Com um estrondo surdo, Sarah estava de pé, indiferente e descomprometida, exibindo um leve sorriso nos lábios, radiante de frieza. As duas socialites, atrás de Fernanda, se assustaram e recuaram um passo, alternando olhares entre Sarah e Fernanda. Através do espelho, Fernanda também avistou Sarah, suas pupilas se contraíram rapidamente, mas ela logo se acalmou. Talvez pensasse que, sendo um evento da família Cruz, Sarah não ousaria confrontá-la diretamente. Uma das socialites, mais próxima a Fernanda, se adiantou e disse:— O que você está tentando fazer? Isso aqui é um lugar público, um grito nosso e as pessoas entrarão.Outra concordou:— É isso mesmo, Sarah, não subestime as pessoas. Mesmo que sua imagem na internet pareça perfeita, sabemos que é apenas fachada. Não acreditamos nisso. Se você realmente fosse inocente, esses rumores não teriam surgido. Se já fez, então não tenha medo de falar sobre isso!Sarah não pôde evitar uma risada leve. Deu um passo à frente, seus traços ví
Com o rosto submerso na água, ela não conseguia emitir nenhum som. Sua expressão de dor se alterava de branco para roxo, até que quase não podia mais respirar. Então, Sarah finalmente puxou sua cabeça para fora da pia. Fernanda respirava com dificuldade, seu corpo tremendo involuntariamente de medo. O terror se espalhou intesamente por seus membros. Sua maquiagem estava toda borrada, lágrimas e água lavavam seu rosto implacavelmente, seu couro cabeludo doía e formigava.Ouvindo a voz serena de Sarah atrás de si:— Agora, consegue falar como gente?Os dedos de Fernanda se agarravam firmemente ao tampo de cristal da pia, enquanto ela observava no espelho sua própria imagem borrada e a figura elegante de Sarah. A ansiedade dominava ela e ela não conseguia se conter, começando a chorar tremulamente:— Sim, sim, me desculpe, eu errei com você, Sarah, por favor, me deixe em paz!Ela não estava morta, e Davi também não.Fernanda sentia como se toda a culpa dentro dela tivesse desaparecido
Num instante.A temperatura do ar parou por um momento. Ao ouvir Rafael, Fernanda olhou para ele chocada e, de repente, não conseguiu conter as lágrimas de dor:— Foi ela que me intimidou, você não vê? Por que você a está ajudando agora?Com lágrimas nos olhos, ela se voltou para Davi, com um tom de voz rouco e repleto de ressentimento, ela disse:— E você, foi enganado por ela. Ela não é uma boa pessoa, você não vê como ela me intimidou?Fernanda se sentia extremamente injustiçada. Por que todos estavam do lado de Sarah? Seu próprio irmão e o homem por quem ela nutria sentimentos, não mostravam nenhum carinho por ela. Mesmo sabendo a verdade, eles queriam simplesmente abafar o caso. Por quê? Ela odiava Sarah intensamente, e seu ressentimento e frustração cresciam no peito.Ela encarou Davi fixa e profundamente, seus olhos brilhando com desespero e determinação, ela disse:— A pessoa que mais gosta de você sou eu. Sarah está apenas usando você, te considerando uma opção reserva. E
Clara não conseguiu se conter e falou:— Esse golpe do Presidente Igor pegou todos de surpresa, e uma ruptura entre pai e filho aconteceu assim, em plena empresa, mas o que você acha que ele está tentando fazer?"O que ele está tentando fazer?" Sarah ponderava. Talvez o desenvolvimento de Rafael já estivesse fora do controle de Igor, gerando nele uma sensação de crise.Sarah sempre teve a sensação de que havia algo insondável, mas não conseguia explicar.No outro dia, não se sabe quem revelou a identidade de Hebe. Sra. Daise estava zombando dela com algumas pessoas, e Hebe estava lá, com uma expressão angustiada, mas ninguém foi ajudá-la.Sarah estava intrigada, e Clara se aproximou para explicar:— Hebe é a filha ilegítima de Leonardo. Sra. Daise não mencionava ela diretamente, mas seus olhos a seguiam o tempo todo, quase enlouquecendo ao vê-la aqui.Isso também explicava por que Daise afastou Clara para poder ir atrás de Hebe. Afinal, são segredos de família que ninguém quer expor.
