A bolha de felicidade não durou muito. No dia seguinte ao encontro com Alessandro, o toque insistente do celular dela ecoou pela sala. Eram quase cinco da manhã e Ava estava com um mau pressentimento. As ligações naquela época geralmente não significavam nada de bom.Alessandro respondeu imediatamente, no início não falou muito, nada que lhe desse uma pista do que estava acontecendo.De repente, o rosto de Alessandro passou de completa calma para preocupação e até medo. Ele se controlou o mais rápido que pôde, mas já era tarde, ela já o tinha visto e deduziu que algo ruim havia acontecido.Ela tentou manter a calma antes de tirar conclusões precipitadas, mas de pouco ou nada adiantou. Não teria certeza de nada até ouvir isso dos lábios de Alessandro. Ela tinha certeza de que as notícias que recebia não tinham nada a ver com seus filhos, porque eles estavam sãos e salvos sob o mesmo teto. Embora isso lhe desse alguma paz de espírito, as possibilidades continuaram a atormentar sua mente
Os minutos pareciam eternos enquanto esperavam que Matteo acordasse para poder vê-lo. Cada vez que eu olhava para a hora, eram apenas alguns minutos, quando na realidade pareciam horas.Ela e Alessandro se acomodaram em um dos sofás enquanto esperavam. Ela estava com a cabeça apoiada nas pernas dele. Seus esforços para conversar com ele foram inúteis.Ava olhou para o pacote de biscoitos que ele havia comprado para ela junto com um suco de frutas e a fez terminar. Mesmo em momentos como esse, ele não se esquecia de zelar por ela.Quando não sabia mais o que dizer ou perguntar, ligou a TV só para preencher o silêncio da sala. Na verdade, eu não tinha muito interesse no que estava sendo transmitido. A TV mal estava ligada há alguns minutos quando o acidente de Matteo apareceu no noticiário.Ava não conseguia entender como eles descobriram isso tão rapidamente e ainda mais em um país estrangeiro. Mas talvez Matteo fosse mais conhecido do que ela imaginava.Alessandro praguejou e passou u
O alarme tocou enquanto o sol iluminava todo o quarto do hotel. Era quase meio-dia e, após o breve descanso que havia feito, Ava sentiu-se revigorada.Ela pegou o celular de Alessandro que estava tocando na mesa de cabeceira e apertou o botão para desligar o alarme, então se virou para Alessandro, ele ainda estava com os olhos fechados e seu rosto parecia tão tranquilo.Ava ficou feliz em vê-lo mais relaxado depois da manhã de preocupação que tiveram.—Acorde, dorminhoco —disse ele, sacudindo-o suavemente.—Já estava acordado muito antes de o alarme tocar —respondeu ele, ainda com os olhos fechados—. Eu estava apenas aproveitando o momento e como seu corpo se ajusta ao meu. É como se fôssemos feitos sob medida.—Quem diria que você poderia ser tão cafona —brincou, embora não pudesse negar que gostou de suas palavras.—Tão cafona? —ele perguntou, no mesmo tom zombeteiro, enquanto se lançava sobre ela e começava a fazer cócegas nela.Ava começou a se mover tentando impedir seu ataque, m
Ava acordou sentindo beijos nas costas. Sorriu quando percebeu que eram beijos.—Eu poderia me acostumar a acordar assim.—É hora de levantar —anunciou Alessandro, dando um último beijo em suas costas.—Que horas são? —perguntou, relutante em se mover. Ava era perfeita onde estava. Se acomodou melhor e sorriu mesmo sem abrir os olhos.— Cerca de Sete da manhã.Ela não entendia por que ele a acordou tão cedo. Embora parecesse calmo por um segundo, ela pensou que talvez algo tivesse acontecido com seu irmão.—Está tudo bem com Matteo?—Sim, falei com ele há pouco. —Ava recuperou a calma—. Ele continuou reclamando do quanto odeia ficar na cama.Ambos riram. Não ficaria surpreso se Matteo já estivesse trabalhando em sua cama na clínica. Se os irmãos De Luca eram muito parecidos em alguma coisa, era quando se tratava de negócios, eles não sabiam quando parar. Matteo precisava de uma mulher que lhe ensinasse como parar.Ava virou a cabeça para Alessandro. Ela o viu com cabelos molhados e ro
