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5 - Conselho de mãe?

Carl trabalhou arduamente durante toda a semana e já se passaram oito dias desde a última postagem de Isabella e, ele simplesmente deixou esse assunto de lado.

Repentinamente, numa sexta-feira, René entra na sala de Carl: "Com licença, posso entrar? Ia pedir para ser anunciado, mas sua secretária não está na mesa dela".

- Rose, está grávida e tem sofrido com enjoos. Ela costuma sair para tomar um ar quando está passando mal. Mas me fale, o que deseja?

- Carl, dediquei toda a semana avaliando o impacto da divulgação do nosso projeto nos noticiários de cada cidade e há alguns que me chamaram a atenção; separei-os aqui para avaliarmos: "Por exemplo, na cidade do Vedra, a notícia foi recebida com quase 100% de aceitação. Já na cidade dos Pontes, há muitas críticas. A população está dividida. Na cidade de Flowerville..."

- Carl, que estava escrevendo em seu computador, parou de escrever e olhou para ele atento. René percebeu a reação do chefe, mas não falou nada a respeito e continuou: " Os noticiários falam muito bem do projeto e já pensam em ampliar os negócios por conta da nova tecnologia".

-Quais noticiários? Pergunta Carl.

- Os principais da cidade. Responde, René. Carl volta a baixar a cabeça e continua a escrever.

- Alguma observação chefe?

Carl responde de cabeça baixa: "Bom trabalho René. É importante ficarmos atentos as demandas de cada cidade. Para as cidades que falam positivamente, vamos a todo o vapor, para as cidades que criticam, vamos entender quais são as críticas e tentar tirar as dúvidas da maioria das pessoas. Talvez seja necessário criar subprojetos com a reinvindicação de cada cidade. Coloque uma equipe especializada para fazer esse trabalho, porque eu preciso de você a frente de coisas maiores".

René anota as reinvindicações, concorda e se despede.

Assim que René fecha a porta, Carl procura pelo blog de Isabella e para sua surpresa, ela escreveu sobre o projeto dele.

Ele inspira profundamente e começa a ler. Enquanto lê o texto, ele experimenta várias sensações: raiva por ela afirmar que ele é empresário e quer vender os produtos da Yeon, e ela não está totalmente errada. Decepção por ela desafiar suas boas intenções e, por fim, alívio por ela afirmar que não pode julgá-lo.

A frase conexão não é conectar, pegou ele em cheio mais uma vez e ele se lembrou que não chamou a filha para almoçar na semana passada, por que ele mesmo, não havia parado para se alimentar.

Ele pega o telefone na mesma hora e liga para sua filha Marie: "Marie quer almoçar comigo hoje"?

A menina incrédula pergunta: " Pai... está tudo bem"?

- Sim, por quê?

Marie responde que é estranho ele convidá-la para almoçar numa sexta-feira em horário comercial.

Carl ri e diz estar com saudades filha.

A menina se emociona e pergunta mais uma vez: “Pai você não está doente, né"?

- Não meu bem, estou ótimo e com muita fome, além de saudades de você.

Marie se despede do pai feliz e diz que o espera na porta da escola para almoçarem.

Antes de ir para o almoço com a filha, Carl encaminha o texto de Isabella para René por e-mail e pergunta no corpo do e-mail: “ o que acha”?

Rene leu o texto e pensou: “Por que Carl havia enviado um blog de uma psicóloga falando sobre o seu projeto Conectar?”

René, sem compreender, diz: "É uma psicóloga!!! Não se trata de um blog de tecnologia, economia ou um grande site de notícias... é um blog minúsculo!!!"

Após ler o texto, René responde no corpo do e-mail: "Carl é um blog sem alcance; a opinião dela não pode ser considerada um dado estatístico válido para nós. Não tem relevância comercial. Por que você me enviou isso?"

Carl lê o retorno de René e expõe: "Exatamente por isso. Ela tem um outro olhar sobre nosso projeto, um olhar de saúde mental sobre tecnologia. Algumas falas nesse texto me fizeram refletir sobre estar conectado o tempo inteiro com as máquinas e menos com minha filha, por exemplo", respondeu Carl.

Réne leu a resposta do chefe, riu e pensou: " Falou para eu não perder tempo com essas pesquisas, porque me quer a frente de coisas maiores e, ele mesmo perdendo tempo com blogs sem importância. René pensa e responde o chefe por e-mail para uma vez: "Carl deve ser uma senhora com idade para ser sua mãe, dando bronca nas pessoas por conta dos avanços tecnológicos. Ela não deve nem saber mexer direito nos recursos que estamos oferecendo. Ela tem um blog e posta sem frequência e nem se preocupa com o alcance de suas redes... Se é que ela tem redes sociais. Vai por mim, é uma senhora com papo de vó para cima da juventude.

- Mas você não acha sensato o que ela fala? Pergunta Carl por e-mail.

- Eu não. Parece minha vó dando bronca. Mesma conversa de sempre... "você vai queimar seus neurônios, sua vista vai ficar ruim e blá-blá-blá. René imita a avó.

- Está com saudade da sua mãe, né? Marca um café com ela e ouve alguns conselhos, acho que você está em busca disso. Orienta, René.

Carl respira fundo: - “Boa ideia".

Carl não imaginava que Isabella pudesse ser uma senhora de idade; ele inclusive pensou que fosse uma senhorita, porque Isabella parece nome de pessoa mais jovem. Mas ele concordou com as observações de René.

De qualquer forma, Carl resolveu curtir o texto de Isabella, mas não fez nenhum comentário. E pensou: “Eu te agradeço senhora Isabella Cartier por me fazer refletir. Vou tomar o seu conselho neste texto, como se fosse de minha mãe”.

Carl, tem uma excelente relação com a mãe, dona Emma, ela sempre o orientou a não satisfazer todas as vontades do pai com relação a empresa. Mas Carl, explicou para a mãe, que a empresa era também uma vontade sua e por isso ele se dedicava tanto.

Carl chegou a expor para a mãe que talvez goste mais da empresa do que o pai gostou um dia.

Dona Emma concordou e relatou: " seu pai nunca me trocou pela empresa. Nós tivemos um casamento feliz".

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