A esperança finalmente havia chegado, a vinda de Hedricks me fez sentir medo, mas muita felicidade, o fim do martirio em minha vida, finalmente, não seria fácil, não com o poder dos Monzaga, mas porque não sonhar? Mesmo que desse errado, eu não quis pensar nisto, apesar de saber que era loucura, todas as vezes que os mals pensamentos me invadem, sim, me recuso a pensar que a felicidade pode não existir para mim. Por mais que eu não conseguisse amar Kaled, como fui apaixonada por Jamie, nem como me sinto com Valentim, em dias cuidando dele, não pude deixar de sentir pena, de nada lhe servirá o dinheiro, todos os impériosos comércios que possui, quando no fim, ele parece tão solitário, foram poucas vezes que a sua mãe veio em visita, estando efermo, em todas elas no fim a sua serventia era exposta, como carneiros em tendas de vendas. Kaled não passa de um cartão corporativo para a sua família, uma bela oportunidade de crescimento dos Monzaga, e por diversas vezes, me peguei pensando e
Vingança não é algo tão fácil, como se pensa, nem barato. A ideia de mudar de país, me dedicar totalmente a seguir a família Monzaga parecia tão fácil, puro engano o meu, seria fácil, se eu não fosse o responsável pela família Valentim, se não fosse o único neto, o pai solteiro, o genro, que deve lidar com tudo sozinho, era mais fácil, porém sem proposito. Nos primeiros dias, o meu avô adpatou-se a moradia dos Sarfields, ele a mãe de Judhie são bons amigos, é se assim posso dizer que são, o que não agradava em nada, Sarfield, o meu então sogro, seja casado com Olga, ou marido de Judhie, tudo bem que não da maneira correta, mas ainda assim pais dos seus filhos. A ideia de deixar um homem sob o mesmo teto que a sua esposa não agradava em nada, Sarfield, isso dava pra perceber de longe, ele estava incomodado, nem mesmo saindo de casa. Pelo menos, era o que parecia, apesar de anos tendo Fernan como meu parceiro, ele não é eu, isso é claro, as pessoas preferem negociar com o herdeiro Val
Não fazia sentido algum o que estava acontecendo, aquele homem a minha frente, poderia ter a imagem de Khalil, a voz, mas não era o meu irmão mais novo, Khalil nunca conheceu o sofrimento como eu conheci desde novo, dias sem dormir viajando de lugar a lugar, cidade a cidade, como um simples filho de um comerciante de tecidos, abri mão da comida para durar mais dias na estrada, ficar horas de tormenta, ignorando o sono para chegar em outro lugar, encontrar fabricante, nossos compradores, ele nunca havia se sacrificado tanto, como eu. Até chegar os doze anos, e ter que passar a viajar sozinho, lidar com tudo sozinho, porque o nosso pai adoeceu, apesar que a doença nos rendeu mais filhos, mas Khalil nunca passou pelo o que eu passei na vida, como o filho mais velho, era dever servir como exemplo para os mais novos. E quando desapontava o nosso pai, era castigado como um animal qualquer, dias sem comer, dias no sereno, noites que viravam dias, e dias que viraram noites diante dos meus olh
Foram dias presas no quarto, vendo o amanhecer e o anoitecer dos dias, a minha alimentação que antes era pensada no bebê, não é mais, tornou-se apenas uma ao dia, eu quis esquecer não pensar na situação de Kaled, era um problema entre irmãos, de família.- Não podemos levar água e nem alimento pra ele. Ordens do senhor Khalil, quem o desobecer será punido. - Mas quando escutei Esmirra falar, fiquei em choque, mesmo que dentro daquele porão fosse o Kaled, ele era somente um homem enfermo, doente.- E o que ele pretende com isso? Matar o irmão? - Lhe vi assenti ao me escutar, era uma notícia infeliz, mesmo que não fosse de uma boa maneira, ou uma escolha minha vim aqui, estar aqui, sempre soube que Kaled nunca foi ruim, não com os seus, tampouco com os empregados.- Sim, ele vai mata-lo, a senhora Monzaga se recusa a ir ver o filho, ficando apenas no quarto quando sai vai direto para rua, compra jóias, mas até isto o senhor Khalil já a proibiu, deixou claro que se ela quiser jóias, mand
