Era um nome escolhido por Sílvio.Com o passar do tempo, ela só se distanciaria mais dele, sem nunca mais ter filhos.Que esses dois nomes permanecessem na lápide.Não apenas para homenagear as crianças, mas também para recordar o tempo em que ela amou Sílvio.O encarregado lançou um olhar e lembrou com boa intenção:- Srta., falta "Túmulo de" na lápide...- Ele não terminou a frase, pois ao ver a mulher ao seu lado, elegante mas emanando uma fragilidade pálida, que parecia uma borboleta pronta para voar a qualquer momento, as palavras restantes simplesmente desapareceram.- Que você encontre consolo. Quem quer que parta, os que ficam devem seguir vivendo bem.Lívia entendia tudo isso.Mas após gravar o nome dos filhos e pensar no divórcio que carregava consigo, as lágrimas começaram a cair sem controle.Seu coração doía.Mas não havia ninguém para compartilhar essa dor.- Não precisa gravar mais nada, deixe assim. - Ela tentou segurar as lágrimas. - Eles ainda são muito pequenos, não qu
Mesmo desde aquele dia, quem prestasse atenção notaria que o modo de agir de Sílvio havia se suavizado comparado ao passado.Ninguém sabia que tudo era por causa daquela mulher.Agora que ele tinha um ponto fraco, desejava ter menos inimigos, para que Lívia corresse menos perigos.Pelo menos, como hoje, quando de repente não conseguia a encontrar, poderia se preocupar menos com a possibilidade de algo ter acontecido a ela.Mas uma hora se passou e então veio a ligação de Pedro.- Sr. Sílvio, procuramos por todo o centro da cidade, fomos aos lugares que a Sra. Lívia costuma frequentar, até mesmo contatamos Ana, mas simplesmente não conseguimos a encontrar...Não conseguiram a encontrar...Sílvio pensou sobre o estado mental dela e de repente sentiu seu coração em desordem.Ele tinha sido negligente, achou que Lívia, ansiosa para ir embora, certamente teria voltado para o hospital para ver sua avó, mas ele não esperava que ela desaparecesse..."Onde ela poderia estar? Será que encontrou
- Você tem que lembrar, você me deve desculpas, tem que lembrar que deve desculpas aos nossos filhos, você tem que... - Ela disse e começou a chorar novamente. - Não, não, não é sua culpa. Eu sei de tudo, a maior responsabilidade pela partida dos nossos filhos ainda é minha.Ela falava enquanto arrancava a garrafa de Sílvio com força e tomava um grande gole.Ela já não sentia o sabor ardente do álcool, apenas sentia que ao ingerir aquela substância, a dor parecia diminuir.Também não se lembraria do que tinha passado nesses dias.Nas ilusões turvas, Sílvio a olhava com aqueles olhos cheios de profunda afeição, como se pudesse sentir sua dor e compartilhar suas alegrias.Mas na realidade...Sílvio não era assim.Ele era um homem que, mesmo após a morte de seus filhos, ainda protegia Aurora, um homem que continuava mantendo Pedro por perto.Ele nunca considerou que, depois do que Diogo e Aurora fizeram com ela, como ela poderia agir normalmente com Pedro, como ela poderia não querer desp
Sílvio levantou a cabeça, sentindo uma dor ainda mais profunda no coração. Ele ergueu os olhos para o céu, como se assim, suas lágrimas não derramassem.Sua mão acariciava suavemente as costas de Lívia.- Olhe para cima, eles estão nos observando lá do céu.Mas Lívia se recusou a se mover, sentindo sua mente anestesiada.Como se vários pequenos seres habitassem seu interior, um xingava Aurora, outro Diogo e um terceiro Sílvio, enquanto o maior de todos repreendia a ela mesma.- Você é uma tola. Você é uma tola.Lívia dialogava com “isso”.- Sim, eu sou uma tola, eu falhei com meus filhos, não deveria ter ficado apreensiva, triste durante a gravidez, nem tão lenta, eu deveria ter percebido que algo estava errado com Diogo... - Ao terminar, ela subitamente empurrou Sílvio, retirando a certidão de divórcio. - Olhe, olhe.Ela falava com o vazio:- Eu me divorciei, não serei mais infeliz, nem tola, mas você pode me devolver meus filhos? Eu os levaria para longe da Cidade C, para um lugar on
