EDWARD PORTMAN Enquanto dirigia pelas ruas de Nova Iorque, os meus pensamentos oscilavam entre a revelação sobre Merith e o caos da cidade que me cercava. Atravessando a Ponte de Manhattan, a imponente vista do horizonte de arranha-céus parecia uma selva de concreto que se erguia em direção ao céu. Era uma beleza brutal, uma paisagem que impunha respeito, mesmo que as minhas preferências pessoais não concordassem. Percorrendo as avenidas movimentadas, os meus olhos ocasionalmente se desviavam para os vendedores ambulantes nas calçadas, os táxis amarelos apressados, as pessoas que iam e vinham em uma coreografia frenética. Era uma dança caótica de pessoas com pressa, uma dança que eu preferia observar à distância. Atravessando o Central Park, uma ilha de tranquilidade em meio ao caos, pude ver os tons suaves de verde se destacando contra o cinza dos prédios ao redor. Era um lembrete de que, mesmo em meio à agitação, havia lugares de refúgio, onde se podia encontrar um momento de p
MILENA CHRISTIAN Assim que acordei com o sol tentando espreitar entre as cortinas claras, senti uma energia incomum percorrendo o meu o corpo. Era como se todas as preocupações e incômodos típicos da gravidez tivessem decidido dar-me uma folga neste dia especial. Com quatro meses de gestação, eu já havia enfrentado alguns altos e baixos durante a manhã, mas hoje parecia ser uma exceção bem-vinda. Afinal, eu estava ansiosa para o jantar com as minhas amigas, Ruby e Sophie, e também para conhecer o irmão mais velho de Ruby, alguém que ela falava com tanto carinho e admiração. Era uma oportunidade perfeita para relaxar, deixar os problemas de lado e conhecer novas pessoas. Enquanto me espreguiçava na cama, pude sentir um sorriso se formando nos meus lábios. Levantei com um ânimo que há tempos não sentia e dirigi-me ao banheiro para minha higiene matinal. O chuveiro estava convidativamente quente, e a ideia de um banho relaxante envolveu-me como um abraço caloroso. Deixei a água esco
MILENA CHRISTIANEnquanto soltávamos as mãos, a porta atrás de Edward abriu-se novamente.Um homem igualmente atraente entrou, carregando sobremesas e o olhar de Edward se voltou para ele enquanto ele se aproximava de nós.— Meninas, este é o meu melhor amigo, Norman Duncan — Edward apresentou, o seu sorriso transmitindo uma cumplicidade evidente. — Ele trouxe as sobremesas.Norman cumprimentou-nos com uma energia contagiante, e o seu humor espontâneo trouxe risos instantâneos à sala, criando uma atmosfera ainda mais leve e descontraída. Era evidente que ele e Edward compartilhavam uma amizade divertida, e aquela dinâmica envolvente parecia se espalhar para todos nós.Enquanto Edward se envolvia em uma conversa animada com Norman e Ruby, e Sophie compartilhava as suas próprias histórias com o grupo, senti uma onda de determinação se formar dentro de mim. Decidi que aproveitaria a oportunidade para preparar alguns petiscos extras para complementar o jantar. Afinal, uma boa comida sempr
MILENA CHRISTIANAcordei com uma dor de cabeça latejante, e assim que abri os olhos, senti uma onda de náusea atingir-me. O quarto estava girando e a minha boca estava seca como papel. Tentei lembrar-me da noite anterior, mas tudo estava confuso e embaçado.Lentamente, comecei a mexer-me na cama, viajando os olhos pelo quarto semiescuro e percebi que ainda estava vestida com a roupa que usei na casa das meninas. Como eu consegui chegar em casa? As lembranças eram vagas e fragmentadas, como flashes de luz numa noite escura.Mas não havia tempo para pensar nisso agora. Olhei para o relógio e o meu coração afundou. Eu estava atrasada para o trabalho, e não podia dar-me ao luxo de perder mais um minuto. Com um esforço hercúleo, consegui me levantar da cama e cambalear até o banheiro.Enquanto escovava os dentes, as lembranças da noite anterior começaram a voltar. Rimos, fizemos danças patéticas e conversamos como se não houvesse amanhã. Parece que o jantar na casa das minhas amigas foi um
