Droga! Eu não consigo parar de sorrir. Nesse momento consigo sentir um turbilhão de emoções dentro do peito.
Eu vou conhecer Paris e andar de aeronave pela primeira vez.__ Você ainda não me contou como conseguiu convencer o meu pai, Tessa. Eu sempre pedi a ele que me deixasse ir para Paris para poder visitar minha avó, mas sempre recebi o belo de um "não" como resposta.
Génesis sussurra ao passo que atravessamos a pista do aeroporto Heathrow para entrarmos em um avião particular que trazia o logotipo Greenford em sua fuselagem branca e reluzente.
__ Não fiz nada de especial, apenas pedi a ele e este consentiu após uns segundos de suspense no ar.
Ela semicerra os olhos e franze o sobrecenho como se dissesse silenciosamente que há mais algo por detrás do consentimento espontâneo de seu pai.
Escancaro a boca deliberadamente ao ver o interior luxuoso da aeronave. É grande, com os móve
Avalio as roupas em minha mala com um grande pesar.Nada parece ser bom o suficiente para jantar num dos melhores restaurantes de Paris, com vista panorâmica para a Torre Eiffel e para outros pontos turísticos da cidade.Com um suspiro, levo o vestido branco simples e anoso ao corpo, convencendo-me de que é a melhor opção.Estou caminhando até ao banheiro quando batidas irrompem pela suíte do hotel. Deixo o vestido sobre a cama e caminho até a porta, trajada apenas em um roupão cor-de-rosa macio e com um perfume de lavanda.__ Olá, Tessa.__ Génesis cumprimenta com um sorriso.__ Eu tenho uma surpresa para a senhorita.Diz apontando para a longa caixa de presente branca adornada com um laço de cor azul vibrante em seus braços.__ O que tem aí?Inquiro, vendo-a caminhar em direção à cama.__ Abre-a, tenho a certeza de que vai gostar.Fecho a porta, e com os olhos semicerrados junto-me a ela, extre
Uma chuva fina quase geada húmida, descendia sobre a cidade Parisiense enquanto eu e o Senhor Greenford interpelávamos os transeuntes numa busca impetuosa por Génesis.__ Monsieur, je suis désolé. Je n'ai pas vu une petite fille blonde, aux yeux bleus, vêtue d'une robe bleue?*(Senhor, desculpe. Por acaso não viu uma garotinha loira, de olhos azuis, trajada num vestido azul?)Pergunto, sentindo uma amálgama de emoções que vão do medo a angústia e até mesmo culpa por não ter ido atrás dela imediatamente. O homem nega com a cabeça e continua o seu caminho como o restante das pessoas a quem eu fizera essa pergunta nas últimas horas.Collin se aproxima com uma feição desagradável, ele passa a mão no queixo e para do meu lado.__ Nada, ninguém a viu! Eu estou quase tendo a droga de um enfarto.__ ele resmunga, retirando o celular do bolso interior do seu paletó.__, mas quando ela aparecer ter
Quando Collin decretou que voltariamos o mais rápido possível para Londres para mim foi quase um alívio. Toda aquela vontade que eu tinha de conhecer os pontos turísticos de Paris se esvaiou depois da revelação pertubadora de Génesis. Eu não consegui manter contato com ela depois que abandonara o hotel com Kira, e na verdade achei melhor dar-lhe um tempo.Assédio. Aquela acusação era gravíssima, de facto nunca fui uma grande apreciadora de lady Armstrong e sua conduta sempre me pareceu bastante duvidosa, mas agora, pensar que ela tenha feito algo tão perverso e imperdoável com Génesis... Isso nunca me passara pela cabeça. E, inclusive busco qualquer detalhe que terá me passado desapercebido.As únicas coisas que me vêm a cabeça agora é que ela nunca gostou de lady Armstrong e que sempre parecia incomodada com à sua presença, algo que sempre associei ao facto dela ser uma mulher bastante rígida e inflexível. Mas, Génesis não mentiria sobre algo tão sério, diss
