthony é o mais velho, já terminou a universidade e ainda não saiu de baixo das asas da minha mãe. Luca é o mais novo o bebê da casa, quase vômito quando ela começa a melação por causa dele. Suspiro frustrada quando ela me grita pela terceira vez seguida.
- Aliciaaa - grita nervosa, vejo que está ficando vermelha de raiva então solto um risinho, que a deixa mais brava ainda - do que está rindo menina? Já dobrou as roupas como pedi? - suspiro profundamente.
- Sim, estão na sua cama - digo irritada, ela percebe que estou brava e suspira.- Está bem, obrigada - diz virando as costas e indo verificar se estou dizendo a verdade. Minha vida nunca foi fácil, não tenho um pai para me dizer o quanto a garotinha, dele cresceu, ele faleceu quando completei oito anos, não me lembro muito dele, mas lembro perfeitamente da noite em que recebemos a notícia, era tarde, ouvi a campainha em nossa porta corri para abrir pensando ser meu pai, quem estava atrás da porta, minha mãe sempre dizia que ele nunca lembrava de levar a chave para o serviço, mas quando a abri, quem estava lá era um policial, que pediu para falar com minha mãe. Depois disso só me recordo dela gritando, e eu chorando sentada na escada sem saber porque minha mãe gritava, é tudo o que me recordo, minha memória de infância se torna um borrão em minha mente e eu não consigo recordar depois disso. Minha mãe faz tudo o que pode para nos manter, ela limpa casas, lava roupa e costura para fora, Anthony trabalha e ajuda em casa também, mas o salário de auxiliar de contador não ajuda muito, eu não trabalho minha mãe apenas deseja que eu estude assim como foi com Anthony, então ela passa a maior parte do tempo se matando de trabalhar, raramente para em casa. Luca foi praticamente criado por mim, por isso ela mima tanto ele, entendo o lado dela. Mas acho injusto somente eu ajudar nos afazeres de casa, e quando eu não estiver mais aqui? Penso sobre isso, ela fará tudo sozinha fico irritada por minha mãe agir desta forma, mas quem sou eu para conseguir mudar ela. Suspirou novamente porque é o que posso fazer.- Você está bem? - pergunta Anthony percebendo minha indignação. Não só estou preocupada - digo olhando para a caneta em minha mão, faz horas que tento estudar, mas não consigo, a todo momento tenho que atender a minha mãe assim fica difícil se concentrar.- Com o quê? - ele me olha como se eu não tivesse nenhum motivo para me preocupar.- Com a mamãe, não sei o que será dela depois que eu for para faculdade - olho para meu irmão, e só agora percebo as olheiras de baixo de seus olhos.- Alicia não tem porque se preocupar eu e Luca vamos continuar aqui - fala me olhando - ao menos Luca tenho certeza - percebo que meu irmão esconde algo.- Como assim? Você irá se mudar? - pergunto com medo da resposta.- Por enquanto não, mas não sei mais para frente - diz se detendo, está escondendo algo com certeza.- O que está escondendo? - ele me observa durante uma eternidade.- Se eu te contar algo promete manter segredo? - pergunta me analisando, solto um suspiro sou péssima para guardar segredos.- Prometo - digo porque a curiosidade é muito grande.- Estou namorando Ali - ele usa meu apelido tem muito tempo que não me chama assim. Meu queixo cai totalmente, e não sei o que dizer nunca imaginei meu irmão namorando. Está certo que ele é bonito, Anthony é loiro de olhos verdes, diferente de Luca com cabelos castanhos e olhos verdes, eu já tenho os cabelos meio-termo são iguais do meu pai nem loiro, nem castanho, é mais um castanho muito claro e minhas íris são castanhos esverdeados sempre gostei da cor deles, pois mudam de cor dependendo do meu humor. Porém, se Anthony está namorando porque nunca trouxe a namorada aqui em casa?- Porque nunca trouxe sua namorada aqui? - pergunto curiosa.- Porque tem apenas algumas semanas que estou namorando, quero ter certeza antes de apresentar ela - diz sorrindo realmente ele parece feliz como não notei isso antes?- Fico feliz por você Thony - digo sorrindo para ele, mais, na verdade estou preocupada. O que vai ser da mamãe e de Luca se eu e Anthony sairmos de casa? Suspiro muito alto e meu irmão percebe o que estou pensando.- Não se preocupe, não irei deixar a mamãe e o Luca sozinho. - diz muito sério e então acredito nele.- Está bem, apenas... bem você sabe, vou me mudar se ganhar a bolsa. - suspiro novamente. Sinto um peso enorme nos ombros mesmo que eu não trabalhe fixo, faço pequenos serviços por fora para ter um pouco de dinheiro e ajudar em casa, mas se passar na universidade provavelmente irei me mudar para lá e deixar minha família.