Capítulo 34Marcelo sentiu um leve aperto no peito e ficou visivelmente em desagrado, mas cedeu o lugar e se levantou.- Bom, vou deixá-los a sós. Preciso cuidar de algumas coisas - disse Marcelo, tentando disfarçar o desconforto.Marcelo acenou e se afastou, sentindo o peso da decepção em seus ombros. Enquanto caminhava, tentou afastar os pensamentos negativos e se focar em suas responsabilidades.Rodolfo se aproximou de Anna, observando-a com um olhar terno.- Espero não ter interrompido nada importante - disse ele, um sorriso brincando em seus lábios.Anna balançou a cabeça, ainda segurando a maçã que Pedro lhe dera.- Não, está tudo bem - respondeu ela, tentando tranquilizá-lo.Rodolfo assentiu, parecendo aliviado. Sentou-se ao lado de Anna, tomando a mão dela em um gesto de carinho. Levou seus dedos até os lábios e os beijou.- Parece tenso.- Estou bem, mas preocupado com o próximo passo. Seu pai desapareceu, e isso deixa muitas perguntas sem respostas. Precisamos garantir sua s
Capítulo 35Após o jantar todos se recolheram cedo para descansar, mas Anna não parava de pensar em Rodolfo. O jeito que ele a olhava durante os treinos, a desestabilizava. Precisava falar com ele, precisava ver aqueles olhos azuis mais uma vez antes de dormir.Tomando coragem, saiu do seu quarto silenciosamente e caminhou pelo corredor até o quarto dele. Parou em frente à porta por um momento, sentindo o nervosismo tomar conta. Respirou fundo e bateu suavemente.Rodolfo abriu a porta, surpreso, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto.— Anna...? — disse surpreso, num tom baixo.— Posso entrar? — perguntou com a voz trêmula.Ele assentiu e abriu a porta para que ela entrasse. Anna olha para o peito musculoso e o contorno do membro dele na calça de moletom. Engole seco antes de entrar.O quarto estava iluminado apenas por uma lâmpada de cabeceira. Anna sentou-se na beira da cama, enquanto Rodolfo fechava a porta e se aproximava.— O que aconteceu? — perguntou ele, sentando-se ao lado d
Capítulo 36No dia seguinte, Anna, Rodolfo e o resto da equipe começaram a arrumar suas coisas para deixar o sítio.O Coronel deu ordens rápidas e precisas, coordenando a partida.— Vamos nos dividir em dois grupos. Um irá na frente para verificar a rota, o outro virá com os equipamentos e Anna. Rodolfo, você fica com Anna. Certifiquem-se de que ela esteja segura.Rodolfo assentiu, lançando um olhar tranquilizador para Anna.— Vai ficar tudo bem.Eles deixaram o sítio em silêncio. O caminho para a base militar foi longo.Após algumas horas de viagem, finalmente chegaram. Os portões se abriram lentamente, revelando a instalação segura que seria seu novo lar temporário. A base era movimentada, com soldados indo e vindo, todos focados em suas tarefas.O Coronel liderou o grupo até uma das casas destinadas aos oficiais de alto escalão.— Anna, você e Rodolfo vão ficar aqui. É uma das casas mais seguras da base, e vocês terão privacidade.Anna entrou na casa, olhando ao redor. Era simples,
Capítulo 37Dora arqueou uma sobrancelha, intrigada. Às vezes gosta de se fazer de desentendida.— E o que você sugere? — ela perguntou, jogando seu cabelo para o lado.Marcelo sorriu, sentindo uma onda de excitação.— Sugiro que a gente aproveite a noite juntos. Que tal um passeio fora do quartel?Dora mordeu o lábio, considerando a proposta.— Pode ser interessante — respondeu ela, com um brilho malicioso nos olhos.***O General estava sentado à mesa da cozinha, seus olhos fixos na xícara de café quase vazia à sua frente. A porta se abriu silenciosamente, e sua esposa entrou, tirando o boné da PRF com o rosto visivelmente exausto, pendurando-o no cabideiro ao lado da porta.— Longo dia? — perguntou ele, olhando para cima e oferecendo um sorriso cansado.— Como sempre — respondeu ela, aproximando-se e beijando-o de leve nos lábios. — Mas senti sua falta. — Sentou-se ao lado dele, segurando sua mão. — E sinto a falta da nossa filha. Como ela está?O General suspirou, passando a mão p