Os dias haviam passado. Kira apresentara à polícia provas irrefutáveis de que, de fato, Génesis era molestada por lady Armstrong. Em um vídeo perturbador, de aproximadamente 1:02 segundo era possível ver ela passando a mão no corpo de Génesis de forma íntima e a agredindo fisicamente. Foram apresentadas cenas em que ela tentava beijar a menina à força, e aparecia adentrando no seu quarto altas horas da noite, mas não era possível ver o que acontecia a seguir com nitidez, por causa da penumbra que envolvia o quarto.Em outras cenas ela aparecia fazendo ameaças de morte e batendo nela. Foi extremamente incómodo assistir e ouvir tudo àquilo. Os crimes foram filmados muito antes de eu começar a trabalhar para os Greenford. Génesis colocara uma micro câmera em uma da
Eu lanço um meio sorriso ao senhor Pierrez antes de abandonar o carro que acabara de estacionar em frente a uma casa simples, porém elegante, localizada em um bairro calmo e simpático de Londres.__ Eu volto num instante.__ declaro incerta.Sou tomada por uma leve brisa da tarde. Aspiro com deleite o ar e olho com mais atenção à minha volta, reparando em alguns idosos sentados na parte dianteira de suas varandas com uma vista para os seus jardins bem cuidados e agradáveis de se ver. Alguns se faziam acompanhar de rádios e os outros simplesmente acompanhavam o movimento da rua.Aceno de volta para um velho risonho que balançava os braços de forma agitada em minha direção como se nos conhecessemos há décadas, e explano um sorriso espontâneo.Toco a campanhia da casa de número 009, tomando o cuidado de conferir novamente o ende
Abro a porta do quarto onde Collin está alojado, trazendo comigo um belo buquê de orquídeas. Quando adentro o interior do cómodo por completo posso vê-lo sentado em uma cadeira perto da janela, lendo um livro concentradamente.__ Vejo que o senhor está ocupado.Collin ergue a cabeça e abre um pequeno sorriso, ao qual eu correspondo com deleite.__ Tessa.__ ele pronuncia o meu nome com contentamento.__ Pensei que não viria, mais uma vez.__ As coisas na mansão estão um caos, os empregados estão um pouco perdidos desde que lady Armstrong se fora. Apesar de tudo ela era bastante competente.Sento-me à beirada da sua cama e avalio com cuidado os detalhes.__ Agradeceria se não voltasses a mencionar o nome dessa mulher, dá-me ânsia de vómito.__ ele diz encolerizado.__ E eu preciso que a senhorita se encarregue de auxiliar os empregados ou que contrate uma nova governanta, aqui dentro
"As pequenas coisas são as maiores coisas da vida."Eu nunca entendi essa frase até encontrar-me na situação em que estou. Eu gostaria imenso de poder voltar ao passado e ter pensando melhor nas minhas atitudes, gostaria de ter tido a capacidade de pensar menos em mim, e mais nas pessoas à minha volta.Mas, agora estou mais do que ciente de que me lamentar não vai apagar o passado como se fosse uma borracha, e não vai eliminar o rancor e o ódio que Génesis sente por mim.Antes de desculpar-me com Génesis, primeiro eu tenho que me perdoar e me libertar de toda a culpa que carrego. Sei que nunca terei a força de seguir em frente e melhorar enquanto não me perdoar por não ter ajudado Kendall quando ela mais precisou de mim e por ter negligenciado Génesis ao ponto das coisas chegarem onde chegaram.O que mais me acalenta nesse momento é saber que posso contar com Tessa. Tenho de admitir que ela tem-me surpreendido bastante pela positiva. Penso até que co
Os soluços e lamentos que Génesis soltava deixavam-me entristecida. É lastimoso ter que revê-la nas condições em que nos encontramos. Parece até que uma nuvem sombria persegue os Greenford.__ Ela matou-se por culpa do meu pai, Tessa.__ Génesis diz entre soluços.__ Ele é o grande responsável por todas as desgraças que acontecem.Génesis diz irritada, as lágrimas desciam pelo seu rosto cadenciadamente.__ Não diga isso, querida. O seu pai também está bastante abalado com o que aconteceu, não é o momento mais indicado para fazer acusações.__ digo-lhe num sussurro.Ainda nos encontrávamos no hospital. Collin estava sentado distante de nós as duas, suas mãos cobriam o seu rosto e o seu pé direito batia ritmadamente no chão. Foi a diretora da clínica que me avisara sobre o ocorrido. Kira chegara ao hospital já sem vida, morrera de embolia pulmonar por projétil, segundo o médico.Encosto a cabeça