- Isso não é possível.Em primeiro lugar, Aurora realmente não merecia a morte, ela já havia recebido a punição que a cabia desta vez. Em segundo lugar, ele não queria que Lívia se afundasse ainda mais na dor de perder os filhos e muito menos que Lívia sujasse as mãos por causa de Aurora.Então, ele resolveu o problema diretamente assim que o descobriu.Mas para sua surpresa, Lívia achou que era uma questão de favorecimento.- Como eu imaginava...Até mesmo a pessoa que ela fantasiava quando estava bêbada não estava disposta a favorecer ela uma vez, nem a dar a ela e aos bebês um tratamento justo.Ela levantou a mão, indignada, tentando o afastar. Mas não importava o quanto ela batesse, essa "ilusão" teimosa continuava a assombrar ela diante de seus olhos. Ela ficou cansada de bater e quis descansar um pouco.Silvio aproveitou a oportunidade para segurar a mão dela que se movia descontroladamente e a abraçou novamente, seus olhos cheios de carinho. - Você está bêbada, pare de pensa
Pedro ficou chocado aliviado por não ter tocado em Lívia com as mãos. “Se o tivesse feito hoje... Será que ainda teria mãos?”Pedro sentiu um calafrio, sentou rapidamente no carro e pressionou o botão de ignição. - Senhor, para onde vamos?Silvio franziu as sobrancelhas ao notar a inquietação de Lívia, apesar de ela estar nos braços dele neste momento. Ele abaixou o vidro do carro e viu a lápide amarela brilhante se afastar cada vez mais. - Vamos para o hospital. O corpo dela ainda não se recuperou do aborto e a avó marcou alguns procedimentos de reabilitação para ela. Será mais adequado do que na Mansão dos Duarte.- Certo.Ao chegarem ao hospital, a avó, que já havia recebido a mensagem de Silvio, ainda não havia saído. Ela só se acalmou quando eles voltaram. - Então eu vou para casa primeiro. - Ela olhou para Lívia e depois para Silvio, que estava em um estado lastimável, com um sorriso nos lábios. - Cuide bem dela, essa criança merece.Ela nunca errava uma pessoa. Lívia era
Assim que as palavras foram proferidas, ela o empurrou com força novamente. - Malcheiroso! Você está cheirando mal! Mantenha distância de mim!Silvio ficou chocado com a reação dela e suspirou antes de se recompor. Desta vez, ele quase foi obrigado a auxiliar ela na troca de roupa. - Você também está malcheirosa.Somente após a limpar, ele poderia ajudar a aliviar a dor em sua barriga.Acompanhar ela e garantir um descanso adequado era crucial.Mas agora ela estava suja por todo lado, nem conseguia se deitar.No entanto, Lívia estava obstinada. - Eu estou malcheirosa? Um falso como você ousa dizer que eu estou malcheirosa. - Depois de falar, ela deu outra bofetada em Silvio, embora não tenha sido muito forte, fez um som alto.Lívia ficou surpresa. - Um falso pode ser tão real?Silvio se aproximou rapidamente, segurando sua mão e beliscando o próprio rosto. - Você sente isso?Lívia, surpresa, assentiu levemente. - Sinto...- Eu sou uma pessoa real, não falsa. - Silvio concluiu, a
Ela repetia incessantemente: - Nós nos divorciamos.Divorciados, precisamos manter distância. E não essa atmosfera estranha agora.Quando Sílvio a ouviu mencionar isso novamente, a força em suas mãos aumentou involuntariamente. A linha da mandíbula magra e robusta dele se flexionava e relaxava. - Você ainda me ama?Lívia ficou engasgada. Seu rosto ficou ainda mais rubro e ela afastou involuntariamente a mão.- Você está falando bobagem.O amor ou a ausência dele entre marido e mulher divorciados.Mas Sílvio não desistiu virou diretamente o rosto dela, fazendo com que seus olhos se encontrassem. - Lívia, você ainda me ama?De perto, ele era incrivelmente bonito. Especialmente a aura de arrogância que emanava dele, era capaz de envolver qualquer um. Ele era como uma papoula, uma papoula que não a pertencia. Ela não podia se deixar viciar.O olhar de Lívia desviou gradualmente.- Não amo mais.Leve como uma pena, como se estivesse perguntando a ele, mas também a si mesma. - Se aind