03

#Vinicius narrando 

Eu pedi que todas as vezes que Betina for vista indo até o riacho me avisasse já na mesma hora , eu queria saber todos os seus passos e está por perto dela sempre. 

- Ela está no riacho - Lorival diz me olhando - Acabaram de ver ela passando pra lá. - Abro um sorriso assim que ele diz

- Ótimo eu vou lá  - Falo para ele.

- O que você pretende fazer com ela Vinícius? - Ele diz me olhando

- Eu vou me vingar de todos eles - Eu Digo para ele que arregala os olhos - Eu vou vingar a minha mãe seu Lorival.

A única coisa que eu tinha em mente era isso, era vingar a minha mãe, nem que para isso eu tenha que usar Betina, ela era muito boba e iria cair no meu papo rapidinho.

- E as terras ? - Ele pergunta indo atrás de mim em quanto eu ia pegar o cavalo.

- Compre o banco se for possível - Digo para ele - Eu quero eles no fundo do poço, soterrados de dívida - Eu abro um sorriso - Vá atrás disso o quanto antes Lorival - Ele assente.

- Vou agilizar isso hoje mesmo - Ele diz e eu assinto subindo em cima do cavalo.

Assim que chego no riacho já a vejo sentada em uma pedra lendo um livro que cálculo ser romance, o seu vestido estava levantado até o seu joelho por causa do calor, ela tinha um corpo perfeito, Ela era toda perfeita, tudo o que eu queria era ela na minha cama.

- Não sei porque mas achei que ia te encontrar aqui - Digo dando um susto nela mas logo ela abre um sorriso para mim e eu sorrio de volta. Eu precisava me vingar de algum jeito e seria usando a sua inocência.

- Está me seguindo? - Ela diz fechando o seu livro e colocando em cima das suas pernas. - Você nunca vinha até aqui e gora sempre que estou você aparece - Ela diz em um tom de voz calmo.

- Quem sabe? - Falo sentando ao seu lado, ela me olhava com um brilho nos olhos. 

- Acredito que você seja bastante ocupado para ficar no riacho - Ela diz me olhando e eu abro um sorriso para ela.

- Talvez tenha uma bela moça por aqui que me interesse - Ela fica toda sem jeito. - Desculpa não queria te deixar constrangida. - Falo tentando amenizar a situação.

- É melhor eu ir - Ela diz se levantando mas seguro na sua mão.

- Fica mais um pouco? - Falo me levantando e ficando perto dela

- Não vai cair bem se alguém encontrar nós dois aqui sozinhos - Ela me responde mas eu ainda segurava o seu braço.

- Tenho certeza que ninguém vai aparecer por aqui - Eu falo passando a minha outra mão pelo seu rosto.

- Eu preciso ir - Ela diz um pouco nervosa, eu vou encostando a minha cabeça na sua e sinto a sua respiração pesada.

- Fica só mais um pouco? - Susurro quase encostando os meus lábios no dela, ela estava bem nervosa e dava para perceber que ela nunca tinha beijado ninguém. Selo nossos lábios em um beijo calmo

- Eu preciso ir - Ela diz se afastando de mim e juntando as suas coisas.

- Desculpa - Falo para ela que me olha por algum instante - Eu não deveria ter feito isso, mas eu não resisti.

- Tudo bem - Ela diz - Mas agora eu preciso ir - Ela fala saindo do meu campo de visão.

Abro um sorriso satisfeito com o que tinha acabado de acontecer, e já sentia essa bela morena nas minhas mãos.

Betina narrando 

Arrumo o cavalo no estábulo e fico pensando no beijo que ele me deu, eu nunca tinha beijado ninguém, o seu sorriso não saia da minha cabeça desde o primeiro dia que o vi no riacho. 

- Betina - Meu pai diz - Está tudo bem? 

- Sim papai - Eu falo - Eu vou entrar. - Ele assente e eu entro para casa.

Já era noite e o clima estava bem tenso na mesa, meu pai, meu avô e meu irmão estavam com a cara mais emburrada do que cavalo chucro, minha mãe e minha avó estavam com uma aparência estranha.

- O que está acontecendo aqui? - Eu pergunto e atraio olhares de todos eles - Porque estão com essas caras?

- As coisas não estão fáceis  - Meu irmão responde 

-E cada dia está ficando mais complicada - Meu avô fala

- E não tem jeito de reverter a situação? - Eu pergunto para eles

- Tem - Meu pai diz - Mas não sei se você iria gostar dela - Engulo seco

- Como assim? - Eu pergunto para ele já imaginando a sua resposta.

- Precisamos casar você com alguém que dê suporte para as nossas terras - Arregalo os olhos para o meu pai 

- Vocês querem casar ela com quem? - Minha mãe pergunta

- Ainda não achamos um pretendente  - Meu pai responde e eu fico em silêncio, não poderia discutir com ele ali na mesa.

O jantar termina em silêncio, e eu não consigo comer mais nada, vou até a escadaria que dava para a casa e deixo algumas lágrimas descer, como eu iria casar com alguém que eu nem conhecia?

- Bernardo - Falo assim que ele ia descendo as escadas e ele para e me olha - O que o pai disse é sério? 

- Betina estamos em uma situação difícil, e você vai precisar fazer a sua parte como a única filha mulher - Ele me responde  - Prometo que não vou deixar você casar com qualquer um.

Eu ainda não estava acreditando nessa situação , no que estava acontecendo.

(..)

Dois dias se passaram desde que eu encontrei ele no riacho e ele me beijou, seu beijo não saia da minha cabeça. Passo a tarde no riacho mas ele não aparece, nem sinal dele, acabo voltando para casa desanimada, estava tão esperançosa que ele iria estar lá, que ele iria me encontrar. 

- Anda Vladis - Digo para o cavalo que empaca no meio do caminho - Eu não acredito nisso - Digo bufando, e saindo de cima do cavalo, assim que saio ele sai em disparada - Droga - Dou um berro, caminhando iria demorar um século para chegar em casa, teria que ir pela estrada que era mais seguro.

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