Capítulo 38Finalmente, a verdade havia sido revelada, mas a confusão e o peso das emoções eram avassaladores. Ela se afastou um pouco, enxugando as lágrimas, e olhou para o coronel.— Como vou lidar com tudo isso? — perguntou ela, a voz trêmula. — Minha vida inteira foi uma mentira...— Eu sei que é difícil, Anna. Mas você não está sozinha. Eu e sua mãe estamos aqui para te ajudar a enfrentar essa verdade — respondeu o coronel, com uma expressão de profunda tristeza misturada com determinação.— E Rodolfo? Ele sabia? — Anna perguntou, sentindo uma pontada de dor ao pensar nele.— Ele sabia. Rodolfo esteve ao seu lado esse tempo todo para te proteger. Ele se importava muito com você, mesmo sem poder te contar a verdade — disse o coronel, segurando a mão dela com firmeza.Anna respirou fundo, tentando processar tudo o que ouvira. O desespero inicial começava a dar lugar a uma nova sensação de força. Ela sabia que não seria fácil, mas ter a verdade finalmente revelada era o primeiro pas
Capítulo 39Quando a noite chegou, Anna se preparou para o jantar. Vestiu-se cuidadosamente, querendo causar uma boa impressão. Quando estava pronta, encontrou Rodolfo esperando por ela no corredor.- Você está linda - disse ele, sorrindo.- Obrigada - respondeu ela, tentando acalmar os nervos. - Vamos?Eles caminharam juntos até a casa do coronel, onde ele já estava esperando. Poucos minutos depois, a porta se abriu e uma mulher entrou, a postura firme e o olhar caloroso. Anna sabia que era sua mãe, pois eram muito parecidas. Era como se estivesse se olhando num espelho do futuro.- Anna, esta é sua mãe, Mariana - disse o coronel, apresentando-as.Mariana aproximou-se lentamente, os olhos brilhando com lágrimas de felicidade.- Anna... - disse ela, a voz embargada. - Finalmente, podemos nos encontrar.Anna sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos enquanto abraçava a mãe.- Mamãe... - sussurrou Anna, sentindo o calor e o amor no abraço da mãe verdadeira.- Ah, minha querida... Tantos
Capítulo 40O dia seguinte começou ainda mais cedo. O Coronel estava determinado a preparar sua equipe para qualquer eventualidade, e hoje o treinamento seria uma simulação de infiltração e resgate.Anna e Rodolfo se levantaram rapidamente, cientes da importância do dia. Após um rápido café da manhã, encontraram-se com o Coronel e os demais soldados no centro de comando da base.— Hoje, vocês serão divididos em equipes para uma simulação de infiltração em território inimigo e resgate de um refém. Este exercício é crucial para testar suas habilidades de planejamento, execução e coordenação — explicou o Coronel, sua voz firme e autoritária.Anna e Rodolfo foram designados para a mesma equipe, junto com Pedro e Marcelo. Embora Marcelo ainda nutrisse um interesse obsessivo por Anna, ele sabia que tinha que manter o foco na missão.— A área de simulação está a 5 km daqui, em um terreno acidentado. Vocês têm uma hora para planejar sua infiltração e resgate. Lembrem-se, comunicação e trabalh
Capítulo 41Anna continuou sua corrida, tentando afastar a inquietação causada pelo encontro com Marcelo. Enquanto se movia pelo terreno acidentado, concentrou-se no ritmo de sua respiração constante.Por um momento, permitiu-se esquecer o que havia acontecido, focando apenas na sensação de liberdade que a corrida proporcionava.De repente, ouviu um ruído brusco atrás de si. Antes que pudesse reagir, foi surpreendida por um braço forte que a puxou para trás, prendendo-a contra um tronco de árvore. Anna tentou lutar, mas a força do agressor era avassaladora.- Quietinha, Anna - murmurou uma voz familiar em seu ouvido. Era Marcelo.- O que você está fazendo? - sussurrou Anna, tentando controlar o pânico.- Só quero conversar um pouco mais - disse ele, com uma calma assustadora.Anna sentiu um calafrio percorrer sua espinha. As intenções de Marcelo estavam longe de ser amistosas, e ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar.- Não precisamos fazer isso, Marcelo. Podemos con