Finalmente, Rafael, incapaz de se conter mais, soltou um resmungo gélido.Desprevenidas e já meio culpadas por assistirem a tal tipo de transmissão em uma situação dessas, as duas viram o celular de Sarah cair ao chão.A tela do aparelho se estilhaçou.Ela olhou para Rafael com uma expressão sombria.Rafael engasgou, ainda com uma expressão fria e sobrancelhas franzidas, ele disse:— Esses vídeos vulgares deveriam ser proibidos. Não podem apreciar algo mais refinado?Sarah não conseguiu evitar revirar os olhos e responder:— O que há de vulgar? É só ginástica!— Ah, ginástica? E vocês rindo assim? Isso é claramente um vídeo vulgar e enganador!Rafael falou com uma voz rouca, carregada de uma raiva contida.A calma de antes desapareceu completamente. A pequena chama dentro dele era como se tivesse acendido um pavio de dinamite, pronto para explodir.Sarah mordeu o lábio, se sentindo culpada, e agora menos disposta a ser o centro das atenções por causa de uma discussão, então disse:— Se
Essa frase praticamente o colocava aos pés dela, eliminando qualquer distância de superioridade que antes existia.Contudo, Sarah permanecia serena, ao menos, não se deixava comover facilmente pela mudança em sua atitude.Comovida? Que sentimento mais insignificante!Ela respirou fundo e, se virando lentamente para ele, disse:— Rafael, quantas vezes preciso repetir para você acreditar que nós realmente terminamos?Desde que ele se afastou do casamento, desde que ela perdeu o filho, estava claro que nunca mais poderiam reatar. Ele se arrependia, mas apenas por não ter conquistado o coração de uma mulher, não pelos atos que cometeu.Os olhos profundos de Rafael escureceram, sua expressão endureceu e seu olhar se tornou frio.Seu peito parecia ter sido atingido por um soco, a dor sombria empalideceu seu rosto.Observando sua expressão, Sarah pronunciou palavras ainda mais intensas.Ela o encarou, sorriu enquanto se aproximava e, com mãos delicadas, ajustou a gola de sua camisa, embora
Era já muito tarde, e poucos carros circulavam pela estrada. Rafael sentiu um arrepio atravessar seu peito e um formigamento tomar conta do seu couro cabeludo ao perceber que algo estava errado. Ele olhou para Sarah ao seu lado, que ainda estava irritada consigo mesma, com seus olhos expressivos e belos. A ira que sentia se desvaneceu instantaneamente, dando lugar a um pânico intenso e a um arrependimento profundo. Ele sabia que não deveria ter agido impulsivamente. Não deveria ter envolvido Sarah naquela situação. Davi tinha perdido completamente a razão! Com os lábios apertados e uma calma forçada, Rafael virou o carro em direção ao subúrbio, sem reduzir a velocidade. Sarah, olhando de soslaio para ele, perguntou:— Há alguma loja de celulares no subúrbio? Está pensando em roubar um celular?Rafael forçou um sorriso, mantendo a voz e o olhar sereno e respondeu:— Não se preocupe, Sarah. Logo mais passaremos por um gramado. Abra a porta do seu carro e pule.Sarah virou a cabeça
Mas o caminhão acabou colidindo com o carro de luxo. Um estrondo retumbante ecoou quando o carro preto capotou. Rafael agiu rapidamente, desafivelando seu cinto de segurança, se atirando para a direita e protegendo Sarah. No segundo seguinte, ele perdeu a consciência. Sarah viu Rafael se jogar sobre ela, bloqueando os fragmentos do para-brisa, e sentiu um líquido quente encharcar seu vestido. Seu peito se contraiu violentamente, e as emoções tumultuadas que emergiram a fizeram perder o controle.— Rafael...Sua voz tremia, incerta se o que molhava seu rosto era sangue dele ou suas lágrimas, mas o frio do medo impregnava seus ossos. A pessoa com quem tinha brigado momentos antes, agora estava inerte. Enquanto ainda tentava decidir o que fazer, o motorista do caminhão, em pânico, saltou de seu veículo e abriu a porta do carro falando:— O que vamos fazer agora? Estava muito escuro, eu não vi...Ele estava claramente aterrorizado, suas mãos tremendo enquanto tentava ajudar as pesso