MILENA CHRISTIANSentada em um café com Edward, a minha fome era insaciável. Eu comia sofregamente, uma parte de mim se condenando por ter ignorado o café da manhã após ter bebido demais na noite anterior. Afinal, eu estava grávida, e sabia que não estava cuidando bem de mim mesma e do bebê com esses hábitos imprudentes.Mordi uma torrada enquanto observava Edward, que parecia completamente distraído com o celular. Ele não havia pedido nada para comer, e isso deixou-me curiosa. Será que ele estava tão preocupado com a situação que havia esquecido de comer? Ou talvez ele tivesse os seus próprios segredos e preocupações para lidar.Engoli a comida com dificuldade, minha garganta seca de nervosismo. Tínhamos tantas questões a resolver, e eu me perguntava como tudo isso afetaria a minha vida e a vida do meu bebê. Deixei com que o chá de framboesa adocicado lavasse o tom salgado da torrada, e limpei a boca em seguida, pretendendo iniciar a conversa.— Edward, o que vai acontecer connosco,
EDWARD PORTMANMilena Christian ... era na melhor das hipóteses tudo aquilo que eu precisava, e Ruby sem dúvidas não pode sequer sonhar com o acordo que temos.E com certeza devo méritos ao Norman, já que ele teve a brilhante ideia de considerar um contrato para uma mulher semidesconhecida, grávida, e com a alta taxa dela achar que sou um maníaco.A porta da cozinha abriu-se de repente, trazendo Norman com a bandeja de sobremesas. Percebi que, assim que ele entrou, que os olhos dele observaram brevemente a ruiva ao meu lado, e então ele se aproximou de mim com um olhar sério, cochichando no meu ouvido que precisava falar rápido comigo, me obrigando a se afastar de Milena.— Edward — Norman começou em um tom de voz discreto, mas urgente. — Precisamos conversar.Eu encarei-o com uma expressão interrogativa, não tendo a menor ideia do que ele tinha em mente. A primeira coisa que pensei foi que Norman havia se interessado por ela, e apesar de ser algo muito estranho de se acontecer em um
EDWARD PORTMAN Saí da minha sala, localizada no mesmo andar do escritório do CEO, Lewis LeBlanc. A empresa era meu lar durante longas horas de trabalho, e eu estava determinado a manter a minha imagem imaculada. Cada passo que eu dava naquele corredor refletia o meu comprometimento em fazer a compra do negócio da forma certa. Afinal, essa era minha única oportunidade de avançar na hierarquia corporativa, entrar na mesa administrativa e, quem sabe, comprar ações da empresa. Bati à porta do escritório de Lewis, aguardando a permissão para entrar. Senti a tensão crescer no meu peito enquanto aguardava, lembrando-me das poucas horas que me dispus para criar uma boa razão, e bastante convincente para abordar o meu plano pouco criativo. Afinal, convencer o CEO da empresa a fazer uma festa corporativa não era tarefa simples, especialmente em tempos de economia apertada, e Lewis era um homem mão de vaca, para não dizer muito. Finalmente, a voz dele veio através da porta, autorizando a minh
MILENA CHRISTIANO médico, que é um homem mais experiente, entra no consultório com um sorriso caloroso e começa a preparar o aparelho de ultrassom. Ele tranquiliza-me, explicando o que veremos e como tudo acontecerá. Sinto uma mistura de excitação e ansiedade enquanto ele desliza o gel frio na minha barriga e coloca o transdutor.Eu fui obviamente negligente porque essa é a minha primeira consulta pré-natal desde que descobri a minha gravidez, e depois de vários testes, finalmente poderia fazer aquela que mais me deixava na expectativa.Quando a tela do aparelho de ultrassom ganha vida, os meus olhos fixam-se nela, ansiosos para ver a pequena criatura que tem crescido dentro de mim. A minha respiração fica suspensa enquanto o médico começa a mover o transdutor, e aos poucos, a imagem do meu bebê começa a tomar forma.Observei os contornos de uma pequena criatura pequena e perfeita, suas feições ainda em formação, mas já surpreendentemente frágeis.— Se você quiser, posso revelar o gê