Capítulo 0005

Casa Noturna Lux, um ano atrás - Arson Narrando.

Eu havia passado pelas portas da casa noturna a procura de Belina, minha prima. Ela estava passando por uma situação financeira complicada e com isso, decidiu transformar o PUB que a pertencia em uma casa noturna particular.

Como eu havia mandado que a vigiassem, descobri que ela havia se metido em problemas para manter o lugar e decidi visitá-la para tentar a  ajudar.

Caminhei até o balcão de atendimento na entrada, para pedir informações notando um "barman" parado atrás dele.

—Boa noite senhor, tem reservas? - Perguntou ele de forma educada. Passei os olhos por todo lugar, notando o quão bonita era a decoração. Os móveis  rústicos, as luzes baixas e um pequeno palco no centro com um cabo de poli dance deixava tudo bem atrativo.

Me perguntei o porquê dela não ter tido outras ideias e feito dessa forma, mantendo inda o lugar completamente sem movimento.

—Por gentileza, a gerente. - Pedi vendo-o me olhar confuso. —O que foi?

—Só um segundo que avisarei ela. - Respondeu tirando o telefone do gancho, falando algumas palavras antes de o encaixar novamente.

—Ela pediu para que entrasse, fique a vontade senhor Schimidth. -Respondeu ele acenando com a cabeça. O olhei mais uma vez antes de passar por ele e o agradeci.

Entrei no PUB, vendo o quanto o lugar estava vazio e aquilo me fez perder a paciência; como ela estava sobrevivendo daquilo?

—Arson, por aqui! - Disse Belina acenando para que eu a seguisse e fomos juntos até um quarto no final do corredor.

Passamos pela porta e eu esperei que ela a fechasse para começar a repreende-la.

—Você transformou aqui em um prostíbulo? - Perguntei me virando para a olhar. Eu estava completamente irritado.

—Calma, não é bem assim. Eu transformei esse lugar como uma casa de atração noturna, mas o que as meninas fazem com seus clientes e tudo consentido. - Respondeu ela acendendo um cigarro na minha frente.

—Consentido como, Belina? Não fume essa porcaria na minha frente! -Falei indo até ela, tomando o cigarro de seus dedos.

Belina caminhou até o sofá que havia no canto do quarto e se sentou, cobrindo o rosto com as duas mãos.

—Você veio me julgar, Arson? Você também veio até aqui para me mostrar que não sou digna de pertencer a família só porquê engravidei cedo? - Perguntou ela com os olhos lacrimejantes.

Caminhei até ela e me sentei ao lado, segurando a mão dela em seguida.

—Quando fiz isso, Bel? Só quero saber o porquê está passando por tanta coisa sozinha. - Falei vendo-a me encarar a voltar a chorar completamente sem controle.

—Arson, eu simplesmente não posso contar com ninguém! - Respondeu Belina em meio ao choro.

—Pode sim, você tem a mim a partir de agora. Eu irei me estabelecer na cidade e te ajudarei a fazer isso virar, mas com uma condição...- Falei a vendo arquear uma sobrancelhas, prestando atenção em mim.

—O que quer que eu faça?? - Perguntou Belina, secando os olhos e voltando a me olhar.

—Pague a todos que está devendo, eu te darei todo dinheiro. Quero que transforme esse lugar em uma casa noturna privada, onde somente quem tem poder nessa cidade seja membros ou tenha um lugar VIP. - Falei vendo-a me olhar confusa.

—Quem quer pegar dessa vez? - Perguntou ela respirando fundo e se encostando no estofado.

—É segredo. Primeiro quero vigia-lo e descobrir cada passo dele. Depois eu virarei o jogo, fazendo-o me pagar tudo o que me roubou. - Respondi me levantando e ainda de costas para ela, levei minhas mãos nos bolsos da calça a olhando sobre o ombro esquerdo.

—E Belina, não as faça fazer o que não querem. Deixe que elas se sintam bem em estar aqui, não seja uma "cafetina"! - Falei indo até a porta, mas antes que eu passasse por ela, Belina me impediu.

—Arson, espera! - Chamou vindo apressada até mim. —Aqui não é realmente como está pensando, por quê não tente vir conhecer?