- Eu sei, não precisa se preocupar cuidarei deles - diz meu irmão segurando meus ombros, mostro um pequeno sorriso. Ele fica satisfeito e sai do meu quarto me deixando sozinha com meus pensamentos. Dias se passam e eu continuo na mesma vida chata de sempre, estudo, limpo a casa, faço alguns serviços por fora para ajudar em casa e volto a estudar. Minha vida sempre foi chata ou monótona quem me tira um pouco da rotina normalmente é Luíza minha melhor amiga de infância, a Lu é a típica menina popular, sempre disputada por todos os rapazes e a que todas querem ser, eu e a Lu sempre nos demos bem ela brilha enquanto eu vivo no escuro, e não me importo nunca quis ser como ela. Eu já não ligo muito para isso estou acostumada a não ser vista e nem notada por ninguém já estou conformada que ficarei sozinha. A solteirona com quarenta gatos para cuidar e os únicos amigos que terei, sim, sei que sou dramática, mas gosto de um pouco de drama, faz horas que Lu está tagarelando no meu ouvido e eu estou distraída no meu mundo, será que tenho fobia social?- Aliciaaa - o grito fino de minha amiga me tira de meu transe.- Que foi Lu??? - pergunto assustada.
Estamos no ‘shopping’, Luíza insiste em renovar o guarda-roupa para a nova vida, assim que ela chama a mudança para a faculdade.- Gostou desse? Não é lindo? - pergunta toda animada eu suspiro entediada primeiro porque não tenho dinheiro para comprar nada e segundo porque já estamos aqui a mais de duas horas só escolhendo vestidos para ela.- Sim, Lu é lindo! - afirmo, ela sorri e volta para o provador e graças a minha cara de tédio ela decide encerrar as compras.- O que você tem? - Luiza pergunta com ar preocupado.- Estou com medo de não passar - afirmo com uma certa preocupação no olhar.- É claro que vai e irá ficar no mesmo dormitório que o meu! - ela afirma sorrindo. Não duvido disso o pai de Luíza é reitor da universidade. Suspiro enquanto andamos para a praça de alimentação.- Tomara que você tenha razão - ela me olha e sorri.- Sempre tenho razão amiga - diz sorrindo.- É amanhã que sai o resultado até lá vou ficar sem dormir e sem comer de tanta ansiedade. - falo fazendo com choramingar na voz.- Aí Alicia como você é dramática. — Lu fala rindo de mim. Isso é o que realmente aconteceu cheguei em casa e não consegui me concentrar em nada, passei o dia roendo as unhas e sem fome alguma, a noite passei em claro imaginando a possibilidade de não passar o que faria da minha vida? Qual faculdade tentaria? Arranjaria um emprego fixo e ficaria aqui com minha mãe e meus irmãos? Todas essas perguntas pairavam na minha cabeça, quando olhei pela janela o dia já estava nascendo, a luz alaranjada do sol nascendo refletindo do vidro da janela, batendo nas minhas cortinas brancas que não servem em nada para a proteção contra a luz lá de fora. Eu não dormi nenhum pouco. Logo que amanheceu corri para a ‘internet’. A universidade irá colocar os resultados no site deles, minhas mãos suavam frio de nervoso, minha vida depende disso não sei o irei fazer se não tiver passado na prova e na entrevista, eu tenho que passar.- Por favor, por favor, esteja aprovada - dizia a mim mesma.Quando a página abriu levou uma eternidade para carregar na lista de aprovados, procurei por meu nome e quando vi o resultado fiquei totalmente sem ar, não acreditava no que estava vendo. Comecei a gritar de alegria minha mãe e meus irmãos correram até meu quarto, assustados. Quando percebi Anthony estava com um pedaço de pau na mão e Luca com uma vassoura, prontos para bater em alguém, não me aguentei com a cara deles e cai na gargalhada.- Está louca? Pensei que havia alguém aqui - meu irmão mais velho me olha zangado.- Vocês estão olhando para a nova universitária de direito - digo virando o notebook para eles verem.- Oh! Meu Deus, parabéns - minha mãe diz gritando e sorrindo.- Parabéns! - meus irmãos dizem juntos e me abraçam.- Obrigada - digo sorrindo, olho para minha mãe e ela está chorando.- Tudo bem? - pergunto preocupada.- Sim, estou orgulhosa de você Alicia, mas triste por você ter que mudar. - ela diz me olhando com tristeza, suspiro e sento ao lado de minha mãe.- Eu sei, também vou sentir saudade mãe, prometo que vou vir sempre que eu puder para te visitar. - afirmo abraçando ela o mais forte que consigo. Apesar de estar conseguindo o que quero me sinto triste por deixar minha família e só agora posso dizer que minha vida irá mudar, uma nova fase se inicia e estou ansiosa para começar logo.