A recusa de Judhie doeu em minha alma, nunca imaginei que ela faria isto, segui a esmo do porão pela casa, encontrando Khalil sentado a frente de uma mesa, a grande casa numa verdadeira bagunça, móveis indo, voltando, parede sendo pintadas.Poeira por todos os lados, mas nada me importava, era uma sensação ruim, a pior delas até então, eu quis chorar, tive certeza que iria se não segurasse as lágrimas prestes a descer, a mostrar as minhas fraquezas.Sentimentos são como vísceras expostas. - Onde está a ordinária?- Khalil perguntou num tom áspero, rude, olhei para ele notando que me olhava juntamente com seis homens ao seu redor, ela não me quis, não quis nem mesmo ir embora comigo deste inferno que isso está prestes a se tornar.- Desistiu de leva-la? Não está mais do seu agrado? Diga rapaz o que quer? Uma vadia ela sempre foi, você já a pegou usada de qualquer maneira, achou que ela estava purificada só porque veio pra cá?- As perguntas eram em tom de zombaria, ele ainda me olhava sen
- Porque de isto?- Indaguei a mulher sentada no chão, imóvel no escuro que mal dava para saber se estava sozinho ou acompanhado, somente a respiração intensa que garantia uma certeza, nada mais que isto.Como resposta, obtive o silêncio, não desisti fácil em querer saber, a sua atitude me intrigava, passou bastante tempo, quando levantou tocou a minha testa, e mais uma vez se sentou ali quieta, em silêncio.Não sabia o que estava sentindo por dentro, se era felicidade por ela ter ficado a meu lado quando a miséria batia a porta ou a tristeza por ter escolhido ficar e morrer aqui comigo, no fim não havia esperanças alguma se quer.Judhie é como louca, insana, talvez, ficamos em silêncio, até que notei pela respiração calma logo ela adormecia ali no seu canto, rastejei-me como pude, no vão frio, mofado e imundo, por ali havendo dejetos de humano, restos de comidas também.A pouca água numa bacia, toquei o seu rosto devagar, somente pelo tato pude sentir os seus traços perfeitos, maravil
- Oi. - Foi mais um dias daqueles exaustivos, entrei em casa retirando a minha mochila sobre o ombro colocando no em cima da mesa, o homem sentado na poltrona lendo pacientemente um papel, apenas me olhou. - Como foi o seu dia? - Não pude deixar de dá um sorriso de leve para ele, que ainda sentado me olha. - Bem, acho que bem, vendi duas obras. - Lhe vi erguer uma das sombrancelhas negras grossas. - Hum... qual delas? -Não pude deixar de perceber os brilhos em seus olhos escuros, simplesmente não acreditando que sim, seis anos se passaram desde aquele dia, seis anos após termos esperado a morte num porão frio, mofado, mas não era de frio, nem de mofo que íamos morrer, era de fome, de maldade, ele por confiar em seu irmão, enquanto eu, por acreditar numa tolice que até hoje me faz atingir a própria testa ao lembrar que abri mão da minha família para evitar que eles sofresse. Kaled andou aproximando-se em minha direção, o sorriso curto em seus lábios, sim, e por mais que eu tenha fica
Depois daquele dia, nunca mais procurei saber nada a respeito de Judhie, sobre Kaled, sobre o passado, não havia mais motivos para procurar ou me preocupar com ela, ninguém nunca havia me feito de trouxa, como Judhie fez, senti ódio, arrependimento, lutar contra o que nasce de uma maneira incontrolável dentro de si, é péssimo, sem sentido algum, na vida de pessoas como eu, não há espaço para amor, isso é perca total de tempo, quem ama se auto engana, quem pensa sobre o amor também. Quando Sarfield me propôs unir-me a sua filha mais nova, em troca de algumas propriedades, em outras ocasiões eu, Hendricks acharia um absurdo, Olga aos meus olhos somente era uma menina, a irmã da mulher que amei, que amava, capaz de aquecer o meu sangue de uma maneira que nenhuma outra pessoa era capaz de fazê-lo. Mas o Hendricks rejeitado, indignado, não quis mais saber de sentimentos, amores inoportunos, idiotices que amolecem o coração de qualquer homem. Eu não sou assim, a cerimônia foi tão rápida n