—Por quê não frequento esse tipo de lugar. Para mim, a mulher com quem me relaciono tem que ser somente minha pelo tempo que durar! -Respondi a vendo respirar fundo mostrando sinais de desistência, mas como eu a conhecia bem, ela iria querer me provar que estava certa.

—O vovô não te obrigou a se casar? - Perguntou ela, me fazendo a olhar surpreso.

—Como soube? - Perguntei a ouvindo "beijar santo".

—Desde quando há segredos na família ainda mais quando se trata de poder? Olha Arson, eu realmente quero que venha conhecer. - Falou ela insistente. Respirei fundo e então, soltei todo ar de meus pulmões, mostrando minha irritação pela insistência dela.

—Me dê um motivo, Belina. - Pedi a olhando com raiva. Ela sabia que eu detesto que tentem mudar minha decisão e por isso, também não se importou quando a olhei irritado.

—Angel! -Respondeu ela, vindo até mim e segurando meu braço me puxando para dentro.

—Que raios é Angel? - Perguntei vendo-a fechar a porta atrás de mim e levar o dedo indicador até os lábios para que eu me silenciasse.

—Vou te explicar! - Falou me puxando de volta até o sofá, se sentando em seguida. Olhei para o relógio em meu pulso e voltei a me sentar, encarando-a diretamente.

—Você tem cinco minutos. - Falei alisando minha têmpora, enquanto Belina procurava alguma coisa no celular.

Em seguida ela me entregou o aparelho, me exibindo a foto de uma menina bem jovem.

—Tá de brincadeira? - Perguntei olhando a foto com atenção. —Quer mesmo me apresentar a esse tipo de menina?

—Arson, ela tem vinte e um anos, saiu da casa dos pais depois de se decepcionar e usa seu tempo para trabalhos de meio período e estudos. - Falou Belina tentando ser convicente.

—Já entendi que é uma garota esforçada e dez anos mais nova que eu, mas...? - Respondi apoiando meus braços sobre as minhas pernas, balançando o celular entre meus dedos.

Olhei brevemente para Belina esperando que ela continuasse a falar, mesmo sabendo que aquele assunto não me interessaria.

—Ela nunca se relacionou com ninguém e não é do tipo de garota que está pensando. - Falou tomando o celular das minhas mãos, passando o dedo na tela algumas vezes até chegar em uma foto que eu não havia visto.

—O que é isso? - Perguntei tomando o aparelho das mãos dela e olhando. Belina havia conseguido aguçar minha curiosidade. —Que contrato é esse?

—O de permanência por um ano, mas repare nas exigências...- Disse ela me fazendo dar um "zoom" na tela e reparar em um escrito a caneta que deixava claro que a garota não permitiria que negociasse seu corpo.

—Ah, então ela não é como as outras? - Perguntei entregando-a o aparelho. —Por quê ela está aqui?

—Ela está se escondendo. -Respondeu Belina, me olhando fixamente. Vinquei as sobrancelhas me sentindo confuso e então sorri ladino, mostrando minha ironia.

—Uma virgem se escondendo de alguém? Confuso não? Vamos ver quanto tempo ela dura por aqui. Se passar de um ano, eu mudarei a vida dela. - Respondi me levantando, mas antes de dar um passo me virei para Belina e a olhei, voltando a sorrir ladino.

—Arson, lembre-se de cumprir. - Falou ela me olhando como se estivesse preocupada.

—Eu me casarei com ela, desde que ainda seja pura. - Falei saindo do cômodo.

Assim que cheguei perto do bar, vi a garota. Pessoalmente ela era mais bonita do que por foto.

Angel tinha a pele branca e os cabelos lisos escuros, que batiam um pouco a baixo dos ombros. O rosto dela era delicado e magro, com lábios grossos e um nariz fino; até mesmo os olhos castanhos bem claro e puxados faziam diferença nela.

O corpo dela não era algo que se chamava atenção no momento por ela estar o escondendo em um uniforme com um avental; ela usava calça jeans e uma camiseta preta que mais parecia ser masculina.

Mas ainda assim, a beleza dela condizia ao seu pseudônimo.

—O que foi? mudou de ideia? - Perguntou Belina falando bem próxima ao meu ouvido.

—Hm! Eu a quero!

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