Capitulo 10

TALITA.

Fui de encontro ao Bruno e percebi que sua expressão não era das melhores, também deixei ele horas plantado por culpa do Ricardo, foi uma grande surpresa vê-lo aqui, as vezes que passei por aqui nunca o vi caminhar. Porém, não é da minha conta o que ele faz da vida. Reconheço que a forma como me tratou me deixou constrangida , foi como se tivesse dado em cima de mim na cara dura. Com certeza estava zoando com minha cara. Sei que não posso julgá-lo , mas um homem como Ricardo só ficaria com uma mulher como a mim, apenas para se divertir..

__ Tio Bruno, o tio Ricardo disse que vai fazer outra pipa não se preocupe. Guilherme deu tapinhas em seu braço como se o confortasse.

___O que aquele homem fazia por aqui? Cruzou os braços.

__ Ele estava fazendo caminhada. Respondo.

__ Talita caminho à anos e nunca o vi por essas bandas , aí tem coisa. Uma ruga se formou entre suas sobrancelhas.

__ Que nada Bruno. Quer saber ?vamos deixar o Senhor Ricardo de lado e voltar para casa. Deixe-me dizer que amei o passeio. Foi maravilhoso. Dou um esbarrão e ele abre um sorriso.

__ Poderia ter sido melhor. Segura minhas mãos acariciando, fico perdida sentindo seu toque e a forma cintilante como seus olhos estavam . _ Promete que não vai demorar para me dar a resposta? Sua voz saiu um pouco angustiada, depois de hoje eu não tinha dúvidas.

__ Bruno eu aceito orar com você. Ele crispou os olhos e abaixei a cabeça envergonhada.

__ Está falando sério? Procurou meus olhos.

__ Sim,  também estou apaixonada por você. Ele sorrio de orelha a orelha .

__Calma! Não esperava ouvir isso. Se curva colocando as mãos sobre os joelhos. _ Acho que vou desmaiar. Eu o seguro.

__Por favor, não faça isso. Você tem dois metros de altura e eu não posso carregá-lo. Seguro seu braço e ele assenti sorrindo.

_ Tudo bem, só porque você pediu. Bruno pega o Guilherme no colo e retornamos para casa. Ele comprimentou meus país e minha irmã, em seguida se despediu de mim com beijo na bochecha.

__ Bom almoço.

__Para você também. Ampliei o Sorriso. Fechei a porta e imediatamente Fanny surgiu.

__ Pode contar tudo mocinha._ Apontou o dedo indicador na minha direção e neguei com a cabeça saindo correndo para o quarto.

Depois de contar tudo que aconteceu naquela manhã, Fanny deu um gritinho empolgada.

__ Espera, você sai uma vez por ano, e sua vida consegue ser mais emocionante que a minha? Coloca a mão no peito indignada. __ Você aceitou o pedido de oração de um e beijou outro? Esbugalhei os olhos.

__Eu não beijei ninguém! Falei alto demais para o tamanho absurdo. Ela segurou a minha mão apontando o torço.

___ Você colocou seus lábios aqui e o Ricardo também, isso é um beijo indireto sabia? Arqueou a sobrancelha e puxei minha mão.

__ Não existe isso.

__ Existe sim. Sorrio cruzando os braços sobre o peito. _ Você gosta do Bruno não é? Tem certeza do que sente por ele? Não está outra vez confundindo seus sentimentos.

__ Claro que não, Bruno é um homem de Deus é o certo para mim. Afirmei.

__ Talita, ser homem de Deus não basta, sabe disso não é? Você tem que Amar ele, sei que e a fé é a base dessa relação, só que para um casamento dá certo existem outras qualidades. Vocês tem que ser compatíveis, tem que gostar um do outro de verdade.

__ Não existe alguém mais compatível comigo do que o Bruno , estou certa disso.

__ Está bem, se você diz eu acredito. Pega minha mão novamente.__Eu só quero seu bem , não quero que sofra, você é minha irmãzinha linda. Sorri e a abracei carinhosamente.

O restante do dia seguiu de forma harmoniosa, terminei as provas que estavam faltando, brinquei com a Nega e meu afilhado, que por vista não parava de tagarelar sobre a pipa que Ricardo prometeu, espero que cumpra, porque Guilherme não esquece das coisas tão fácil. A noite chegou e fui para o meu quarto, nem consigo acreditar que Bruno e eu vamos começar a orar, não me resta dúvidas que a resposta de Deus será um sim. Afinal, quem melhor que o Bruno para ser meu futuro marido? Acariciei a cachorra deitada ao meu lado.