Os dias até a minha mudança passaram rápido demais, quando percebi estava na porta do meu dormitório na universidade, confesso que pensei em um ambiente totalmente diferente, imaginava um lugar todo organizado com um corredor totalmente iluminado e com som ambiente. Imaginava o quarto pintado de branco e com camas novas só esperando por mim. Só que a realidade e totalmente diferente da minha imaginação, a universidade Albert Einstein e praticamente um quarteirão, com vários prédios, a ala dos dormitórios é no final do quarteirão, os dormitórios femininos ficam na esquerda e os masculinos na direita, as paredes são de uma cor cinza por fora, já por dentro é de um tom creme, as janelas são pequenas, quase não entra ar. Os corredores vivem cheios de alunos que passam de um lado para outro, eu e a minha melhor amiga ficamos juntas no mesmo quarto, as camas são beliches eu fiquei com a cama debaixo, não existe armário, apenas uma cômoda com seis gavetas então improvisamos um pequeno armário na parede, ao lado da porta.
Luiza trouxe muitas roupas não caberia todas as roupas na cômoda, o banheiro é um cubículo, com um chuveiro, um vaso e uma pequena pia. Nem mesmo espelho tem, isso é o que mais nos deprime, e precisamos ir comprar um com urgência! Penso comigo mesma. Luiza está no beliche resmungando e reclamando do quarto, assim como eu ela imaginava que diferiria tanto o quarto, quanto a universidade.No momento em que terminamos de organizar tudo escutamos batidas em nossa porta, olho para Lu que dá de ombros e abre; agora uma mulher muito baixinha com aproximadamente um metro e cinquenta entra no nosso dormitório marchando como a um general, olha-me e depois para Luiza e diz.
- Olá sou a inspetora deste bloco, meu nome é Coraline, estou aqui para passar as regras do dormitório para vocês. - percebo que ela nos analisa de cima a baixo e então continua - primeira regra é proibido trazer comidas ou bebidas para o dormitório. - nós assentimos com a cabeça e então ela continua - também é totalmente proibido trazer rapazes, a punição é expulsão! Além disso, não podem fumar, beber e nem ouvir música muito alta, o toque de recolher é às dez da noite se passar disso dormiram em outro lugar até o próximo dia, entenderam as regras citadas? - pergunta olhando com cara de mau-humor.- Sim, Coraline! - falamos juntas.- Muito bem! espero não ter problemas com as senhoritas - então ela virá as costas e sai antes que possamos responder, Luiza me olha e sorri.O refeitório era enorme e pelo que a Lu me falou são os alunos de nutrição que fazem o cardápio semanal, com mesas gigantes, e muitas cadeiras ao redor. Olhamos para o buffet nos servimos, existem várias opções de comida, saladas, frutas e massas, são tantas opções que nem sei o que pegar. Caio na gargalhada quando vejo o prato da minha amiga, uma montanha de comida com um pouco de tudo, ela me olha e dá de ombros. Escolhemos uma mesa e sentamos enquanto como calmamente Luiza não para de tagarelar, em menos de um minuto já conhece todas as pessoas sentadas ao redor da mesa, seus cursos, nomes e assim por diante, dou risada para mim mesma; mas me mantenho em silêncio já estou acostumada Luiza é assim mesmo, muito comunicativa enquanto eu sou quase muda. Mantenho-me olhando para o meu prato e comendo tranquilamente meu almoço. No entanto, uma sensação estranha me faz elevar o rosto olho todos ao redor; e então passo às íris rapidamente percebendo um rapaz na mesa da frente me encarando, ele é muito bonito, cabelos pretos, olhos verdes e um sorriso com dentes brancos, quando ele percebe que o vi me olhando, no mesmo momento ele sorri, com certeza é muito bonito. Viro o rosto rapidamente, mas sinto os olhos dele sobre mim até que termino, me levanto e retorno para o meu dormitório, depois disso tudo o que eu pensava era quem era ele, porque estava me observando.
