Depois de quase meia hora argumentando.. E afirmando a dona do imóvel que eu tinha um emprego e que iria pegar os atrasados com juros e correção monetária, ela deu um sossego que foi quando eu consegui escapar das suas garras.. Garras essas que queria arrancar o meu couro. Eu juro que não sou uma má pessoa e nem uma caloteira, só que em minha situação atual.. Eu estava vendendo o almoço para comprar o jantar e tinha que argumentar com tudo o que eu tinha.. A mulher me deu apenas uma semana, eu poderia considerar ela até uma santa por ainda me dar prazo sendo que eu já tenho uma dívida quase milionária com ela.
—O que você está fazendo da sua vida Molly? – questionei a ninguém especial.. Sinceramente eu estava esperando ouvir uma resposta do universo, mas tudo o que ouvi foi buzinas de carro e nada mais. —Sua única chance é dar certo nesse emprego de babá —Continuei a divagar completamente sozinha.. Eu estava uma pilha de nervos, eu tinha a opção de não ir.. Ir e desfazer a mentir ou ir e mentir mais um pouco e não voltar para a casa da minha mãe.Lógico que a última opção ganhou... Não deveria ser tão difícil cuidar de uma criança, eu me lembro que no ensino médio eu cuidei muito bem da minha experiência.. Eu cuidei sozinha e no fim eu devolvi o meu ovo sã e salvo. Eu não sabia nada sobre a criança, muito menos sobre o pai dela.. Bem na verdade sobre Matthew James eu sabia algumas coisas.. Dallas inteira o adora, só por ele ter sido um excelente quarterback e ter levado o time a muitas vitórias, era agora dono de uma empresa voltada a esse ramo.. Era só o que eu sabia, também era um mulherengo a três anos atrás pelo menos.Comecei a trabalhar em um currículo.. Eu rezava internamente para que ele não fosse afundo no meu currículo, ele era completamente mentiroso.. Mas a minha intenção de fazer o melhor trabalho era real, eu iria colocar aquilo como as considerações finais. Nem sei por quanto tempo eu fiquei cuidando daquilo, só que em algum momento eu adormeci e quando acordei.. As minhas costas doíam por ter dormido na cadeira, tive pesadelos com ovos que viravam crianças e vice e versa.. Eu sabia que precisava era de um banho e comer alguma cosia, alguma coisa da minha geladeira super abastecida.Em pouco tempo eu já havia tomado um banho e feito a minha higiene.. Alguns legumes de coloração suspeita foi o que eu achei e um macarrão instantâneo.. Era o jantar daquela noite, pelo menos eu teria alguma coisa para colocar no estomago.. Depois de terminar a minha refeição eu me joguei na minha cama torcendo para consegue o bendito emprego.—Meu Deus.. Eu pensei que não fosse vir —A secretária do outro dia.. A baixinha de cabelos acobreados estava a minha espera, será que ela não sabia o inferno que era o transporte público. Eu não tinha condições de pegar um táxi —Vamos rápido... O senhor James já está quase desistindo —apertou e eu corri acomodando os seus passos.—Eu tenho que te agradecer por isso.. Achei que ele não iria querer me ver —falei e ela parou pra me olhar.—Não me agradeça.. Eu vou ganhar uma bela recompensa —falou e eu abri a boca —vamos logo, eu não quero perder o meu dinheiro.. Tenho um filho pra criar – pelo menos ela queria o dinheiro por uma boa causa, não podia nem ficar chateada com a mulher que parecia ser bem mais legal do que metade das mulheres dali.—Eu me chamo Molly —falei e ela me deu um sorriso genuíno.—Sarah.. Agora vá —ela falou assim que as portas do elevador se abriram no último andar.. O lugar era imenso e só tinha uma sala ali, a sala de Matthew James.Puxei uma respiração antes de bater na porta.. Alguns segundos que mais parecem horas se passou, até que uma voz rouca falou um “entre” lá de dentro. Engoli a seco ao empurrar a porta que me daria passagem até o meu destino final. A sala era ampla, em tons claros.. Com fotos da criança espalha em alguns lugares, um sofá na cor creme no canto da parede, a minha frente a mesa dele que ficava de costas a parede de vidro com a vista do klyde Park ao fundo. Abri a minha boca para me apresentar, mas as palavras morreram em minha boca quando o homem levantou a cabeça em minha direção.. Puta merda, eu deveria ter pesquisado mais sobre o homem e a sua estonteante beleza.—Você está bem? Sente-se bem para essa entrevista? – a mesa voz rouca.. Na verdade era uma voz grave, só que ouvida de longe realmente parecia que ele tinha uma certa rouquidão.. Talvez fosse fumante, não o homem era.. Foi um atleta.—Si... Sim eu estou bem! —afirmei e intenso olho azuis me avaliavam, Matthew James era a personificação de beleza masculina.. Cabelos de um tom de louro escuro, olhos azuis intensos e uma barba por fazer.. Tinha 1,90 de altura e mesmo sob o terno que usava podia-se ver os seus músculos marcando a peça. Senti a minha boca seca enquanto o observava, me senti trêmula ao perceber que o homem fazia o mesmo.. Seus olhos cintilavam curiosidade e eu até poderia imaginar o motivo.