___Nega ,prometo que vou dar mais tempo há você. Que tal amanhã irmos passear no parque o que acha ? Pergunto e ela late em seguida, sorri parece que gostou dá ideia. Permaneço deitada no chão enquanto fazia carinho nela. Olhei para meu quarto e tudo estava uma bagunça, ofeguei com certa relutância, por fim decidi fazer uma faxina no local.

Depois de encerrar meus afazeres me encontrava totalmente exausta, contudo o sono parecia ter desaparecido, demorou um pouco para eu finalmente relaxar e dormir, porém, fui acordada com o celular tocando, parecia que isto estava virando rotina, levantei arrumando o cabelo e peguei o aparelho ainda sonolenta na mesa do computador do outro lado. O número era desconhecido, não fazia ideia de quem era.

__Alô.

__Você está certa eu menti._Uma voz masculina disse ofegante. Achei que não poderia reconhecer de antemão, mas meu coração se acelerou no exato momento que ela surgiu e soube quem era. Sobre o que estava falando?

__Ricardo é você? Perguntei aflita só para ter certeza, não obtive a resposta. Apenas uma respiração pesada do outro lado. ___Ricardo Você está bem? Se tiver por favor me responda.

__Ninguém pode me salvar professora. Sua voz estava embargada e fraca. Meu peito entrou em estado de alerta.

__Ricardo me escute apenas. Não importa o que está passando, você vai ficar bem entendeu? Deus te Ama Ricardo, ele é com você se apegue nisso e ele nunca desistiu de você. De repente a ligação caiu.__ Meu coração pulsava compulsivamente, tentei ligar de novo mais ninguém atendeu, sentei na cama olhando o aparelho preocupada, a voz era dele eu tenho certeza, porque ele disse isso? do que ele está falando. Pensei em levantar , mas ir uma hora dessas na sua casa  não seria uma boa ideia, são quatro da madrugada. Então enviei uma mensagem.

Por favor, me avise se estiver bem. Estou preocupada. Lembre-se do que eu disse. Deus está com você. Enviado.

Aguardei alguns minutos, mas não houve retorno.

Então fiz a única coisa que poderia fazer no momento, ajoelhar e orar pedindo para Deus guarda-lo , amanha eu iria ver o que houve, talvez esse seja um sinal que ele precisa de mim. 

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Depois do que houve nessa madrugada, não conseguia dormir , levantei logo cedo e fui preparar o café, ainda estava lutando comigo mesma, se deveria ir vê-lo ou não, não quero que a mãe dele pense outra coisa. Arrumei a mesa deixando tudo impecável. Analiso tudo atentamente, panquecas, frutas, leite, pão e o iogurte do Guilherme. Sorri satisfeita.

___Caiu da cama foi? Meu pai aparece me olhando desconfiado, enquanto eu desenhava círculos com o garfo sobre a mesa.

___Talvez, Sorri.__O Bom que temos café da manhã pronto, o senhor não deveria estar dormindo.?

___Eu deveria estar trabalhando isso sim. __Resmungou e ajudei com as muletas. ___As contas estão todas atrasadas, nem sei como pagar.

___Não se preocupe, irei dar um jeito. Toquei seu ombro o confortando.

__Esse é o problema, você não tem que dar jeito em nada, eu sou o homem dessa casa. Pega o pão comendo. __E aquele rapaz fique longe dele não me passou boa impressão. Retruca ainda mastigando.

__Ricardo? Questiono com a voz falhando.

__É .. não gostei da sua atitude com a filha. Continua _ E você não tem que se meter em brigas alheias, Já basta a sua irmã, não precisamos de mais problemas.

__ Estive pensando e se Deus me escolheu para ajuda-lo , não posso negar. __Respondo sincera.

___Tudo bem, ajude orando por eles . Ele disse e concordo. _Conhecia o senhor Ramon ,sabia que queria me proteger a todo custo.

__Está bem. O senhor está certo_ murmurei abaixando a cabeça.

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Me arrumei para passear com a nega, coloquei uma legging preta e uma camiseta branca grande , prendi meu cabelo em um coque e peguei o celular para convidar o Bruno . Sim , estava fugindo a todo custo de ir vê-lo , cheguei a conclusão que ele tem a família a seu lado, não preciso me preocupar, como meu pai disse, irei continuar a orar por eles.

