- Não é bem assim. - Sílvio olhou para Eduarda e não pôde evitar um sorriso. - Você sempre foi mais esperta.No passado, como ele pôde acreditar em suas mentiras tão mal construídas? Talvez no amor, ele fosse um completo tolo.Ou não teria levado tanto tempo para perceber.Eduarda sentiu que mencionar aquele episódio também desconfortava Sílvio e havia provavelmente mal-entendidos que ela desconhecia naquela situação.Ela não queria se intrometer muito nos assuntos da geração mais jovem, ela só queria amar aqueles que desejava amar, então ela não entrou em conflito com Sílvio.- Pense bem em como você vai amar sua esposa no futuro. Seria melhor se você fosse como seu avô, assim, depois que você se for, Lívia também vai sentir sua falta como eu sinto a dele.Sílvio ficou sem palavras."Existe uma avó que amaldiçoa o próprio neto para morrer no mundo?"Eduarda percebeu o que ele estava pensando e cobriu a boca enquanto ria.- Não se preocupe. Por mais que eu te amaldiçoe, você não vai m
Olhando para o céu, seu tom se tornava cada vez mais orgulhoso:- Quando eu sinto saudades dele, olho para o céu e a saudade passa. Aquele velho com certeza sente ainda mais a minha falta, está sempre pensando em mim.Não falava explicitamente sobre amor, mas cada palavra era amor.Lívia escutava com inveja e emoção, refletindo silenciosamente se teria a chance, em toda a sua vida, de estar tão segura e confiante no amor como Eduarda.Mesmo separadas pela vida e pela morte, ainda viviam no tempo em que eram amadas.Os olhos de Lívia começaram a ficar vermelhos.Eduarda percebeu que o clima estava pesado e, não querendo deixar a grávida se sentir triste junto com ela, mudou rapidamente de assunto. Delicadamente, colocou a mão sobre o ventre de Lívia.- Eu já tinha pensado antes que seu gosto tinha mudado, será que você estaria grávida? E realmente aconteceu, ainda por cima são gêmeos. É uma bênção dupla!Lívia sabia que Eduarda estava realmente feliz.E realmente esperava pelo nasciment
- Antes, Síl cometeu muitos erros e se cometerá mais no futuro ou não, eu realmente não sei. Com a idade que tenho, nunca se sabe quando vou me encontrar com o criador. - Não vai acontecer! - Lívia interrompeu subitamente. - Vovó, isso não vai acontecer com você."Como a vovó poderia morrer. A vovó nunca vai morrer."Mas Lívia sabia que, mesmo que relutante em aceitar, esse dia eventualmente viria.Só de pensar nisso, ela não conseguia se conter.As lágrimas caíram imediatamente.Sua avó também foi afetada por sua emoção e, com o nariz um tanto congestionado, abraçou Lívia.- Não chore, minha bobinha, ainda estou aqui. - Como se estivesse acalmando uma criança, Eduarda afagou as costas de Lívia. - Está tudo bem, eu estou aqui.Mas o estado emocional de Lívia era como uma comporta aberta, impossível de ser contida.Ela chorava sem parar.Seus pais biológicos estavam planejando a casar com um homem mais velho, fazer ela se divorciar e tornar sua vida miserável. Enquanto esta mulher, se
Lívia ouvia, surpresa.- O destino é realmente curioso.Ela se casou com Sílvio por conta dessa face, mas agora, Sílvio tinha escolhido ela em vez de seu primeiro amor.- Sim. - Eduarda também ponderava, falando seriamente. - Você não é uma substituta para ninguém, você é única e incomparável aos meus olhos, minha nora.Talvez fosse pelo fato de saber da ajuda inicial de Eduarda, Lívia sentiu que sua intimidade com Eduarda se aprofundara ainda mais.- Obrigada, vó.Um agradecimento sincero.Não apenas por ser tão boa para ela, mas também por dar a ela e a Sílvio uma chance.- Mas, em relação a Sílvio, ainda não tenho certeza do que ele realmente pensa sobre mim e Aurora.- Isso não importa. - Eduarda balançou a cabeça, guiando-a suavemente. - Basta você assumir essa parcela acionária e retomar seu trabalho e os homens serão seus acessórios, não sua única opção.Lívia ficou chocada com o pensamento progressista e o discurso de Eduarda.- Você sabia que eu sou designer?- As roupas que v