—Sente-se Senhorita.. – ele deu uma pausa.—Summer.. Molly Summer —falei e vi um sorriso discreto no cantos dos seus lábios cheios, deixado aquilo de lado eu Puxei o meu currículo.. Meu falso currículo para ser mais exata, me aproximei e lhe entreguei. No momento em que ele levou a mão para pegar o papel, nossos dedos se cruzaram fazendo arrepios tomar conta da minha pele.—Sente-se —ele falou limpando a garganta.. Será que ele também havia sentido aquilo? Era impossível, foi apenas um truque da minha cabaça, talvez tivesse alguma corrente de ar por ali. Vi ele passar os olhos rapidamente pelo papel em suas mãos e senti o coração errar algumas batidas, seus Olhão brilharam ao ver as minhas mentiras ali.—Impressionante.. Então Senhorita Summer, me fale mais sobre você —pediu e eu senti que todo o sangue do meu corpo se concentrou em meu rosto naquele momento.—So.. Sobre mim? —questionei parecendo que tinha perdido a capacidade de raciocínio.—Sim.. Me conte mais sobre as suas experiências, sua vida.. Algum namorado? – ele questionou me fazendo abrir a boca e questionar a relevância daquilo. —Se vai trabalhar para mim acredite... Isso é relevante —ele falou parecendo ler o que se passava na minha mente.. Senhor eu estava ferrada, essa era a verdadeira palavra para descrever a minha situação.—Papai.. Liv estava com muita saudade assim oh —a minha pequena Liv abriu os braços mostrando o tanto que ela estava com saudade, eu senti o meu sorriso se alargar depois de um dia fodido.. Chegar em casa e ter aquela recepção era a melhor coisa que existia. Liv era uma cópia tão perfeita minha.. Ela foi um curso não planejado na minha vida, mas quando eu a vi eu tive certeza que ela seria a melhor e mais bonita parte da minha história.—Eu também senti tanta saudade pequenina —falei recebendo a minha filha em meus braços e cheirando os seus cabelinhos cor de ouro. Para a minha sorte era só aquilo que ela tinha puxado de Megan, os olhos o nariz a boquinha e até mesmo a sua inteligência pertencia a mim. Quando o pequeno pacote cor de rosa me foi entregue, eu senti que lhe daria o mundo se assim ela quisesse. – Como foi o seu dia? – questionei ao aconchegar ela mais a mim.—De brincar – ela falou e eu entendi que havia sido divertido.. Mesmo com Megan rondando a casa, ao menos não tin
Eu acordei com uma boa sensação na manhã em que iria começar o meu teste.. Eu só senti-me esmorecer quando eu me lembrei que eu realmente não tinha muita experiência, mas para o senhor James eu tinha e bastante. Nem se quer passou pela minha cabeça que ele poderia muito bem mandarem verificar aquele currículo.. A minha vida também. Quando eu me vi de frente aquele homem.. Parece que toda a minha capacidade de raciocínio e a minha cautela era posta a prova. Eu sabia bem que aquilo não era nada bom para mim, puxei uma longa respiração e olhei a minha imagem no espelho. Assim como no dia anterior eu não tinha colocado nenhum tipo de maquiagem, uma calça jeans e uma blusa simples era o que me pareceu mais sóbrio.. O meu cabelos estava preso em um coque que eu achei melhor do que deixar a massa densa solta. Quando a minha campainha tocou eu sabia se tratar do motorista do senhor James.. Peguei as minhas coisas e me encaminhei até a porta, ao abri-la eu não estava preparada para vê-lo al
—Molly... Molly Summer —ouvi o meu nome ser chamado e continuei a andar.. Finja que não é com você, finja que não é com você. Essas eram as palavras que o meu cérebro repetia e assim eu o fazia. —parada aí mesmo garota.. Você acha que pode me enrolar até quando – parei com um suspiro pesado, me virei para ver a mulher de expressão forte e dento de um moletom horroroso e sujo, mesmo com todo o calar que estava em Dallas.—Jenny.. Achei que estivéssemos combinado —falei fingindo um sorriso, ele não foi retribuído e eu pouco me importei com aquilo —eu vou começar em um novo emprego.. Prometo pagar tudo —falei afim de ter mais um tempo. —Novo emprego é... Vi o carrão que te buscou aqui e que a deixou também —abri a boca para contestar as barbaridades que estavam passando em sua cabaça. —Não me importa o que está fazendo para ganhar a vida.. Só a quero fora até o fim do dia, vou alugar a alguém que pode pagar —senti as minhas pernas ficaram moles e eu achei que realmente fosse cair.—N