___Está a fim de fazer uma caminhada comigo hoje?

___O que? Você se exercitando? Essa quero ver. __Me espera, estou chegando. Meu peito se encheu de alegria .

Não demorou muito para ele chegar, abri a porta e o recebi sorrindo, estava muito bonito com uma calça moletom e uma camiseta branca.

___ Vamos? Lançou um olhar curioso na minha direção.

___Sim, vou buscar a Nega. Assentiu encostado no batente da porta. Ela estava toda alegre já que era a primeira vez que ia passear. começamos fazer uma caminhada leve em volta do parque, a brisa estava ótima e ao lado do rapaz por quem estou apaixonada, não poderia querer algo melhor, aos poucos começamos correr juntos .

Bruno não parava de tirar sarro por literalmente estar travada, de fato parecia uma senhora. Sentei um pouco debaixo da árvore tomando um pouco de agua, enquanto  o observava correr com a minha cachorra . Todos os olhares eram voltados em sua direção .

Vagamente, uma hora ou outra me recordava da ligação que recebi do Ricardo. Por mais que tentasse dissipa-las, suas palavras ficavam ruminando na minha mente.

Avistei uma moça carregando um monte de sacolas em uma das mãos  e um gatinho na outra, Nega parou olhando o pequeno filhote que logo se esperneou no colo da moça , troquei olhares com Bruno, pensei que a moça iria correr, só que ao inves disso largou as sacolas com os olhos esbugalhados abraçando o gatinho e se agachando no chão, a cachorra aproveitou a oportunidade e correu para cima dela, me levantei imediatamente para impedir, Bruno por sua vez foi mais rápido e entrou na frente a empurrando com o seu antebraço antes de ataca-la.

___ Nega! __ Esbravejei que recuou abaixando a cabeça. Corri na direção do Bruno.

___Você está bem? Segurei seu braço olhando o ferimento.__ A Nega te mordeu?

___ Sim, não foi nada, moça você está bem? perguntou só então vi a moça nos encarando um tanto assustada. Ela olhou o braço do Bruno com certa relutância e se virou de costas.

___Esconde isso, não posso ver sangue. Se levantou com o gatinho no colo. ___ Vocês deveriam tomar cuidado com esses animais selvagens ou vou mandar chamar a carrocinha.__Sem agradecer se virou jogando o cabelo e saiu como se nada tivesse acontecido. Meu amigo sentou no chão ofegante a olhando incrédulo.

___ É isso que ganho por sempre querer bancar o herói das donzelas em perigo. __ Ele suspira dramático e riu..

___Venha, vamos no médico ver esse braço. O ajudei a levantar.

___Não é necessário. Pestanejou

___ Bruno não começa. O advirto . voltamos para casa peguei a chave do meu carro a bolsa e seguimos para o hospital, não parecia ser nada grave,  mesmo assim queria ter certeza, entramos e esperei o Bruno no corredor não demorou muito e saiu..

___ Eai? o que o médico disse?

___Nada grave, como imaginei , ele só passou um remédio para tomar e uma pomada. Mostrou a receita e peguei da sua mão.

___Ótimo, Vamos comprar.

___Não Talita, eu compro. Ele tenta pegar e  escondo atrás de mim, fazendo seu corpo ficar próximo do meu , ficamos nos olhando. Balancei a cabeça me concentrando em outra coisa que não seja na suas safiras azuis.

___Negativo, minha cachorra te mordeu.Justifico

___Não precisa, sei que está cheia de contas não quero te dar gasto. O fuzilo com olhar.

___Esse remédio não é caro relaxa. Sorri abrindo a bolsa para pegar a carteira, quando olhei dentro avisto um bolo de notas de dinheiro.

___ Realmente tem dinheiro de sobra para pagar, aonde arrumou? fez algum empréstimo? Ele me olha curioso .

__Não. Neguei com a cabeça chocada. __ Será que ele seria capaz de fazer isso? Mesmo depois de recusar o dinheiro. Não existe outra explicação. Como esse dinheiro todo viria parar aqui?

___ O que houve? Sua expressão está estranha. lancei um olhar preocupado para o Bruno.

___Se importa de ir a um lugar comigo?

___ Claro que não, aonde vamos? Disse mostrando sua inquietação.

___ No caminho te explico. __Apenas preciso conversar com alguém. 

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