Andei de um lado a outro pensando em como resolver aquilo, eu sabia por que ele estava fazendo aquilo, mas não aceitava que ele não me deixasse ter minha própria escolha.
Era contraditório, aquele lado dele me dava a dimensão do que o povo via sobre ele. As pessoas conheciam seu lado, bruto, sarcástico e amargo.
Os súditos, os criados e a nobreza, viam um príncipe cruel e amargo, mas mesmo com tudo o que ele tinha me dito a pouco, eu ainda via o homem sedutor, inteligente e perspicaz.
Tyler era além da média, como ele gostava de se gabar. Ele via mais, entendia mais e viu que estava mentindo para ele.
Minha mentira era além de uma simples recusa. Minha mentira era para salv&aacu
Resolvi que a partir de agora eu seria a Kayla do reino da Thalassia. Faria com o príncipe o mesmo trabalho que eu fazia com Penélope. Eu sentaria e observaria cada particularidade dele. Essa era eu, não tinha mais nada que eu pudesse oferecer. Quem sabe assim ele desistisse e me mandasse para Thalassia.Fui direto para a sala dele com uma caderneta e uma pena em minhas mãos. Sem dizer uma palavra, entrei e me sentei no fundo da sala, bem longe dele, mantendo meu olhar a atento a seus movimentos.A tensão entre nós era palpável. Os olhares se encontravam constantemente, mas nem eu, nem ele ousava quebrar o silêncio que pairava na sala. Tyler continuava a trabalhar, aparentemente ignorando minha presença, mas eu podia sentir sua consciência sobre mim, como se estivesse esperando que eu disses
Alguns dias depois, enquanto eu estava na sala de Tyler, ele interrompeu seu trabalho e me chamou até sua mesa. Seus olhos brilhavam com um entusiasmo incomum."Venha aqui, Kayla", ele disse, acenando-me para se aproximar. "Quero te mostrar algo interessante."Curiosa, me aproximei da mesa, onde Tyler havia espalhado vários livros. Os tomos volumosos, com capas de couro desgastadas pelo tempo, pareciam antigos e preciosos."Você já viu esses livros antes?" ele perguntou, abrindo um deles com cuidado.Balancei a cabeça, incapaz de esconder minha surpresa. "Eu nunca tive curiosidade em abri-los, alteza."Tyler sorriu, satisfeito por minha reação. "Esses são livros de medicina. Eles contêm informações sobre a anatomia humana."Ele folheou um dos livros, revelando ilustrações detalhadas de corpos humanos. Era impressionante ver como as pessoas haviam estudado o funcionamento interno do corpo humano."Veja", disse Tyler, apontando para uma ilustração de um coração humano. "Aqui está o cora
Na manhã seguinte àquela noite na sala de Tyler, eu acordei com o coração acelerado e a mente cheia de pensamentos turbulentos. O beijo, o toque, a paixão que havia surgido entre nós - tudo isso ainda ecoava em minha mente como um suspiro sutil de um segredo compartilhado.Sentindo-me um pouco desorientada, decidi que precisava de um momento de tranquilidade para acalmar meus pensamentos. Olhei para o jardim que ficava do lado de fora da janela do meu quarto, onde flores e plantas exuberantes dançavam sob o sol da manhã. Era o lugar perfeito para encontrar um pouco de paz e acalmar meu coração que disparava a cada lembrança de Tyler.Vesti um simples vestido de linho verde e trancei meus cabelos, prendendo-os com uma fita na mesma cor. Peguei o livro que havia descoberto na bibliote
Eu tremia sem parar pensando no que aconteceria a partir de agora. Eu precisava ir embora, pelo bem de Tyler e pelo meu. Não era justo com ele e não era justo comigo ficar ali, sendo quem eu não era.A carta do rei foi clara.Comecei a colocar todos os meus pertences no baú. As lágrimas lavavam meu rosto e o medo dominava meu coração. Eu precisava fazer alguma coisa antes de chegar a Thalassia. Não podia permitir que o rei e sua filha colocassem suas mãos em mim.Quando dei uma última olhada no quarto, percebi que a única coisa que estava fora era o livro da biblioteca. Voltei à escrivaninha e escrevi uma carta de despedida a Tyler e coloquei dentro do livro. Contei tudo sobre mim naquela carta, assim ele entenderia o que estava
Passei o dia inteiro reclusa em meu quarto. As notícias sobre a situação já haviam se espalhado por todo o castelo, e alguns criados não resistiam à tentação de fofocar sobre a quantidade de tempo que eu passava na sala de Tyler. Sentia-me desconfortável ao perceber que, na realidade, tudo o que fizemos foi aproveitar a companhia um do outro.Naquela noite, enquanto eu estava sozinha em meu quarto, tentando processar tudo o que havia acontecido na reunião com o rei, o som suave de batidas na porta me tirou dos meus pensamentos tumultuados. Era Tyler. Seus olhos estavam mais frios que o normal."Entre", murmurei, ainda me sentindo um pouco atordoada com os eventos da tarde.A porta se abriu lentamente, e Tyler entrou, fechando-a atrás de
Sentei-me na escrivaninha em meu quarto e pensei na melhor forma de começar aquela carta.O rei Alexander já não estava feliz por eu ter desobedecido e agora eu tenho que fazer o possível para evitar criar um problema entre os reinos.Comecei dizendo o que estava acontecendo entre eu e o príncipe e depois falei sobre as qualidades dele. Falei tudo que eu não queria falar, por que eu sabia que Penélope iria quere-lo assim que soubesse que tudo o que ouvimos sobre ele era mentira.Escrevi tanto sobre como ele era e como era a vida no palácio, que passou de três folhas. Quando acabei, selei a carta e derramei a cera vermelha e carimbei o brasão de Thalassia.Com o coração na mão, fui até um criado e entreguei a carta, sabendo que acabava de destruir qualquer chance que eu tinha de ficar com Tyler.&nb
As batidas em minha porta atraíram minha atenção. Como combinado, eu estava pronta as 4 horas da manhã apenas esperando para receber a surpresa de Tyler.Abri a porta devagar e me surpreendi com o guarda que me aguardava."Alteza, o príncipe herdeiro a aguarda." ele foi sucinto e me apressei, colocando a capa e cobrindo minha cabeça.Fazia quase um mês que eu não me escondia, que agora era estranho ter que fazer isso. Mesmo que fosse por apenas algumas horas, parecia que aquela ação me transformava novamente em sombra e tinha medo que Tyler no me enxerga-se.Passamos pela porta lateral do castelo onde uma carruagem simples já me esperava. O guarda, que eu não sabia o nome, me de
Tyler era uma mistura surpreendente. Ao mesmo tempo que ele queria ser frio e distante, ele me surpreendia com suas atitudes.Naquela noite ele atendeu 30 pessoas, todas sem qualquer perspectiva de melhora. Entre elas estavam homens, mulheres, idosos e crianças. Todos com problemas semelhantes e sem causa inicial aparente."O que acha que é?" falei dentro da carruagem."Eu ainda não sei. Não há nada na medicina que me ajude a tratar e ajudar essas pessoas. Tudo o que eu sei é que eles precisam de algum tipo de remédio que ainda não existe." ele tinha trazido um livro de seu escritório improvisado e o segurava com força entre as mãos."Por que não disse a eles que não existe cu