De qualquer forma, até o momento, o amor deles não parecia ser equitativo. Dona Eduarda viveu por muitos anos e acumulou muita experiência. Agora, sem a necessidade de pensar nos negócios da empresa, ela se preocupava com a felicidade de seu neto.Em sua visão, ninguém era mais compatível do que Lívia e Sílvio.Por isso, ela esperava que os dois estivessem bem.O melhor cenário seria que eles nunca precisassem da profunda consideração que ela pôs ao transferir parte das ações da empresa para Lívia.- Querida, assine aqui. - Implorou Eduarda novamente. - Não há muito mais que eu possa fazer por vocês dois.O clima se tornou melancólico subitamente.Lembrando das palavras iniciais de Eduarda sobre como ela poderia morrer a qualquer momento, Lívia se sentiu triste novamente.- Está bem, eu vou assinar. - Ela levantou o rosto, os olhos brilhando, cheios de esperanças e sonhos. - Mas você tem que me prometer uma coisa.Eduarda sorriu.- Que condição é essa, diga.- Você tem que viver até o
À noite, ao retornar para casa, Pedro conversou com Sílvio sobre algo que deixou sua expressão séria. Lívia queria questionar, mas ao considerar a possibilidade de estar relacionado a Aurora, decidiu que seria melhor não.A relação entre eles agora era como um bloco de gelo na superfície do rio: aparentemente sólido e translúcido, mas frágil ao peso do passo. Qualquer erro e todos poderiam cair nas profundezas ocultas abaixo. Por enquanto, todos evitavam pisar no gelo frágil.Lívia suspirou silenciosamente e tentou afastar os pensamentos sobre Aurora enquanto se sentava à mesa de jantar como de costume. Diogo a olhou e trouxe uma tigela de sopa.- Sra. Duarte, gostaria de uma tigela de sopa? - Ele segurava a tigela como se fosse a servir pessoalmente.Embora Diogo fosse o mordomo da família Duarte, ele realmente não precisava realizar essas tarefas pessoalmente. Mas quando Lívia se lembrou de sua atitude anterior, sentiu que havia algo mais ali.Talvez Diogo, ao ver a reconciliação ent
- Pode. - Sílvio viu que ela realmente ficou envergonhada e decidiu não a provocar mais, pegando a sopa que Diogo havia preparado. - Beba isso.Essa sopa era especialmente boa para gestantes.Ele pesquisou receitas específicas e pediu à cozinha para a preparar.No instante em que retirou a sopa, o coração de Diogo ainda estava apertado, com medo de que Sílvio ficasse com a tigela para si mesmo. Mas tudo correu bem e a tigela, que havia sido adulterada com pó, finalmente chegou até Lívia.Ela deu um gole.- O sabor está bom.Rapidamente, a tigela de sopa estava vazia.Diogo finalmente relaxou.- Então, Sr. Sílvio e Sra. Duarte, podem continuar comendo. Se precisarem de alguma coisa, é só me chamar.Ouvindo isso, Sílvio subitamente ergueu os olhos e lançou um olhar cortante para ele.Por um momento, parecia que uma lâmina havia caído sobre sua cabeça. O forte campo de energia fez com que Diogo, nervoso, mal pudesse levantar a cabeça.Ele nem sequer conseguia pensar no que dizer e só podi
Sílvio certamente percebeu.E não esperava que Lívia ficasse tão preocupada com o sexo dos bebês tão cedo.- Eu não desgosto de meninas. - O olhar de Sílvio estava fixo nela, carregado de uma emoção ardente que nem mesmo nos últimos três anos ele havia demonstrado, como se contivesse um oceano de sentimentos e seus olhos negros pareciam querer a absorver.Ela tinha certeza.Naquele momento, a pessoa em seus olhos era, de fato, ela.Porque o olhar dele já não era mais vago como antes,e muito menos parecia que estava olhando através dela para outra pessoa.Algo dentro dela pareceu ser tocado e Lívia sentiu sua mente se tornar cada vez mais turva sob o olhar dele, querendo apenas se deixar cair.Cair.Cair em seus braços.Ele a segurou e lentamente se afastou da mesa de jantar, subindo as escadas.- Geralmente, os meninos se parecem com a mãe e as meninas com o pai. - Vendo que ela não resistia ao contato íntimo, Sílvio continuou a abraçar ela com firmeza, explicando satisfeito. - Eu gost