Isabela pegou o documento. Era um acordo de divórcio. A primeira cláusula dizia que ele queria a guarda da Ana. O restante do documento detalhava os bens que ele estava oferecendo a ela, e o acordo ocupava várias páginas. Ela procurava por ele, querendo saber o andamento do divórcio. Agora, ao ver o acordo, ela o folheou rapidamente, sem prestar muita atenção, e o devolveu à mesa, dizendo: — Não tenho objeções. Com isso, ela abriu a bolsa, tirou uma caneta e se preparou para assinar. Quando Isabela se casou com Pedro, a maneira como conseguiu o casamento não foi nada elegante. Apesar de desprezar Isabela como pessoa, nos anos que se seguiram, todos sabiam o quanto ela amava Pedro, tanto ele quanto Diogo. Dado o quanto Isabela amava Pedro, Diogo imaginava que ela não suportaria a ideia de se divorciar dele, achando que ela ficaria arrasada e que jamais aceitaria. Para sua surpresa, Isabela não apenas aceitou o divórcio com muita facilidade, mas nem sequer contestou
Diogo estava realmente surpreso.Nesse momento, Teresa subiu pelo elevador e disse:— O jantar está pronto, a Isabela já desceu. O que vocês dois ainda estão fazendo aqui sentados? Vamos, desçam para comer.Diogo voltou à realidade e respondeu:— Bom, já vamos.Pedro também se levantou.Lá embaixo, Ana estava sentada no sofá, feliz, conversando com Isabela, que a observava atentamente, ouvindo com interesse. Era uma cena acolhedora de interação entre mãe e filha.No entanto, ao pensar que Isabela havia renunciado à guarda de Ana sem dizer uma palavra, Diogo sentiu que aquela cena à sua frente era extremamente falsa.Ele franziu a testa.Teresa ainda não sabia sobre o divórcio de Isabela e Pedro.Ela sorriu e chamou:— Isabela, Ana, venham comer.Isabela e Ana responderam ao mesmo tempo:— Já vamos.Ana segurava a mão de Isabela, e as duas se dirigiram para a sala de jantar.Diogo permaneceu em silêncio.Quando chegou, se sentou no lugar ao lado de Pedro. Isabela e Ana se acomodaram jun
Teresa também havia notado que Isabela já não se mostrava tão espontânea com Pedro como antes. A esse pensamento, ela não pôde deixar de suspirar, lançando um olhar reprovador para Pedro, e disse: — Isso é culpa do Pedro! Isabela foi tão ativa por tanto tempo, e ele continuava sem demonstrar reação. Será que ela não iria se magoar e se afastar? Pedro, ao ouvir, apenas sorriu de maneira indiferente, sem dizer uma palavra. Agora, Isabela se limitava a não falar, sempre que podia. Ao ouvir isso, ela continuou a comer em silêncio, sem intenção de responder. Ainda não havia terminado a refeição quando o telefone de Pedro tocou. Pedro olhou rapidamente para a tela e, se levantando, saiu para atender. Mas logo ele voltou para a mesa. Depois de terminar a refeição, Pedro se dirigiu a Teresa e disse: — Tenho algo para resolver, vou sair agora. Ana, inteligente como sempre, talvez tivesse adivinhado que o telefonema era de Sofia. Ela também queria ir até o hospital vê-l
Pouco antes, Luís havia telefonado para ela, informando que já havia agendado a consulta com o advogado, e que, na manhã seguinte, ela precisaria encontrá-lo. Ela precisava, o quanto antes, definir a questão do divórcio. Filipe sabia que ela havia interpretado mal a situação, mas não mencionou isso. Apenas respondeu:— Está bem. Isabela pensou que a conversa estava chegando ao fim, já que ele não havia dito mais nada. Porém, quando percebeu que ele ainda não havia desligado, ela, com um toque de dúvida, perguntou:— Presidente Filipe, há mais alguma coisa? Filipe sentiu que a voz de Isabela estava tranquila, sem sinais do sofrimento ou da dor que ele imaginava que ela pudesse estar sentindo. Mas será que era realmente assim? Talvez ela estivesse apenas reprimindo seus sentimentos... Ele ficou em silêncio por dois ou três segundos, até que Isabela, sem saber o que fazer, quebrou o silêncio:— Presidente Filipe? Você ainda está aí? Filipe, voltando ao presente, respondeu:—
