Capítulo 5

Capítulo 5

Não se conforma dela não ter ido vê-lo. Deve fazer parte de seu joguinho, assim como fez no passado, mas não vai cair de novo.

Rangendo os dentes, puxa o paletó arrumando-o para tentar manter a calma, senta na cadeira mudando seus pensamentos para o trabalho. Minutos depois a secretária entra avisando que vai almoçar. Definitivamente está perdendo o juízo, acabou se esquecendo que ia almoçar e marcou horário no restaurante.

Olhando no relógio, constata que já passou do horário. Como seu estômago acabou de lembrá-lo que precisa se alimentar, trava o computador e vai até o refeitório da empresa. Talvez a encontre por lá.

Encosta a porta ao sair, anda até o elevador sem olhar para os lados, a última vez que o fez, meia dúzia de funcionárias se apaixonaram achando que estava se engraçando com elas.

Minutos depois entra no refeitório, o silêncio se instala fazendo Mathias olhar ao redor, todos o observam, é como se estivessem vendo um fantasma.

Suspirando se serve e procura uma mesa perto da janela. Fingindo que está tudo normal, pega o celular e observa as mensagens da noiva.

Enquanto isso, todos voltam a conversar e se alimentar como se o CEO não estivesse no refeitório. Mathias olha para as fotos que Samira enviou, as roupas são bonitas e como sempre, provocante, ainda bem que nunca sentiu ciúmes dela por se expor tanto, na verdade, não sente nada por ela.

Alguns minutos se passam, está quase terminando de comer e abre as mensagens novamente. Samira está quase nua usando uma camisola transparente e uma calcinha tão pequena que não cobre quase nada, em outros tempos teria ficado todo empertigado e excitado.

Suspirando, desliga a tela do celular e termina de comer. Vai até a cozinha enquanto coloca o celular no bolso e parabeniza os cozinheiros.

Entrando no elevador fica indeciso se vai para sua sala ou a de Raquel. Por mais que esteja com raiva de tê-lo deixado esperando, está louco para vê-la.

Está com a mente em sua sala, mas as pernas vai para outro lado, caminha o andar todo até chegar na área de eventos. Entra na sala de Raquel, como ela não está, olha para a porta da sala do amigo. Mais uma vez se vê olhando para a porta se perguntando se b**e na porta ou se volta para sua sala.

***

Dentro da sala, André Alves sente uma tontura forte, cambaleante se escorar na mesa. Raquel observa o chefe, fica preocupada, segura ele pela cintura para que não caia.

— Senhor... O que tem? Segure-se em mim... Vou sentá-lo e chamar uma ambulância.

— Não precisa — diz segurando-a pelos ombros para não cair.

Ela olha bem nos olhos do belo homem que tem a idade de Mathias, trinta e um anos, é tão lindo e jovem quanto ele. Por que será que está desse jeito?

— O que tem? — diz olhando dentro de seus olhos aguardando uma resposta.

— Eu...

Antes de dizer a porta se abre e Mathias entra, ficando paralisado ao olhar o casal se abraçando com tanta intimidade. Claro que Mathias não gosta do que vê e limpa a garganta tentando não demonstrar seu desagrado pela cena. O pior de tudo é saber porque ela não foi pra sala dele, é óbvio, seu amigo é muito mais interessante que ele.

— Atrapalho? — "Merda! Eu não ia dizer isso. Agora já era."

— Mathias, que surpresa. Você me visitou mais de uma vez no dia? É um milagre, geralmente você está ocupado demais conversando com as mulheres da empresa — diz André, antes de se sentar.

Mathias não responde, mas percebe a dificuldade para ele ir até a cadeira e sentar.

— O que houve?

— Acho que dei mau jeito na perna. Diga-me, o que quer?

Raquel repara que ele não quer dizer a verdade para o amigo.

"Mas por que? Que estranho." — pensa com o cenho franzido.

— Raquel?

— Senhor.

— Peça café para nós.

Ela concorda com um movimento afirmativo saindo em seguida. Em seus pensamentos tenta entender porque o chefe não disse que teve uma vertigem para o amigo.

***

Mathias passa a mão nos cabelos, sente a mandíbula dar um salto. Está tenso com o que viu. Raquel deve ter percebido que não conseguiria prender o CEO da empresa, então resolveu jogar seu charme para ninguém mais, ninguém menos, que o próprio patrão, muito espertinha, principalmente agora que ele está se divorciando.

Ela é linda, gostosa, tem excelentes atributos, Alves não conseguirá resistir e duvida que queira.

— Mathias? Por que está tão desligado?

— Estou cansado, ontem foi uma noite longa, para ser sincero, nem dormi. E hoje minha mãe quer me ver no jantar, chegarei tarde em casa.

Eles continuam conversando até chegar, o café. Alves conta um pouco como será o coquetel de sábado à noite.

— Sua secretária vai? — perguntou sem perceber, fecha os olhos brevemente por ter demonstrado interesse.

— Sim, não sou ninguém sem a Raquel ao meu lado.

De repente, Mathias sentiu uma vontade enorme de esganar o amigo. Mas se controla, com uma certa dificuldade.

— Entendo, não existe apenas ela eficiente nesse mundo — diz tentando demonstrar falta de interesse.

— Não me vejo sem a Raquel, nunca.

Mathias serra os dentes, incomodado com o comentário, suspira algumas vezes tentando manter a calma.

— Entendo...

— Você deve sentir o mesmo com a sua secretária.

— Alícia é substituível, como qualquer funcionário — responde num tom seco ao se levantar. — Vou indo caro amigo, tenho uma reunião às três da tarde.

Eles se despedem. Mathias sai, ela não está na sala. Sai mais nervoso do que estava. Andando até sua sala, pensa o que vai fazer para afastar o amigo de Raquel, afinal, sua vingança não acabou por aqui. A quer caída aos seus pés, completamente à sua mercê e terá que usar toda sua astúcia para isso, pois está perdendo terreno muito rápido para o amigo.

Para isso terá que deixar de ser mulherengo por um tempo, será difícil deixar de flertar e de amassar o traseiro da mulherada nas paredes dos corredores da empresa, mas será para massagear seu ego que está enorme.

Com um sorriso de ladinho entra na sala da secretária e a chama para tomar nota.

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