—Senhorita Summer.. Por Deus eu não sabia que viria ainda hoje, o senhor James não me disse nada.. Se eu não a tivesse visto pelas câmeras, Robert a teria colocado para correr —a mulher de meia idade a minha frente falou, Rose tinha um rosto amigável e as feições de que era carinhosa e muito pacífica.. Olhar para Rose me lembrava muito da minha avó.. Bem a minha avó era um pouco mais velha, mas o jeito era exatamente o mesmo e aquilo me deixava bastante tranquila com ela, eu acho que seriamos boas amigas.—Pode me chamar apenas de Molly.. Bem realmente era pra mim vir apenas amanhã, mas eu resolvi me ambientar aqui —falei e dediquei o meu melhor sorriso.. Bem, era verdade quando diziam que a mentira era um vício e acabava formando uma teia que nos enrolávamos cada vez mais. Sei que mentir não era o certo, mas eu não queria ter que lhe dar com a minha verdade.. Ela não era nenhum pouco animadora.—Tudo bem querida.. Não faz mal —falou —Venha eu vou levá-la ao quarto em que vai ficar
—Eu.. Eu —Molly gaguejou, eu acompanhei o movimento da sua garganta.. Ela estava afetada, eu não podia negar que eu também fiquei e aquilo foi desde que a vi. Eu não esperava encontrá-la ali, não naquela noite.. Daquele jeito, não que tivesse alguma coisa demais como ela estava.. Mas acho que foi realmente aquilo que me chamou atenção. —precisei vir hoje.. Eu iria dormir na rua —as suas palavras levaram um tempo para fazer efeito nos meus sentidos, eu ais a estava focado demais em como a garota curvilínea a minha frente.. Parecia tão certa, mas que eu sabia ser errada. As suas palavras me fez voltar a mim e enxergá-la realmente.. Sem reservas e com as fragilidades do momento. —Dormir na rua? – questionou como robô treinando pra repetir as suas últimas palavras.. Ela focou aqueles grandes olhos castanhos em mim, voltou a umedecer os lábios.. O que quase me fez desviar a atenção novamente. —Espera.. Que história é essa? O que aconteceu? —questionei com um interesse real... Ela ia toma
Desde a manhã na cozinha eu não tinha mais visto o senhor James.. Aquele foi o meu primeiro dia oficialmente, desde então eu vivi uma montanha russa. Naquela manhã eu achei que o trabalho iria ser moleza, estava tudo tranquilo.. Tudo tão bem, a tarde eu achei que eu fosse ter uma síncope.. Eu não sabia que Olívia não podia comer doces, a garota ficou tão eufórica e eu fiquei com uma tremenda dor nas costas.. Nos pés e braços, quando o efeito do açúcar passou a menina praticamente desmaiou. Para o meu próprio bem Rose disse que não precisávamos comentar daquilo com o senhor James.. Eu quase chorei de felicidade.No segundo dia foi bem mais tranquilo.. Liv é uma menina muito doce, as vezes é possível perceber uma melancolia nela e nesses momentos eu me enxergava na mesma idade. A menina também estudava muito.. Tinha uma tutora que vinha para as aulas de reforços.. Naquela idade, confesso que eu senti pena da menina. Liv tinha horários para brincar, estudar, comer e dormir.. Aquilo pare
—Elas falaram novamente.. Liv não tem mãe – ouvi a voz da pequena menina, eu estava ouvindo atrás da porta.. Claro que eu estava fazendo aquilo, me doeu o jeito que eu vi a pequena garota. Depois que o pai dela chegou.. A da cena que se tornou um pouco inconveniente, ele coçou a garganta e pediu que eu os deixasse a sós.. Assim eu o fiz, mas não consegui me afastar totalmente —Mas Liv tem.. Por que ela não vem? – a pergunta da menina me fez engolir a seco.. Eu não sabia o que o pai dela iria responder, mas eu sabia bem o que a minha mãe respondeu quando eu fiz uma pergunta semelhante. —Querida.. Sua mãe te ama, ela só.. É complicado – ouvi a voz de Matthew, sabia o quanto deveria ser difícil para ele dizer aquilo.. Principalmente de uma mulher que fazia mal para a menina. – Mas você não precisa ficar assim todo vez que alguém lhe intimidar.. Se eu não tiver por perto, você deve falar com a senhorita Summer – ele falou e eu escolhi aquele momento para me afastar, já era indiscreto dema
—Você está.. O que? —Louis questionou depois de eu ter lhe contado os acontecimentos da noite passada.. Na verdade eu já estive no quarto da babá de madrugada.. E eu não deveria ter feito aquilo, eu estive a um passo de beijar a mulher.. Eu nunca me vi em uma forma de descontrole tão grande como agora, ela estava me tirando dos meus sentidos e aquilo eu não entendia.. Por isso fiquei a semana inteira afastado, saindo cedo e chegando bem tarde. Era uma medida bem egoísta e eu tinha consciência daquilo, mas era melhor do que fazer uma bobagem. —Eu achou que eu preciso conhecer essa babá.. O que será que ela tem de tão especial? – meu amigo questionou recebendo um olhar nada amistoso meu, que o fez levantar as mãos. —Nem comece com esse tipo de gracinhas – alertei e ele riu ainda mais, não se abalando em nada com as minhas palavras. – Eu já te disse o que implica se der algum problema com a babá.. Eu não tenho mais paciência pra entrevistar mais ninguém —falei e na verdade eu também não