Ele perguntou: — Filipe? Você está ocupado? Filipe respondeu: — Não. Diogo perguntou: — Ah, você volta nessa terça? Filipe hesitou. — Sim. — Antes que Diogo dissesse algo, Filipe tomou a frente. — Vamos deixar assim por enquanto. — Bom, quando voltar, me avise, eu vou te buscar para virmos aqui ver a Sofia. Filipe respondeu: — Certo. ... No dia seguinte. Isabela se levantou, correu por mais de meia hora e, depois de um café da manhã rápido, saiu de casa. Quando chegou ao escritório de advocacia, Luís já estava lá. Ao vê-la chegar, Luís acenou com a mão. Isabela se sentou, e o assistente de João Pinto lhe trouxe um copo de água. Ela entregou a João o acordo de divórcio. João o recebeu. Luís e João eram amigos há anos, então ele se aproximou. Ao ver a primeira cláusula sobre a guarda de Ana, Luís lançou um olhar rápido para Isabela. Há alguns anos, ele chegou a conhecer Ana algumas vezes. Isabela se importava muito com Ana, e sempre que falava ao
Pensando nisso, ela falou com uma voz calma:— Não há problema, então.Dizendo isso, ela pegou a caneta ao lado e, sem hesitar, assinou seu nome.Ela se dirigiu a João:— Então, quanto aos trâmites do divórcio, vou contar com você, advogado João.João assentiu:— Tenho uma reunião em breve, mas à tarde vou entrar em contato com o Pedro para que ele dê sequência ao seu processo de divórcio com ele.Isabela respondeu:— Está bem.Já estava se aproximando da hora do almoço, então, depois de comer com João, Isabela e Luís seguiram para a casa de Isabela para continuar escrevendo as suas teses.Enquanto Isabela e Luís estavam ocupados, na empresa Grupo Santos, Pedro, que acabava de voltar ao escritório e começado a revisar alguns documentos, teve seu celular tocando.Ele atendeu sem pensar muito.— Alô, quem fala?— Olá, Pedro, sou o advogado João, o advogado da Isabela. Ela já assinou o acordo de divórcio, e a partir de agora, estou responsável pelos trâmites do divórcio entre vocês. Sr. P
Filipe, na verdade, sabia onde ficava a tal confeitaria. Depois que Isabela se foi, ele não foi até lá. Entrou no carro, hesitou por um momento e fez uma ligação. — Diogo, eu voltei. Mais tarde preciso pegar um voo. Pergunte ao Pedro se ele tem tempo. Se ele não puder, me acompanhe no hospital pra ver a Sofia, tá? Diogo, surpreso, perguntou: — Você voltou mesmo? Quando voltou? Filipe não respondeu à pergunta. — Ligue para a Sofia e avise que eu vou passar por lá. Veja se vai ser um bom momento para ela. Diogo pensou por um instante em questionar Filipe sobre o motivo de não ligar ele mesmo para Pedro e Sofia, mas logo se deu conta de que Filipe devia ter outras coisas para resolver, provavelmente coisas muito importantes. E, como ele ainda não tinha ido ao hospital visitar Sofia, não pensou mais nisso e simplesmente concordou. Pedro estava ocupado. Após a ligação, Filipe comprou um buquê de flores e algumas frutas e seguiu para o hospital para se encontrar com Diogo
Pedro não disse nada, apenas ligou para Isabela com seu próprio celular. Isabela viu a chamada, estendeu a mão e desligou. Pedro a observou por um momento e então falou: — Sua mãe também não atendeu minha chamada. — A mamãe estava ocupada e não viu a ligação, será? Caso contrário, ela nunca deixaria de atender ao telefonema do papai. — Talvez... — Pedro vestiu o paletó e pegou um casaco preto. — Eu estou saindo. Se quiser sair, pode chamar os seguranças para te acompanhar. — Mas eu queria que a mamãe fosse comigo... Embora ela não gostasse de ser vigiada pela mãe, às vezes sentia falta de sua companhia. Dito isso, ela perguntou: — Papai, você vai ao hospital ver a tia Sofia ou vai voltar para o escritório? — Primeiro vou ao hospital, depois passo na empresa. — Pedro deu uma leve batida na cabeça dela. — Vou indo, se divirta sozinha. Ana respondeu, um pouco desanimada: — Ah... Ela tentou ligar para Isabela mais duas vezes, mas a mãe não atendeu. Sem outra o