Estava ansiosa devido à festa, tudo o que passava pela minha cabeça era, primeiro tropeçando e caindo na frente de todos, segundo Lu me apresentando a um rapaz e eu começo a dar risada, feito um porco, terceiro errar o nome das pessoas, com certeza esses são os meus piores pesadelos, mas ao me analisar no espelho concluo que estou até bonita, Luiza cacheou meus cabelos e me maquiou, no dela simplesmente alisou e depois eu a maquiei. Estamos prontas só esperando o Marcos passar para nos buscar, Lu não para quieta andando de um lado para outro daqui a pouco ela irá abrir um buraco no chão de tanto andar.- O que foi? – pergunto curiosa.- Estou nervosa para revê-lo tem umas duas semanas que não nos vemos – ela explica ainda andando de um lado para outro.- Vai abrir um buraco no chão assim – digo e ela ri.- Olha como minhas
Depois do acidente com Oliver passei o tempo todo cuidando para não causar nenhum acidente ou algum outro mico, Luiza passou a maior parte do tempo grudada no Marcos enquanto eu apenas olhava em volta entediada. As vezes notava Oliver me observando, mas não retribui não quero que ele pense que estou interessada nele. Mas parece que quanto mais eu ignorava ele, mas me olhava, até que todos os rapazes convidaram alguém para dançar e assim foi formando pares até que só ficou eu, a nojenta da Melissa e o Oliver, ele não convidou ninguém por um tempo. Ficou sentado observando os casais dançarem, até que Melissa levantou e o convidou para dançar, cai na gargalhada interna quando ele recusou e ela saiu sem graça para o banheiro. Fiquei tão distraída observando Melissa que não notei ele se aproximar de mim, ah! não! Ele vai me convidar, não posso, mas como dizer não para aqueles olhos verdes e sorriso encantador? Suspiro frustrada quando ele para n
Amanheceu lindo, ensolarado com o céu azul e nuvens branquinhas, um vento fresco e gostoso batia em mim me fazendo sentir mais animada para conhecer o zoológico. Marcos e Luiza optaram em ir ao cinema. Nos deixando sozinhos para o passeio, fomos ao carro de Oliver conversando o trajeto todo e rindo, com certeza ele é uma boa pessoa e alguém que eu gostaria de conhecer melhor, se não fosse o curso com certeza não estaria sendo tão chata no quesito romance.- Você vai amar aqui – ele diz me puxando.- Com certeza vou sim – falo sorrindo devido à empolgação dele, parece uma criança indo pela primeira vez conhecer aos animais. Já entrando vejo um arco gigante escrito zoológico, ele pega um pequeno mapa e decide que devemos começar pela jaula dos leões, nunca vi algo tão grande e assustador, ele me mostra o mapa novamente e pergunta onde quero ir. Escolho o santuário dos gorilas, tiramos uma foto e rimos, depois vamos conhecendo cada santuário e e
Os dias que se seguiram passaram feito um borrão, Luiza tentou de várias maneiras falar comigo, mas não quero conversar com ela; pensei que ela fosse minha amiga que nunca esconderia nada de mim, ainda mais algo que ela sabia que me magoaria. Conforme adivinhei meu rendimento nas aulas começou a cair, Oliver tentou de todas as formas possíveis, falar comigo, me mandou mais de cinquenta mensagens, me ligou umas vinte vezes. Ficava me esperando na minha ala, quando eu saia tentava falar comigo, mas eu sempre dava um jeito de fugir dele. Até que ele cansou e parou de correr atrás me dando um pouco de paz e espaço para pensar. Resolvi que já estava na hora de ir visitar minha família, sinto falta deles, e minha mãe vai conseguir me ajudar a colocar as ideais no lugar, Luiza me faz muita falta, ela era a única que eu podia contar nos momentos difíceis, faço minhas malas, arrumo as roupas para um final de semana e minha ex-amiga chega.- Só para te av