Quatro dias. Apenas quatro dias.Esse foi o tempo que Matteo ficou internado antes de solicitar alta. Na verdade, já se passaram dois dias, mas Ava lançou-lhe um olhar mortal sobre o qual ele não teve escolha a não ser manter silêncio. Mas no quarto dia, enquanto ela e Alessandro ainda estavam no hotel, Matteo aproveitou para que o médico assinasse sua alta.Quando chegaram ao hospital, ele já os esperava, vestido com uma muda de roupa diferente da bata do hospital e com um sorriso presunçoso.—O que você deveria estar fazendo mudado? —Ava perguntou.—O médico acabou de assinar minha alta. Ele disse que eu estava bem o suficiente para ir para casa.Ela nem conseguia entender como ele conseguiu fazer isso acontecer num domingo, mas não ficaria surpresa em saber que Matteo usou um pouco de sua influência e provavelmente subornou algumas pessoas.—Onde você conseguiu essas roupas?—Da equipe de segurança, perguntei e eles me trouxeram imediatamente. Se eu soubesse dos benefícios que eles
Os três desceram do elevador e foram para um dos dois apartamentos daquele andar. Depois que ela abriu a porta, Alessandro empurrou a cadeira do irmão para a sala. Ava pegou a pequena mala do colo de Matteo e colocou-a no canto. Ela a teria levado para o quarto dele, mas não queria mais invadir o espaço pessoal dele.Ela foi até a cozinha e serviu água para todos. Os levou para a sala em uma bandeja e os entregou a cada um. Tirou todos os comprimidos que tinha na bolsa. Um dos homens de Matteo se encarregou de retirá-los na farmácia da clínica e depois entregá-los a ela. Ela deu a Matteo alguns analgésicos para tomar e deixou o resto sobre a mesa.—Você se parece com minha mãe —ele brincou antes de aceitá-los e colocá-los na boca.—Seja grata por eu cuidar de você —respondeu Ava sarcasticamente.Os três começaram a conversar sobre coisas vagas. Cerca de meia hora se passou antes que o interfone tocasse. Ava correu até ele para atender.—Vejo que você já invadiu meu apartamento —Matteo
Giovanni abriu a porta do carro e segurou-a enquanto as crianças e Ava saíam do carro. Ela rastejou pelo assento e olhou para fora.Esse foi o próximo passo. Ela queria dizer que se sentia segura, mas isso não era inteiramente verdade. Essa seria a forma de confirmar todos os rumores ou pelo menos os mais importantes.Há mais de uma semana eles haviam chegado da França e no dia seguinte à sua chegada muitas revistas mostravam fotos dela e de Alessandro passeando por lá Jardim das Tulherias. Para ser honesta, Ava não pensou que alguém pudesse segui-los em outro país, mas talvez ela devesse ter feito isso. Eles não tinham ido muito longe de casa, ainda podiam reconhecê-los.Agora, sua possível gravidez era manchete de muitas revistas de fofoca. Isso junto com algumas suposições de que Alessandro não queria cuidar do bebê. Se soubessem que ela se recusou a casar com ele, talvez o tom da notícia tivesse sido diferente.Ava sorriu com seus próprios pensamentos. Aparentemente, aprendeu a en
Eles chegaram ao fim da estrada e pararam. Ava ficou surpresa com as mudanças. Alguém havia pavimentado todo o lugar, exceto o caminho que levava à campina.—Quando isto aconteceu?—Você ainda não viu nada —foi a resposta enigmática de Alessandro.Todos desceram do carro e as crianças correram na frente deles. Alessandro pegou a mão dela e caminharam com calma.Quando chegou à campina sua surpresa foi maior, havia uma cabana de dois andares onde antes não havia nada. Ava não conseguia acreditar que, ao longo de alguns meses, eles tivessem conseguido fazer alguma coisa tão rapidamente.—Você gosta?—É bonita.—Espere até ver lá dentro.Os dois pararam, mas ele viu as crianças entrarem correndo na cabana.Ava acelerou o passo e Alessandro também. Ela não conseguia parar de olhar para a casa. Foi simples e perfeito.Eles subiram os degraus até a porta da frente. Ava passou as mãos pelas grades de madeira finamente polidas. Olhou para a paisagem atrás dela antes de entrar na cabana.—Ela