No dia seguinte ganhei alta do hospital, estava cansada de ficar ali parece que quanto fica mais doente você se sente, Oliver me levou no colo até o carro, achei um exagero afinal já consigo andar, mas ele insistiu então aceitei, minha mãe retornou para casa. Anthony ligou e pediu o seu retorno, Luca ficou doente e ele não sabia como cuidar dele. Mas Luiza garantiu que cuidaria de mim e Oliver também, até achei estranho pois ele veio sozinho me buscar, jurava que Luiza estaria junto.- E Luiza? – pergunto desconfiada.- Ela foi comprar um quite de primeiros socorros para seus curativos e fazer uma compra, em casa está sem nada na despensa – olho para ele e parece nervoso.- Você está bem? – estou muito desconfiada.- Estou sim linda – ele dá um sorriso torto mas ainda sim estou curiosa.- E Marcos? Não se importa de ter uma doente na casa dele? – falo brincando para descontrair.- Não, ele disse que não conhece ninguém que t
O mês passa rapidamente e as férias de julho chegam, duas semanas livre dos professores, colegas chatos e preocupações com notas ou provas, Oliver ganhou a aposta e não para de se gabar, em todos esses meses nunca o vi tão feliz, mas ele não falou nada de namoro sério estou quieta esperando algum sinal de pedido. Já se passou uma semana desde que a aposta acabou mas ele não tocou no assunto em nenhum momento. Luiza tenta me tranquilizar mas confesso que estou apreensiva, decido que o melhor vai ser confiar nele. Enquanto organizo as minhas roupas escuto meu celular vibrar, olho e vejo uma mensagem:“Linda se arrume vou levá-la para jantar beijos Oli”Mostro a mensagem desesperada para Luiza que sorri para mim, então decido que está na hora de estrear o vestido preto novo que eu havia comprado, é difícil ter ocasião para usar um vestido preto mais longo. Luiza me ajuda a me arrumar, alisa meu cabelo e me maquia, me analiso no e
Meu único pensamento era que eu queria que esse dia acabasse o mais rápido possível, pelo, o que Oliver me explicou estávamos indo para o tribunal onde um juiz iria transferir os bens para ele, normalmente em casos de herança através de testamento não é nada burocrático o juiz só irá confirmar que Oliver é o dono de tudo e fará a liberação dos bens para ele ter pleno acesso e o pai dele passa a não ter mais pleno uso do dinheiro, só se Oliver fizer a liberação diante do juiz o que eu duvido muito que faça, na verdade não tenho nem ideia do que ele fará com o pai dele. Quando chegamos no local percebo que logo isso será o meu trabalho, sempre estarei em um tribunal mas não como apoio de alguém mas sim como advogada lutando diante de um juiz por alguém que necessita dos meus serviços. Vai ser como assistir a um exemplo do que irei fazer, vai me ajudar e muito na universidade e quando o professor de direitos humanos pergunta o que fiz nas férias direi
Assim que Oliver conseguiu tempo nós fomos de carro até a casa da minha família, tudo o que eu conseguia fazer era rir, ele estava realmente muito tenso devido aos meus irmãos, primeiro porque pensava que eles não iriam gostar dele, segundo porque eles eram dois e ele apenas um e terceiro porque ele não sabia como interagir com muitas pessoas em um ambiente. Sempre foi sozinho e agora que mora junto de Marcos a única pessoa que ele convive é com o melhor amigo. Começo a rir quando ele pergunta o tamanho dos meus irmãos caso ele precise fugir, ele solta uma risada e pisca para mim, mas o meu verdadeiro foco é a minha família estou com muitas saudades, faz muito tempo que não os vejo minha mãe até vi depois do assalto mas os meus irmãos já tem muitos meses. Quando chegamos em frente da minha casa fico surpresa com o que vejo, esta totalmente pintada, o portão foi trocado, o pequeno jardim foi restaurado, até a porta da frente foi trocada, suspiro de